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Direito Processual Penal II

Prisão e Liberdade
• paulo.campos@funcesi.br
• Chamada início das aulas.

• RESPONDER CHAMADA É
RESPONSABILIDADE DO ALUNO. NÃO
HAVERÁ ABONO DE FALTA, exceto nas
hipóteses legais.
• As justificativas são realizadas na secretária,
respeitado o prazo institucional.
• Trabalho: 2 exercícios valendo cada um 15
pontos.
1º Exercício: 05/03/2018;
2º Exercício: 28/05/2018;
• Trabalho com objetivas, método CESPE e uma
discursiva.
• Provas – 35 pontos cada:
• 1º Prova: 26/03/2018;
• 2º Prova: 18/06/2018;
• Prova com objetivas, método CESPE e
discursivas.
• Não haverá arredondamento de pontos.
Ementa
• Direito Processual Penal II (66h)

• Prisão e liberdade. Questões e processos


incidentes. Prova no processo penal.
Procedimento em espécie. Comunicação dos
atos processuais. Decisões processuais.
Nulidades. Recursos. Habeas Corpus, Revisão
Criminal e Mandado de Segurança.
• Prisão e liberdade – 10 a 11 aulas.
• Trabalhos e correção – 4 aulas.
• Questões e processos incidentes – (Atividade
autoditado)
• Procedimento em espécie e Comunicação dos atos
processuais – 6 a 7 aulas.
• Decisões processuais. Nulidades. Recursos. Habeas
Corpus, Revisão Criminal e Mandado de Segurança –
(Atividade autoditado)
• Provas – 4 a 5 aulas.
• Exames (provas) – 2 aulas.
• Bibliografia Básica:
• LOPES JR., Aury. Direito Processual Penal e sua
Conformidade Constitucional. v.1. Rio de
Janeiro: Lumen Juris.
• LOPES JR., Aury. Direito Processual Penal e sua
Conformidade Constitucional. v.2. Rio de
Janeiro: Lumen Juris.
• OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de
Processo Penal. Belo Horizonte: Del Rey.
• Bibliografia Complementar:
• BARROS, Flaviane de Magalhães. (Re)forma do Processo
Penal: comentários críticos dos artigos modificados pelas leis
11690/08 e n. 11719/08. Belo Horizonte: Del Rey, 2008.
• BONFIM, Edilson Mougenot. Reformas do código de processo
penal: comentários à Lei 12.403, de 04 de maio de 2011. São
Paulo: Saraiva, 2011.
• FARIA, Andre Luiz Chaves Gaspar de Morais. Os poderes
instrutórios do juiz no processo penal: uma análise a partir do
modelo constitucional de processo. Belo Horizonte: Arraes
Editores, 2011.
• TÁVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar A. R. C. de. Curso de
direito processual penal. 4. ed. rev. atual. e ampl. Salvador:
Jus Podium, 2010.
• REVISTA MAGISTER DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL.
Porto Alegre: Magister, 2004.
• Bibliografias:
- NUCCI;
- PACELLI;
- CAPEZ;
- TAVORA;
- RENATO BRASILEIRO;
- DIREITO PROCESSUAL PENAL ESQUEMATIZADO
(Goncalves, Victor Eduardo Rios; Reis, Alexandre
Cebrian Araujo – coordenado por Pedro Lenza).
• Leitura de informativos STF e STJ;
Tutela Cautelar no Processo Penal
• Processo penal cautelar autônomo não
existe*.

• Medidas incidentais: -Investigações


- Processo

• Objetivo: efetividade da persecução penal.


Classificação das medidas cautelares
1) De natureza patrimonial: - Reparação de
danos
-Perdimento de bens
Ex.: arresto, sequestro e hipoteca legal.

2) De natureza probatória: preservar a prova.


Ex.: art. 225 CPP – prova antecipada. Art. 19-A
Lei 9.807/99
Lei 9.807/99
• Art. 19-A. Terão prioridade na tramitação o inquérito e o
processo criminal em que figure indiciado, acusado, vítima ou
réu colaboradores, vítima ou testemunha protegidas pelos
programas de que trata esta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.483,
de 2011)

• Parágrafo único. Qualquer que seja o rito processual criminal,


o juiz, após a citação, tomará antecipadamente o depoimento
das pessoas incluídas nos programas de proteção previstos
nesta Lei, devendo justificar a eventual impossibilidade de
fazê-lo no caso concreto ou o possível prejuízo que a oitiva
antecipada traria para a instrução criminal. (Incluído pela Lei
nº 12.483, de 2011)
3) De natureza pessoal: privação ou restrição da
liberdade de locomoção do acusado.
- Antes da Lei 12.403/2011: prisão cautelar e
liberdade provisória (bipolaridade).

- Questionamento sobre prisão para casos onde


não haveria pena de prisão.
- Depois da Lei 11.403/2011: prisão cautelar,
liberdade provisória podendo estar vinculadas a
medidas cautelares diversas da prisão.
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para
informar e justificar atividades;
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante
desses locais para evitar o risco de novas infrações;
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou
necessária para a investigação ou instrução;
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o
investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos;
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica
ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações
penais;
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com
violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-
imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do
processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada
à ordem judicial;
IX - monitoração eletrônica.
§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título,
podendo ser cumulada com outras medidas cautelares.
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País
será comunicada pelo juiz às autoridades
encarregadas de fiscalizar as saídas do território
nacional, intimando-se o indiciado ou acusado
para entregar o passaporte, no prazo de 24
(vinte e quatro) horas.
Poder Geral de Cautela no Processo
Penal
• Conceito.

• Previsão expressa CPC art. 301.


CPC
• Art. 301. A tutela de urgência de natureza
cautelar pode ser efetivada mediante arresto,
sequestro, arrolamento de bens, registro de
protesto contra alienação de bem e qualquer
outra medida idônea para asseguração do
direito.
• Admite-se o poder geral de cautela no
processo penal?

-Doutrina clássica (Minoritária): legalidade.

-Doutrina moderna (STJ e STF): subsidiariedade


– art. 3 CPP + 301 CPC
HC 94147 STF
PROCESSUAL PENAL. IMPOSIÇÃO DE CONDIÇÕES JUDICIAIS (ALTERNATIVAS À
PRISÃO PROCESSUAL). POSSIBILIDADE. PODER GERAL DE CAUTELA.
PONDERAÇÃO DE INTERESSES. ART. 798, CPC; ART. 3°, CPC. 1. A questão
jurídica debatida neste habeas corpus consiste na possibilidade (ou não) da
imposição de condições ao paciente com a revogação da decisão que
decretou sua prisão preventiva 2. Houve a observância dos princípios e
regras constitucionais aplicáveis à matéria na decisão que condicionou a
revogação do decreto prisional ao cumprimento de certas condições judicias.
3. Não há direito absoluto à liberdade de ir e vir (CF, art. 5°, XV) e, portanto,
existem situações em que se faz necessária a ponderação dos interesses em
conflito na apreciação do caso concreto. 4. A medida adotada na decisão
impugnada tem clara natureza acautelatória, inserindo-se no poder geral de
cautela (CPC, art. 798; CPP, art. 3°). 5. As condições impostas não maculam o
princípio constitucional da não-culpabilidade, como também não o fazem as
prisões cautelares (ou processuais). 6. Cuida-se de medida adotada com base
no poder geral de cautela, perfeitamente inserido no Direito brasileiro, não
havendo violação ao princípio da independência dos poderes (CF, art. 2°),
tampouco malferimento à regra de competência privativa da União para
legislar sobre direito processual (CF, art. 22, I). 7. Ordem denegada.
Medidas Cautelares de Natureza
Pessoal
• Pressupostos: -Fumaça (fumus comissi delicti)
-Perigo (periculum in mora)
Prisão Preventiva Medidas cautelares diversas

-Fumus comissi delicti -Fumus comissi delicti


-Periculum in libertatis (312 CPP): -Periculum (282 CPP = 312 CPP)
a) Garantia da ordem pública; -Quanto a infração penal (art. 283
b) Garantia da ordem econômica; CPP): deve haver cominação de
c) Garantia da Aplicação da Lei pena privativa de liberdade.
Penal;
d) Conveniência da Instrução
Criminal;
-Ultima Ratio: inadequação ou
insuficiência das cautelares
diversas da prisão.
-Quanto a infração penal (Art. 313
CPP):
a) Pena max. > 4 anos;
b) Reincidente;
c) Vulneráveis;
d) Identificação
Detração Penal
• Cabe detração no caso de medidas cautelares
diversas da prisão:
-Nucci: não cabe nunca.
-LFG e Renato Brasileiro: Cabe sempre que a
medida cautelar seja mais gravosa que a pena
aplicada ao final do processo.
-Rogério Cunha: Caberá sempre que houver
cerceamento relevante do direito de liberdade
do agente.
Prisão em Flagrante
• Antes: parcela da doutrina entendia como
medida cautelar penal;

• Depois: medida pré-cautelar, devendo o juiz


justificar a prisão, ou medida cautelar,
presentes os requisitos.
Procedimentos de aplicação das
cautelares
• Aplicação isolada ou cumulativa das medidas
cautelares diversas da prisão.
• Competência para decretação das cautelares.

*Cláusula de reserva de jurisdição (obs.: fiança).


• Podem ser decretadas pelo juiz de ofício?
• Fase investigatória.

• Fase judicial.
Preventiva
• Art. 311. Em qualquer fase da investigação
policial ou do processo penal, caberá a prisão
preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no
curso da ação penal, ou a requerimento do
Ministério Público, do querelante ou do
assistente, ou por representação da
autoridade policial.
Legitimidade para requerimento de
decretação de medidas cautelares
-Fase investigação

-Fase judicial.
-Fase investigação: representação da autoridade
policial e requerimento do MP, o acusado e seu
defensor, e do ofendido.*Maria da Penha

-Fase judicial: de ofício pelo juiz, requerimento das


partes, requerimento MP, ou assistente (após a lei
12403/2011), representação autoridade policial.
*Após a Lei 12.403/2011 a súmula 208 do STF perdeu
a razão de ser.

