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As profissões integradas nos sectores de animação sociocultural

e de apoio social podem ser exercidas em diferentes estruturas,


nomeadamente: autarquias; associações desportivas, culturais e
recreativas; associações juvenis; instituições de solidariedade
social; lares de terceira idade; centros de dia; hospitais;
empresas dedicadas à prestação de cuidados domiciliários (a
idosos, crianças ou bebés) ou à animação de festas e de
ambientes públicos; ginásios, pavilhões e parques desportivos;
ateliers de ocupação de tempos livres; colónias de férias e
escolas.
A - Práticas de Animação Sociocultural

A ASC, como elemento integrante das políticas sociais, intervém nas


realidades sociais. Ou seja, apresenta uma dupla faceta. Por um lado,
deve estar contextualizada, adaptada à realidade concreta sobre a qual
se quer actuar. Por outro, o conceito de desenvolvimento que lhe está
subjacente obriga a ter em conta, não a realidade que existe, mas
aquela que os cidadãos desejam que exista.

Pode dizer-se que a ASC pressupõe:


a) uma concepção dinâmica do ser humano e do social;
b) indivíduos e grupos responsáveis e comprometidos na definição e na
gestão da sua comunidade, e dos interesses e aspirações da mesma;
c) uma tecnologia participativa e ajustada a cada situação. A ASC é muito
mais do que um conjunto de práticas criativas e participativas. Implica
uma filosofia de vida, uma concepção de Homem e de sociedade e, ao
mesmo tempo, uma forma de fazer e de viver caracterizada por um
projecto de pessoa e de
sociedade na qual cada indivíduo constrói o seu próprio destino, com os
outros, no contexto da sua comunidade.
A - Práticas de Animação Sociocultural

Um dos aspectos importantes relacionados com a formação destes


técnicos prende-se com as saídas profissionais para que não se corra
o risco de formar um «especialista de coisa nenhuma».

Na disciplina de Práticas de Animação Sociocultural, procura-se confluir


aquisições, ao nível da aprendizagem, das disciplinas de Psicologia, de
Técnicas de Expressão e de Comunicação, de Saúde e Socorrismo e de
Práticas de Acção Social na elaboração de pequenos projectos de
animação e na prática de diferentes técnicas. Assume-se esta
experimentação como formação pessoal e o cruzamento das disciplinas
acima citadas com o corpo teórico específico da animação sociocultural
como formação académica.
A - Práticas de Animação Sociocultural

O que faz um(a) animador(a) sociocultural?

Mais correctamente designado como técnico de animação sociocultural,


este é o profissional que intervém junto de uma comunidade ou grupo,
recorrendo à utilização de várias técnicas de animação visando a
integração através da actividade social e cultural.
Animação sociocultural é todo o conjunto de práticas desenvolvidas
tendo em conta o meio envolvente, com todas as suas vertentes
(económicas, culturais, educacionais).
Partindo do estudo dessa realidade o principal objectivo é criar
dinâmicas que integrem o mais possível os indivíduos. Este técnico é
responsável pela organização, coordenação e desenvolvimento de
actividades de animação (culturais e artísticas) em grupos ou
comunidades, que podem ser organismos públicos ou privados. Estes
profissionais devem, como tal, estar aptos a identificar as necessidades
educativas do meio onde vão actuar e perante as mesmas aplicar
planos de estratégia com o recurso a metodologias diversas.
A - Práticas de Animação Sociocultural

O que faz um(a) animador(a) sociocultural?

Os suportes materiais necessários para as acções a efectuar são muitas vezes


criadas pelos próprios profissionais. Entre as várias actividades possíveis
contam-se a visita a museus, deslocações a conferências, encontros desportivos,
etc..
Podem actuar no campo da geriatria, dando apoio a idosos e fazendo animação
social dos mesmos, ou no campo da juventude, promovendo a reinserção de
jovens inadaptados. Os hospitais são outros dos locais onde poderá ser útil a
presença de um animador, tal como em várias comunidades, onde o trabalho de
animação dos tempos livres pode ser muito bem-vinda.

