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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARA

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS


FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS E MEIO AMBIENTE
VENTILAÇÃO DE MINAS MM01074

Atmosfera Subterrânea

Docente: Louis Dostoievsky Gomes Tabosa


Discentes:Cleber Brito da Silva 201340605012
Julliana Maísy Pinto da Silva 201340605025
Rudson Resplandes Orlando 2012406050

Marabá
2017
Introdução
A ventilação de uma mina subterrânea é um recurso de grande
importância que a princípio era voltado apenas para fornecer um fluxo
de ar fresco no intuito de suprir o oxigênio consumido pelos
trabalhadores.
Atualmente, soluciona também os problemas dos gases nocivos, a
necessidade de manter a temperatura em determinado patamar e a
remoção do pó proveniente das frentes de lavra.
Conforme a lavra é realizada no interior da mina, surgem situações
diferentes as quais deve-se buscar o método, dispositivos e
monitoramento adequados para que se possa avançar com os trabalhos.
Destaca-se o controle do ar circulante no interior da mina como uma das
tarefas mais árduas a serem exercidas, atrela-se isso ao potencial natural
referente a formação de gases tóxicos apresentado pela mina e ainda a
possibilidade do transporte do ar puro para dentro da mina e a
eliminação desses gases serem realizados pelo mesmo local.
Sabe-se que as atmosferas do interior e exterior da mina diferem por
fatores como a temperatura, seu estado físico, composição gasosa, grau
higrométrico e pelas poeiras existentes em suspensão. Necessita-se
então, de um afluxo para que as exigências de trabalho e higiene sejam
atendidas.
O presente trabalho apresenta uma abordagem sobre a Atmosfera
Subterrânea, dando ênfase nos limites de tolerância dos gases na mina
determinados pelas normas brasileiras e nas doenças causadas por
trabalhos na mineração.
Atmosfera Subterrânea
• O ar da atmosfera terrestre tem em sua composição: 21% de oxigênio
(O2), 78% de nitrogênio (N2) e 1% de gás carbônico e gases raros,
mais o vapor d’água.
• A atmosfera do interior da mina ser confinada provoca uma
dificuldade e até mesmo restrição na dispersão, difusão e efusão dos
elementos presentes no ar, tanto os já contidos por natureza quantos os
pertencentes a processos realizados no interior da mina.
• As correntes de ar presentes na atmosfera externa permitem que o ar
volte rapidamente à sua composição normal ou ao menos a uma
satisfatória em local onde algum foco de poluição tenha ocorrido.
• No início da mineração subterrânea, utilizava-se pássaros, Canarinhos,
para verificar a existência de gases nas minas de carvão. O pássaro era
levado para as frentes de lavra e se ele ficasse agitado, os
trabalhadores deixavam imediatamente o local.
• A ventilação de uma mina, quando feita corretamente, permite uma
atmosfera de trabalho adequada e segura além do fornecimento de
oxigênio, manter a temperatura coerente nos locais de trabalho,
remover o calor produzido no interior da mesma, remover o pó
decorrente das frentes de lavra, e é responsável pela remoção dos
agentes gasosos nocivos ao homem.
• A partir da concentração dos agentes no ar do interior da mina, pode-
se dividir o sistema de ventilação em quatro categorias: ar bom ou
fresco, ar irrespirável ou empobrecido, tóxica e perigosa ou explosiva.
Unidades de Medida
• PPM – parte por milhão – 1 ppm de um gás corresponde a 1 cm3 de
gás por m3 de ar respirado.
• mg/m3 – miligrama de gás por metro cúbico de ar respirado.