 Aproximação ao sistema acusatório.


Ultrapassada
• Súmula 208 STF:
• Assistente do Ministério Público - Recurso
Extraordinário - Decisão Concessiva de
Habeas-Corpus
• O assistente do Ministério Público não pode
recorrer, extraordinariamente, de decisão
concessiva de habeas-corpus.
Contraditório prévio à decretação das
cautelares
• Antes da Lei 12.403/2011.

• Após a Lei 12.403/2011.


• Art. 282 CPP
• § 3o Ressalvados os casos de urgência ou de
perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao
receber o pedido de medida cautelar,
determinará a intimação da parte contrária,
acompanhada de cópia do requerimento e das
peças necessárias, permanecendo os autos
em juízo.
Descumprimento injustificado das
cautelares diversas da prisão
• Substituição da medida.

• Imposição de outra medida cumulativamente.

• Decretação da prisão preventiva.

(Não é uma sequência.)


• Art. 282 CPP: § 4o No caso de
descumprimento de qualquer das obrigações
impostas, o juiz, de ofício ou mediante
requerimento do Ministério Público, de seu
assistente ou do querelante, poderá substituir
a medida, impor outra em cumulação, ou, em
último caso, decretar a prisão preventiva (art.
312, parágrafo único).
• Cabe decretação da preventiva pelo
descumprimento para os crimes que não
admitem a prisão preventiva?
-Nucci, Pacelli (majoritária): sim => moralização
medidas cautelares, descumprimento com
sanção.

-Luiz Flávio Gomes: não => princípio da


homogeneidade e razoabilidade.
Revogação e ou substituição das
medidas cautelares
• Necessidade.
Descumprimento
• Art. 288: § 5o O juiz poderá revogar a medida
cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de
motivo para que subsista, bem como voltar a
decretá-la, se sobrevierem razões que a
justifiquem.
Espécies de Prisão
• Prisão extrapenal:
-Prisão Civil
-Depositário Infiel
• LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo
a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação
alimentícia e a do depositário infiel*;

*Pacto de São José da Costa Rica, artigo 7º, §7º,


Decreto 678/92.
• Artigo 7º - Direito à liberdade pessoal

• 7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este


princípio não limita os mandados de
autoridade judiciária competente expedidos
em virtude de inadimplemento de obrigação
alimentar.
• CF X Convenção Americana de Direitos
Humanos

• Antes do RE466343
• Após o RE466343 – status supralegal
Súmula Vinculante 25
• É ilícita a prisão civil de depositário infiel,
qualquer que seja a modalidade do depósito.
• Súmula Vinculante 25 x súmulas 304 e 305 STJ

• STJ editou a súmula 419


Descabe a prisão civil do depositário judicial
infiel.
Prisão do falido
• Antiga Lei de Falência (Decreto-Lei 7661/45):
doutrina e jurisprudência entendiam que não foi
recepcionado pela CF/88.

• Art. 35. Faltando ao cumprimento de qualquer


dos deveres que a presente lei lhe impõe, poderá
o falido ser preso por ordem do juiz, de ofício ou
a requerimento do representante do Ministério
Público, do síndico ou de qualquer credor.
Súmula 280 STJ
• O art. 35 do Decreto-Lei n° 7.661, de 1945,
que estabelece a prisão administrativa, não foi
recepcionado pelos incisos LXI e LXVII do art.
5° da Constituição Federal de 1988.
• Lei 11.101/05:

• Art. 99. A sentença que decretar a falência do


devedor, dentre outras determinações:

• VII – determinará as diligências necessárias para


salvaguardar os interesses das partes envolvidas,
podendo ordenar a prisão preventiva do falido ou
de seus administradores quando requerida com
fundamento em provas da prática de crime definido
nesta Lei;
• Parte da doutrina entende que o artigo 99, inciso
VII da Lei 11.101/05, é incompatível com a CF, pois
permite que o juiz falimentar decrete uma prisão
preventiva. Considerando que a prisão preventiva é
espécie de prisão cautelar, não se pode admitir sua
decretação por juiz desprovido de competência
criminal para julgar os crimes falimentares. Portanto
continua sendo possível a prisão preventiva do
falido, mas desde que decretada pelo juízo criminal
competente. (Paulo Rangel)
Prisão Administrativa
• Autoridade Administrativa.
• Cumprimento de dever de direito público.
• Arts. 319 e 320 CPP (antes da Lei 12.403/11) X
CF art. 5º, LXI
• Após a Lei 12.403/11 Capítulo 5º passou a
tratar das medidas cautelares diversas da
prisão
• LXI - ninguém será preso senão em flagrante
delito ou por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo
nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;
Art. 136 §3º, I CF
• § 3º - Na vigência do estado de defesa:

• I - a prisão por crime contra o Estado,


determinada pelo executor da medida, será
por este comunicada imediatamente ao juiz
competente, que a relaxará, se não for legal,
facultado ao preso requerer exame de corpo
de delito à autoridade policial;
• Estado de Defesa e Estado de Sítio:

• CF prevê que autoridade não judiciário pode


decretar a prisão.
• Estatuto do Estrangeiro:
-A prisão para fins de extradição poderia ser
decretada pelo Ministério da Justiça. Não
recepcionado pela CF/88

-Extradição: STF
-Expulsão: STF
-Deportação: Juiz Federal Criminal
Da Prisão Militar
• Hierarquia e Disciplina  CF:
-Independem de prévia autorização judicial.

-Transgressão militar; (Max. 30 dias) *Art. 142, §2º CF

-Crimes propriamente militares; (Comunicada a


autoridade judiciária competente) – Cabe HC
• § 2º - Não caberá "habeas-corpus" em relação
a punições disciplinares militares.

*Não cabe HC em relação ao mérito da punição


disciplinar, porém se o questionamento estiver
relacionado a legalidade da punição (hierarquia,
poder disciplinar, ato ligado a função e pena
passível de aplicação), será cabível o HC.
Momento da Prisão
• Art. 283 CPP:

§ 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer


dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições
relativas à inviolabilidade do domicílio.
• Art. 5º CF:

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo,


ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de
flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial;
Dia Noite

-Consentimento do -Consentimento do
morador (a pessoa deve morador (a pessoa deve
se opor a entrada, se opor a entrada,
necessita resistência necessita resistência
expressa); expressa);
-Desastre; -Desastre;
-Socorro; -Socorro;
-Flagrante Delito; -Flagrante Delito;
-Ordem Judicial;
• Conceito de dia: tribunais superiores dia é o
período compreendido entre 6h-18h.
-Parcela da doutrina entende: entre o nascer do sol
e pôr do sol.

*MBA iniciado durante o dia e prolongamento


durante a noite.

-Ingresso no domicílio em hipótese de flagrante.*


• Prevalece na doutrina e na jurisprudência que
o ingresso em domicílio pode ocorrer em
qualquer hipótese de flagrante delito (próprio,
impróprio e presumido).
RHC 21.326 STJ
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS – FURTO QUALIFICADO –
FORMAÇÃO DE QUADRILHA – INÉPCIA DA DENÚNCIA – AUSÊNCIA DE
PREJUÍZO – BUSCA E APREENSÃO SEM MANDADO – OCORRÊNCIA DE
FLAGRANTE PRESUMIDO – POSSIBILIDADE – NEGADO PROVIMENTO

1- Não gera a inépcia da denúncia a ausência de indicação exata do


tempo de ocorrência do crime, sobretudo quando é determinado o
intervalo de tempo e não se evidencia qualquer prejuízo à defesa.

2- A inviolabilidade do domicílio é excepcionada pela ocorrência de


flagrante delito, conforme artigo 5º, XI, da Constituição Federal.

3- É válido o flagrante presumido quando o objeto furtado é


encontrado, após a prática do crime, na residência do acusado.

4- Negado provimento ao recurso.


• Posicionamento recente STJ x Posicionamento
STF.
• Conceito de casa: art. 150, §4º CP.

*Carro.
*Estabelecimento comercial (parte aberta ao
público e parte reservada).
Art. 150 CP
§ 4º - A expressão "casa" compreende:

I - qualquer compartimento habitado;

II - aposento ocupado de habitação coletiva;

III - compartimento não aberto ao público,


onde alguém exerce profissão ou atividade.
• Autoridades fazendárias também dependem
de mandado judicial para ingressar em
domicílio.
• Mandado de prisão e ingresso em domicílio:
há doutrinadores que entendem que um
mandado de prisão, por si só é suficiente para
que os executores possam ingressar no
domicílio (Júlio Fabbrini Mirabete). De outro
lado há doutrinadores que entendem que é
necessário um mandado de busca específico
(Renato Brasileiro, Tourinho Filho, Valter
Nunes Junior).
• Código Eleitoral (Lei 4737/65):
Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, desde 5
(cinco) dias antes e até 48 (quarenta e oito) horas
depois do encerramento da eleição, prender ou deter
qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em
virtude de sentença criminal condenatória por crime
inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a salvo-
conduto.

*Salvo-conduto é a ordem recebida em HC


preventivo.
• § 1º Os membros das mesas receptoras e os
fiscais de partido, durante o exercício de suas
funções, não poderão ser detidos ou presos,
salvo o caso de flagrante delito; da mesma
garantia gozarão os candidatos desde 15
(quinze) dias antes da eleição.

*Parcela da doutrina entende que o art. 236 não


foi recepcionado.
Imunidades prisionais
• A regra é qualquer pessoa pode ser presa.