Como características pessoais é preferível um animador ser naturalmente um


bom comunicador e possuir capacidade para agir e lidar com grupos, analisando-
os e posteriormente dinamizando-os.
Além disso, deve ainda possuir uma boa dose de criatividade já que dela depende
a capacidade de utilizar materiais e técnicas com vista a alcançar um determinado
objectivo. A capacidade de improviso, de iniciativa e o à-vontade com diversos
métodos de comunicação devem ser outras das características destes
profissionais.
A - Práticas de Animação Sociocultural

Formação

Para começar a exercer esta profissão é necessário uma


formação de nível III, para a qual se deve possuir o 9.º ano e
mais três anos de Ensino Secundário Técnico-Profissional.
Salientem-se as várias vertentes dentro do grande grupo da
animação sociocultural: assistência de geriatria, assistência
familiar, desporto, organização e planeamento, técnico de
reinserção ou técnico psicossocial.
Mas para os interessados em prosseguir estudos nesta área
existem também várias licenciaturas em animação
sociocultural e animação educativa e sociocultural ou ainda
bacharelatos em animação cultural ou sociocultural.
A - Práticas de Animação Sociocultural

Carreira e oportunidades

Os estabelecimentos de ensino, autarquias, instituições sociais e ateliers são


alguns dos locais onde podem exercer a sua actividade.
Os grupos de risco, grupos desfavorecidos, comportamentos desviantes,
comunidades jovens, comunidades de idosos, associativismo local e apoio à
família são o público-alvo preferencial desta profissão, cujo objectivo é promover
a integração dos mesmos no meio social em que se encontram.
Podem também colaborar com outros profissionais ligados a áreas de prevenção,
nomeadamente em associações profissionais, sociais e culturais e em autarquias
locais (Juntas de Freguesia e Câmaras Municipais). Mas podem igualmente
prestar serviços em instituições públicas e privadas, especificamente em
hospitais, centros de saúde, jardins de infância, lares de terceira idade, centros
de dia, clínicas e termas, colónias de férias, clubes, misericórdias, instituições
privadas de solidariedade social e cooperativas.
Estes profissionais têm perspectivas muito animadoras no que respeita à sua
integração profissional uma vez que existe actualmente uma grande necessidade
de técnicos especializados nesta área. Existe um grande número de instituições
culturais, recreativas, humanitárias e desportivas que são potenciais
empregadoras.
A - Práticas de Apoio Social

O papel do Técnico Auxiliar de Apoio Social reside,


sobretudo, em facilitar a relação dos utentes (grupos-alvo)
com as diversas instituições e no seio da comunidade, por
forma a permitir o desenvolvimento pessoal e social desse
mesmo utente, em consonância com a matriz da sua vida
quotidiana.

Assim, o seu papel possui dois vectores fundamentais: por


um lado, um trabalho directo com as populações mais
vulneráveis, que consiste num apoio pedagógico ao nível do
indivíduo e/ou do grupo; por outro lado, uma função ao nível
da valorização e dinamização da articulação/relacionamento
entre os diversos parceiros.
O trabalho deste Técnico deverá ser supervisionado por
Técnicos Superiores da área social e/ou integrado numa
equipa multidisciplinar.
A - Práticas de Apoio Social - Visão Geral dos Temas/Conteúdos

Tema 1
Respostas em Acção Social – Infância e Juventude
- Conceitos e objectivos de:
- Amas
- Creche familiar
- Estabelecimentos de educação pré-escolar
- Centros de actividades de tempos livres
- Centros de férias
- Lares para crianças privadas do meio familiar
- Acolhimento familiar
- Adopção
- Enquadramento legal das diferentes respostas em acção
social – infância e juventude
- Apoio a crianças em situação de risco
A - Práticas de Apoio Social - Visão Geral dos Temas/Conteúdos

Tema 2
Respostas em Acção Social – Pessoas Idosas e Dependentes
- Conceitos e objectivos de:
- Centro de convívio
- Centro de dia
- Lar
- Residências
- Serviço de apoio no domicílio/Apoio Domiciliário Integrado
- Centro de noite
- Acolhimento familiar
- Centro de férias
- Qualificação profissional dos recursos humanos:
- Supervisão
- Formação
- Enquadramento legal
- Direitos das Pessoas Idosas
- Acessibilidades/Barreiras arquitectónicas
- A necessidade de preparar a reforma
- Utilização das tecnologias da informação e comunicação
- A criação de redes de inter-ajuda
A - Práticas de Apoio Social - Visão Geral dos Temas/Conteúdos

