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Aula 1 – Módulo 2

Bens Públicos
Bens
Públicos
Conceito
Podemos conceituar BENS
PÚBLICOS como aqueles
pertencentes às Pessoas
Jurídicas de Direito
Público, bem como que
embora não pertençam a
estas pessoas, estejam
afetados á prestação de
serviço público, podendo
ser móveis ou imóveis,
semoventes, corpóreos ou
incorpóreos, créditos,
direitos e ações.
Art. 98. São públicos
os bens do domínio
nacional pertencentes
às pessoas jurídicas
de direito público
interno; todos os
outros são
particulares, seja qual
for a pessoa a que
pertencerem.
Domínio
público
A expressão domínio público
ora designa o poder que o
Estado exerce sobre todas
as coisas de interesse
público (domínio eminente),
ora o poder de propriedade
que exerce sobre o seu
patrimônio (domínio
patrimonial).
São bens públicos todas as
coisas, corpóreas ou
incorpóreas, móveis ou
imóveis, semoventes,
créditos, etc., que
pertençam às entidades
estatais, autárquicas ou
paraestatais.
Celso Bandeira de Mello,
ainda, inclui entre os bens
públicos aqueles que,
embora não pertencentes a
tais pessoas, esteja
afetados à prestação de um
serviço público.

O conjunto de bens públicos


forma o ‘domínio público’,
que inclui tanto bens
imóveis, como móveis.
Domínio
eminente
Refere-se ao poder
público que
permite ao Estado,
de forma geral,
submeter à sua
vontade, todos os
bens situados no
seu território.
Não significa obviamente
que todos os bens sejam
de propriedade do Estado,
mas sim que este é
detentor de uma
disponibilidade potencial
sobre tudo que esteja
dentro do seu território,
sejam estes bens públicos,
privados e bens não
sujeitos ao regime normal
da propriedade (águas,
espaço aéreo).
O domínio eminente
abrange 3 (três)
categorias de bens:

1. Os bens públicos;
2. Os bens privados e
3. Os bens não sujeitos
ao regime normal da
propriedade, como,
por exemplo, o
espaço aéreo e as
águas.
a) Pode o Estado
transferir a propriedade
privada, por meio da
desapropriação, quando
há utilidade pública ou
interesse social;
b) Estabelecer limitações
administrativas gerais à
propriedade;
c) Criar regime especial
de domínio em relação a
algumas espécies de
bens, como os situados
no subsolo, nas águas,
nas florestas etc
Domínio eminente é diferente de
domínio patrimonial, já que este
último envolve apenas os bens que
o Estado possui na qualidade de
proprietário.
DESAPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE
PÚBLICA. DECRETO MUNICIPAL DE
DESAPROPRIAÇÃO. DOMÍNIO EMINENTE
DO PODER PÚBLICO. VÍCIO NO DECRETO
DE DESAPROPRIAÇÃO. Embora seja
indiscutível o domínio eminente do
poder público para desapropriar bem
imóvel por utilidade pública, o decreto
municipal de desapropriação deve
individuar com precisão a área
desapropriada, mormente se a
desapropriação é de uma área menor
dentro de outra maior, sob pena de
nulidade de tal decreto. Recurso provido.

TJMG - Agravo de Instrumento


1.0000.00.212013-7/000 2120137-
43.2000.8.13.0000 (1) - Relator(a)
Des.(a) Cláudio Costa - 5ª CÂMARA CÍVEL
- Data de Julgamento 17/05/2001
Classificaçã
o
Quanto à natureza
da pessoa titular
de bens públicos
classificam-se em:

Bens Federais
(art. 20, CF),
Bens Estaduais
(art. 26, CF),
A) QUANTO À Bens Distritais e
TITULARIDADE Municipais.
Ver
Lei 9.760/1946

Dispõe sôbre os
bens imóveis da
União e dá outras
providências.
A) QUANTO À
TITULARIDADE
A vigente
Constituição
enumera os bens
da União e dos
Estados, mas a
enumeração não
é taxativa.
Os bens da União
estão relacionados
no art. 20, e a Carta
levou em conta
alguns critérios
ligados à esfera
federal, como
segurança nacional,
a proteção à
economia do país, o
interesse público
nacional e a
extensão do bem.
CF Art. 20. São bens da União:

I - os que atualmente lhe


pertencem e os que lhe vierem a
ser atribuídos;
II - as terras devolutas
indispensáveis à defesa das
fronteiras, das fortificações e
construções militares, das vias
federais de comunicação e à
preservação ambiental, definidas
em lei;
III - os lagos, rios e quaisquer
correntes de água em terrenos de
seu domínio, ou que banhem mais
de um Estado, sirvam de limites
com outros países, ou se estendam
a território estrangeiro ou dele
provenham, bem como os terrenos
marginais e as praias fluviais;
CF Art. 20. São bens da União:
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas
zonas limítrofes com outros
países; as praias marítimas; as
ilhas oceânicas e as costeiras,
excluídas, destas, as que
contenham a sede de Municípios,
exceto aquelas áreas afetadas ao
serviço público e a unidade
ambiental federal, e as referidas
no art. 26, II;
V - os recursos naturais da
plataforma continental e da zona
econômica exclusiva;
VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus
acrescidos;
CF Art. 20. São bens da União:
VIII - os potenciais de energia
hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive
os do subsolo;
X - as cavidades naturais
subterrâneas e os sítios
arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente
ocupadas pelos índios.
CF Art. 20. São bens da União:
§ 1º É assegurada, nos termos da
lei, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios, bem
como a órgãos da administração
direta da União, participação no
resultado da exploração de
petróleo ou gás natural, de
recursos hídricos para fins de
geração de energia elétrica e de
outros recursos minerais no
respectivo território, plataforma
continental, mar territorial ou zona
econômica exclusiva, ou
compensação financeira por essa
exploração.
CF Art. 20. São bens da União:
§ 2º A faixa de até cento e
cinqüenta quilômetros de largura,
ao longo das fronteiras terrestres,
designada como faixa de fronteira,
é considerada fundamental para
defesa do território nacional, e sua
ocupação e utilização serão
reguladas em lei.
CF Art. 26. Incluem-se entre os
bens dos Estados:
I - as águas superficiais ou
subterrâneas, fluentes,
emergentes e em depósito,
ressalvadas, neste caso, na forma
da lei, as decorrentes de obras da
União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e
costeiras, que estiverem no seu
domínio, excluídas aquelas sob
domínio da União, Municípios ou
terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não
pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não
compreendidas entre as da União.
Segundo José do
Santos Carvalho Flho:

Os titulares são as
pessoas jurídicas
públicas e não os
órgãos que as
compõem.

Na prática, tem
ocorrido o registro de
propriedade atribuído
a Tribunal de Justiça,
Assembleia
Legislativa, Ministério
Público.
A indicação revela
apenas que o bem foi
adquirido com o
orçamento daquele
órgão específico,
estando, por isso,
afetado a suas
fialidades
institucionais.
A propriedade,
todavia, é do ente
estatal, no caso, o
estado-membro, e não
do órgão, que não tem
personalidade jurídica
e representa mera
repartição interna da
pessoa jurídica, por
mais relevante que
sejam suas funções.
O efeito jurídico
exclusivo de
semelhante afetação
é o de que, somente
por exceção, deve o
bem ser
desvinculado dos
fins institucionais do
órgão, eis que,
afinal, este o
adquiriu com
recursos próprios.
a) Bens de uso comum do
povo (ou do domínio
público): são os
destinados pela natureza
ou por lei ao uso público,
podendo serem utilizados
indiscriminadamente por
qualquer do povo.

Ex: mares, praias,


estradas, ruas, praças.
Todos os lugares abertos
á utilização pública este
B) QUANTO À caráter comunitário, uso
DESTINAÇÃO coletivo.
Praças – bem de uso comum do povo
Ruas / Avenidas – bem de uso comum do povo
CC. Art. 99. São bens
públicos:

I - os de uso comum do
povo, tais como rios,
mares, estradas, ruas
e praças;
O uso comum dos bens
públicos pode ser
gratuito ou oneroso,
conforme for
estabelecido por meio
da lei da pessoa
jurídica a qual o bem
pertencer (art. 103
CC).