• mg/l – miligrama de gás por litro de ar respirado.
• % por volume - % de gás por volume do ambiente.
• Principais conversões – 1% = 10.000 ppm.
Limite de Tolerância
Segundo a norma brasileira (NR-15), entende-se por "Limite de
Tolerância" a concentração ou intensidade máxima ou mínima,
relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não
causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.
A NR-15 diz que o limite de tolerância de um gás em ambiente
confinado de um trabalhador é a máxima concentração em média
aritmética, suportada pelo trabalhador durante 48 horas semanais
respiradas. A caracterização de insalubridade ocorrerá quando forem
ultrapassados os limites de tolerância.
Limite de Tolerância - Oxigênio
• O oxigênio é um gás sem odor, cor e sabor, seu peso específico é da
ordem de 1,11 kg/m3.
• A NR-22 e NRM-06 estabelecem que a concentração mínima de
oxigênio nos locais onde pessoas estiverem trabalhando ou transitando
deve ser de 19% em volume.
• O decaimento dele na atmosfera interna pode dar-se por diversos
processos, como: diluição com outros gases, ocorrência de oxidação a
temperaturas elevadas e a baixas temperaturas.
• Associada a processos de oxidação, está a geração de outros gases,
monóxido e dióxido de carbono.
A baixa concentração de oxigênio pode acarretar em:
• 17% de O2: respiração profunda e mais rápida;
• 15% de O2: tontura, taquicardia e zumbido nos ouvidos;
• 13% de O2: inconsciência e desmaio;
• 9% de O2: perigo de vida;
• 6% de O2: convulsão e morte.
Limite de Tolerância - Nitrogênio
• Gás que se caracteriza como incolor, insípido, inodoro e asfixiante.
• Quando sob certas condições pode formar óxidos que podem ser
altamente tóxicos, como o óxido nítrico e dióxido de nitrogênio,
gerados a partir da combustão de motores e detonações.
• Os óxidos de nitrogênio, principalmente o NO2, tóxicos reagem com a
umidade e formam os ácidos nítrico e nitroso.
• A morte por exposição a NO2 pode ocorrer velozmente, se a exposição
estiver em um nível alto, e em dias ou semanas, ocasionada por edema
pulmonar ou pneumonia infecciosa.
• É uma substância metemoglobinizante, ou seja, transforma a
hemoglobina em metemoglobina, incapaz de transportar o oxigênio
aos tecidos podendo resultar na morte por asfixia.
• Os óxidos de nitrogênio são considerados gases irritante, ou seja,
induzem inflamações na pele, membrana dos olhos e tratos
respiratórios, e o monóxido de nitrogênio está classificado como um
gás venenoso, destruindo os tecidos com os quais entra em contato.
• O limite de tolerância do dióxido de nitrogênio é de 4 ppm (parte de
gás por milhão de partes de ar contaminado) e 7 mg/m3 (miligramas
por metro cúbico de ar), e o grau de insalubridade a ser considerado no
caso de sua caracterização é máximo. E do monóxido é de 20 ppm e
23 mg/m3.
• Os sintomas apresentados por intoxicações agudas pelo dióxido de
nitrogênio são: dispneia, semelhante a uma crise de asma, acessos de
tosse, com expectoração espumosa, rosada ou amarelo rosada, que
revela a existência de edema pulmonar.
• Conforme o passar do tempo, sintomas cardiovasculares aparecem,
como: pulso irregular e rápido, alteração na coagulação sanguínea, etc.
• Ocorre ainda a asfixia com cianose, suores frios, sede intensa, coma e
morte por colapso cardíaco, em geral cerca de 24 horas após o
envenenamento.
• Os sobreviventes à crise de edema pulmonar adquirem complicações
como: bronquite e broncopneumonia.
Limite de Tolerância – Gás Carbônico
• É um gás sem cor, nem odor, com sabor em geral ácido, com
densidade de 1,56 kg/m3.
