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_________Economia Regional e

URBANA

AULA 1

Prof. Dr. Neuler André Soares de Almeida


Espaço, Regiões e Economia
Regional
INTRODUÇÃO

 Alguns aspectos da análise espacial merecem


destaque para que possamos melhor entender a
sua importância e suas limitações.
 Estes aspectos dizem respeito as “leis
econômicas gerais” que precisam ser vistas de
forma critica e suas aplicações adaptadas à
realidade de cada país e às fases históricas em
que se encontram.
Escola Histórica Alemã

 Corrente Histórica – critica a desconsideração


do caráter histórico das categorias econômicas:
i) nega o emprego do método das ciências
naturais: ações humanas dotadas de sentido →
necessidade de um método específico →
causalidade histórica
ii) identificar tendências (mas não uma lei)
que se originam das atitudes psicológicas dos
homens em acordo com a situação histórica vivida
(e não apenas pelas relações sociais e de
propriedade).
Escola Histórica Alemã

 Filosofia hegeliana → dupla influência:


i) marxistas: interpretação materialista da dialética
(materialismo histórico)
ii) corrente histórica: se reporta ao idealismo objetivo
hegeliano, ou seja, o “espírito coletivo” como motor do
desenvolvimento histórico
Escola Histórica Alemã

 Contexto histórico específico do fim das guerras


napoleônicas e abdicação de Napoleão (1814) e
crescimento da hegemonia inglesa sobre o comércio
germânico;
 Reação: Prússia passa a “desenhar” as primeiras
medidas visando estimular a integração comercial
entre os Estados germânicos: zollverein (1819) a
unificação em 1871
 entre o frágil liberalismo burguês e a reação
nobiliárquica (pensamento romântico) surge a via
nacionalista: industrialização seria possível com a
coordenação e liderança do Estado
Escola Histórica Alemã

 O precursor – Friedrich List (1789-1846)


 Em sua principal obra, O sistema nacional de economia
política, de 1841, formulou pela primeira vez o
argumento de que os países com uma indústria nascente
dependem da intervenção do Estado para atingir o nível
de desenvolvimento dos países que se encontram na
vanguarda da industrialização.
 List observou que, ao contrário do entendimento vulgar, o
desenvolvimento industrial britânico e norte-americano foi
resultado de uma política sistemática de proteção ao
longo da história.
Escola Histórica Alemã

 Crítico da teoria das vantagens comparativas de Ricardo;


 Estágios de evolução dos Estados: selvagens, pastores,
agrícola-manufatureiros e agrícola-manufatureiros-
comerciais – dependente da ação dos Estados.
 Velha escola histórica: (Roscher, Hildebrandt e Knies:
negam as leis econômicas: diferentemente da natureza,
na sociedade não há regularidades, portanto não há
teoria econômica, apenas história econômica
 Nova escola histórica: se ocuparam quase que
exclusivamente da História Econômica em lugar da
Economia Política.
Escola Histórica Alemã
 (K. Buecher /Schmoller ) buscou sistematizar as
contribuições da escola, desconsiderou as relações de
produção e distribuição; prioridade ao alcance territorial
(economia doméstica, economia urbana, regional e
nacional).
 Nova Escola Histórica: construir uma teoria do
desenvolvimento econômico
 Werner Sombart (1863-1941) e Max Weber(1864-
1920): sociologia econômica = construir uma teoria do
desenvolvimento do capitalismo, retomando o conceito
histórico-social da formulação marxista: definem
capitalismo como modo de produção → produção
mercantil sob emprego de trabalho assalariado:
Escola Histórica Alemã
 “É uma organização consistindo numa economia de troca,
na qual cooperam, em geral, dois grupos humanos
diferentes, que se encontram no mercado: os proprietários
dos meios de produção, que são ao mesmo tempo
dirigentes, os sujeitos da Economia; os operários, privados
dessa propriedade (objetos da Economia). Trata de uma
organização onde reinam os princípios do ganho e da
racionalidade econômica” (Sombart).
Escola Histórica Alemã
 No exercício desse esforço de avaliação crítica das
teorias econômicas gerais, Wilhelm Roscher e A. Schäffle,
membros da Escola Histórica Alemã da segunda metade
do século XIX, “Se dedicaram à enumeração dos fatores
locacionais peculiares a cada país, em cada época, e que
explicariam as vantagens comparativas de um país ou
região para que ali se localizassem atividades
produtivas.”
Escola Histórica Alemã
 No fim do século XIX e início do
século XX consolidou-se a tradição e
liderança germânica na teoria da
economia espacial, cujas idéias
seminais já aviam sido firmemente,
lançadas por Von Thünen. As
discussões concernentes a Economia
Espacial se estendem até aos dias
de hoje em processo de constantes
Johann Heinrich von Thünen
mudanças e redefinições nas
categorias espaço e região em
direção a uma ciência regional de
cunho holístico e interdisciplinar.
Economia Regional e Urbana