Ex: Faixa azul


(estacionamento) nas
ruas e zoológico. O
uso desses bens
públicos é oneroso.
Art. 103. O uso
comum dos bens
públicos pode ser
gratuito ou retribuído,
conforme for
estabelecido
legalmente pela
entidade a cuja
administração
pertencerem.
Não há direito de uso exclusivo ou
privilégios na utilização de tais bens,
posto que podem ser usados por todos.

No entanto, o fato de servirem a esta


destinação pública, não impede o Poder
Público de regulamentar seu uso
restringindo-o e até mesmo impedindo-o,
conforme o caso, desde que se proponha
à tutela do interesse público.

Também podem assumir caráter gratuito


ou oneroso, na forma da lei. Ex: (Faixa
azul, pedágio, etc.).
b) Bens de uso
especial: Também
chamados bens do
patrimônio
administrativo.

São aqueles
destinados à
execução de serviços
públicos ou a servirem
de estabelecimento
B) QUANTO À para os entes
DESTINAÇÃO públicos.
b) Bens de uso
especial:

Ex: edifícios onde


estão as repartições
públicas,
equipamentos,
veículos públicos,
terras dos índios,
mercados públicos,
B) QUANTO À quartéis, etc.
DESTINAÇÃO
b) Bens de uso
especial:

Também são
chamados de uso
especial os museus,
universidades, ou
ainda aqueles
utilizados pelos
concessionários e
B) QUANTO À permissionários do
DESTINAÇÃO poder público.
Centro
Administrativo
MG - Bem de
uso especial
CC. Art. 99. São bens
públicos:

II - os de uso especial,
tais como edifícios ou
terrenos destinados a
serviço ou
estabelecimento da
administração federal,
estadual, territorial ou
municipal, inclusive os
de suas autarquias;
c) Bens Dominicais ou
Dominiais: são
aqueles que
pertencem ao
patrimônio público,
mas não têm
destinação
específica, nem se
encontram sujeitos ao
uso comum do povo.
B) QUANTO À
DESTINAÇÃO
c) Bens Dominicais ou
Dominiais:

São bens desafetados


que simplesmente
integram o patrimônio
do Estado e que,
eventualmente,
podem ser alienados.

Também podem ser


aplicados pelo poder
B) QUANTO À Público para a
DESTINAÇÃO obtenção de renda.
Lote de propriedade da Prefeitura –
Bem dominical
CC. Art. 99. São bens públicos:

III - os dominicais, que


constituem o patrimônio das
pessoas jurídicas de direito
público, como objeto de direito
pessoal, ou real, de cada uma
dessas entidades.

Parágrafo único. Não dispondo a


lei em contrário, consideram-se
dominicais os bens pertencentes
às pessoas jurídicas de direito
público a que se tenha dado
estrutura de direito privado.
c) Bens Dominicais
ou Dominiais:

A doutrina afirma
que a noção de bem
dominical é
residual.

Ex: terras devolutas


(ressalvadas as
compreendidas na faixa
de fronteira,
enquadradas como de
B) QUANTO À uso especial), bens
DESTINAÇÃO móveis inservíveis,
dívida ativa.
c) Bens Dominicais ou
Dominiais:

As Terras Devolutas podem


ou não pertencer à União.

Pertencem à União: as
indispensáveis à defesa das
fronteiras, das fortificações
e construções militares, das
vias federais de
comunicação e à
preservação ambiental,
definidas em lei, conforme
dispõe o art. 20, II, da CF.

B) QUANTO À As terras devolutas


DESTINAÇÃO restantes integram o
domínio dos Estados (art.
26, CF).
• Bens indisponíveis
por natureza: são
bens de natureza não-
patrimonial,
insuscetíveis de
alienação pelo poder
público.