Tema 3
Respostas em Acção Social – Pessoas com Deficiência
- Conceitos e objectivos de:
- Centro de Actividades Ocupacionais
- Serviço de Apoio Domiciliário
- Acolhimento Familiar
- Lar Residencial
- Transporte de pessoas
- Enquadramento legal das diferentes respostas para
pessoas com deficiência
- Os direitos da pessoa com deficiência
- Integração escolar, profissional e comunitária
- Acessibilidades e ajudas técnicas
- Articulação e integração de respostas aos vários níveis
A - Práticas de Apoio Social - Visão Geral dos Temas/Conteúdos

Tema 4
Respostas em Acção Social – Grupos de Risco
Portadores de HIV/doentes de HIV
- Conceitos e objectivos de:
- Serviço de Apoio Domiciliário
- Residências para pessoas com HIV/SIDA
- Enquadramento legal
- Formas de prevenção da doença
- Recursos ao nível de equipamentos e serviços
Toxicodependência e Alcoolismo
- Conceitos e objectivos de:
- Equipa de Intervenção Directa
- Centro de Abrigo
- Apartamento de Reinserção
- Enquadramento legal
- Formas de prevenção
- Reinserção profissional
- Recursos ao nível de equipamentos e serviços
A - Práticas de Apoio Social

Assistente Social
No final do século XIX, o serviço social institucionalizou-se,
enquanto área académica e profissional das ciências sociais, nas
sociedades ocidentais assentes numa economia de mercado e
caracterizadas por um contexto socio-político e cultural de
progressivo reconhecimento dos direitos sociais dos indivíduos, do
seu direito ao bem-estar e ao desenvolvimento. Hoje em dia, os
assistentes sociais e os técnicos de política social procuram
promover uma melhor adaptação dos indivíduos, famílias e outros
grupos ao meio social em que vivem, auxiliando-os na solução dos
seus problemas (familiares, económicos, etc.). O serviço social visa
a mudança da sociedade, particularmente no que diz respeito às
pessoas que sofrem as consequências de quaisquer formas de
exclusão e injustiça social, devido a pobreza, desemprego, doença,
cumprimento de pena ou violação dos Direitos Humanos.
A - Práticas de Apoio Social

Assistente Social
A intervenção destes profissionais tem como objectivo
fundamental promover o desenvolvimento de capacidades e
competências sociais – sejam elas colectivas ou individuais –
a três níveis: cognitivo (do conhecimento), fornecendo
informação aos indivíduos, incentivando a sua compreensão
para o funcionamento da sociedade e orientando-os sobre a
melhor forma de utilizarem os seus recursos; relacional,
facilitando o desenvolvimento das relações interpessoais e
grupais, capacitando os indivíduos para assumirem novos
papéis e estimulando novas formas de comunicação e
expressão; organizativo, promovendo a interacção entre
cidadãos, organizações e outras estruturas sociais,
accionando ou criando novos recursos sociais e
desenvolvendo a participação e a capacidade organizativa dos
indivíduos e grupos.
A - Práticas de Apoio Social

Assistente Social

De uma maneira geral, desempenham as seguintes funções:

detectam quais as necessidades gerais de um indivíduo, família ou


grupo (processo designado por diagnóstico da situação);

reúnem informações susceptíveis de dar resposta às necessidades


dos indivíduos e grupos e aconselham-nos sobre os seus direitos e
obrigações;

fazem atendimento aos indivíduos no âmbito de um determinado


organismo ou instituição, encaminhando-os para as diversas
entidades públicas e privadas que podem auxiliá-los na resolução
dos seus problemas (autarquias, escolas, serviços da Segurança
Social, associações de solidariedade social, etc.);
A - Práticas de Apoio Social

Assistente Social
De uma maneira geral, desempenham as seguintes funções:

incentivam os indivíduos, famílias e outros grupos a resolverem os


seus problemas, tanto quanto possível através dos próprios meios,
promovendo uma atitude de autonomia e participação –
encorajando-os, por exemplo, a dirigirem-se a entidades
empregadoras, instituições de solidariedade social, serviços sociais,
entre outros, para procurarem resolver os seus problemas;

colaboram na definição e avaliação das políticas sociais, com base


nos conhecimentos obtidos através de estudos que efectuam junto
de determinada população, para melhor adequação entre as
medidas de política social e os direitos reconhecidos aos cidadãos.
A - Práticas de Apoio Social