• Presidente da república: não está sujeito a


qualquer espécie de prisão cautelar.
• Art. 86 CF/88

• § 3º - Enquanto não sobrevier sentença


condenatória, nas infrações comuns, o
Presidente da República não estará sujeito a
prisão.
• Imunidade relativa, art. 86 CF/88:

§ 4º - O Presidente da República, na vigência de


seu mandato, não pode ser responsabilizado por
atos estranhos ao exercício de suas funções.
• Governador de Estado: para o STF e STJ
governadores de estado não gozam de
imunidade prisional, sendo que a prisão
cautelar pode ser efetuada
independentemente de prévia autorização
legislativa (STJ IP 650 – Caso Arruda).
Inq 650 / DF STJ
PRISÃO PREVENTIVA. GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL. POSSIBILIDADE.
IMUNIDADE PENAL RELATIVA GARANTIDA SOMENTE AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA.
RESERVA DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO FEDERAL. AUTORIZAÇÃO DA CÂMARA
LEGISLATIVA. PRESCINDIBILIDADE. MEDIDA CAUTELAR. PECULIARIDADES DO CASO
CONCRETO. TENTATIVA DE FRUSTRAR A INSTRUÇÃO CRIMINAL. CORRUPÇÃO DE
TESTEMUNHA. FALSIDADE IDEOLÓGICA DE DOCUMENTO PRIVADO. MANUTENÇÃO DA
ORDEM PÚBLICA. NECESSIDADE.
1. Os Governadores dos Estados e do Distrito Federal não gozam de imunidade à
prisão cautelar, prerrogativa extraordinária garantida somente ao Presidente da
República, na qualidade de Chefe de Estado. Reserva de competência da União
Federal. Precedente do Supremo Tribunal Federal.
2. A apreciação do pedido de prisão preventiva por esta Corte prescinde da
autorização da Câmara Distrital tendo em vista a natureza cautelar da providência,
em como o suposto envolvimento de membros da Casa Legislativa no esquema de
corrupção.
3. Tentativa de frustrar a instrução criminal mediante corrupção de testemunha e
falsificação ideológica de documento privado, crimes tipificados nos arts. 343 e 299 do
Código Penal.
4. Necessidade de concessão da medida restritiva para preservação da ordem pública
e garantia da instrução criminal.
5. Prisão decretada.
*Caso Pimentel (Operação Acrônimo):

STJ decidiu que para prosseguimento da ação


penal havia necessidade de autorização da
assembléia.

STF entendeu que não há necessidade, e


também declarou inconstitucional o
afastamento automático do governador no caso
de recebimento da denúncia.
• Imunidade diplomática: chefes de governo
estrangeiro e suas famílias, embaixadores e suas
famílias, funcionários de organizações
internacionais em serviço (ex.: ONU, OEA) gozam de
imunidade diplomática, não podendo ser presas e
nem julgadas pela autoridade do país onde exercem
suas funções, independentemente da natureza do
delito.

*Autoridade policial pode investigar o delito, mas não


representar pela prisão.
*Cuidado: o Consul goza dessa imunidade
prisional, apenas em relação aos crimes
funcionais (Ex.: consul de Israel no RJ preso por
pedofilia).
• Senadores, deputados federais, estaduais ou
distritais: para o STF estes congressistas só podem
ser presos em flagrante de crime inafiançável*, não
estando sujeitos a prisão preventiva e nem a prisão
temporária (Inq 510 STF).

• (Ex.: roubo majorado pelo uso de arma – afiançável;


latrocínio – inafiançável)

• Vereadores não gozam dessa imunidade.


Inq 510 STF
• INQUERITO - CRIME CONTRA A HONRA - SENADOR DA
REPUBLICA - IMUNIDADE PARLAMENTAR MATERIAL -
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 - EVOLUÇÃO DO
CONSTITUCIONALISMO BRASILEIRO - ASPECTOS DO
INSTITUTO DA IMUNIDADE PARLAMENTAR -
INVIOLABILIDADE E IMPROCESSABILIDADE - "FREEDOM
FROM ARREST" - DISCURSO PARLAMENTAR - IRRELEVÂNCIA
DO LOCAL EM QUE PROFERIDO - INCIDENCIA DA TUTELA
CONSTITUCIONAL - PEDIDO DE ARQUIVAMENTO DO CHEFE
DO MINISTÉRIO PÚBLICO - IRRECUSABILIDADE - MONOPOLIO
CONSTITUCIONAL DA AÇÃO PENAL PÚBLICA - INQUERITO
ARQUIVADO.
• (...) o estado de relativa incoercibilidade pessoal dos
congressistas (freedom from arrest), que só poderão sofrer
prisão provisória ou cautelar numa única e singular
hipótese: situação de flagrância em crime inafiançável. (...)
CF/88
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis,
civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões,
palavras e votos.

§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do


Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo
em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os
autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas
à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de
seus membros, resolva sobre a prisão.
• HC 89417 STF: supremo entendeu que esta
imunidade não possui natureza absoluta, em
relação a apreciação pela casa legislativa,
entendeu no caso específico possível a prisão
preventiva de Deputado Estadual na operação
domino.
HC 89417 STF
EMENTA: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. PRISÃO DECRETADA EM AÇÃO PENAL
POR MINISTRA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. DEPUTADO ESTADUAL.
ALEGAÇÃO DE INCOMPETÊNCIA DA AUTORIDADE COATORA E NULIDADE DA PRISÃO
EM RAZÃO DE NÃO TER SIDO OBSERVADA A IMUNIDADE PREVISTA NO § 3º DO ART. 53
C/C PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 27, § 1º, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA.
COMUNICAÇÃO DA PRISÃO À ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO. SITUAÇÃO
EXCEPCIONAL. INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO À ESPÉCIE DA NORMA
CONSTITUCIONAL DO ART. 53, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO CONFIGURADO.
(...) 2. Os elementos contidos nos autos impõem interpretação que considere mais que
a regra proibitiva da prisão de parlamentar, isoladamente, como previsto no art. 53, §
2º, da Constituição da República. Há de se buscar interpretação que conduza à
aplicação efetiva e eficaz do sistema constitucional como um todo. A norma
constitucional que cuida da imunidade parlamentar e da proibição de prisão do
membro de órgão legislativo não pode ser tomada em sua literalidade, menos ainda
como regra isolada do sistema constitucional. Os princípios determinam a
interpretação e aplicação corretas da norma, sempre se considerando os fins a que
ela se destina. A Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia, composta de vinte e
quatro deputados, dos quais, vinte e três estão indiciados em diversos inquéritos,
afirma situação excepcional e, por isso, não se há de aplicar a regra constitucional do
art. 53, § 2º, da Constituição da República, de forma isolada e insujeita aos princípios
fundamentais do sistema jurídico vigente. (...)
*Delcídio Amaral - Senador
• Magistrados e membros do MP: estão sujeitos
a prisão preventiva, temporária. A prisão em
flagrante somente de crime inafiançável.

• A autoridade policial poderá efetuar a captura,


mas não poderá lavrar o APF, cabendo a
lavratura ao PGJ ou Presidente do Tribunal, ou
PGR. Qualquer ato de investigação deve ser
encaminhado.
• Advogados: pode ser submetido a prisão
preventiva e temporária. Porém nas situações
ligadas ao exercício da função, só pode ser
preso se o crime for inafiançável, assegurada a
presença de representante da OAB.
Emprego de força e Uso de Algemas

• Posso atirar em preso fugindo?


• Art. 284. Não será permitido o emprego de
força, salvo a indispensável no caso de
resistência ou de tentativa de fuga do preso.

• Pena de morte somente em caso de guerra


declarada.
• Legitima defesa e estado de necessidade.
• Uso de algemas: trata-se de medida de
natureza excepcional que somente pode ser
adotada nas seguintes hipóteses:
a) Para evitar agressões do preso contra
policiais, terceiros, ou contra si mesmo.
b) Para evitar a fuga do agente.
• Precedente do tribunal do júri e uso de
algemas originou a súmula vinculante.

• Apelidada de súmula Cacciola-Dantas.


• Súmula vinculante 11 STF

• SÓ É LÍCITO O USO DE ALGEMAS EM CASOS DE


RESISTÊNCIA E DE FUNDADO RECEIO DE FUGA OU DE
PERIGO À INTEGRIDADE FÍSICA PRÓPRIA OU ALHEIA,
POR PARTE DO PRESO OU DE TERCEIROS, JUSTIFICADA
A EXCEPCIONALIDADE POR ESCRITO, SOB PENA DE
RESPONSABILIDADE DISCIPLINAR, CIVIL E PENAL DO
AGENTE OU DA AUTORIDADE E DE NULIDADE DA
PRISÃO OU DO ATO PROCESSUAL A QUE SE REFERE,
SEM PREJUÍZO DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO
ESTADO.
Cumprimento do Mandado de Prisão
• Arts. 289, 289-A e 299.

