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SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL DE

DESEMPENHO TÉRMICO:
Um estudo de caso na cidade de Palmas - TO

Acadêmico: Victor de Castro Santana


Orientador: Dr.Sc. Raydel Lorenzo Reinaldo
1 INTRODUÇÃO
Satisfação do usuário
1 INTRODUÇÃO
Ferramentas computacionais na construção civil
1 INTRODUÇÃO
Construção Civil
• Edificações do setores residencial, público e comercial são
responsáveis por 42% do consumo de energia elétrica no Brasil
(LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 1997)
• Necessidade de edificações eficientes;
1 INTRODUÇÃO
Normas de desempenho térmico: NBR 15220 e NBR 15575
• NBR 15220 – Desempenho Térmico de Edificações
• NBR 15575 – Edificações Habitacionais – Desempenho

Crítica simulação computacional: falta de dados climáticos


disponíveis podem comprometer o resultado da avaliação do
desempenho térmico
1.1 JUSTIFICATIVA
• Necessidade de verificar a aplicabilidade do procedimento da
simulação computacional da NBR 15575 para a região;
• Poucos trabalhos sobre o desempenho térmico de edificações no
Tocantins;
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo geral
• Avaliar o desempenho térmico da edificação analisada por
Almeida (2015) na cidade de Palmas – TO, por meio da
simulação computacional
1.2 Objetivos
1.2.2 Objetivos específicos
• Analisar o método de avaliação do desempenho térmico por
meio da simulação computacional descrito pela NBR 15575;
• Realizar uma análise de sensibilidade das variáveis de
desempenho térmico utilizando a simulação computacional
como ferramenta de estudo.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Desempenho
• “Comportamento em uso dos sistemas da edificação” (NBR 15575) sujeitos a
condições de exposição;

2.2 Desempenho Térmico


• Comportamento da edificação sujeita às solicitações climáticas;
• Depende de uma série fatores de origem externa e interna
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.2.1 Conforto Térmico

• Caráter subjetivo;
• Depende de fatores físicos, fisiológicos e psicológicos;
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.4 Zoneamento Bioclimático Brasileiro – NBR 15220
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.4 Zoneamento Bioclimático Brasileiro (NBR 15220)
• 8 zonas bioclimáticas;
• Palmas-TO – Zona Bioclimática 7
• Dia típico de verão e inverno para cada zona
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.5 Propriedades térmicas dos materiais
• Capacidade Térmica (CT) – NBR 15220
Quantidade de calor necessária para elevar a temperatura do sistema em
uma unidade.

Unidade: J/K
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.5 Propriedades térmicas dos materiais
• Transmitância Térmica (U) – NBR 15220
É o inverso da resistência térmica total. Capacidade de um fechamento em
transmitir calor para o ambiente interno

1
𝑈 =
𝑅𝑇
Unidade: W/(m².K)
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.5 Propriedades térmicas dos materiais
• Absortância (α)
Parcela da radiação solar absorvida pela superfície
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.6 Normas brasileiras de desempenho térmico
2.6.2 NBR 15575 “Edificações habitacionais – Desempenho”
• Desempenho do sistema estrutural, segurança ao fogo, acústico, lumínico e
térmico;
• É dividida em 6 partes;
• 3 procedimentos de avaliação do desempenho térmico: simplificado, medição
in loco e simulação computacional.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.7.2 Simulação computacional
• Reproduz um caso real;
• Comportamento avaliado sob diferentes condições;
• Pode ser realizada na fase de projeto ou após a construção
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.7.2 Simulação computacional
• Deve ser realizada nas condições de verão e inverno;
• Ambiente de permanência prolongada – janela do quarto ou sala voltada
para oeste e outra parede exposta para o norte ;
• Critério – temperatura máxima diária do ar interior
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.7.2 Simulação computacional
EnergyPlus
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.7.2 Simulação computacional

Plugin Open Studio (Sketchup) DesignBuilder


2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.7.2 Simulação computacional

Arquivo climático: temperaturas externas, umidade relativa do ar,


latitude, longitude, direção dos ventos, dentre outros.
• TRY (Test Reference Year – ano climático de referência)
• TMY (Typical Meteorological Year – ano climático típico)
3 METODOLOGIA
• Foi utilizado o software DesignBuilder;
• Seguiu-se o projeto arquitetônico disponibilizado pela empresa

3.1 Edifício analisado por Almeida (2015)


• Alvenaria estrutural;
• Palmas – TO;
• Dois blocos (A e B);
• 6 pavimentos;
• Medição in loco (72 horas):
 Início: 11/03/2015 – 10:00
 Término:14 /03/2015 – 10:00
3 METODOLOGIA
3.1 Edifício analisado por Almeida (2015)
• 2 quartos;
• W.C Social;
• Sala de estar/jantar;
• Cozinha;
• Varanda
3 METODOLOGIA
3.1 Edifício analisado por Almeida (2015)
• Quarto 2 do apartamento 602 do bloco B foi o cômodo utilizado para a avaliação
do desempenho térmico
3 METODOLOGIA
3.3 Modelo digital
• Cada ambiente foi considerado como uma zona térmica
3 METODOLOGIA
3.3 Modelo digital
Edifício real Modelo digital
3 METODOLOGIA
3.3 Modelo digital

