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Esquenta a produção global de energia solar, artigo José Eustáquio Diniz Alves

 
[EcoDebate] O mundo precisa mudar a matriz energética utilizando fontes 
renováveis e limpas. A possibilidade da produção de combustíveis fósseis atingir 
o pico da produção em um futuro não muito distantes faz crescer a busca por 
energias alternativas.
• A energia solar fotovoltaica (Photovoltaics – PV) é a forma de 
produção de eletricidade que mais cresce no mundo atualmente.
• De 1995 a 2013 a capacidade global de produção de energia solar 
fotovoltaica aumentou mais de 200 vezes, passando de 0,6 
gigawatts (GW) para mais de 120 GW. Foi um crescimento 
exponencial impressionante. Se a produção de energia 
fotovoltaica mantiver um ritmo de dobrar a capacidade instalada 
a cada 3 anos, a crise energética da humanidade poderia ser 
equacionada em até 30 anos.
• Mas a maior parte dos governos do mundo – pressionados pelo 
lobby das empresas petrolíferas – preferem manter os 
investimentos e os subsídios aos combustíveis fósseis. Se 
houvesse um redirecionamento das prioridades as energias 
alternativas poderiam decolar com mais rapidez.
• Os cenários até 2017 indicam uma continuidade do crescimento 
exponencial e variam segundo a perspectiva que segue o crescimento 
normal dos últimos anos ou a perspectiva com apoio das políticas públicas 
que pode acelerar o ritmo de crescimento da energia solar.
• No cenário normal (Business-as-usual) a capacidade instalada chegaria a 
284 GW em 2017 (isto seria o equivalente a 20 usinas de Itaipu). No 
cenário com apoio do poder público (Policy-driven) a capacidade instalada 
poderia chegar a 419 GW (equivalente a 30 usinas de Itaipu).
• Segundo relatório da Bloomberg New Energy Finance 
(BNEF) o preço de uma célula de energia fotovoltaica 
custava US$ 76,67 por watt em 1977 e caiu para US$ 
0,74 por watt em 2013, devendo chegar a US$ 0,64 
por watt em 2014. Com preço competitivo e abaixo 
do preço do carvão mineral, a perspectiva é que o 
crescimento exponencial da energia solar continue 
ou até se acelere. A BNEF estima que a capacidade 
instalada de energia fotovoltaica em 2013 foi de 36,7 
GW (o maior crescimento anual de todos os tempos), 
acima dos 35,5 GW da energia eólica (que, por sua 
vez, teve o menor crescimento dos últimos 5 anos).
• Neste ritmo, o mundo teria muita energia limpa até 2040 e 
o clima se beneficiaria drasticamente pela redução dos 
gases de efeito estufa provocados pela queima de 
combustíveis fósseis. Países com Alemanha e China estão 
investindo pesadamente na pesquisa e na tecnologia de 
produção de energia solar. Estes países poderão ganhar 
duplamente, pois além se livrar de combustíveis 
poluidores, vão poder exportar conhecimento e 
equipamentos solares.
• A poluição do ar, provocada pela queima de carvão e 
outros combustíveis fósseis, tem feito a China acelerar 
projetos como o da construção da maior usina solar do 
mundo, com capacidade instalada de dez mil megawatts, 
em Xinjiang. 
• O projeto levará quatro anos para ser finalizado, mas os 
primeiros painéis começarão a operar neste ano. Se algo 
assim fosse feito na Amazônia, não seria necessário a 
construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. A China 
instalou um recorde de 12 GW de energia solar em 2013 e 
pretende instalar 16 GW em 2014, segundo as últimas 
informações da BNEF.
• Enquanto o mundo avança na produção de energias eólica e 
solar, o Brasil se atola na produção de petróleo do pré-sal, 
que além de ser um combustível do passado, contribui para 
o aquecimento global e a poluição da terra, da água e do ar. 
E para contrariar os críticos, o governo anuncia que fará as 
primeiras explorações do chamado gás de xisto com todas as 
suas consequências nefastas.
• Artigo de Heitor Scalambrini Costa, no EcoDebate 
(21/01/2014), mostra que a energia solar fotovoltaica de uso 
residencial teria tudo para deslanchar no Brasil, após a edição 
da Resolução Normativa (RN) no 482/2011, da Agência 
Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). No entanto, os avanços 
têm sido pífios:
• “A contribuição da eletricidade solar na matriz elétrica é
desprezível, pois a falta de interesse do governo federal
dificulta uma maior disseminação dessa tecnologia – madura
e promissora. Entendemos ser completamente sem cabimento
a falta de apoio a eletricidade solar. E a justificativa de ela ser
mais cara esbarra com a experiência mundial que mostra ser
o apoio do Estado necessário para desenvolver o
mercado.Energia solar e a falta de interesse do poder público”
ENERGIA SOLAR NO BRASIL
• O Brasil, que pela área geografia e localização, é 
potencialmente favorável ao desenvolvimento de 
sistemas fotovoltaicos, convive com um atraso nesta 
área em relação a outras nações. Nosso país 
poderia ser a “Arábia Saudita” da energia renovável. 
Mas para tanto precisaria investir e planejar o 
aumento da capacidade instalada para aproveitar, 
gratuitamente, a enorme força dos ventos e o 
intenso calor do sol, dádivas que a natureza nos 
brindou.

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