• Não existe sistema eficiente de cadastro de


mandado de prisão.
Redação Anterior
• Art. 289. Quando o réu estiver no território
nacional, em lugar estranho ao da jurisdição, será
deprecada a sua prisão, devendo constar da
precatória o inteiro teor do mandado.
• Parágrafo único. Havendo urgência, o juiz poderá
requisitar a prisão por telegrama, do qual deverá
constar o motivo da prisão, bem como, se
afiançável a infração, o valor da fiança. No
original levado à agência telegráfica será
autenticada a firma do juiz, o que se mencionará
no telegrama.
Redação Anterior
• Art. 299. Se a infração for inafiançável, a
captura poderá ser requisitada, à vista de
mandado judicial, por via telefônica, tomadas
pela autoridade, a quem se fizer a requisição,
as precauções necessárias para averiguar a
autenticidade desta.
Redação Atual
Art. 289. Quando o acusado estiver no território
nacional, fora da jurisdição do juiz processante, será
deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o
inteiro teor do mandado. (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).
§ 1o Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão
por qualquer meio de comunicação, do qual deverá
constar o motivo da prisão, bem como o valor da fiança
se arbitrada. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 2o A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as
precauções necessárias para averiguar a autenticidade da
comunicação. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 3o O juiz processante deverá providenciar a remoção
do preso no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados
da efetivação da medida.
Redação Atual
Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do
mandado de prisão em banco de dados mantido pelo Conselho
Nacional de Justiça para essa finalidade. (Incluído pela Lei nº 12.403,
de 2011).
§ 1o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada
no mandado de prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça,
ainda que fora da competência territorial do juiz que o expediu.
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 2o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada,
ainda que sem registro no Conselho Nacional de Justiça, adotando as
precauções necessárias para averiguar a autenticidade do mandado e
comunicando ao juiz que a decretou, devendo este providenciar, em
seguida, o registro do mandado na forma do caput deste artigo.
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 3o A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de
cumprimento da medida o qual providenciará a certidão extraída do
registro do Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo que a
decretou. (...)
Redação Atual
• Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à
vista de mandado judicial, por qualquer meio
de comunicação, tomadas pela autoridade, a
quem se fizer a requisição, as precauções
necessárias para averiguar a autenticidade
desta. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
2011).
• Com a lei 12.403/2011 a requisição do
cumprimento de MP pode ser feita por
qualquer meio de comunicação, seja o crime
afiançável ou inafiançável.

• O CNJ criou um banco de dados com o registro


de mandados de prisão, os quais poderão ser
cumpridos por qualquer agente policial.
• Caso o capturado não informe o nome de seu
advogado, deverá haver a comunicação a DP.

• A captura poderá ser requisitada e cumprida


independentemente de exibição do mandado
de prisão ao preso, certificada a autoridade
policial acerca da existência prévia do MP.
Prisão Especial e Separação de Presos
Provisórios
• Prisão especial: não é modalidade de prisão
cautelar, mas uma forma especial de
cumprimento da prisão cautelar, em que o
preso é recolhido em local distinto dos demais
presos provisórios e definitivos.
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à
disposição da autoridade competente, quando sujeitos a
prisão antes de condenação definitiva:

I - os ministros de Estado;
II - os governadores ou interventores de Estados ou Territórios,
o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os
prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia;
(Redação dada pela Lei nº 3.181, de 11.6.1957)
III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de
Economia Nacional e das Assembléias Legislativas dos Estados;
IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";
V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; (Redação
dada pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
VI - os magistrados;
VII - os diplomados por qualquer das faculdades
superiores da República;
VIII - os ministros de confissão religiosa;
IX - os ministros do Tribunal de Contas;
X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a
função de jurado, salvo quando excluídos da lista por
motivo de incapacidade para o exercício daquela função;
XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados
e Territórios, ativos e inativos.
§ 1o A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis,
consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto da
prisão comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
§ 2o Não havendo estabelecimento específico para o preso
especial, este será recolhido em cela distinta do mesmo
estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
§ 3o A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo,
atendidos os requisitos de salubridade do ambiente, pela
concorrência dos fatores de aeração, insolação e
condicionamento térmico adequados à existência humana.
(Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
§ 4o O preso especial não será transportado juntamente com o
preso comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
§ 5o Os demais direitos e deveres do preso especial serão os
mesmos do preso comum.
Separação de presos provisórios
• Presos provisórios devem permanecer separados
dos presos definitivos.
Redação Antiga
• Art. 300. Sempre que possível, as pessoas
presas provisoriamente ficarão separadas das
que já estiverem definitivamente condenadas.
Redação Nova
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão
separadas das que já estiverem definitivamente
condenadas, nos termos da lei de execução penal.
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito,


após a lavratura dos procedimentos legais, será
recolhido a quartel da instituição a que pertencer,
onde ficará preso à disposição das autoridades
competentes.
• Antiga redação a separação era sempre que
possível, após a Lei 12.403/2011 a separação é
obrigatória.

• Devem ficar separados, presos provisórios,


presos especiais, presos temporários* e
presos definitivos.
• O direito a prisão especial cessa com o
trânsito em julgado de sentença condenatória,
salvo em relação aos indivíduos que, a época
do crime eram funcionários da administração
da justiça criminal (LEP).
Sala de Estado-Maior
*Estado-Maior é o grupo de oficiais superiores que
assessora o comandante de uma organização militar.

-Sala de Estado-Maior é uma sala, e não uma cela,


localizada no comando das forças armadas ou de
outras instituições militares, destituídas de grades ou
de portas fechadas pelo lado de fora. O direito a sala
de Estado-Maior cessa com o trânsito em julgado.
• Quem tem direito a sala de Estado-Maior:
-Magistrados
-Membros do MP
-Defensores Públicos
-Advogados*
*Não havendo sala de Estado-Maior na
localidade o advogado terá direito a prisão
domiciliar.
Lei 8906 (EOAB)
• V - não ser recolhido preso, antes de sentença
transitada em julgado, senão em sala de
Estado Maior, com instalações e comodidades
condignas, assim reconhecidas pela OAB
(INCONSTITUCIONAL), e, na sua falta, em
prisão domiciliar; (Vide ADIN 1.127-8)
HC 93.391 STF
EMENTAS: 1. PRISÃO PREVENTIVA. Cumprimento. Definição do local.
Transferência determinada para estabelecimento mais curial. Competência do
juízo da causa. Aplicação de Regime Disciplinar Diferenciado - RDD. Audiência
prévia do Ministério Público e da defesa. Desnecessidade. Ilegalidade não
caracterizada. Inteligência da Res. nº 557 do Conselho da Justiça Federal e do
art. 86, § 3º, da LEP. É da competência do juízo da causa penal definir o
estabelecimento penitenciário mais curial ao cumprimento de prisão
preventiva. 2. PRISÃO ESPECIAL. Advogado. Prisão preventiva. Cumprimento.
Estabelecimento com cela individual, higiene regular e condições de impedir
contato com presos comuns. Suficiência. Falta, ademais, de contestação do
paciente. Interpretação do art. 7º, V, da Lei nº 8.906/94 - Estatuto da
Advocacia, à luz do princípio da igualdade. Constrangimento ilegal não
caracterizado. HC denegado. Precedentes. Atende à prerrogativa profissional
do advogado ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado,
em cela individual, dotada de condições regulares de higiene, com
instalações sanitárias satisfatórias, sem possibilidade de contato com presos
comuns.

(STF - HC: 93391 RJ , Relator: CEZAR PELUSO, Data de Julgamento: 15/04/2008,


Segunda Turma, Data de Publicação: DJe-083 DIVULG 08-05-2008 PUBLIC 09-
05-2008 EMENT VOL-02318-03 PP-00452)
Prisão em Flagrante
• Medida de auto defesa da sociedade,
caracterizada pela privação da liberdade de
locomoção daquele que é surpreendido em
situação de flagrância, a ser executada
independentemente de prévia autorização
judicial.
Fases da Prisão em Flagrante
Fase Administrativa
1) Captura do agente (Emprego de força e uso de
algemas*).

2) Condução coercitiva (“Não se imporá prisão em


flagrante”*).

3) Lavratura do APF (ratificação ou não da prisão e


concessão de fiança*).

4) Recolhimento à prisão.
• (“Não se imporá prisão em flagrante”*):
• Lei 9099/95 (art. 69, §º único)
• Lei 11343/2006 (art. 48, §2º)
• Lei 9503/*97 (art. 301 – socorro a vítima)
5) Comunicação e remessa do APF ao juiz, cópia ao
MP (até 24h após a captura*), comunicação a pessoa
indicada pelo autuado.

6) Se o autuado não informar o nome de seu


advogado, cópia do APF deve ser encaminhado a
DP(cidades que não possuem DP*).

7) Entrega da Nota de Culpa (motivos e responsáveis


pela sua prisão).
Providências a serem adotadas pelo
juiz por ocasião do recebimento do
APF
I) Verificar a legalidade da prisão (flagrância e atos
formais). Relaxamento da prisão em flagrante x
liberdade provisória, e imposição de medidas
cautelares*

II) Converter a prisão em flagrante em preventiva,


quando presentes os requisitos do art. 312 e se
relevarem insuficientes as medidas cautelares
diversas da prisão.
• Antes da Lei 12.403/11 os tribunais entendiam que o
juiz não era obrigado a se manifestar de ofício quanto a
preventiva. Com a Lei 12.403/2011 a prisão em
flagrante deixa de ser motivo para que alguém
permaneça preso durante todo o processo, sendo o Juiz
obrigado a converter o flagrante em preventiva, desde
que presentes os pressupostos dos artigos 312 e 313.
• Mudança com natureza mista (direito
material/processual), possuindo aplicação imediata aos
indivíduos que estão presos em flagrante sem que
tenha havido manifestação quanto aos requisitos da
preventiva.
• De modo a se evitar uma prisão preventiva
decretada de ofício na fase investigatória,
deve haver prévio requerimento do MP ou
representação da autoridade policial.
III) Conceder liberdade provisória com ou sem
fiança, cumulada ou não com uma das medidas
cautelares diversas da prisão.
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz
deverá fundamentadamente:

I - relaxar a prisão ilegal; ou

II - converter a prisão em flagrante em preventiva,


quando presentes os requisitos constantes do art. 312
deste Código, e se revelarem inadequadas ou
insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou

III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.


Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam
a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá
conceder liberdade provisória, impondo, se for o
caso, as medidas cautelares previstas no art. 319
deste Código e observados os critérios
constantes do art. 282 deste Código.
Natureza jurídica da prisão em
flagrante
• Antes da Lei 12.403/2011: doutrina clássica.