• Ele é considerado um gás asfixiante, ou seja, não possui um efeito
tóxico definido, no entanto, atua excluindo o oxigênio do pulmão.
• O efeito toma maior dimensão à medida que ele faz decrescer a
pressão parcial do oxigênio no ar.
• O oxigênio pode diminuir em até 2/3 de sua concentração inicial, sem
causar sintomas. Mas quando a concentração do gás asfixiante atinge
50%, sintomas são produzidos, ao alcançar 75% torna-se fatal em
minutos (Gancev, 2006).
• O monóxido de carbono é um gás asfixiante químico, possui afinidade
com a hemoglobina 210 vezes maior que o oxigênio.
• Quando combinado com a hemoglobina, ele diminui a capacidade do
sangue de transportar o oxigênio, causando assim asfixia.
• Elevados índices de CO afetam a capacidade de trabalho e exercício
físico de pessoas sadias, podendo resultar também em efeitos
cardiovasculares (Gancev, 2006) a intoxicação pode causar a morte
por meio de síncope circulatória ou respiratória.
• As consequências atreladas ao envenenamento por CO em função da
saturação do sangue são: 10%: perda de algumas funções cognitivas;
10 – 30%: dores de cabeça; 30 – 40%: fraqueza, tontura, diminuição
da visão, náuseas, vômito e colapso; 40 – 60%: inconsciência e
convulsão; 60 – 70%: coma e possível morte; 70 – 80%: falha
respiratória e morte.
• Um tratamento de imediato seria a retirada da vítima do local de
exposição, verificação da respiração, caso esteja reprimida, deve-se
aplicar a respiração artificial com o oxigênio a 100% até normalizar a
respiração.
• O monóxido de carbono pode ser classificado como um gás explosivo
quando contido na faixa entre 12,5 e 74%. É formado a partir de
explosões, fogos, aquecimento por fricção, oxidação a baixa
temperatura e motores a combustão interna.
• O dióxido de carbono é mais pesado que o ar, e por isso, é encontrado
mais próximo do piso. É localizado nos locais menos acessados e
ventilados da mina. Os principais meios de liberação são: respiração
humana, oxidação, detonação, fogo e a própria rocha.
• Se a concentração desse gás aumenta de 0,03% para 0,05% ocasiona
uma respiração mais rápida e profunda. Na concentração de 3% a taxa
de respiração torna-se o dobro, já 5% de concentração de CO2 triplica.
Se a concentração for de 10% pode ser tolerada apenas por alguns
minutos.
• A NR-15 estabelece que o limite de tolerância para o monóxido de
carbono deve ser de 20 ppm, em jornadas semanais de 48 horas
trabalhadas o limite é da ordem de 39 ppm ou 43 mg/m3 o grau de
insalubridade é máximo.
• Já para o dióxido de carbono o limite é de 2.500 ppm, para jornadas de
trabalho de 48 horas semanais é de 3.900 ppm ou 7.020 mg/m3 o grau
de insalubridade neste caso, é mínimo.
Limite de Tolerância – Dióxido de Enxofre
• Incolor, não inflamável e tóxico, o dióxido de enxofre, SO2, é formado
sempre que compostos de enxofre são queimados. Podem ser
formados durante a detonação de certos minérios de enxofre, fogos
envolvendo compostos como pirita, e combustão nos motores. É
significantemente mais pesado que o ar e, em baixas concentrações
irrita os olhos, garganta e nariz. A uma concentração de 400 ppm
coloca a vida em risco.
Limite de Tolerância – Ácido Sulfúrico
• O ácido sulfúrico, H2SO4, tem um cheiro forte, é incolor, tóxico e
explosivo. É formado pela decomposição de compostos de enxofre.
Baixas concentrações são encontradas em infiltrações de água das
rochas, enquanto que altas concentrações ocorrem em gás natural,
petróleo e algumas minas de enxofre e gipsita. H2SO4 é bastante
solúvel e pode ser carregado por águas subterrâneas a frentes de
