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 Os alfa-hidroxi·cidos (AHAs) são ácidos carboxílicos, formados a partir de

aminoácidos
 Alguns AHAs são produtos intermediários e/ou metabólitos no metabolismo de
carboidratos, como o ácido cÌtrico e ácido málico (Yu & Van Scott, 2004). Os AHAs
mais utilizados em cosméticos são
 o ácido glicólico
 o ácido lático
 Seguidos do ácido málico, ácido tartárico, ácido cítrico, ácido mandélico.
 O mecanismo de ação dos AHAs ainda não está totalmente elucidado, sabe-se que:
 No estrato córneo, pequenas concentrações de AHA diminuem a coesão entre os
corneócitos em decorrência da diminuição do pH da pele o que rompe as estruturas que
mantêm as células epidérmicas unidas.
 Assim, os AHAs facilitam a descamação da pele, ocorre um aumento da síntese e do
metabolismo do DNA basal, diminuindo a espessura do estrato córneo, já que ocorre um
desprendimento dos corneócitos nas camadas inferiores e em formação no estrato
córneo, acima do estrato granuloso.
 A descamação é benéfica cosmeticamente, pois leva a uma textura mais lisa da
superfície da pele, alivia ou previne a oclusão folicular e limpa os poros.
 Altas concentrações de AHA apresentam maior capacidade de penetração e causam
separação dos queratinócitos e epidermólise (irritação aumenta)
 A proliferação epidérmica é o resultado da sinalização de citocinas, como a produção
de interleucina1 (IL-1)
 os AHAs ativam seletivamente o RNA mensageiro, interleucina-1 (IL-1) e os níveis de proteína
nos queratinócitos. A IL-1 é relatada como mitogênica para os queratinócitos e fibroblastos,
sendo capaz de induzir os fibrócitos a produzir colágeno e GAGs. Estas alterações no
parênquimapodem ser responsáveis pelas mudanças clínicas que ocorrem na pele, como
melhora da tonicidade e textura, diminuição da desidratação e aparência mais saudável.
 Já a ação sobre os fibroblastos é induzida pela epidermólise que impacta na derme
papilar e reticular induzindo a formação de novo colágeno.
 Aumento das glicosaminoglicanas (GAGs), particularmente de ácido hialurônico.
 O ácido hialurônico pode reter água numa proporção maior que mil vezes seu peso, sendo que
este aumento de GAGs pode ser um importante aspecto na melhora clínica de linhas de
expressão e rugas associados ao fotoenvelhecimento.
 encontrado na cana-de-açúcar ou sintetizado a partir do formaldeído.
 Por apresentar penetração muito variável, é pouco recomendado para peelings médios
ou profundos, sendo mais utilizado para os superficiais em concentrações entre 30 e
70%.
 A penetração pode variar conforme o pH da formulação. Quanto mais baixo o pH,
maior é a chance de o ácido glicólico penetrar, podendo aprofundar-se muito em áreas
mais sensíveis.
 A observação da pele deve ser constante para prevenir queimaduras. O aparecimento
de cor cinza esbranquiçada significa epidermólise, e o frosting traduz lesão dérmica.
 O ácido glicólico causa epidermólise em prazo que varia de três a sete minutos.
 Não é absorvido, portanto não é tóxico.
 Necessita de neutralização com água ou bicarbonato de sódio 10%.
 É indicado para acne ativa, melasma e dermato-heliose leve.
 usado a 85%, pH 3,5 em solução hidroalcoólica, com atividades similares ao ácido
glicólico.
 Pode ser usado como agente de peeling no tratamento de melasma. Tem baixo
custo e é produto de fácil uso.
 Peeling de ácido fítico
 O ácido fítico é um alfa-hidroxiácido que apresenta eficiência com baixo pH e que
dispensa neutralização, com progressiva e sequencial atuação terapêutica de
maneira não agressiva.
 Não provoca sensação de queimadura. A solução é aplicada na face e mantida até
o dia seguinte. Pode ser repetido semanalmente.
 É agente muito seguro e efetivo para tratamento de melasma em pele escura.
 derivado da hidrólise do extrato de amêndoas amargas,
 tem sido largamente utilizado em tramento de pele como fotoenvelhecimento,
hiperpigmentação (inclusive para peles mais morenas) e acne.
 Tem sido usado há muitos anos devido ao poder anti-séptico isto atesta sua atividade
antibacteriana quando usado topicamente.
 A molécula do Ácido mandélico é maior que a do ácido glicólico e por esta razão,
penetra lentamente no local de aplicação. Apresenta semelhança química com o ácido
salicílico com sua ação antisséptica somada às atividades dos alfa-hidroxiácidos.
 No caso da hiperpigmentação, o produto atua na inibição da síntese da melanina e na
melanina já depositada na superfície da epiderme, ajudando a promover uma eficaz
remoção dos pigmentos hipercrômicos. Usado para estimular o turn over celular e na
remoção da capa córnea fotoenvelhecida.
 Por ser menos irritativo que os outros ácidos e, principalmente, por não reagir ao sol o
ácido mandélico é uma excelente opção para quem precisa tratar a pele durante todo o
ano, principalmente no verão.
 Tem ação queratolítica,
 podendo promover peelings muito superficiais ou superficiais.
 É indicado para fotoenvelhecimento leve a moderado, melasma e cicatrizes
superficiais de acne, sendo excelente agente para tratar quaisquer transtornos da
pele escura.
 É contraindicado para pacientes alérgicos ao ácido salicílico.
 Utiliza-se em concentrações que variam de 5 a 12%.
 Seu mecanismo de ação se caracteriza por:
 - afinamento e compressão do extrato córneo;
 - reversão de atipias em células epidérmicas;
 - dispersão da melanina na epiderme;
 - estimulação da deposição dérmica do colágeno;
 - aumento da deposição de glicosaminoglicanos;
 - aumento da neovascularização da derme.