• Após a Lei 12.403/2011: possibilidade de


conversão do flagrante em medidas cautelares
(prisão cautelar ou liberdade provisória).
Medida de natureza pré-cautelar.
Espécies de flagrante
a) Flagrante Obrigatório: autoridades policiais
deverão prender quem for encontrado em
situação de flagrante delito (estrito
cumprimento do dever legal).

b) Flagrante Facultativo: qualquer do povo


poderá efetuar a prisão em flagrante
(exercício regular do direito).
c) Flagrante próprio (perfeito, real ou verdadeiro): art.
302, inciso I e II, está cometendo ou acaba de
cometer.

I - está cometendo a infração penal;


II - acaba de cometê-la;
d) Flagrante Impróprio (imperfeito, irreal ou quase-
flagrante): art. 302, inciso III, perseguido em situação
que faça presumir ser o autor.

III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo


ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que
faça presumir ser autor da infração;
I) Logo após: é o lapso temporal entre o
acionamento da polícia, seu comparecimento ao
local e colheita de informações para que dê início
a perseguição. *Em se tratando de crimes
contra pessoas vulneráveis, o logo após deve ser
considerado como a ciência do fato pelo seu
representante legal e imediatas providências
quanto ao autor do delito (STJ HC 3496).

II) Perseguição: para que seja possível a prisão em


flagrante a perseguição deve ser ininterrupta, sem
qualquer solução de continuidade.
e) Flagrante presumido (ficto, assimilado): art.
302, IV.
IV - é encontrado, logo depois, com
instrumentos, armas, objetos ou papéis que
façam presumir ser ele autor da infração.

*Logo depois: parcela da doutrina entende ser


lapso temporal maior (Mi)
• Paulo Rangel: o flagrante tem início com a
chama ardendo (está cometendo o delito),
depois passa para uma diminuição da chama
(acaba de comete-lo), depois para perseguição
direcionada pela fumaça deixada pelo delito
(III), e por último termina com o encontro das
cinzas ocasionadas pelo delito (IV).
HC 3496 STJ
HC - ESTADO DE QUASE-FLAGRANCIA - PRISÃO - ATENTADO
VIOLENTO AO PUDOR.
- EM SE TRATANDO DE QUASE-FLAGRANTE OU FLAGRANTE
IMPROPRIO RELATIVO A FATO CONTRA MENOR, O TEMPO A SER
CONSIDERADO, MEDEIA ENTRE A CIENCIA DO FATO PELO SEU
REPRESENTANTE E AS PROVIDENCIAS LEGAIS QUE ESTE VENHA A
ADOTAR PARA A PERSEGUIÇÃO DO PACIENTE.

- HAVENDO PERSEGUIÇÃO AO OFENSOR, POR POLICIAIS, LOGO


APOS TEREM SIDO INFORMADOS DO FATO PELA MAE DA VITIMA,
CARACTERIZADO ESTA O ESTADO DE QUASE-FLAGRANCIA,
POUCO IMPORTANDO SE A PRISÃO OCORREU SOMENTE QUATRO
HORAS APOS.

- FATO COMPROVADO QUE DA SUBSISTENCIA AO AUTO DE PRISÃO


EM FLAGRANTE.
- - ORDEM DENEGADA.
RHC 5189 STJ
RHC - PROCESSUAL PENAL - PRISÃO EM FLAGRANTE - A PRISÃO
EM FLAGRANTE ESTA DISCIPLINADA NO ART. 302, CODIGO DE
PROCESSO PENAL. ENCERRA HIPOTESES DE FLAGRANCIA E
QUASE-FLAGRANCIA. O INCISO III ("E PERSEGUIDO, LOGO
APOS, PELA AUTORIDADE, PELO OFENDIDO, OU POR
QUALQUER PESSOA") DEVE SER ENTENDIDO
NORMATIVAMENTE. O DADO CRONOLOGICO PASSA PARA
PLANO SECUNDARIO. ASSIM, SE UMA PESSOA, EM TEMPO
RAZOAVEL, A PERSEGUIR, POR SI MESMA, O AGENTE DO
DELITO, PREFERIU, PORQUE MAIS EFICAZ, BUSCAR O AUXILIO
DO POLICIAL, NORMATIVAMENTE, ESTA HAVENDO A
PERSEGUIÇÃO.
O TEMPO NÃO SE MEDE NO RELOGIO; NECESSARIO
SOCORRER-SE DO JUIZO DE RAZOABILIDADE.
f) Flagrante preparado (provocado, crime de ensaio,
delito putativo por obra do agente provocador
(Damásio)):
- Indução a prática do delito (agente provocador,
público ou particular);
- Precauções para que o delito não se consume.
(Súmula 145 STF)

*Crime impossível (Ineficácia absoluta do meio).

=Prisão ilegal  Relaxamento.


Súmula 145 STF
• Não há crime, quando a preparação do
flagrante pela polícia torna impossível a sua
consumação.
*Adotadas precauções e o agente consegue
escapar, não há flagrante preparado.
*Venda simulada de drogas.
• Em relação ao verbo vender (previsto no tipo
do artigo 33 da lei 11343/2006) trata-se de
flagrante preparado, porém como tráfico é
crime de ação múltipla, é possível a prisão em
flagrante em relação aos verbos “trazer
consigo”, “guardar”, “ter em depósito”,
“transportar”, desde que a posse da droga
seja preexistente.
g) Flagrante esperado: a autoridade policial
limita-se a aguardar o momento da prática do
delito, sem qualquer induzimento.
h) Flagrante prorrogado (retardado, diferido,
ação controlada): consiste no retardamento da
intervenção policial para que se de no momento
mais oportuno sob o ponto de vista probatório.
-Lei de drogas. (Autorização judicial)

- Lei de Lavagem de capitais. (Autorização


judicial)

- Nova Lei das organizações criminais. (Não


depende de autorização judicial)
Prisão em flagrante nas várias espécies
de crime
a) Crimes culposos.*(CTB socorro)

b) Crimes permanentes (art. 5º, inciso XI CF/88).

c) Crimes habituais. *(Doutrina majoritária (Tourinho


Filho, Paulo Rangel) x STJ)

d) Crimes de ação penal privada e pública


condicionada a representação.
• Art. 303. Nas infrações permanentes,
entende-se o agente em flagrante delito
enquanto não cessar a permanência.
Flagrante e Apresentação espontânea
do agente
• Antiga redação do art. 317 e 318:

Art. 317. A apresentação espontânea do acusado à


autoridade não impedirá a decretação da prisão
preventiva nos casos em que a lei a autoriza.

Art. 318. Em relação àquele que se tiver apresentado


espontaneamente à prisão, confessando crime de autoria
ignorada ou imputada a outrem, não terá efeito
suspensivo a apelação interposta da sentença
absolutória, ainda nos casos em que este Código Ihe
atribuir tal efeito.
Nova redação
• Art. 317. A prisão domiciliar consiste no
recolhimento do indiciado ou acusado em sua
residência, só podendo dela ausentar-se com
autorização judicial.
*Capítulo IV deixa de tratar da apresentação
espontânea e passa a tratar de Prisão Domiciliar.
• Parte da doutrina (Silvio Maciel): revogou a
apresentação espontânea.

• Outra parte doutrinária (Renato Brasileiro):


apesar da nova redação dos arts. 317 e 318 do
CPP que não mais cuidam da apresentação
espontânea, o ideal é continuar entendendo que
a apresentação espontânea impede a prisão em
flagrante, porquanto o agente não está em
situação de flagrância, isso não impede a
decretação de sua preventiva.
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade,
pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação
que faça presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos,
armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele
autor da infração.
Prisão Preventiva
• Conceito: espécie de prisão cautelar
decretada pelo juiz competente em qualquer
fase das investigações ou do processo
criminal, desde que presentes o fumus comissi
delicti e o periculum libertatis (art. 312), em
relação aos crimes listados no art. 313, e
desde que as medidas cautelares diversas da
prisão se mostrem insuficientes para
assegurar a eficácia do processo.
• Pressupostos:
- Legitimidade (investigação e processo).

- Fumus comissi delicti.


*Prova da existência do crime e indícios de autoria.

- Periculum libertatis: perigo que a permanência do


acusado representa para a eficácia do processo, para
as investigações criminosas, para a efetividade do
direito penal e para a segurança da sociedade.
Periculum libertatis
• Garantia da ordem pública:
Correntes:
1) A prisão preventiva decretada com base na garantia
da ordem pública não tem natureza cautelar,
funcionando como indevida antecipação de
cumprimento de pena.
2) Garantia da ordem pública é o risco considerável de
reiteração delituosa por parte do agente. (Ma)
3) Além do risco de reiteração delituosa, a prisão
preventiva também pode ser decretada nos casos de
clamor social provocado pelo delito, em relação aos
quais a prisão asseguraria a credibilidade da justiça
perante a sociedade. (HC 80719 STF)
HC 80719 STF
HABEAS CORPUS - CRIME HEDIONDO - ALEGADA OCORRÊNCIA DE CLAMOR PÚBLICO -
TEMOR DE FUGA DO RÉU - DECRETAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA - RAZÕES DE
NECESSIDADE INOCORRENTES - INADMISSIBILIDADE DA PRIVAÇÃO CAUTELAR DA
LIBERDADE - PEDIDO DEFERIDO. A PRISÃO PREVENTIVA CONSTITUI MEDIDA CAUTELAR
DE NATUREZA EXCEPCIONAL .
(...) A PRISÃO PREVENTIVA - ENQUANTO MEDIDA DE NATUREZA CAUTELAR - NÃO TEM
POR OBJETIVO INFLIGIR PUNIÇÃO ANTECIPADA AO INDICIADO OU AO RÉU . (...) O
CLAMOR PÚBLICO, AINDA QUE SE TRATE DE CRIME HEDIONDO, NÃO CONSTITUI FATOR
DE LEGITIMAÇÃO DA PRIVAÇÃO CAUTELAR DA LIBERDADE . – (...) A PRESERVAÇÃO DA
CREDIBILIDADE DAS INSTITUIÇÕES E DA ORDEM PÚBLICA NÃO CONSUBSTANCIA, SÓ
POR SI, CIRCUNSTÂNCIA AUTORIZADORA DA PRISÃO CAUTELAR (...) ABANDONO DO
DISTRITO DA CULPA PARA EVITAR SITUAÇÃO DE FLAGRÂNCIA - DESCABIMENTO DA
PRISÃO PREVENTIVA . (...) AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO, NO CASO, DA NECESSIDADE
CONCRETA DE DECRETAR-SE A PRISÃO PREVENTIVA DO PACIENTE (...)
DISCURSOS DE CARÁTER AUTORITÁRIO NÃO PODEM JAMAIS SUBJUGAR O PRINCÍPIO
DA LIBERDADE (...)
Garantia da Ordem Econômica

• Semelhante a Garantia da Ordem Pública.