Assistente Social

Normalmente, a intervenção dos assistentes sociais e dos


técnicos de política social está enquadrada no âmbito de uma
dada instituição ou de um determinado projecto. No âmbito de
projectos de combate à pobreza, por exemplo, podem intervir
na integração sócio-profissional dos jovens de um
determinado bairro degradado. Por outro lado, a sua
intervenção pode abranger vários tipos de populações-alvo:
idosos que vivem em situação de isolamento e/ou com graves
carências económicas, crianças abandonadas ou em risco de
abandono, jovens em risco de marginalidade,
toxicodependentes, reclusos e ex-reclusos, sem-abrigo,
grupos étnicos com problemas de integração ou pessoas com
deficiência, entre outras.
A - Práticas de Apoio Social

Assistente Social

A maioria destes profissionais trabalha no âmbito de equipas


multidisciplinares, que podem variar consoante o campo de intervenção.
Assim, é comum colaborarem com médicos, enfermeiros, professores,
educadores de infância, psicólogos, sociólogos ou juristas.

Dadas as suas características, esta profissão exige uma boa capacidade


de análise das situações. Ter espírito de iniciativa, capacidade para
dialogar com todo o tipo de pessoas e gosto pelo trabalho em equipa são
qualidades igualmente importantes. Fundamental é gostar de trabalhar
com pessoas, ter um interesse real pelos seus problemas e respeito pela
autonomia e liberdade de cada um. Devido ao contacto próximo com a vida
e os problemas das pessoas com quem trabalham, estes profissionais
podem estar sujeitos ao desgaste emocional, o que exige deles a
capacidade de distanciamento e de resistência à frustração, pois nem
sempre é possível resolver os problemas da forma pretendida.
A - Práticas de Apoio Social

Assistente Social

Emprego

Estes profissionais desenvolvem a sua actividade numa grande diversidade


de instituições, tanto no sector público, como no sector privado. No sector
público, são várias as instituições que podem empregar estes profissionais e
estão enquadradas em sectores tão diferentes como a saúde, a educação, a
justiça e a segurança social, entre outros. Na administração pública central,
podem trabalhar em diversos ministérios, com destaque para as áreas do
emprego, da segurança social, da saúde, da justiça e da educação. Estes
serviços públicos abrangem entre outros, centros regionais de segurança
social, equipamentos sociais de apoio à infância, juventude, deficientes e
idosos, centros de formação profissional, centros de saúde e hospitais,
centros de profilaxia da droga e de apoio a toxicodependentes,
estabelecimentos prisionais, serviços de reinserção social e tribunais,
serviços de apoio social nas escolas. Também as autarquias locais (Câmaras
Municipais e Juntas de Freguesia), nomeadamente nos sectores de serviços
municipais de habitação, acção social, educação, acção cultural, saúde e
recursos humanos, constituem boas possibilidades de emprego.
A - Práticas de Apoio Social

Assistente Social

Emprego

No sector privado, para além de poderem trabalhar em


organizações sociais não lucrativas, associações, cooperativas
e sindicatos, como instituições particulares de solidariedade
social (IPSS) em diferentes áreas, misericórdias, associações
de doentes, cooperativas de habitação, associações de
moradores, associações de educação de adultos e de
animação cultural, associações de jovens, associações de
desenvolvimento rural e diferentes associações de defesa dos
direitos humanos, podem ainda trabalhar em empresas de
diferentes ramos de actividade, nos seus sectores de serviços
sociais, recursos humanos e saúde ocupacional.
A - Práticas de Apoio Social

Assistente Social

Emprego

Em Portugal, as organizações sociais não lucrativas


constituem um importante campo de trabalho para os
assistentes sociais e técnicos de política social, uma vez que
constituem hoje em dia um dos principais prestadores de
serviços sociais, designadamente no domínio de respostas
sociais para os idosos e para a infância. O sector privado
empresarial, domínio onde, antes de Abril de 1974, se
concentrava o maior número de serviços empregadores
destes profissionais, tem perdido importância relativamente ao
sector público e às organizações do terceiro sector.

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