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Universidade Federal do Pará - UFPA

Instituto de Tecnologia - ITEC


Faculdade de Engenharia Naval - FENAV

Normas PIANC Para Profundidade do Canal

LU C A S V I E I R A T I R A D E N T E S
JORGE GERMANO DE SOUZA
01 – Introdução
O estudo da profundidade de um canal é embasado em três fatores:

• Squat;
• Lâmina d’água embaixo da quilha em ondas;
• Profundidade real disponível.
02 – Definição de Squat
Definição
O Squat é o efeito combinado de afundamento e trim devido à velocidade à
vante do navio.

Fatores que influenciam o Squat


• Velocidades operacionais do navio;
• Abaixo de 6 nós não existe squat significativo
• Fr < 0,3 -> não existe squat significativo Relacionada ao Navio-Projeto
• Formas do navio
• Trim Inicial

• Proximidade de margens
• Mudanças abruptas de profundidade;
• Canais com fundo de lama; Relacionada ao Canal
• Curvas;
03 – Predição do Squat
Todos os métodos a seguir são válidos para canais retos com fundos planos e e velocidades subcríticas do navio,
o tipo de hidrovia e o coeficiente de bloco determinam a fórmula apropriada.
Os limites d e h/T e L/h devem ser respectivamente observados.

Regras:
• Formas cheias:
• Squat resultante será maior na proa;

• Alta velocidade com coeficiente de bloco menores do que 0,7 em canais estreitos:
• Squat máximo deve ocorrer pela popa;
03 – Fórmulas de Squat
A formulação a seguir calcula o afundamento da proa, sendo válida para
hidrovias irrestritas, canais restritos e artificiais.

Validade:

Fnh < 0,7


03 – Fórmulas de Squat / Barrass
Formulação obtida com experimentos através de modelo de diferentes
navios em condições de mar aberto..

Validade:
0,5 < CB < 0,9
1,1 < h/T < 1,5
Fnh < 0,7
03 – Fórmulas de Squat / Eryuzlu e colaboradores
Formulação obtida com experimentos através de modelo de navios de carga
geral e graneleiros com proa bulbosa em águas irrestritas lateralmente e
com profundidade restrita.

Validade:
CB > 0,8
6,7 < L/B < 6,8}
2,4 < B/T < 2,9
1,1 < h/t < 2,5
04 – Lâmina d’água sobre a quilha
Em um canal sujeito a ondas, é importante assegurar que esteja disponível
uma lâmina d’água adequada sob a quilha para acomodar os movimentos do
navio decorrentes das ondas.

O projeto de canal em canal com presença relevante de onda deve conter:


• Análise do espectro de ondas no local;
• Estimativa dos movimentos vertical em resposta a diferentes
movimentos;
• Determinação do movimento vertical máximo permitido;
05 – Profundidade do Canal em áreas de lama
Fundos cobertos por lama;
Densidade de 1050 a 1300 kg/m³;
Baixa resistência ao cisalhamento;
Nessa circunstância, as definições de fundo e profundidade ficam pouco claras;
Mensuração através de linhas de prumo ou eco sondas ineficiente;
Enfoque de fundo náutico: referência de distância à quilha;
Caracterização da interface água-lama x fundo “duro” (densidade, características reológicas);
Limite crítico determinado como o limite capaz de causar avarias;
Necessidade de estabelecer parâmetros a respeito da definição de “capaz de causar avarias”;
05 – Profundidade do Canal em áreas de lama
Fluido Newtoniano
Caracterizado reologicamente de maneira completa por
sua viscosidade dinâmica η somente, que é relação entre
tensão de cisalhamento e variação da velocidade.
Tensão de escoamento ou rigidez inicial τy , que é a
tensão de cisalhamento que deve ser superada para dar
início ao fluxo do material.
06 – Critério para determinação do fundo náutico
Emprego de eco-condas.
O emprego de eco-sonda com frequências diferentes fornece uma indicação qualitativa muito útil sobre a existência ou não
da uma camada de lama fluída. Níveis altos de frequência (100-210 kHz) indicam a interface água-lama, ao passo que sinais
de baixa frequência (15- 33 kHz) penetram na camada de lama e são normalmente refletidos pelo fundo bem consolidado ou
fundo duro.
Em alguns locais, no entanto, é encontrada uma razoável relação entre o eco de baixa frequência e um parâmetro físico de
lama. O eco a 33 kHz, por exemplo, geralmente corresponde ao nível de densidade de 1.150 kg//m³ no estuário de Loire, e
serve como definição de fundo náutico em Antuérpia.
De qualquer modo, generalidades de aplicação são inviáveis devida a vasta diversidade de tipos de fundos.
06 – Critério para determinação do fundo náutico
Critério baseado na densidade.
Como hoje em dia estão disponíveis muitos sistemas de verificação para medição contínua de densidade de sedimentos, a
maioria dos procedimentos operacionais para determinar o fundo náutico é baseada em um valor para a densidade aceitável
da lama.
A densidade crítica que define o fundo náutico depende do local, assim não é possível estabelecer um valor universal.
07 – Dimensões do canal
Em seções retas de canal, a largura não necessita ser aumentada devido à presença de lama fluida, uma vez que a
largura da faixa de trajetória e o overshoot durante testes de ziguezague se tornam menores quando a lama cobre o fundo
sólido. No entanto, a validade desta conclusão a baixas velocidades deve ser examinada, uma vez que existem fortes indícios
de uma marcante influência sobre controlabilidade e manobrabilidade.
Como sua velocidade de guinada diminui sobre uma camada de lama, o comportamento de um navio durante
mudanças de curso pode ser influenciado adversamente. Em curvas, são necessários ângulos de leme maiores, combinados
eventualmente com aumento de RPM e/ou assistência de rebocadores, especialmente em lâminas d’água pequenas e
positivas com referência à interface.
A distância de parada poderia possivelmente ser influenciada por mudanças na eficiência da propulsão a baixa
velocidade (segunda faixa de velocidade); isto, no entanto, está sujeito a pesquisas adicionais.
Muito obrigado!

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