• Risco de reiteração delituosa, porém no


tocante aos crimes contra a ordem
econômica.
• Leis com crimes contra ordem econômica:

- Lei 1521/51 (Crimes contra economia popular)


- Lei 7134/83 (Crimes contra aplicações de crédito e
outros)
- Lei 7492/86 (Crimes contra o sistema financeiro
nacional)
- Lei 8078/90 (CDC)
- Lei 8137/90 (Crimes contra ordem tributária e outros)
- Lei 8176/91 (Adulteração de combustível)
- Lei 9.279/96 (Crimes contra propriedade imaterial)
- Lei 9613/98 (Lavagem de capitais)
Assegurar a aplicação da Lei Penal

• Dados concretos que demonstrem que o réu


pretende fugir, inviabilizando a futura
execução da pena.
*Decretação quando o agente já fugiu.
• Para os tribunais uma ausência momentânea
seja para evitar uma prisão em flagrante, seja
para evitar uma prisão decretada
arbitrariamente, não autoriza a decretação da
prisão preventiva.
• Para os tribunais, havendo acordo de
assistência judiciária entre o Brasil e o país de
origem, desde que o acusado possua domicílio
certo em seu país, não será necessária a
decretação da prisão.
Conveniência da Instrução Criminal

• Visa impedir que o agente cause prejuízos a


produção da prova.
Descumprimento das medidas
cautelares diversas da prisão
• Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada
como garantia da ordem pública, da ordem
econômica, por conveniência da instrução criminal,
ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando
houver prova da existência do crime e indício
suficiente de autoria. (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).
• Parágrafo único. A prisão preventiva também
poderá ser decretada em caso de descumprimento
de qualquer das obrigações impostas por força de
outras medidas cautelares (art. 282, § 4o).
Hipóteses de admissibilidade da
decretação da preventiva
Redação anterior:
Art. 313. Em qualquer das circunstâncias, previstas no artigo
anterior, será admitida a decretação da prisão preventiva nos
crimes dolosos:
I - punidos com reclusão;
II - punidos com detenção, quando se apurar que o indiciado é
vadio ou, havendo dúvida sobre a sua identidade, não fornecer
ou não indicar elementos para esclarecê-la;
III - se o réu tiver sido condenado por outro crime doloso, em
sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no
parágrafo único do art. 46 do Código Penal.
IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a
mulher, nos termos da lei específica, para garantir a execução das
medidas protetivas de urgência.
Redação Atual
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da
prisão preventiva:

I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima


superior a 4 (quatro) anos;
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em
julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a
execução das medidas protetivas de urgência;
IV - (revogado).

Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver


dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer
elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado
imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese
recomendar a manutenção da medida.
a) Crimes dolosos com pena máxima* superior a
quatro anos (furto simples*).

Observar causas de aumento*, diminuição* e


concurso de crimes.
b) Investigado reincidente em outro crime doloso,
observado o lapso temporal de cinco anos.

*Reincidente: pratica novo fato delituoso já tendo


outra sentença penal condenatória transitada em
julgado.
Não confundir com reincidente específico, maus
antecedentes ou agente que prática outro crime sem
condenação anterior.
*Não há pena mínima.
c) Quando o crime envolver violência doméstica e
familiar* contra mulher, criança (até 12), adolescente
(12 até 18), idoso (=>60), enfermo ou pessoa com
deficiência, para garantir a execução das medidas
protetivas de urgência**.

*Violência doméstica e familiar  Lei 11.340/2006,


art. 5º
** Para os tribunais o descumprimento das
medidas protetivas por si só não autoriza a
decretação da prisão preventiva, que deve ser
conjugada com a garantia da ordem pública,
garantia de aplicação da lei penal ou
conveniência da instrução penal.
• O crime previsto na letra C deve ser
interpretado, só admitindo crime doloso.
• Violência de gênero implica crime doloso.
• Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e
familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no
gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou
psicológico e dano moral ou patrimonial:

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço


de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar,
inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada
por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por
laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva
ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de
coabitação.

Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo


independem de orientação sexual.
d) Dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou não
fornecimento de elementos suficientes para
esclarecê-la.

*Pode ocorrer tanto para crimes dolosos quanto


culposos.
**Deve durar até a identificação do agente.
***Identificação criminal.
****Não houve revogação tácita do art. 1º, inciso II
da Lei 7960/89.
Prisão Preventiva e Excludentes da
Ilicitude
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será
decretada se o juiz verificar pelas provas constantes
dos autos ter o agente praticado o fato nas condições
previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
Código Penal.
Duração da Prisão Preventiva e o
Excesso de Prazo na formação da culpa
• Ao contrário da Prisão Temporária, a Prisão
preventiva não possui prazo pré-determinado. Por
conta dessa indeterminação os tribunais
consolidaram o entendimento segundo o qual
estando o acusado preso, os prazos processuais
previstos no CPP deviam ser observados, sob pena
de caracterização do excesso de prazo na formação
da culpa autorizando o relaxamento da prisão sem
prejuízo da continuidade do processo.
• Antes da reforma processual de 2008: 81 dias
(prazo decorrente da soma dos prazos).

• Após as Leis 11.689/08 e 11.719/08: pode variar de


95 – 185* dias (duplicado o prazo da sentença pode
chegar até 285 dias).

*Prazo de natureza relativa, podendo ser dilatado em


virtude da complexidade da causa, em virtude da
pluralidade de acusados, diligências exclusivas da
defesa.
Hipóteses que autorizam o
reconhecimento do Excesso de Prazo
1) Quando o excesso for causado por diligências
requisitadas exclusivamente pela acusação.

2) Quando a mora processual decorrer da inércia do


judiciário.

3) Quando a mora for incompatível com o princípio


da razoabilidade, atentando contra a garantia da
razoável duração do processo.
Excesso de prazo provocado pela
defesa
• Súmula 64 STJ

• Não constitui constrangimento ilegal o


excesso de prazo na instrução, provocado pela
defesa.
Excesso de prazo após a pronúncia e
após a sentença condenatória
recorrível
• Súmula 21 STJ

• Pronunciado o réu, fica superada a alegação do


constrangimento ilegal da prisão por excesso de
prazo na instrução.
• Súmula 52 STJ

Encerrada a instrução criminal, fica superada a


alegação de constrangimento por excesso de
prazo.
• Para o STJ e o STF, é possível a caracterização
do excesso de prazo mesmo após a pronúncia
e a sentença condenatória recorrível.
Relaxamento da prisão preventiva por
excesso de prazo e decretação de nova
prisão

• Relaxada a prisão por excesso de prazo, somente


será possível a decretação de nova prisão
preventiva diante de motivos supervenientes
autorizadores.
Excesso de prazo e natureza hedionda
do delito
• Súmula 697 STF

• A proibição de liberdade provisória* nos


processos por crimes hediondos não veda o
relaxamento da prisão processual por excesso
de prazo.
Fundamentação da decisão que
decreta a prisão preventiva
• Fundamentação sob pena de relaxamento,
não basta repetir a letra da lei.
• Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou
denegar a prisão preventiva será sempre
motivada.
Fundamentação per relacionem

• É a fundamentação em que o juiz adota como


fundamento de sua decisão as alegações da
autoridade policial ou do MP.

- Os tribunais entendem que é possível.


Prisão Temporária – Lei 7.960/89

• Origem:

• Medida provisória 111/1989.


• Em 2001 a CF/88 foi emendada proibindo
expressamente a medida provisória sobre
material processual penal.
• (Mi – Alberto Silva Franco): pelo vício de
iniciativa a Lei é Inconstitucional.

• (Ma): possível ADI 162 STF.


Requisitos
• Art. 1° Caberá prisão temporária:
I - quando imprescindível para as investigações do
inquérito policial;
II - quando o indiciado não tiver residência fixa ou não
fornecer elementos necessários ao esclarecimento de
sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com
qualquer prova admitida na legislação penal, de
autoria ou participação do indiciado nos seguintes
crimes:
Requisitos

Correntes:
1) É preciso ocorrer qualquer uma das hipóteses do
art. 1º, ocorrendo qualquer um dos incisos é
possível a decretação da prisão preventiva.

2) É preciso concorrer todos os incisos do art. 1º,


para ser possível a decretação da prisão
temporária.
3) De acordo com a posição majoritária o inciso
III do art. 1º deverá estar sempre presente, seja
combinado com o inciso I ou II.
Fase de decretação
• A prisão temporária somente é cabível na fase
investigatória, devendo ser convertida em
preventiva para continuar durante o processo
penal.
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223,
caput, e parágrafo único);
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único);
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado
pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer
de sua formas típicas;
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).
• Estupro de vulneráveis também está no rol,
porque está na Lei dos crimes hediondos.

• Também será cabível em relação aos crimes


hediondos e equiparados.
Art. 2º Lei 8.072
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe
a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos
crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30
(trinta) dias, prorrogável por igual período em
caso de extrema e comprovada necessidade.
Prazo da prisão temporária
• Regra geral: 5 dias, prorrogáveis por mais 5 dias em
caso de extrema e comprovada necessidade.