 É indicado nos casos de fotoenvelhecimento leve a moderado, melasma, acne,


cicatrizes superficiais e hiperpigmentação pós-inflamatória
A pele com fototipo mais
elevado tem maior quantidade
de melanócitos?
 Combinação de vários fatores:
 Principal  a Produção de melanina
 Estrato córneo
 pigmentos existentes.
 As células epidérmicas e dérmicas fornecem um
tom natural branco ou amarelo de acordo com
sua espessura
 Vasos sanguíneos  de acordo com o número,
estado de dilatação, sua proximidade com a
superfície da pele e grau de oxigenação
fornecendo um tom roxo a azulado devido à
hemoglobina.
 carotenóides amarelos presentes na hipoderme.
Entendendo o processo de formação...
A cor da pele é dada principalmente pela quantidade de melanina presente em sua composição. A melanina é
o pigmento principal e tem como função fundamental a proteção.
A melanina é produzida por meio de um processo bioquímico chamado melanogênese que acontece no
interior dos melanócitos, células responsável pela produção de melanina, estes que compõem 13% do total
das células da epiderme e estão localizados na camada basal.

Melanina
É a denominação genérica de uma classe de compostos poliméricos derivados da
tirosina, cuja principal função é a pigmentação dos olhos, pele e cabelo.

Melanócito
É a célula responsável pela produção da melanina.

Localizado na camada basal,


representam 13% do total das
células da epiderme
Entendendo o processo de formação...

Enzima Catalizadora
A melanogênese ocorre quando uma que oxida um
enzima catalizadora chamada tirosinase, na aminoácido (tirosina)
presença de oxigênio oxida um formando
aminoácido que o corpo sintetiza chamado neurotransmissores
tirosina, formando os neurotransmissores,
L-dopa, dopaquinona, entre outros, dando
origem a melanina.

MELANINA

Pigmento Pigmento
vermelho-amarelo marrom-preto
A tirosina, um aminoácido que serve de substrato
para a enzima tirosinase que a oxida e a converte
em 3,4-dihidroxifenilalanina (DOPA) seguido da
desidrogenação da DOPA em dopaquinona.
A conversão da dopaquinona em eumelamina implica
em uma série de reações de oxidação e ciclização
sucessivas. A formação das feomelaninas apresenta
um desvio da
via metabólica precedente, interagindo com a
cisteína.
• A melanina, dentro dos melanossomas  é
transferida aos queratinócitos adjacentes através
dos dendritos presentes nos melanócitos.
• Essa transferência da melanina é mediada pela
adenilciclase e pode ocorrer por três mecanismos
distintos:
• processo de citofagocitose da extremidade
dendrítica do melanócito pelo queratinócito;
• migração direta dos melanossomas do
citoplasma ao queratinócito e;
• liberação dos melanossomas no espaço
extracelular e sua incorporação ao
queratinócitos
Entendendo o processo de formação...