Os bens de uso
comum do povo, regra
geral, são bens
C) QUANTO À absolutamente
DISPONIBILIDADE indisponíveis.
• Bens patrimoniais
indisponíveis: não
podem ser alienados
porque são utilizados
efetivamente pelo
Estado para uma
específica finalidade
pública, como os bens
de uso especial, ou
bens de uso comum
susceptíveis de
avaliação patrimonial,
móveis ou imóveis,
como: prédios de
C) QUANTO À repartições públicas,
DISPONIBILIDADE veículos
hospitais etc.
oficiais,
• Bens patrimoniais
disponíveis: todos que
possuem natureza
patrimonial e, por não
estarem afetados a
certa finalidade
pública, podem ser
alienados, na forma da
lei; são os bens
dominicais em geral,
uma vez que não se
destinam ao público em
geral, nem são
C) QUANTO À utilizados para
prestação de serviços
a
DISPONIBILIDADE públicos.
Afetação e
Desafetaçã
o
AFETAÇÃO

Afetação significa vinculação de um


bem a uma destinação específica;
significa que o bem está sendo
utilizado para determinado fim público,
seja diretamente pelo Estado, seja pelo
uso dos indivíduos em geral. EX: praça
ou escola com sua natural destinação.

O instrumento da afetação dá maior


proteção aos bens públicos em razão
de sua vinculação à finalidade pública,
transformando-o em indisponível,
inalienável.
AFETAÇÃO

Fato administrativo pelo qual se


atribui ao bem público uma
destinação publica especial de
interesse direto ou indireto da
Administração.
AFETAÇÃO
A afetação pode ser constituída
de forma mais simples.

Admitindo-se sua formalização


por lei, ato administrativo ou até
pelo simples uso do bem.

Contudo, a afetação não é


absoluta, sendo possível
modificá-la retirando tal destino
(uso comum ou uso especial).
DESAFETAÇÃO

A Desafetação consiste na
retirada desta destinação
específica dada ao bem.

Um bem está desafetado


quando não está sendo
usado para qualquer fim
público.
DESAFETAÇÃO

Assim, a desafetação, ao
retirar o destino público dos
bens, elimina-lhe o status da
indisponibilidade e
inalienabilidade tornando-os
mais vulneráveis às
ingerências administrativas e
retirando deles partes de sua
proteção, o que demanda
maior cautela e maior rigor,
não podendo ser realizada de
qualquer maneira.
DESAFETAÇÃO

Havendo um maior rigor na


desafetação do uso
comum do povo.

Neste caso a desafetação


deve ser feita por lei, ou,
no máximo ato
administrativo
previamente autorizado
por lei.
DESAFETAÇÃO

No caso de bem de uso


especial a desafetação pode
ser motivada por lei, ato
administrativo e fato da
natureza que pode determinar
sua passagem para a
categoria de bem dominical,
como por exemplo, um
terremoto ou um incêndio
destruindo um prédio,
impedindo que o bem continue
atendendo sua finalidade
pública.
Ementa: AÇÃO POPULAR. BEM PÚBLICO. DESAFETAÇÃO.
POSSIBILIDADE. INOCORRÊNCIA DE ILEGALIDADE E DE
OFENSA AOS PRINCÍPIOS RETORES DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA. O ato da administração municipal, que
permitiu a implantação de um hospital destinado a
tratamento oncológico no local em que seria construída
uma praça pública, não pode, em princípio, ser acoimado
de ilegal. O fato de a área ter sido doada à
municipalidade para o fim de construção de uma praça
pública não faz com que a administração municipal fique
atrelada àquela afetação. Afinal, os bens públicos não se
perenizam, em regra, com a natureza que adquiriram em
decorrência de sua destinação. A administração
municipal pode, desde que seja por força de lei ou ato do
Poder Executivo praticado na conformidade dela,
desafetar os bens de uso comum, contrariando o seu
destino natural.
Agravo de Instrumento 1.0000.00.317379-6/000
3173796-47.2000.8.13.0000 (1) - Relator(a) - Des.(a)
Maria Elza - 5ª CÂMARA CÍVEL - Data de Julgamento
26/06/2003
(...)
- Bens públicos são imprescritíveis,
impenhoráveis e inalienáveis, de forma que
o apossamento por particular só ocorre por
expressa desafetação pela Administração.
- Tendo o negócio jurídico objeto ilícito,
eivado está de nulidade, não sendo possível
que dele decorra direito de indenização por
benfeitorias feitas na área.
Apelação Cível 1.0701.08.219515-0/002
2195150-98.2008.8.13.0701 (1) -
Relator(a) Des.(a) Vanessa Verdolim
Hudson Andrade - 1ª CÂMARA CÍVEL - Data
de Julgamento 27/03/2012
Bens de
Empresas
Estatais
Bens de Empresas Estatais