• Hediondos: 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias


em caso de extrema e comprovada necessidade.

• Este é o prazo limite, pode ser declarado prazo


menor.
• Decorrido o prazo, o preso deverá ser
colocado imediatamente em liberdade, salvo
se tiver sido decretada sua prisão preventiva,
ou sentença condenatória em outro processo.
Lei 7.960/89
• Art. 2º:

• § 7° Decorrido o prazo de cinco dias de


detenção, o preso deverá ser posto
imediatamente em liberdade, salvo se já tiver
sido decretada sua prisão preventiva.
• Antes de vencido o prazo fixado na decisão,
somente o juiz pode revogar a temporária.
(Ma)
Prisões decorrentes da Pronúncia e
Sentença Condenatória Recorrível
• Antes de 2008 eram espécies autônomas de
prisão cautelar.

• Com a reforma processual de 2008 (Lei 11.689


e 11.719), essas prisões não são mais espécies
autônomas de prisão cautelar.
• Cabe prisão preventiva, se presente seus
requisitos.

*STF e presunção de inocência 2016.


Art. 413
§ 3o O juiz decidirá, motivadamente, no caso de
manutenção, revogação ou substituição da
prisão ou medida restritiva de liberdade
anteriormente decretada e, tratando-se de
acusado solto, sobre a necessidade da
decretação da prisão ou imposição de quaisquer
das medidas previstas no Título IX do Livro I
deste Código.
Art. 387
• § 1o O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a
manutenção ou, se for o caso, a imposição de prisão
preventiva ou de outra medida cautelar, sem
prejuízo do conhecimento de apelação que vier a
ser interposta. (Incluído pela Lei nº 12.736, de
2012)
• § 2o O tempo de prisão provisória, de prisão
administrativa ou de internação, no Brasil ou no
estrangeiro, será computado para fins de
determinação do regime inicial de pena privativa de
liberdade.
• Em se tratando de acusado solto, este deverá
permanecer solto por ocasião da pronúncia ou
da sentença condenatória recorrível, salvo se
surgir a necessidade de imposição de medidas
cautelares, inclusive a prisão.
• Em se tratando de acusado preso, o juiz
deverá fundamentadamente apontar a
necessidade da manutenção da prisão por
ocasião da pronúncia ou da sentença
condenatória recorrível.
• Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em
flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada da autoridade judiciária
competente, em decorrência de sentença
condenatória transitada em julgado ou, no
curso da investigação ou do processo, em
virtude de prisão temporária ou prisão
preventiva.
Prisão Domiciliar
• Espécie de prisão cautelar onde a privação da
liberdade do investigado ocorre em sua
própria residência, só podendo dela se
ausentar com autorização judicial.
• Cabimento:

Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva


pela domiciliar quando o agente for:

I - maior de 80 (oitenta) anos


II - extremamente debilitado por motivo de doença
grave
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa
menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;
IV – gestante;
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de
idade incompletos;
VI - homem, caso seja o único responsável pelos
cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade
incompletos.

• Parágrafo único. Para a substituição, o juiz


exigirá prova idônea dos requisitos
estabelecidos neste artigo.
LEP
• Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento
do beneficiário de regime aberto em
residência particular quando se tratar de:
• I - condenado maior de 70 (setenta) anos;
• II - condenado acometido de doença grave;
• III - condenada com filho menor ou deficiente
físico ou mental;
• IV - condenada gestante.
*Prisão cautelar do advogado onde não existe
sala de estado maior.

*Jurisprudência também admite cumprimento


de pena domiciliar na hipótese de o Estado não
fornecer ao apenado condições de cumprimento
de sua pena em regime aberto.
Medidas Cautelares diversas da Prisão

• Problema: operacionalização e efetividade.

• Perigo: descrédito das medidas diversas da prisão.


Medidas
1) Comparecimento periódico em juízo.

I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas


condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar
atividades;
-Não existia como medida cautelar, mas já era
prevista como uma das condições da suspensão
condicional do processo.

-Ao contrário da Lei 9.099/95, o juiz pode fixar o


período que julgar necessário.

-Não confundir o art. 319, I com o comparecimento


imposto no art. 310, §único do CPP.
-O comparecimento periódico do juízo do art.
310 § único é vínculo da liberdade provisória
sem fiança, quando o crime for praticado estiver
acobertado por excludente da ilicitude.

-Pode ser autônoma, cumulada ou substituta de


outra medida cautelar.

-Medida de fácil fiscalização.


Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de
prisão em flagrante, que o agente praticou o
fato nas condições constantes dos incisos I a III
do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7
de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá,
fundamentadamente, conceder ao acusado
liberdade provisória, mediante termo de
comparecimento a todos os atos processuais,
sob pena de revogação.
• Na hipótese do parágrafo único do art. 310
não cabe decretação da prisão preventiva, nos
termos do artigo 314.
• Art. 314. A prisão preventiva em nenhum
caso será decretada se o juiz verificar pelas
provas constantes dos autos ter o agente
praticado o fato nas condições previstas nos
incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-
Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
Código Penal.
2) Proibição de acesso ou frequência a
determinados lugares.

II - proibição de acesso ou frequência a


determinados lugares quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o
indiciado ou acusado permanecer distante
desses locais para evitar o risco de novas
infrações;
• Visa impedir a prática de novos delitos.

• Medida de difícil controle.


3) Proibição de manter contato com pessoa
determinada.

III - proibição de manter contato com pessoa


determinada quando, por circunstâncias
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou
acusado dela permanecer distante;
• Medida que visa evitar a prática de novos
delitos.

• Visa também proteger a produção da prova.

• Medida eficaz devido ao controle da própria


parte sujeita a proteção, bastando que o juiz
determine a comunicação da pessoa sujeita a
proteção.
4) Proibição de ausentar-se da comarca.

IV - proibição de ausentar-se da Comarca


quando a permanência seja conveniente ou
necessária para a investigação ou instrução;
• Ligada a necessidade do investigado ficar na
comarca para conveniência e colaboração das
investigações, e instrução.

• Deve ser interpretado juntamente com o princípio


da não autoincriminação, portanto deve ser
determinada desde que o acusado esteja obrigado
a participar do referido ato probatório (ex.:
reconhecimento pessoal).

• A doutrina também aceita a medida para assegurar


a aplicação da lei penal.
• Para tornar a medida mais eficaz ela deve ser
aplicada cumulativamente com:
- O monitoramento eletrônico;

- Registro dessa decisão no banco de dados do


CNJ;

- Retenção do passaporte;
• Deve ser compatibilizada com a garantia da
aplicação da lei penal e a prisão preventiva.
5) Recolhimento domiciliar no período noturno
e nos dias de folga.

V - recolhimento domiciliar no período noturno


e nos dias de folga quando o investigado ou
acusado tenha residência e trabalho fixos;
• Tem como requisito residência e trabalho fixo.

• Para aumentar a eficácia deve ser cumulada


com monitoramento eletrônico.

• Não confundir com prisão domiciliar.


6) Suspensão do exercício de função pública ou
de atividade de natureza econômica ou
financeira.

VI - suspensão do exercício de função pública ou


de atividade de natureza econômica ou
financeira quando houver justo receio de sua
utilização para a prática de infrações penais;
• Visa impedir a prática de novos crimes
funcionais.

• Medida semelhante já era previsto na Lei de


Drogas (art. 56, §1º Lei 11.343/06), e na Lei
Orgânica da Magistratura (art. 29), a Lei de
Improbidade (Art. 20, § único).
• Deve ser verificado se há nexo funcional entre
a função pública e o crime cometido.
7) Internação provisória do acusado.

VII - internação provisória do acusado nas


hipóteses de crimes praticados com violência
ou grave ameaça, quando os peritos concluírem
ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do
Código Penal) e houver risco de reiteração;
• Para medidas cautelares diversas da prisão, a
regra é a previsão de pena privativa de
liberdade, essa cautelar tem requisito mais
rigoroso.
• Grave ameaça ou violência.
+
• Inimputável / Semi-Imputável.
+
• Risco de reiteração.
=
Visa impedir a prática de novos delitos.
8) Fiança, nas infrações que a admitem.

VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para


assegurar o comparecimento a atos do processo,
evitar a obstrução do seu andamento ou em
caso de resistência injustificada à ordem judicial;
• Mudar trabalho para o dia 15/09/2017
• Pode ser decretada por autoridade policial em
algumas hipóteses.
• Antes da Lei 12.403/2011 a fiança era apenas
medida de contracautela substitutiva de
anterior prisão em flagrante.
• A fiança passa a ser medida cautelar.

• Podendo ser arbitrada autônoma, para quem está


solto.

• Para pessoas presas (flagrante, ou em substituição


de preventiva ou temporária).

Ex.: Fiança caso Thor Batista R$300.000,00.


9) Monitoramento eletrônico.

IX - monitoração eletrônica.
• Consiste no uso da telemática e de meios
tecnológicos, geralmente por meio da afixação ao
corpo do indivíduo de dispositivo não ostensivo de
monitoração eletrônica (ex.: braceletes, pulseiras
ou tornozeleiras), permitindo que à distância e com
respeito a dignidade da pessoa a ele sujeito, seja
possível observar sua presença ou ausência em
determinado local e período em que ali deva ou não
possa estar, cuja utilização deve ser feita mediante
condições fixadas por determinação judicial.
• Surge primeiro em uma Lei paulista, doutrina
majoritária considera lei inconstitucional
(Estado legislando sobre processo penal).