Economia
Espacial
Ciência
Regional
Economia
Regional
Economia Espacial
 Na concepção de Hoover (1970) a Economia Espacial se
refere à análise da questão “o que” está “onde” e “Por
quê”. Cumpre a análise espacial estudar os tipos
específicos de atividades econômicas, suas localizações
em relação a outras atividades econômicas. Ou seja,
questionar os problemas relativos à proximidade,
concentração e dispersão.

 Na análise espacial são feitas duas distinções essenciais:


a análise regional e análise locacional.
Economia Espacial
 A análise regional, trata dos agrupamentos e
aglomerações de atividades econômicas, sociais, políticas
e administrativas inter-relacionadas e próximos, dentro do
espaço geográfico, constituem sub espaços contínuos
dentro do território geográfico.

- Kahn
- Keynes
REGIÕES - Lewis
ECONÔMICAS - Myrdal
- Furtado
- Kaldor
Economia Espacial
 Se a análise regional investiga padrões locacionais ou a
organização das estruturas espaciais, a análise locacional
se refere à decisão de “onde localizar-se”, dos agentes
econômicos (empresas, famílias e governo das diversas
esferas) visando à eficiência econômica (custos mínimos e
vantagens máximas).

 Em se tratando da análise locacional e microeconômica a


mesma se utiliza das contribuições teóricas marginalistas
convencionais embora também disponha das contribuições
da análise weberiana da localização espacial da
indústria.
Economia Regional
 A economia regional, do ponto de vista da Economia e,
segundo DUBEY apud HADAD (1974) “ é o estudo da
diferenciação e inter-relação de áreas em um universo,
onde os recursos estão distribuídos desigualmente e são
imperfeitamente móveis, com ênfase particular na
aplicação ao planejamento dos investimentos em capital
social básico, para mitigar os problemas sociais criados
por essas circunstâncias”

 Essa definição ressalta que a Economia Regional deve


analisar o fenômeno espacial como um processo que visa
a alocação eficiente de recursos com fins alternativos.
As grandes etapas da evolução da
economia regional 1800-1950
TEÓRICO CONTRIBUIÇÃO

Integração da distância no
pensamento econômico;
Von Thünen (1826) localização das atividades
agrícolas; papel do mercado
(custo do transporte)
Localização industrial;
Launhadt (1882) economia de aglomeração;
áreas de consumo.
Zona industrial; atmosfera
Marshall (1890, 1900)
industrial; externalidades.
As grandes etapas da evolução da
economia regional 1800-1950
TEÓRICO CONTRIBUIÇÃO

Localização industrial; custos


Weber (1909) dos transportes (teoria dos
custos mínimos)
Marginalistas e Teoria da
Predöhl (1925)
Localização Industrial.
Modelos de concorrência;
Hotelling (1929) efeitos de aglomeração
produtiva.
Lei da gravitação; comércio
Reilly (1931)
retalhista; rede urbana.
As grandes etapas da evolução da
economia regional 1800-1950
TEÓRICO CONTRIBUIÇÃO

Teoria dos lugares centrais;


Chistaller (1933) localização das atividades
terciárias; hierarquia urbana.
Localização industrial;
Palander (1935) dimensão do mercado; teoria
do equilíbrio geral.
Ecologia urbana; utilização
Burgess; Parck (1925);
do solo urbano; densidade
Hoyt (1939); Harris;
urbana; localização
Ulmann (1945)
residencial e comercial.
As grandes etapas da evolução da
economia regional 1800-1950
TEÓRICO CONTRIBUIÇÃO

Localização industrial; fator


Hoover (1937) tempo; concorrência
monopolista.
Teoria dos lugares centrais;
áreas de mercado;
Lösch (1940) localização industrial; regiões
econômicas; equilíbrio
econômico espacial.
Lei nível-dimensão;
Zipf (1949)
hierarquia urbana.

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