trabalho em atividade. A menor concentração letal já registrada é de
600 ppm.
Limite de Tolerância – Ácido Sulfúrico
• Os efeitos fisiológicos estão listados a seguir:
• 0, 025 %: odor;
• 0, 005 - 0,010 %: irritação do trato respiratório e olhos após 1 hora;
• 0, 010 %: perda olfativa após 15 minutos de exposição;
• 0,02 - 0,07 %: dor de cabeça, tontura, náuseas, dores nos nariz, peito e
garganta;
• 0,07 - 0,10 %: inconsciência, parada respiratória e morte;
• 0,10 %: morte em poucos minutos.
Limite de Tolerância – Metano
• O metano é o gás mais comum em minas de carvão, podendo também
ser encontrado em outras minas tais como minas de potássio, calcário,
sal e xisto. O metano é incolor, inodoro, insípido, atóxico e altamente
inflamável. A quantidade de metano depende da temperatura, pressão,
grau de fraturamento, permeabilidade do carvão e da camada
adjacentes. Pode existir como gás nas fissuras da rocha ou estar
adsorvido na superfície do próprio minério (carvão). O metano é
liberado devido à diminuição da pressão, particularmente causada por
extrações em áreas vizinhas, o que causa um distúrbio nas condições
de equilíbrio.
Limite de Tolerância – Poeira
• A poeira é desprendida quando se executa operações, tais como cortar,
serrar, polir, moer, esmagar ou qualquer outra forma de subdivisão de
materiais que contenham sílica livre e cristalina, como areia, concreto,
certos minérios e rochas, jateamento de areia e transferência ou
manejo de certos materiais em forma de pó (FUNDACENTRO, 2002).
Limite de Tolerância – Poeira
• Composição
• Concentração
• Tamanho das Partículas
• Tempo de Exposição
• Susceptibilidade Individual
• Controle da Poeira
Limite de Tolerância – Temperatura.
• Os efeitos principais da profundidade, de uma perspectiva de
ventilação, são o aumento do calor e da umidade, que leva as pessoas a
concentrar sua atenção e a se tornar menos conscientes dos sinais
visuais. Estudos demonstraram que essas reduções levam
eventualmente a um ponto em que o déficit de atenção é tal que
compromete a segurança e a saúde ocupacional, contribuindo para o
aumento do potencial para fatalidades (PAYNE et al.,2008).
Limite de Tolerância – Temperatura.
Limite de Tolerância – Temperatura.
Limite de Tolerância – Temperatura.
Pneumoconiose - Definição
• Pneumo = ar, se refere a pulmão
• Conio = partícula
• Ose = degradação, doença
• São todas as doenças do pulmão relacionadas a material particulado
De acordo com o Ministério da Saúde (2006), as pneumopatias
relacionadas etiologicamente a inalação de poeiras em ambientes de
trabalho são genericamente designadas como pneumoconioses (do
grego, conion = poeira), sendo excluídas dessa denominação as
alterações neoplásicas, as reações de vias aéreas, como asma e a
bronquite, e o enfisema.
Formação das doenças
• Para que a Pneumoconiose ocorra é necessário que o material
particulado seja inalado e atinja as vias respiratórias inferiores, em
quantidade capaz de superar os mecanismos de depuração: o
transporte mucociliar, transporte linfático e a fagocitose pelos
macrófagos alveolares.
Para ter eficácia em atingir as vias
respiratórias inferiores as partículas
devem ter a mediana do diâmetro
aerodinâmico inferior a 10µm.
A pneumoconiose pode ser não-
fibrogênica ou fibrogênica.
Divisão do trato respiratório em bases anatômicas de referência segundo
o mecanismo de deposição das partículas e a classificação das partículas
segundo seu tamanho (adaptado de Santos, 2001).
Região Estruturas Localização Doenças Relacionadas Partículas Tamanho
Anatômicas