• Arquivo climático de Porto Nacional – TO (TMY)


• Disponível para download no site do labEEE (Laboratório de Eficiência
Energética em Edificações) da UFSC

• Dados de entrada do programa: propriedades térmicas do envelope, dados


do arquivo climático, taxa de renovação do volume de ar por hora e
ocupação dos ambientes
3 METODOLOGIA
3.3.1 Envelope
Paredes:
• Bloco cerâmico estrutural 14,0x29,5x19,0cm;
• 1 cm de argamassa de assentamento, 2,5 cm de emboço (19 cm
espessura total da parede)
• Cor da pintura: verde claro
α= 0,2
𝑈= 2,45 W/(m².K)
𝐶𝑇 = 203 KJ/(m².K)
3 METODOLOGIA
3.3.1 Envelope
Laje:
• Pré-moldada de concreto com lajota de EPS;

𝑈= 2,29 W/(m².K)
𝐶𝑇 = 132 KJ/(m².K)
3 METODOLOGIA
3.3.2 Configurações pré-simulação
Condições da envoltória de Almeida (2015):
• Janelas e portas externas fechadas;
• Portas internas abertas;
• Sem ocupação;
• Dado de saída: temperatura do ar interior
3 METODOLOGIA
Comparação entre comportamento medido in loco e simulado:
• Erro médio absoluto percentual

𝑛 |𝑦𝑖 − 𝑥𝑖 |
σ𝑖=1
𝑥𝑖
εmédio% = × 100
𝑛

• εmédio% : erro médio absoluto percentual


• 𝑦𝑖 : valor da temperatura na hora 𝑖 obtida na simulação (°C)
• 𝑥𝑖 : valor da temperatura na hora 𝑖 obtida na medição in loco (°C)
• 𝑛: número de observações (72 horas)
3 METODOLOGIA
3.4 Simulação de referência
• Resultados mais precisos arquivo climático foi alterado: temperaturas externas
medidas por Almeida (2015)
• Simulação de referência: arquivo climático modificado e parâmetros da NBR 15575
(propriedades térmicas e taxa de renovação do volume de ar por hora)
3 METODOLOGIA
3.4 Simulação de referência
Análise de sensibilidade: avaliação da influência dos parâmetros da estabelecidos
pela NBR 15575 no comportamento térmico simulado
• Transmitância térmica (U): variações de -20%, -10%, +10%, +20%;
• Absortância (α): variações de -20%, -10%, +10%, +20%;
• Taxa de renovação de ar: variações de -20%, -10%, +10%, +20%;
 Taxa de 5 ren/h – utilizada para a re-simulação
• Sombra: presença do bloco A
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Simulação com arquivo climático inalterado Simulação com arquivo climático modificado
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Temperaturas externas: arquivo climático x Almeida (2015)
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Comparação resultados arquivo climático original x arquivo climático modificado

• Comportamento térmico obtido pela segunda simulação foi considerado confiável;

• Validação da simulação análise de sensibilidade


4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Análise de sensibilidade

• Simulação com arquivo climático modificado (simulação de referência);


• Foram analisadas a U, α, Ren/h e sombreamento;
 Variações de -10% e +10% não provocaram mudanças significativas;
 Absortância apresentou maior interferência;
 Presença da edificação vizinha também não provocou mudança significativa;
• Realizadas simulações com variações de -20% e +20% nos valores de U, α, Ren/h
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Análise de sensibilidade
Δε méd %= ε sim. análise – ε sim. referência
• Δε méd positivo: aumento no erro
• Δε méd negativo: redução no erro
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Análise de sensibilidade
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.2 Avaliação do desempenho térmico

• NBR 15575 – Critério: Te,max ≥ Ti,max (medição in loco e simulação computacional)


• Quarto 2 (parede exposta para o norte e janela do dormitório voltada para oeste)
• Dia de análise: último dia da medição in loco (10:00 – 13/03 10:00 – 14/03)
• Duas situações avaliadas: arquivo climático inalterado e alterado
• Para cada situação foi realizada uma simulação com 5,0 ren/h
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Arquivo climático inalterado
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Arquivo climático modificado
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.2 Avaliação do desempenho térmico
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

• DesignBuilder apresentou-se como um software de fácil utilização;


• Arquivo climático disponível para a cidade de Porto Nacional – TO possui dados
desatualizados. A utilização deste para a avaliação do desempenho térmico de edifícios
localizados na cidade de Palmas – TO não é recomendada;
• A absortância contribuiu para uma redução significativa das temperaturas;
• O sombreamento da edificação vizinha não provocou mudança significativa no
comportamento térmico;
• A utilização dos parâmetros estabelecidos pela NBR 15575 resultou na construção de
um modelo confiável;
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

• Desenvolver arquivo climático para a cidade de Palmas – TO;


• Utilizar a ferramenta de exportação do DesignBuilder para o Revit Architecture;
• Comparar os resultados das avaliações pelo procedimento simplificado e pela simulação
computacional
Obrigado!!!

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