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DISCURSO SOBRE

A POESIA
DRAMÁTICA
D E N I S D I D E R OT
K A R L E N E FA R I A S
• Segundo Diderot, o efeito maior do espetáculo teatral é o de permitir que o homem
contemple a bondade da natureza humana, e desse modo, se reconcilie com sua espécie.
• Para o Século das Luzes, nada mais filosófico do que esta missão. O teatro deve mostrar ao
homem a natureza, não como ela é, mas teatralmente, para que com ela este aprenda.
• Poucos filósofos que se interessaram pelo espetáculo teatral tiveram, como Diderot, tanta
intimidade com ele.
• Diderot respeitou e investigou as especificidades das atividades vinculadas à linguagem teatral:
o ator e o dramaturgo.
• Para ele o teatro era algo familiar, chegou a considerar o sonho de se tornar comediante, mas
acima de tudo foi um frequentador insaciável das salas de espetáculo.
• Era uma figura que ganhava destaque na própria plateia. Tapava os ouvidos para melhor fluir
gestos e movimentos dos atores.
• A razão desta extravagância é o pressuposto de que o recurso próprio do teatro é o de
“colocar em ação sob os meus olhos”. A ilusão , finalidade comum de todas as artes de
imitação, só será possível no teatro se está particularidade for respeitada.
• Para isso o dramaturgo precisa se convencer de que seu objetivo é dirigir-se à sensibilidade da
plateia, que não deseja ser sobrecarregada com palavras, mas vai ao teatro em busca de
impressões.
• Diderot procurou resgatar a importância propriamente espetacular do teatro.
• Por isso, no discurso, denunciou “a pobreza e a falsidade dos cenários” ou “o luxo dos trajes”
como sintomas maiores do divórcio entre o teatro e a verdade, restabelecendo a importância
do cenógrafo e do figurinista, atento aos detalhes aparentemente sem importância, exigiu que
o poeta dramático fosse “fisionomista”, isto é, cria seu personagem e imagina um rosto para
ele.
• Diderot foi contra o teatro dos grandes poetas, seduzidos por achados poéticos e tiradas
declamatórias: contra a redução do teatro à poesia.
• Insistiu no texto em prosa, mas sobretudo na multiplicação das cenas pantomímicas, na
percepção de cada detalhe das atitudes e nas expressões, na inclusão, por entre a trama do
diálogo, de verdadeiras cenas mudas, quadros onde o gesto é mais eloquente do que a palavra.
BIBLIOGRAFIA

• Diderot, Denis. Discurso sobre a poesia dramática. Brasília: Editora Brasiliense, 1986.

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