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PSICOLOGIA DO

DESENVOLVIMENTO II
Profa. Ma. Ana Ramyres Andrade de Araújo
Introdução à teoria de Jean Piaget

■ Pergunta norteadora da teoria de Piaget: “Como o homem consegue organizar,


explicar e conhecer o mundo em que vive?”

■ A teoria piagetiana não se pretendia uma teoria da educação, mas trouxe grandes
contribuições para este campo;

■ Piaget buscava entender como se dá o desenvolvimento cognitivo (o processo de


elaborações do conhecimento) da criança;

■ O nível de desenvolvimento humano parte de uma estrutura menos complexa para


uma estrutura mais complexa.
Introdução à teoria de Jean Piaget

■ A Epistemologia Genética é a teoria construída por Piaget que visa entender como
acontece o desenvolvimento cognitivo dos sujeitos;

■ Piaget parte do pressuposto de que as estruturas cognitivas e a interação do


indivíduo com são meio, são os fatores que influenciam na aquisição do
conhecimento - > interacionismo

■ As quatro fases do desenvolvimento humano (sensório motor, pré – operatório,


operatório concreto e operatório formal) são etapas construídas por Piaget a partir
de seu estudo do desenvolvimento humano.
Provas piagetianas

■ As provas operatórias ou provas piagetianas foram desenvolvidas com o intuito de


identificar em que nível de desenvolvimento cognitivo a criança se encontrava. Elas
auxiliam na compreensão de como ocorre o a aquisição do conhecimento;

■ Atualmente alguns kits são comercializados contendo algumas das provas


piagetianas.
Provas piagetianas
Provas piagetianas
O desenvolvimento moral para Piaget
■ Anomia: não existem regras e normas. As necessidades básicas determinam as normas de
conduta. Ex.: o bebê chora pedindo comida e cala-se ao ter sua necessidade atendida;

■ Heteronomia: as regras são impostas coercitivamente. A regra deve ser cumprida para
manter a ordem e não podem ser flexíveis. Ex.: não cumprir a ordem pode ser entendido
como ser “mau” (a criança acredita que será castigada se não fizer o que for dito);

■ Autonomia: desenvolvimento daconsciência moral. As regras são cumpridas com consciência


de sua necessidade e significação. Elaboração dos princípios éticos e morais. A
responsabiliade pelos atos é proporcional à intenção e não apenas pelas consequências do
ato. Ex.: mesmo que o sujeito entenda que o ato poderá gerar um castigo, pode fazê-lo.
Sobre o desenvolvimento cognitivo no
adolescente...
■ Operatório Formal (a partir dos 12 anos):

 Formulação de hipótese sem a necessidade da experiência concreta;

 Compreensão de conceitos e categorias;

 Raciocínio hipotético – dedutivo.


O desenvolvimento cognitivo no
adolescente
■ Estamos a todo momento aprendendo novos esquemas de conhecimento, categorizando e
conhecendo o mundo de diferentes modos;

■ Sobre a necessidade de rompimento do adolescente com o que os adultos propõem, Piaget


elabora:

■ “Afetivamente, a construção de uma escala de valores lhe permite não só ir além do círculo
restrito do seu meio ambiente, como também construir o eixo central da sua personalidade
(...) Graças a estes dois instrumentos, as operações formais e a hierarquia “pessoal” de
valores, o adolescente desempenha um papel fundamental na nossa sociedade que é o de
libertar a nova geração da geração mais velha. Isto leva o indivíduo a tentar desenvolver aquilo
que ele adquiriu na sua infância, que seja novo e que em parte o libere dos obstáculos que
decorrem das imposições dos adultos” (PIAGET, 1963, P. 20 -21, grifo nosso).
O desenvolvimento cognitivo no
adolescente
■ O pensamento egocêntrico do adolescente liga-se diretamente aos seus conflitos, já que,
ao encarar o mundo real, ele se depara com uma série de incoerências. Ex.: os pais
pedem para que o adolescente não tenha comportamentos de risco como beber e dirigir,
mas acabam dirigindo e bebendo;

■ O adolescente deseja aplicar as regras lógicas à realidade e ao encontrar a dissimetria


entre o que lhe é dito e o que é realizado, demonstra insatisfação;

■ A insatisfação faz gerar o desejo de mudança tão latente nos adolescentes e a busca
pelas modificações se dá a partir de um rompimento com o que foi construído pelas
gerações passadas.
O desenvolvimento cognitivo no
adolescente
■ Vygotsky aponta que o processo de formação de conceitos é importante para o
desenvolvimento e divide este processo em três fases:

■ Sincretismo: a criança não forma conceitos organizados. Ex.: todos os animais de


quatro patas serem chamados de “au au”;

■ Pensamento por complexos: é possível agrupar os elementos a partir de


características concretas partilhadas por eles. Ex.: cachorros “au au” e gatos “miau”;

■ Pensamento por conceito: generalização e diferenciação de conceitos, maior


abstração. O adolescente vai além das relações cotidianas estabelecidas para
conhecer (diferente do entendimento infantil).
O desenvolvimento cognitivo no
adolescente
■ Sobre a formação de conceitos, nos diz Vygotsky:

“A formação dos conceitos é resultado de uma complexa atividade em que todas as funções
intelectuais fundamentais participam. (...) A presença de um problema que exige a formação de
conceitos não pode por si só ser considerada como causa do processo embora as tarefas que a
sociedade coloca os jovens quando estes entram no mundo cultural, profissional e cívico dos
adultos sejam um importante fator para a emergência do pensamento conceitual. Se o meio
ambiente não coloca os adolescentes perante tais tarefas, se não lhes fizer novas exigências e
não estimular o seu intelecto, obrigando-os a defrontarem-se com uma sequência de novos
objetivos, o seu pensamento não conseguirá atingir os estágios do desenvolvimento mais
elevados ou atingi-lo-á apenas com grande atraso.” (VYGOTSKY, 1991, p. 49 – 50).
Referências:

■ SANTOS, M. S., XAVIER, A. S., NUNES, A. I. B. L. A Psicologia do Desenvolvimento:


teorias e temas contemporâneos.2.ed. Brasília: Liber Livro, 2009.
■ VISCA, J. O diagnóstico operatório na prática psicopedagógica. São José dos
Campos: Pulso Editorial, 2008.

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