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Notas sobre Durkheim, Weber e Marx

Disciplina de Sociologia da Saúde – Curso de Enfermagem e Nutrição


Profa. Dra. Lore Fortes e Ribamar Junior
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
 Como a Sociologia surge?
 Qual o contexto em que o pensamento social se estrutura?
 Quais os principais fundadores da disciplina?
 Quais influências?
 Para Comte, a Sociologia procura estudar e compreender a sociedade, para
organizá-la e reformá-la depois. Os estudos da sociedade deveriam ser feitos com
espírito científico e objetividade.
 Positivismo sugere a observação científica da realidade. Na doutrina, seria possível
observar a vida social por meio de um modelo científico, interpretando a história
da humanidade, e a partir dessa análise, criar um processo permanente de
melhoria e evolução.
 O homem passa por três estágios na vida: estado teológico, estado metafísico e
estado positivo – a lei dos três estados.
 Assim como nessas ciências, em sua nova ciência inicialmente chamada de física
social e posteriormente Sociologia, Comte usaria a observação, a experimentação,
da comparação e a classificação como métodos - resumidas na filiação histórica -
para a compreensão (isto é, para conhecimento) da realidade social.
 A observação conjuga-se com a imaginação.
 A gênese do Positivismo ocorreu no século XIX, num momento de transformações
sociais e econômicas, políticas e ideológicas, tecnológicas e científicas profundas
decorrentes da consolidação do capitalismo, enquanto modo de produção, através
da propagação das atividades industriais na Europa e outras regiões do mundo.
 Foi um sociólogo, antropólogo, cientista político, psicólogo social e filósofo francês.
Formalmente, criou a disciplina acadêmica da sociologia e, com Karl Marx e Max
Weber, é comumente citado como o principal arquiteto da ciência social moderna
e pai da sociologia.
 Foi com a obra “O Suicídio” (1817) uma investigação social moderna pioneira e
serviu para distinguir a ciência social em relação à psicologia e à filosofia política.
 Período em que a Sociologia ainda era incipiente, mas já tinha feito obras como a
Divisão do Trabalho Social (1893) produzidas.
 Professor da Sorbonne na França.
 Perspectiva sociológica a partir dos desdobramentos da relação entre as
instituições e os indivíduos.
 Sociologia das Instituições
 Normalidade como técnica de controle social
 Estabelecer a Sociologia como campo de observação científica
 O fato social tem caráter exterior e função coercitiva sobre os sujeitos
 Processo de socialização: coletivo e coercitivo
 Quais exemplos de fato social?
O fato social assim surge como entidades reais,
autônomas, passíveis de constatação empírica e não
redutíveis a qualquer outra ordem dos fatos, seja ela
psicológica ou física, que podem ser captados de
forma cristalizada nos modos de pensar, agir e sentir
que são regularmente adotados pelos indivíduos em
sociedade
 Demarcar uma consciência distinta das consciências individuais, ou seja, que
possa ser captada e cristalizada como um conjunto de crenças e sentimentos
comuns à média dos indivíduos.
 Regra: Tratar os fatos como coisas (objeto).
 Propõe a construção do objeto positivo de pesquisa através da fixação de um
conceito inicial do que irá ser observado.
 Assim, o estudo dos fatos sociais é feito objetivamente, e independentemente do
estudo psicológico dos indivíduos (atores). Logo, não são reduzidos a forma
material, como ocorre no materialismo histórico (MARX) e o sujeito pesquisador
aparece distante das referências, suas ideais (WEBER).
 Função da Sociologia: apontar soluções para a anomia presente na sociedade e
distinguir o normal do patológico.
 Normal x Patológico no âmbito da vida social.
 Após a observação > classificação.
 1. Sociedade polissegmentária simples
 2. Sociedade polissegmentária simplesmente composta
 3. Sociedade polissegmentária duplamente composta
 4. Sociedade complexa

 Método COMPARATIVO, separado da causa que o produz.


 Foi um intelectual, jurista e economista alemão considerado um dos fundadores da
Sociologia.
 É considerado um dos fundadores do estudo moderno da sociologia, mas sua
influência também pode ser sentida na economia, na filosofia, no direito, na ciência
política e na administração.
 A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo (1905)
 A política como vocação (1919)
 Rompe com os métodos naturalistas das Ciências Exatas.
 A abordagem Weberiana contesta a objetividade.
 Reafirma regras para se obter um conhecimento sociológico objetivo (com validez
universal).
 Ciências da Cultura: de luta entre os homens para definir quais as qualidades das
coisas, das condutas e das ocorrências que podem servir como orientação perante
o mundo
 A “objetividade” não quer dizer desligamento dos interesses, dos valores.
 O conhecimento como válido universalmente para determinados fins
 A explicação válida seria:

1 . Neutra axiologicamente
 2. Parcial, distante da ideia de totalidade
 3. sensível subjetivamente aos fenômenos sociais
 4. metodologia de tipos ideias
 Jamais a ciência empírica deve proporcionar normas e ideais obrigatórios, dos
quais se possa derivar ‘receitas’ para a prática” (WEBER, p. 109, 2001).
 ESTUDO DOS MEIOS E NÃO DOS FINS
 Juízo de valor x referência a valores
 Foco nas individualidades históricas
 Estudar as individualidades históricas.
 A realidade social é essencialmente individual
 Formular um conhecimento parcial de fragmentos da realidade
 EFICÁCIA DA OBSERVAÇÃO SOCIAL
 A importância da subjetividade como princípio.
 Os valores guiarão na seleção das causas a serem trabalhadas.
 Ciência constrói com seus métodos e teorias.
 O cientista social não deve buscar “a causa” de um fenômeno social, mas “uma
causa”.
 Categorias do tipo “sociedade”, “estado”, “comunidade”, dentre outras do tipo,
não constituem realidades empíricas, embora existam de verdade. Se não são
realidades empíricas é preciso reduzi-las às ações dos indivíduos.
 Para ele, a formulação de leis gerais tem o efeito de negar a complexidade da
realidade.
 Se um cientista quiser entender completamente as causas de um fenômeno, ele
jamais terminará sua análise, pois que a realidade social é infinita.
 A ação é a realidade empírica.
 Por fim, propõe a formulação de tipos ideais, procedimento metodológico utilizado
para garantir qualificação científica às ciências histórico-sociais, principalmente a
sociologia.
 Os conceitos não derivam da realidade e sim da análise.
 Exige a mediação dos valores do cientista, pois a determinação dos problemas
considerados como interessantes só pode ocorrer se houver “interesses”.
O conhecimento sociológico deveria ser
axiologicamente neutro, sensível às
subjetividades, parcial e possuir uma
metodologia de utilização de tipos ideais
 Foi um filósofo, sociólogo, jornalista e revolucionário socialista. Nascido na Prússia,
mais tarde se tornou apátrida e passou grande parte de sua vida em Londres, no
Reino Unido.
 A obra de Marx em economia estabeleceu a base para muito do entendimento
atual sobre o trabalho e sua relação com o capital, além do pensamento econômico
posterior.
 O Manifesto Comunista (1848).
 O Capital (1867-1894).
 O autor traz a mercadoria e o dinheiro ou a circulação simples de modo
sistemático e completo na teoria do valor e teoria monetária.
 Do ponto de vista metodológico, a obra representa uma ruptura profunda com a
orientação científica dos economistas da Escola Clássico estabelecer a relação dos
indivíduos com a produção na sociedade
 . Deveria se estudar a “produção em um grau determinado de desenvolvimento
social”.
 O problema era a relação do homem com a natureza e dos outros homens, de seres
dotados de consciência e vontade, capazes de modificar, inclusive, a natureza e de
orientar a sua ação em direções socialmente determinadas.
 Cada período histórico se rege por suas próprias leis.
 O próprio movimento da realidade estabelece uma lei de interpretação dos
contrários, por meio da qual é possível compreender o elemento comum e a
validade do valor explicativo.
 DIALÉTICA
 o método naturalista (DURKHEIM) permite captar o geral nas coisas e o método
histórico permite captar as coisas em singularidade (materialismo histórico).
 Com o método do materialismo histórico, a economia política se tornou ciência
social apta para explicação científica válida da moderna sociedade capitalista.
 As consequências do método introduzido por Marx, foram:
 1) as leis sociais e econômicas são válidas para determinadas formas sociais
durante um período determinado
 2) existe regularidade nos fenômenos sociais, mas a ação humana intervém nos
acontecimentos históricos
 3) os fatos sociais se articulam entre si por conexões íntimas
 4) há um fator dominante dentre os fatores.
 O materialismo histórico foi possível graça à concepção de dialética entre o
conhecimento sintético da realidade e a existência de um movimento dialético
inerente as próprias coisas.
 O fator econômico determina a vida social e explica o processo histórico.
 O modo de produção implica todo um complexo sociocultural, compreende as
noções da forma social e do conteúdo material.
 A FÁBRICA E O TRABALHAD@R
 O conceito de Marx compreende três elementos essenciais:
 1) as forças materiais de produção
 2) sistema de relações sociais
 3) sistema de comportamento estruturantes socialmente.
 Marx propõe analisar os modos de produção através do materialismo histórico
como metodologia de ruptura com as concepções naturalistas do positivismo que
norteou as análises de fenômenos sociais nas Ciências Sociais (DURKHEIM)
 O período histórico como regente de suas próprias leis na explicação do social
das relações de produção na estrutura econômica.
 Forças produtivas sociais e a consciência enviesada pela relação de produção
tomada dos indivíduos na vida social.
 PROLETARIO X MÁQUINA
 DURKHEIM, E. As regras do método sociológico. 13.ed. São Paulo: Nacional, 1987
(Texto originalmente publicado em 1895).
 DURKHEIM, E. O suicídio: estudo sociológico. Lisboa: Presença, 1987 (Texto
originalmente publicado em 1897).
 MARX, Karl. El capital. Livro 3. 2.ed. Trad. Wenceslao Roces. México: Fondo de
Cultura Económica, 1968.
 _____. O capital. Livro 2: O processo de circulação do capital. Trad. Reginaldo
Sant’anna. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1970
 WEBER, M. Metodologia das ciências sociais. Parte 1. São Paulo: Cortez; 2001. p.
107-54.

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