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CONFECÇÃO DE TROQUÉIS

Troquel é uma porção individualizada de


um modelo que se relaciona com os seus
vizinhos e com o antagonista
1- Princípios comuns aos diferentes tipos de
troquéis.

• 1.1- Separação: a separação dos troquéis é


feita com o auxílio de uma serra fina,
iniciando o corte da região cervical dos
modelos para a sua base. Em determinados
casos em que os dentes preparados estão
muito próximos, inicia-se o corte da base
para a cervical, para não haver o risco da
lâmina danificar o preparo.
1.2- Toillet gengival:

• Os troquéis depois de separados,


apresentam não só a reprodução do dente
preparado com também de toda gengiva que
o circunda. E este tecido, agora reproduzido
em gesso, não permitirá uma boa
vizualização dos preparos, assim como
dificultará o acesso dos instrumentos a esses
limites. ( Fig. 1 )
Então para que se tenha uma melhor vizualização e
acesso aos bordos cervicais das preparações
cavitárias, deve ser executado um recorte periférico
dos troquéis com uma broca. ( Fig. 2 )

• Junto aos bordos o


recorte poderá ser
finalizado com um
bisturi, para não haver
o risco de fraturas do
bordo do preparo.
( Fig.3 )
1.3- Delimitação dos bordos

• Para que as terminações fiquem mais


evidentes, os limites devem ser marcados
com um lápis de cor. Não deve ser usado
grafite para esse fim, pois é uma substância
anti-fundente que poderá ocasionar falhas
na restauração metálica fundida.( Fig. 3 )
2. TÉCNICA DE CONFECÇÃO DE TROQUÉIS

• 2.1- Troquelizador
Consiste em uma cubeta plástica com ranhuras
internas de orientação, divide-se em duas ou três
partes, perfeitamente ajustáveis.
O primeiro passo nesta técnica consiste em aparar
o modelo de trabalho de modo que caiba no
interior do troquelizador. Em seguida são feitas
retenções na base do modelo com auxílio de uma
broca de tungstênio. ( Fig. 4 )

• Preenche-se 2/3 do
troquelizador com gesso
pedra melhorado e em
seguida coloca-se o
modelo de trabalho
prèviamente hidratado no
seu interior, tomando-se o
cuidado para que o gesso
não passe para cima dos
dentes.
A cervical dos dentes deve ficar pelo menos cerca de
5 mm acima da borda superior do troquelizador.

• Após a presa do gesso, o


bloco de gesso com o
modelo incrustado no seu
interior é removido do
troquelizador e com o
auxílio de um arco de
serra para troquéis,
secciona-se o modelo de
cima para baixo. ( Fig. 5 )
2.2- Troquéis isolados

• Para a utilização desta técnica há necessidade de


dois modelos de trabalho idênticos. Um deles será
totalmente seccionado sem a preocupação de que
os troquéis possam ser relacionados entre si.
Nestes troquéis será executada uma “toillet” e a
delimitação dos bordos.
• O outro modelo permanecerá íntegro com a
simples remoção da papila interproximal. Esse
modelo será articulado com o seu antagonista.
Desta maneira, o enceramento das restaurações
Será feito neste modelo, e o acabamento final e
selamento dos bordos serão executados nos troquéis
isolados. ( Fig. 6 ).
2.3- Troquéis com pinos

• A técnica dos troquéis com pinos pode ser executada a


partir da moldagem ou então já do modelo de trabalho. Se
for utilizada a partir da moldagem, os pinos têem de ser
posicionados no interior moldagem com auxilio de
alfinetes ou pedaços de fio de aço( ortodontia).Existem
pinos que já possuem numa das extremidades uma agulha .
Uma vez posicionados os pinos, preenche-se a moldagem
com uma 1ª camada de gesso até atingir a parte retentiva
do pino. Espera-se que o gesso tome presa e isola-se a
superficie com isolante para gesso. Coloca-se uma bolinha
de cêra na ponta dos pinos e depois preenche-se a
moldagem com uma 2ª camada até cobrir os pinos.
Depois do gesso tomar presa, retira-se da moldagem
e apara-se na cortadora de gesso
Existem vários tipos de pinos que se pode utilizar na
confecção dos troquéis, cada um com uma aplicação
específica.
CEROPLASTIA NOS
TROQUÉIS
A ceroplastia nos troquéis distingue-se pela
utilização de materiais específicos para este fim,
assim como pela necessidade da precisão e do
detalhe.