1. Formação da
Melanina no
melanócito.

2. Transporte da
melanina através
dos melanócitos.

3. Transferência da
melanina para os
queratinócitos.

4. Queratinócitos com
melanina = cor da
pele.
O número de melanócitos nos indivíduos de cor de pele diferentes (fototipos) é basicamente o mesmo, o
que diferencia a coloração de cada um é a quantidade de melanina produzida e seus subtipos, a
EUMELANINA (pigmento marrom- preto) e FEOMELANINA (pigmento amarelo-vermelho), que produzidos
em diferentes quantidades, determinam o fototipo da pele de cada indivíduo.
 A pigmentação da pele depende:
 Quantidade e Natureza química da melanina (Eumelanina ou Feomelanina)
 atividade da tirosinase nos melanócitos
 O tamanho e o número de melanossomas
 transferência e distribuição da melanina aos queratinócitos vizinhos.
 Obs: A quantidade de melanócitos é constante em diferentes grupos étnicos

 Fitzpatrick & Mosher classificam a cor natural da pele como:


 constitutiva  ou seja, controlada por fatores genéticos que atuam em todas as etapas da
melanogênese e fornecem características específicas aos melanossomas através dos
genes de pigmentação
 Facultativa  a qual depende da exposição ao sol, processo de envelhecimento e
influências hormonais.
 O ACTH (hormônio adrenocorticotrófico), LPH (lipotrofina) e o MSH (hormônio
melanócito estimulante)  influenciam na pigmentação cutânea do homem.
 MSH (Hormônio Melanócito estimulante)
 é um hormônio hipofisiário que induz a melanização devido ao aumento do número de
melanócitos e queratinócitos, estimula a produção de melanossomas, sua migração e
transferência aos queratinócitos, mesmo sem exposição solar.
 Os hormônios sexuais (estrógenos e progesterona)
 promovem hiperpigmentação do rosto, genitais e aréola mamária pelo aumento do
número de melanócitos ativos.
 Durante a gestação a mulher produz maior quantidade de progesterona

Fisiopatologia do melasma. An Bras Dermatol. 2009;84(6):623-35.


O α-MSH sinaliza, através do MC1-R, ativando a adenilciclase (AC) e aumentando a
adenosina monofosfato cíclico (AMPc) intracelular, resultando em produção do pigmento
escuro de eumelanina
Fisiopatologia do melasma. An Bras Dermatol. 2009;84(6):623-35.
 Raios UVA
 promovem a oxidação dos precursores incolores da melanina  pigmentação direta e imediata
sem eritema.
 Raios UVB
 Aumenta a produção de α-MSH, ACTH e endotelina-1 nos melanócitos e ceratinócitos  O α-MSH
se liga ao MC1-R  estimula a atividade da tirosinase e a síntese de melanina.
 aumento do número de melanócitos ativos e estimulação da tirosinase,
 Normalmente após 72 horas são evidenciadas reações tardias através neossíntese de melanina e
melanossomas.
 A produção aumentada de melanina em decorrência da estimulação direta ou indireta é
uma reação defensiva da pele a fim de proteger-se contra as agressões solares.
 Após a irradiação os melanossomas se reagrupam em torno do núcleo a fim de proteger o
material genético da célula e assim, além de promover a coloração da pele, pêlos e cabelos a
melanina promove fotoproteção, agindo como um filtro solar, difratando ou refletindo a radiação
solar

Fisiopatologia do melasma. An Bras Dermatol. 2009;84(6):623-35.


A desordem...
Os fatores que podem influenciar no processo de melanogênese, são:

 Genéticos;
 Hormonais;
 Exposição à radiação ultravioleta;
 Exposição à substâncias fotossensibilizantes;
 Uso de medicamentos, entre outros.

ACROMIA Ausência total de Melanina


HIPOCROMIA Pouca produção de Melanina
HIPERCROMIA Excesso de produção de melanina
HIPERCROMIAS

As hipercromias faciais são distúrbios pigmentares


caracterizados pelo aumento de concentração de
melanina na pele.
As manchas melânicas normalmente ocorrem
devido ao aumento de pigmentação local, em
Hipercromias pós-inflamatória
alguns casos devido a um aumento no número de
melanócitos, onde sua produção é estimulada por
fatores internos ou externos, levando a síntese
excessiva de melanina epidérmica ou dérmica,
originando dessa forma manchas hipercromicas

Melasma
Fatores pré-disponentes

 Corticóides (anti-histamínico)
 Anovulatórios (contraceptivos)
 Antibióticos
 Entre outros...

Como curiosidade, resolvi colocar nessa aula alguns medicamentos comuns e que poucos sabem que são fotossensibilizantes, como por
exemplo os Anticoncepcionais e os antibióticos.
É de extrema importância que no momento da Anamnese seja detectado todos esses pontos com o cliente e que a orientação sobre o uso do
Protetor Solar seja extremamente rigoroso.
Diagnóstico de Profundidade
A avaliação com a Lâmpada de Wood que é
conhecida como luz negra permite identificar a
profundidade das manchas através da fluorescência.

