MARIMENDESFISIO@HOTMAIL.COM O corpo em abertura O corpo é da ordem do imaginário, e, como a imagem não diz, necessita de um Outro que inscreva um dizer no corpo, que o torne imagem do corpo, que o metaforize em seu “toque” significante. Concebe-se o corpo no imaginário como efeito do simbólico (do significante) no Real do corpo. A psicomotricidade é uma articulação, que parte de uma ordem simbólica (a linguagem) que possibilita conceber o corpo, os gestos, o movimento, o tônus, o espaço, as posturas, os objetos e o tempo como o dizer corporal de um sujeito;dizer que é olhado e é dito. Sujeito e corpo Se o corpo é algo que o sujeito terá que conquistar e ter, é o porque o sujeito não é o mesmo que seu corpo, e por isso pode brincar de tê-lo. Em 1963, Descartes diferenciou o corpo de um homem do de uma máquina e do corpo do animal ◦ Nunca uma máquina poderá usar palavras nem signos equivalentes a elas como nós fazemos para declarar aos outros os nossos pensamentos ◦ Não há homem, por estúpido que seja, que não coordene vários vocábulos formando partes para expressar seus pensamentos, e nenhum animal, por mais organizado que esteja, por perfeito que seja, pode fazer o mesmo. Sujeito e corpo O corpo humano constitui-se por efeito da linguagem, e são estes efeitos dado pelo Outro os que marcam o corpo de um sujeito como desejante. O simbólico, a linguagem, pré-existe ao nascimento da criança Sujeito pré-existe ao corpo e subsiste após a sua morte ◦ Pré-existe: desejo e imaginação dos pais de como será a criança ◦ Subsiste: na lembrança, no nome que nomeia este corpo Sujeito e corpo Importância do psicomotricista buscar a história clínica, no qual interessa por exemplo, o discurso da mãe em relação ao corpo de seu filho, como imaginava este corpo, etc. Ocupa-se da história do sujeito com seu corpo e do percurso e do lugar que este corpo ocupa, ou que o corporal ocupa, no mito familiar. Sujeito e corpo O corpo é construído, constituído, a partir de uma história que começa e se desenvolve sem que a criança possa escolher nada dela, está em sua origem, constitui-a, torna-a humana. O corpo: sua superfície e o outro O corpo para ser e por ser humano, depende para sua subsistência de um Outro. O Outro, de quem a criança depende, tem a função (da linguagem) de apresentar o corpo à criança. É a partir dos cortes, das marcas, das inscrições que o Outro irá realizando, que o corpo subjetivado será constituído. A identificação é a transformação que se produz no sujeito quando assume uma imagem. O corpo no imaginário, no real e no simbólico O corpo imaginário é o corpo das imagens Efeito de identificação a uma imagem, espaço ilusório e virtual constituinte do “eu ideal”, “ideal” de perfeição a ser alcançado. Imagem que não é constituída e sim constituinte do corpo de um sujeito. A perspectiva imaginária traz consequências na conceituação do eu. O corpo no imaginário, no real e no simbólico Para se constituir, é preciso que a criança seja objeto do olhar e tenha um lugar no campo do Outro, cujo reconhecimento, na medida em que a nomeia, permite sua entrada no Simbólico. A ordem simbólica, pré-existe ao sujeito. Antes do nascimento do corpo biológico e da criança, o Simbólico já está presente no discurso e nas expectativas dos pais e do social. O corpo no imaginário, no real e no simbólico Na categoria Real, Lacan “colocou a realidade psíquica, isto é, o desejo inconsciente e as fantasias que lhe estão ligadas, bem como um “resto”: uma realidade desejante, inacessível a qualquer pensamento subjetivo”. O Real pode ser pensado como um tempo anterior às palavras, um momento pré-simbólico. Referências da aula Livro: A Clínica Psicomotora, capítulo 2, págs. 44 à 67, Autor: Esteban Levin Artigo: Considerações sobre eu e o corpo em Lacan. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/epsic/v7n1/10961.pdf Artigo: O corpo ajuda o aluno a aprender”. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/educacao-fisica/pratica- pedagogica/esteban-levin-corpo-ajuda-aluno-aprender-423993.shtml