1. Vias Aéreas Nariz Extratorácica Irritação do septo nasal, Inaláveis < 100 um
Superiores Boca faringe e laringe.
Nasofaringe Câncer de faringe e
Orofaringe laringe.
Laringofaringe
Laringe
2.Região Traquéia Torácica Broncoconstrição Torácicas < 25 um
Traqueobronquial Brônquios (pulmonar) Bronquite crônica
Bronquíolos Câncer bronquial
(bronquíolos
terminais)
3. Região de Troca de Bronquíolos Alveolar Pneumoconioses Respiráveis < 10 um
Gases respiratórios Enfisema
Dutos alveolares Alveolite
Sacos alveolares Câncer pulmonar
Alvéolos
NR 7 – MTE E FISPQ (NBR14725)
• Não Fibrogênica: • FIBROGÊNICAS:
• Espirometria • Raio-x do tórax a cada 2
• Quantidade de ar anos
• Velocidade do • Espirometria
fluxo
• Raio-x do tórax a • Exs: Sílica livre;
Asbesto...
cada 3 anos
• Exposição > 15
anos
• Raio-x do tórax a
cada 2 anos
• Exposição > 15
anos
Ex: Calcário
Pneumoconiose
• Não existe cura para a pneumoconiose, porque o pó não pode ser
removido dos pulmões.
• o dano causado aos pulmões de anos de reação inflamatória ao pó não
pode ser desfeita.
• Exames médicos regulares, incluindo radiografia de tórax para as
pessoas em situação de risco, pode detectar pneumoconiose durante
seus estágios iniciais, antes de se tornar incapacitante.
Pneumoconioses, poeiras causadoras e processos anatomo-patológicos
subjacentes.
PNEUMOCONIOSE AGENTE (S) ETIOLÓGICO (S) PROCESSO ANATOMO-PATOLÓGICO
Silicose Sílica livre Fibrose nodular
Asbestose Todas as fibras de asbesto ou amianto Fibrose difusa
Deposição macular sem
Antracose Poeiras contendo carvão mineral e vegetal fibrose ou com diferenciados
graus de fibrose
Silicatose Silicatos variados Fibrose difusa ou mista
Talcose Talco mineral (silicato) Fibrose nodular e/ou difusa
Poeiras variadas contendo menos que 7,5% de
Pneumoconiose por poeira mista Fibrose nodular estrelada e/ou fibrose difusa
sílica livre
Deposição macular de óxido de ferro associado ou não com
Siderose Óxidos de ferro
fibrose nodular e/ou difusa
Estanose Óxido de estanho Deposição macular semf ibrose
Baritose Sulfato de bário (barita) Deposição macular sem fibrose
Antimoniose Óxidos de antimônio ou Sb metálico Deposição macular sem fibrose
Pneumoconiose por rocha fosfática Poeira de rocha fosfática Deposição macular sem fibrose
Carbeto de silício (SiC)
Pneumoconiose por abrasivos Fibrose nodular e/ou difusa
Óxido de Alumínio (Al2O3)
Beriliose Berílio Granulomatose tipo sarcóide. Fibrose durante evolução crônica
Poeiras de metais duros (ligas de W, Ti, Ta Pneumonia intersticial de células gigantes. Fibrose durante
Pneumopatia por metais duros
contendo Co) evolução
Pneumonia intersticial por hipersensibilidade (infiltração
Pneumonites por hipersensibilidade Poeiras orgânicas contendo fungos, proteínas de
linfocitária, eosinofílica e neutrofílica na fase aguda e fibrose
(alveolite alérgica extrínseca) penas, pelos e fezes de animais
difusa na fase crônica)
SILICOSE
• É uma pneumoconiose geralmente causada por inalação de poeira de sílica
cristalina livre (dióxido de silício, quartzo); caracterizada por fibrose pulmonar
discreta e, em estágios mais avançados, por fibrose conglomerada e
comprometimento respiratório. (MANUAL MERCK).
Pode apresentar-se de três formas: aguda, acelerada ou crônica:

• Aguda: manifesta-se em até 2 anos da exposição inicial.


• Acelerada: os sintomas aparecem entre 2 e 10 anos.
• Crônica: mais de 10 anos após a exposição e ocorrendo com poucos sintomas
podendo evoluir com dispnéia aos esforços, de caráter progressivo.
• caracteriza-se pelo desenvolvimento da fibrose nodular.
• evolução para óbito em poucos meses ou anos.
Sílica No Organismo

Fibrose nodular.
PTC – Pneumoconiose dos Trabalhadores do
Carvão
• É a deposição nodular difusa de poeira nos pulmões, resultante da
exposição a longo prazo à poeira de carvão betuminosa ou antracita na
mineração de carvão.
• A pneumoconiose dos trabalhadores do carvão (PTC) também é
denominada pneumoconiose dos mineradores de carvão; doença do
pulmão negro ou antracose.(MANUAL MERCK).
• Como o carvão é relativamene não fibrogênico, a distorção da
arquitetura pulmonar e comprometimento funcional são mínimos.
• A cada ano, cerca de 1 a 2% dos mineradores com PTC simples
desenvolvem fibrose maciça progressiva (FMP) – também conhecida
como PTC complicada.
Asbestose
• Pneumoconiose intersticial difusa, resultante da inalação, por longo tempo, de poeira do
asbesto (silicatos minerais fibrosos de diferentes composições químicas) na mineração,
moagem, fabricação ou aplicação (por exemplo, para isolamento) ou remoção dos produtos
do asbesto.
• O asbesto parece ser um promotor de carcinogênese, como o mesotelioma.
• O asbesto é uma fibra sedosa, natural e muito resistente presente na natureza em forma de
serpentinas e de anfibólios, é largamente utilizado em vários setores da indústria, devido a
sua durabilidade, resistência e baixo custo. É utilizado na confecção de caixas d’água, de
placas, de telhas, de tubulações, de materiais de fricção como pastilhas de freio, de
materiais de vedação como gaxetas, de tintas, produtos têxteis, plásticos e tecidos
resistentes ao fogo.
• No Brasil, a NR 15 estabelece, desde 1991, a proibição do uso de fibras de asbesto do
grupo dos anfibólios (crocidolita, amosita, antofilita, tremolita) e um limite de tolerância de
2,0 fibras/cm3 para fibras respiráveis de asbesto crisotila (BRASIL, 1991).
Desenvolvimento Da Doença

Tumores mesoteliais associados à exposição ao asbesto são quase invariavelmente fatais,


dentro de 2 a 4 anos após o diagnóstico.
Conclusão
• Na mineração subterrânea é de extrema importância o estudo e
elaboração de um projeto de ventilação de mina, levando-se em
consideração a atmosfera subterrânea da mina. Deve-se considerar
fatores como temperatura, umidade, e os limites de diversos tipos de
gases, de maneira que atenda as normas, e principalmente que atenda
aos requisitos de higiene e segurança, para que não exponha os
trabalhadores a diversos tipos de doenças pneumoconioses, e assim se
obtenha os resultados desejáveis.
• A presença de gases, causam diversos riscos nos trabalhos nas minas,
devido a este fator, houve o avanço para detectação e controle dos
gases, como a utilização dos equipamentos PID e FID, mesmo ainda
não sendo possível extinguir o surgimento de doenças respiratórios
ligados a mineração de certos tipos de minerais, como a sílica e o
carvão, o conhecimento e o planejamento de ventilação da mina, e
consequente controle da atmosfera subterrânea traz resultados
positivos para mineração subterrânea.
Referências Bibliográficas
NR 15 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES. Disponível em:
<http://www.ccb.usp.br/arquivos/arqpessoal/1360237303_nr15atualizada2011ii.pdf>. Acesso em: 16 jan. 2017.

NR 22 – SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL NA MINERAÇÃO. Disponível em:


<http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr22.htm> Acesso em: 16 jan. 2017.

NRM 06 – VENTILAÇÃO. Disponível em: <http://www.ibram.org.br/sites/700/784/00000806.pdf> Acesso


em: 16 jan. 2017.

Gancev, B. F. AVALIAÇÃO DE CONDIÇÕES DE QUALIDADE DO AR EM MINA SUBTERRÂNEA.


Universidade de São Paulo - Escola Politécnica. São Paulo, 2006.

PAYNE T.; MITRA, R. A REVIEW OF HEAT ISSUES IN UNDERGROUND METALLIFEROUS


MINES. 12th Ed.2008.

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