• Lei 12.258/2010 – introduz a possibilidade na


LEP.
• Origem EUA.
LEP
• Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por
meio da monitoração eletrônica quando:
I - (VETADO);
II - autorizar a saída temporária no regime
semiaberto;
III - (VETADO);
IV - determinar a prisão domiciliar;
V - (VETADO);
• Parágrafo único. (VETADO)
• Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos
cuidados que deverá adotar com o equipamento
eletrônico e dos seguintes deveres:
I - receber visitas do servidor responsável pela
monitoração eletrônica, responder aos seus contatos
e cumprir suas orientações;

II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de


danificar de qualquer forma o dispositivo de
monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o
faça;
*Necessidade de fundamentar muito bem a
decisão em razão da repercussão midiática.
• Finalidade:
1) Detenção: tem como objetivo manter o indivíduo
em local predeterminado, geralmente em sua
própria residência.

2) Restrição: é usado para garantir que o indivíduo


não frequente certos lugares ou para que não se
aproxime de determinadas pessoas.

3) Vigilância: é usada para que se mantenha


vigilância continua sobre o agente, sem restrição
de sua movimentação.
• Tecnologias utilizadas no monitoramento eletrônico.

1) Sistema passivo: o monitorado é periodicamente


acionado pela central de monitoramento por meio de
telefone para garantir que ele se encontra onde
deveria estar, sendo sua identificação feita por meio
de senhas ou biometria.
2) Sistema ativo: o dispositivo instalado em local
determinado transmite o sinal para uma central de
monitoramento. Se o monitorado se afastar do local
acima da distância determinada, a central é
imediatamente acionada.
3) Sistema de posicionamento global (GPS): é
utilizado como instrumento de detenção,
restrição ou vigilância, pois permite a localização
do usuário em tempo real.
• Compatibilidade do monitoramento eletrônico com
o princípio da dignidade da pessoa humana.

• Argumentos favoráveis:
1) Evita-se o contato do agente com as fábricas de
reincidência que se tornaram os estabelecimentos
penitenciários no Brasil;
2) Permite que o acusado exerça regularmente uma
atividade laborativa, educacional, mantendo-se no
convívio de seu grupo social e familiar;
3) O monitoramento eletrônico também impede
o contato do agente com o cárcere e a possível
transmissão de doenças infecto contagiosas
como a AIDS e a tuberculose.
Medidas Cautelares de Natureza
Pessoal Diversas da Prisão Previstas na
Legislação Especial
• Lei 11340/06
• Dec. Lei 201/67 (Prefeitos e Vereadores –
afastamento das funções)
• CTB (suspenção CNH)
• Lei 11.343/06 (Afastamento funções)
• LC 35/79 (afastamento desembargador)
• Lei 8429/92 (Improbidade – Afastamento do
funcionário público)
Liberdade Provisória e Lei 12.403/2011

• Revogada liberdade provisória sem fiança nas


hipóteses em que o preso se livrava solto (quando
não havia pena privativa de liberdade; quando pena
máxima não exceder três meses).
• Atualmente: ausentes requisitos que
autorizem a preventiva, o juiz deverá conceder
liberdade provisória, impondo, se for o caso,
as cautelares previstas no art. 319.
• Liberdade provisória e crimes hediondos
• Após a Lei 12.403/2011, a liberdade provisória
passa a ser regra.
• Art. 321. Ausentes os requisitos que
autorizam a decretação da prisão preventiva,
o juiz deverá conceder liberdade provisória,
impondo, se for o caso, as medidas cautelares
previstas no art. 319 deste Código e
observados os critérios constantes do art. 282
deste Código.
• Legitimidade:

- Delegado de Polícia*.

- Autoridade judiciária.
• Art. 322. A autoridade policial somente poderá
conceder fiança nos casos de infração cuja pena
privativa de liberdade máxima não seja superior a 4
(quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
2011).

• Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será


requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e
oito) horas.
Crimes inafiançáveis

1) Racismo;

2) Hediondos, tortura, tráfico e afins, terrorismo;

3) Grupos armados (civis ou militares) contra a ordem


constitucional e o Estado Democrático;
• Art. 323. Não será concedida fiança:

I - nos crimes de racismo;

II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de


entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos
definidos como crimes hediondos;

III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis


ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático;
Não será concedida fiança

1) Aos que, no mesmo processo, quebrar a fiança


anterior ou infringido as obrigações da fiança
(comparecimento aos atos processuais, não mudar
de residência sem comunicar o juiz ou ausentar-se
da sua residência por mais de 8 dias);

2) Prisão civil ou militar;

3) Cabimento da preventiva.
• Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:

I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado


fiança anteriormente concedida ou infringido, sem
motivo justo, qualquer das obrigações a que se
referem os arts. 327 e 328 deste Código;
II - em caso de prisão civil ou militar;
III - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV - quando presentes os motivos que autorizam a
decretação da prisão preventiva (art. 312).
• Decisão STF Senador
Limites da Fiança
• Pena máxima até 4 anos: 1 a 100 s.m.
• R$937,00 a R$93.700,00
• Pena máxima superior 4 anos: 10 a 200 s.m.
• R$9.370,00 a R$187.400,00
• Podendo:
1) Ser dispensada;
2) Reduzida até 2/3;
3) Aumentada até 1000x;
• Fiança mínima 2/3 s.m. = R$312,33

• Fiança máxima 1000 x 200 s.m. = R$


187.400.000,00
Critérios para arbitramento
1) Natureza da infração;

2) As condições pessoais de fortuna;

3) Vida pregressa;

4) Circunstâncias indicativas de sua periculosidade;

5) Custas processuais;
• Art. 325. O valor da fiança será fixado pela
autoridade que a conceder nos seguintes limites:

I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se


tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no
grau máximo, não for superior a 4 (quatro)
anos; *Autoridade Policial
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos,
quando o máximo da pena privativa de liberdade
cominada for superior a 4 (quatro) anos.
§ 1o Se assim recomendar a situação econômica do
preso, a fiança poderá ser:

I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código;

II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou

III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes.


• Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a
autoridade terá em consideração a natureza
da infração, as condições pessoais de fortuna
e vida pregressa do acusado, as circunstâncias
indicativas de sua periculosidade, bem como a
importância provável das custas do processo,
até final julgamento.
Espécie
• Dinheiro;
• Pedras;
• Objetos;
• Metais preciosos;
• Títulos da dívida pública;
• Hipoteca inscrita em primeiro lugar.
• Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva,
consistirá em depósito de dinheiro, pedras, objetos ou
metais preciosos, títulos da dívida pública, federal,
estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em
primeiro lugar.

§ 1o A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou


metais preciosos será feita imediatamente por perito
nomeado pela autoridade.

§ 2o Quando a fiança consistir em caução de títulos da


dívida pública, o valor será determinado pela sua cotação
em Bolsa, e, sendo nominativos, exigir-se-á prova de que
se acham livres de ônus.
• Após prestada a Fiança, vista ao MP.
• Art. 333. Depois de prestada a fiança, que
será concedida independentemente de
audiência do Ministério Público, este
terá vista do processo a fim de requerer o
que julgar conveniente.
Momento processual
• Medida cautelar = até o transito em julgado
da sentença.
• Art. 334. A fiança poderá ser prestada
enquanto não transitar em julgado a sentença
condenatória.
Destinação da fiança
• Condenação:
-Custas;

-Indenização do dano;

-Prestação pecuniária;

-Multa
• Absolvição ou extinção da ação penal:

-Devolução do valor atualizado;

*Exceção: Prescrição da pretensão executória.


• Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança
servirão ao pagamento das custas, da indenização
do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o
réu for condenado.

Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda


no caso da prescrição depois da sentença
condenatória (art. 110 do Código Penal).
• Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou
passar em julgado sentença que houver absolvido o
acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor
que a constituir, atualizado, será restituído sem
desconto, salvo o disposto no parágrafo único do
art. 336 deste Código.
Quebramento da fiança
• Hipóteses:
1) Não comparecer a intimação;

2) Obstruir andamento processual;

3) Descumprir medida cautelar cumulativa com fiança;

4) Resistir a ordem judicial;

5) Praticar nova infração dolosa;


Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o
acusado:
I - regularmente intimado para ato do processo,
deixar de comparecer, sem motivo justo;
II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao
andamento do processo;
III - descumprir medida cautelar imposta
cumulativamente com a fiança;
IV - resistir injustificadamente a ordem judicial;
V - praticar nova infração penal dolosa.
Efeitos do quebramento

• Perda de metade do valor;

• Imposição de outras medidas cautelares;

• Em última hipótese decretação da prisão


preventiva;
• Art. 343. O quebramento injustificado da
fiança importará na perda de metade do seu
valor, cabendo ao juiz decidir sobre a
imposição de outras medidas cautelares ou, se
for o caso, a decretação da prisão preventiva.
Perdimento da fiança
• Condenado não se apresenta para o início do
cumprimento da pena.
• Art. 344. Entender-se-á perdido, na
totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o
acusado não se apresentar para o início do
cumprimento da pena definitivamente
imposta.
• Nas hipótese de quebra (1/2) e perda (total),
deduzidas as custas o restante será destinado
ao fundo penitenciário.

• Na hipótese de quebra a outra metade, após


sanadas as obrigações, o valor excedente será
restituído.
Liberdade provisória sem fiança
• Quando couber fiança, e o acusado não tiver
condições financeiras de prestar a fiança:

• Concederá liberdade provisória podendo cumular


com outras medidas cautelares.

• Descumprida qualquer obrigação, poderá substituir


a cautelar, cumular com outra ou converter em
preventiva.
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz,
verificando a situação econômica do preso, poderá
conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às
obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste
Código e a outras medidas cautelares, se for o caso.

Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem


motivo justo, qualquer das obrigações ou medidas
impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4o do art. 282
deste Código.
*Autoridade policial
Reclassificação do Delito

• A autoridade judiciária poderá:

-Aumentar a fiança;
-Diminuir a fiança;
-Cassar a fiança;
-Decretar outra medida cautelar substitutiva ou
alternativa;
-Decretar prisão preventiva;

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