A lâmpada de Wood é muito


utilizada na dermatologia e na
estética como método não invasivo
para diagnóstico das discromias da
pele, tendo sido utilizada
inicialmente na identificação da
tinha do couro cabeludo. Porém
atualmente seu uso tornou-se bem
mais amplo.
Pela irradiação luminosa emitida
pela lâmpada de Wood, que ao
"incidir sobre a pele penetra
profundamente, sendo absorvida
pelos grânulos de melanina nos
níveis em que eles se encontram”.
Pode-se através do diagnóstico
com a lâmpada determinar se uma
alteração hipercromica encontra-se
em nível epidérmico ou dérmico,
ajudando assim na indicação do
tratamento.
 Pela inativação ou impedimento da biossíntese da enzima tirosinase

 Sequestrantes dos íons Cobre e ferro (essenciais para o funcionamento da tirosinase.

 Diminuição dos melanócitos ativos/funcionais

 Supressão de reações inflamatórias. Ex: impedir eritema provocado por exposição


solar.
 Antioxidantes de precursores da melanina.

 Pela interferência no transporte dos grânulos de melanina para células malpighianas


por inibição da fagacitose do dentrito do melanócito ou por causar edema intercelular.
 Pela alteração (capacidade de redução) da melanina marrom presente nos
melanossomas (forma oxidada) para uma coloração mais clara (forma reduzida).
 Esfoliação dos queratinócitos já pigmentados com a melanina
Inibidores da Inibidor da Sequestrantes dos Renovadores
Melanogênese transferência de ínos Cobre e Ferro epidérmicos
Melanina
Ácido ascórbico Belides Ácido fítico Ácido glicólico (AHA)
Ácido azeláico Cosmocair Ácido kójico Ácido Mandélico (AHA)
Ácido fítico Melableach Antipollon HT (absorve Ácido salicílico
Ácido glicirrízico Hidroquinona melanina) Dermawhite
Ácido kójico Whitessense Biofermentados de Renew zyme
Ácido lático Aspergillus
Arbutin Emblica
Belides Melableach
Hidroquinona Skin Whitening
Biowhite Complex
Dermawhite
Melableach
Melawhite
Skin whitening
complex
 É um derivado da hidroquinona  sem citotoxicidade
 Extraído da uva ursi (uva ursina) ou bearberry
 Ação inibidora da tirosinase é dose-dependente.
 Pode ser mais eficaz que o ácido kójico.
Obtido pela fermentação de glicose pelos fungos da família Aspergillus ssp.
- Não deve ser associado a outros despigmentantes... Apesar de ser associado ao
ácidos glicólico (aumenta atividade despigmentante)
- Mecanismo de ação:
- Inibição não competitiva da tirosinase através da quelação do íon cobre no sítio
ativo da tirosinase.
- Redutor dos intermediários da reação de melanogênese  bloqueando
processos oxidativos da síntese da melanina.
- Ação dose-dependente.
 Facilmente degradado em ambiente aquoso, na presença de luz, elevadas
temperaturas, presença de oxigênio e pH básico os derivados como VCPMg de
ácido ascóbico, ou AA2G (ácido ascóbico glicosado) são mais estáveis.
 Melhores concentrações  10% a 20%
 Mecanismo de ação despigmentante  Ação redutora e reversão das reações de
oxidação impedindo a conversão de DOPA em dopaquinona.
 É obtido das flores de Bellis perennis (margarida)  rico em saponinas,
polifenóies, flavonóides.
 Atividade de inibição da melanogênese
 Inibição da expressão da Endotelina-1 (enzima que induz a síntese da tirosinase,
proliferação e formação dos dendritos dos melanócitos)  assim reduz a tirosinase.
 Bloqueio dos receptores do hormônio MSH  reduz produção eumelanina
 Os polifenóis são antioxidantes que diminuem as espécies reativas de oxigênio e
impedem as reações de oxidação necessárias para síntese da melanina.
 Reduz atividade endocítica dos queratinócidos  assim reduz a transferência dos
melanossomos formados no melanócito para as células epidérmicas que estão ao redor.
 obtido a partir do extrato concentrado da alga marrom Ascophyllum nodosum..
 aumenta a expressão da enzima SCCE (serina proteinase) em 56%. Essa enzima participa
do processo natural de renovação celular promovendo a lise dos desmossomos do estrato
córneo, diminuindo a adesão entre as células, facilitando sua retirada  peeling
enzimático.
 Ação clareadora: inibindo a tirosinase, a divisão celular dos melanócitos e a comunicação
melanócito-queratinócito. Na melanina já formada inibindo seu escurecimento. Na
eliminação da melanina facilitando a retirada das células hiperpigmentadas.
 Inibição da Endotelina-1 - O estímulo da radiação ultravioleta faz os queratinócitos
secretarem endotelina, essa substância se liga em um receptor específico na superfície
do melanócito e estimula a atividade da tirosinase, a divisão dos melanócitos e o aumento
em número e tamanho dos dendritos.

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