1.Isolamento dos troquéis:


o isolamento é feito com isolante especial, que deixa
uma finíssima camada entre o gesso e o
enceramento, sem significado algum na adaptação
das restaurações. A utilização de vaselina, isolante
para gesso e sabão é desaconselhado, pois esses
materiais deixam uma camada espessa sobre os
troquéis.
2. Colocação de cera: inicialmente, a cera utilizada
aqui deve ser específica para esse fim, pois estas não
devem apresentar distorções significativas.
A colocação da cera sobre o troquel é feita com
uma espátula ( gotejador PKT) aquecida, de forma
que se cubra, inicialmente toda a superfície do
preparo com uma fina camada de cera, para em
seguida, completar a anatomia do dente a ser
reconstruído.
Atenção especial deve ser tomada para que não
haja um super-aquecimento da cera, pois acarretaria
o seguinte:
a. Infiltração da cera no gesso, pelo rompimento
da camada de isolante.
b. Alterações das propriedades da cera.

3. Ceroplastia

3.1- Contorno- durante o processo de enceramento


deve-se procurar reconstruir o dente na sua dimensão
original, pois sòmente com um contorno próximo ao
do dente natural teremos a restauração restabele-
cendo as funções fisiológicas inerentes a este dente.
Se no enceramento construirmos um dente com um
contorno aumentado ( sobre-contorno ), acarretará
que a gengiva marginal não será fisiologicamente
massageada pelos alimentos, irritando-a.
Ao contrário dessa situação, temos um infra-
contorno, isto é, dimensões menores que o dente
natural, acarretando uma impacto dos alimentos
sobre a gengiva marginal, irritando-a.
3.2- Solução de continuidade: para o enceramento
de preparos onde existam paredes periféricas
remanescentes, deve-se atentar para que não fique
solução de continuidade entre estas e o enceramento
propriamente dito.
3.3 – Alinhamento- o enceramento de um troquel
deve ser submetido a um exame não só individual e
isolado do troquel, mas também em conjunto com
seus vizinhos e antagonistas, para que ele fique com
o posicionamento correcto dentro do arcada.
3.4 – Ponto de contacto interproximal- a localização
do ponto de contacto dos dentes posteriores está
localizado próximo a oclusal e para o lado vestibular.
Nos dentes anteriores, localiza-se próximo ao bordo
incisal. Na realidade não temos um ponto de
contacto e sim uma pequena área de contacto, pois
se fosse só um diminuto ponto de contacto, haveria
um impacto dos alimentos sobre as papilas
interproximais, durante a mastigação, inflamando-
as. No caso de se ter uma área de contacto muito
aumentada, acarretaria uma compressão exagerada
da papila.
3.5- Pontos de contacto oclusais- a obtenção desses
contactos pode ser conseguida seguindo-se várias
técnicas. Uma delas é o enceramento progressivo,
que consiste, em resumo, na construção gradual das
cúspides e fossas. Uma outra seria o aquecimento da
cera com uma espátula, e o fechamento do
articulador, os dentes antagonistas deixariam uma
impressão na cera, indicando a posição das cúspides
e fossas no enceramento.

3.6- Acabamento- após o término do enceramento,


deve-se retirar o mesmo do troquel, voltar a isolar o
troquel e após colocar o enceramento no troquel,
ajustar o bordo do enceramento passando a espátula
aquecida com cera em todo o limite do preparo.
INCLUSÃO E FUNDIÇÃO
DE RESTAURAÇÕES
METÁLICAS FUNDIDAS
INCLUSÃO
• 1. Colocação dos canais de alimentação:
A fixação dos canais de alimentação ao
padrão de cera é o passo inicial da inclusão.
Este procedimento obedece a algumas
regras que veremos a seguir, contudo é
aconselhável verificar 1º se o padrão de cera
sai com facilidade do troquel :
• A- Os canais de
alimentação deverão ser
fixados na região mais
volumosa dos padrões de
cera, para que a liga
metálica no estado liquido
flua melhor da porção
mais grossa para a mais
fina da peça a ser fundida
não ocorrendo risco de
resfriamento da mesma.
B- Os canais de alimentação deverão ser
posicionados com angulação de 45º com o plano
oclusal do padrão de cera.
• Este procedimento
facilita o escoamento
do metal durante a
fundição. A colocação
do canal de
alimentação em outra
posição pode provocar
turbulência da liga
fundida resultando
porosidades.
C- Os canais de alimentação deverão ter volume
maior ou igual ao volume do local no padrão de cera
onde serão fixados os canais.
• Este procedimento
evita a formação de
porosidades nas
restaurações metálicas
pelo resfriamento
inicial das mesmas. As
restaurações metálicas
devem ser a
• O padrão de cera deverá ficar fora do centro
térmico do cilindro de fundição, para que a
futura restauração metálica fundida não seja
a última porção a resfriar-se após a
fundição. A forma prática de avaliar esse
procedimento é deixar os padrões de cera de
3 a 5 mm aquem da borda superior do
cilindro de fundição, como mostra a figura a
seguir.
• Em seguida deve ser aplicado oredutor de
tensão superficial, que aumentará a fluidez
do revestimento sobre os detalhes do padrão
de cera.
• Colocação do revestimento no cilindro
• Antes da colocação do revestimento no
interior do cilindro, este deverá ser
revestido com uma folha de amianto
umedecido. O amianto irá permitir que o
revestimento se expanda uniforme em todas
as direcções.
• A folha de amianto é umedecida para não
absorver líquido do revestimento, e também
não deverá ser muito hidratada para não
passar agua para o revestimento.
PONTE FIXA
Definição: Ponte fixa é uma prótese que recoloca
um ou mais dentes ausentes numa arcada dentária,
fixadas permanentemente aos dentes
remanescentes.
Componentes:
Retentor ou dente pilar: é o dente que serve de
suporte a ponte fixa.
União ou conector: é a parte da ponte fixa que une o
retentor ao elemento intercalado. Pode ser rígido,
quando é soldado e não rígido quando se usa um
encaixe.
Pôntico ou elemento intercalado: é o dente
que fica suspenso entre os dentes pilares.
O êxito ou fracasso de uma ponte depende em muito
do pôntico. O seu desenho está relacionado com a
função, estética, com a facilidade de limpeza, com o
conforto do paciente e com a saúde dos dentes
vizinhos a região do dente ausente. O desenho
correcto é muito importante pois está relacionada
com a possibilidade de limpeza e a saúde dos
tecidos. Para assegurar que o pôntico seja de fácil
higienização e não lesivo aos tecidos moles, devem-
se fazer certas modificações
na forma básica do dente.
O contorno e a natureza do contacto do pôntico com
a crista, são muito importantes. É preciso observar
que a zona de contacto entre o pôntico e a crista
alveolar,deve ser pequena, e a porção do pôntico que
está em contacto com a crista deve ser tão convexa
quanto possível.
O pôntico não deve exercer pressão sobre a crista, e
o ideal é que o contacto com a crista seja dado pela
saliva.
Os pônticos desenhados para serem colocados em
zonas vizíveis tem que assemelhar-se aos dentes
naturais, estéticos, sem comprometer a possibilidade
de serem higienizados. Os pônticos colocados em
zonas não vizíveis só tem que restaurar a função e
evitar as migrações dentárias.
Requisitos essenciais do pôntico:
a- Restabelecer o equilíbrio fisiológico e anátomo-
estrutural
1- função mastigatória
2- prevenção do colapso do arco
3- estabilizar a oclusão
4- manter a estética
5- manter a emissão fonética correcta
b- Ser resistente
c- Ter desenho correcto
d- Ter nichos que permitam a passagem dos alimentos
e- Anatomicamente permite uma higiene a mais perfeita
DESENHO DO PÔNTICO

Tipo sela:

é anti-higiênico. É o que
mais se parece com o
dente natural
Plano inclinado:

É o mais indicado. A
curvatura da sua superfície
forma um padrão de
autolimpeza
muito harmonioso com os
tecidos adjacentes.
Forma de bala:

Sua estética é indesejável. É


indicada para rebordos
com pequena reabsorção e
requer fortes medidas de
higiene.
Higiênico:
É o mais recomendado pelos
periodontistas, não tem
nenhum contacto com a
crista alveolar. É mais in-
dicado para pontes posteri-
ores devido a sua estética
indesejada.
Extremo-livre
É a ponte fixa em que o
pôntico só é fixado a
um dente pilar. É
indicado em dentes
onde o esforço
mastigatório é pequeno
Tipos de pônticos:
metálicos
metalo-cerâmicos
metalo-plásticos( resinas melhoradas, compósitos

Desenho do pôntico anterior


Todas as superfícies devem ser convexas, lisas e
correctamente acabadas.
O contacto com a mucosa deve ser mínimo e livre de pressão.
A estética requer uma grande área de contacto para evitar o
aparecimento do espaço preto no caso do rebordo residual
ser excessivamente reabsorvido.
O contorno lingual deve estar em harmonia com os dentes
adjacentes ao pôntico.
Desenho do pôntico posterior

Suas superfícies devem ser convexas, lisas e bem


acabadas.
A face oclusal harmonicamente relacionada com a
oclusão dos dentes.
O comprimento da face vestibular deve ser igual aos
dentes de apoio.
O contacto com o rebordo residual deve ser mínimo.

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