São considerados bens


privados os bens das
empresas públicas e das
sociedades de economia
mista, mesmo que a
extinção dessas
sociedades possa acarretar
o retorno dos bens ao
patrimônio da pessoa de
direito público de onde se
originaram.
Autarquia Fundação Empresa Pública Soc. Econ. Mista
Públicos: Públicos: No caso das No caso das
inalienáveis, inalienáveis, estatais estatais
imprescritíveis e imprescritíveis prestadoras de prestadoras de
impenhoráveis. e serviços serviços públicos
impenhoráveis. públicos terão terão natureza
natureza jurídica de direito
jurídica de direito público.
público. Já no caso das
Já no caso das estatais
estatais exploradoras de
exploradoras de atividade
atividade econômica,
econômica, terão natureza
terão natureza jurídica de direito
jurídica privado.
de direito privado.
REGIME
JURIDICO DOS
BENS PUBLICOS
1)Inalienabilidade (ou alienabilidade
condicionada segundo JSCF)

Também conhecida como


alienabilidade condicionada,
determina que bens públicos não
podem ser alienados, não pode haver
a transferência de propriedade de
bem móvel ou imóvel público para
terceiros, salvo se passarem para a
categoria de bens dominicais.

A inalienabilidade é relativa, pois,


após cumpridos alguns requisitos, o
bem público poderá ser alienado.
1)Inalienabilidade (ou alienabilidade
condicionada segundo JSCF)

Os bens públicos insuscetíveis de


valoração patrimonial são
absolutamente inalienáveis (mares,
praias, rios navegáveis, etc.); já os
que são inalienáveis em decorrência
da destinação legal e sejam
suscetíveis de valoração patrimonial,
podem perder o caráter de
inalienabilidade, desde que percam a
destinação pública pela desafetação.
Os requisitos de alienabilidade
estão previstos no art. 17 da Lei
8.666/93, e são:
a) Bens públicos imóveis:
desafetação;
presença de interesse público
devidamente justificado;
avaliação prévia;
autorização legislativa nos casos
de bens que pertençam à
Administração direta, autarquias
e fundações
licitação na modalidade
concorrência.
Se o bem imóvel
pertencer á União
também haverá
necessidade de
autorização do
presidente da
República (art. 23 da
Lei 9636/98).
2)Imprescritibilidade

Significa que não é


possível adquirir o bem
por usucapião, seja ele
móvel ou imóvel.
Importante relembrar
que usucapião é forma
de prescrição
aquisitiva.

Neste sentido, Súmula


340 do STF e art. 102,
CC. Inclusive bens
dominicais.
CC. Art. 102.

Os bens
públicos não
estão sujeitos a
usucapião.
5. A possibilidade de os bens da Caixa Econômica
Federal serem adquiridos por usucapião decorre da
sua natureza de pessoa jurídica de direito privado,
que realiza atividade tipicamente econômica
(realização de empréstimos e financiamentos) em
concorrência com outras instituições financeiras
privadas.
Corroborando esse entendimento, destaco do
parecer do Ministério Público Federal: “O cerne da
controvérsia cinge-se à análise da natureza jurídica
dos bens das empresas públicas e sociedades de
economia mista, tendo em vista que, se forem
considerados bens públicos, submetem-se ao
regime jurídico da imprescritibilidade, ao passo
que, se detiverem a natureza privada, podem ser
adquiridos por usucapião.”
(STF - RE 536297 / MA – MARANHÃO - Relator(a):
Min. ELLEN GRACIE - Julgamento: 16/11/2010)
STF – SÚMULA 340

Desde a vigência
do Código Civil,
os bens
dominicais,
como os demais
bens públicos,
não podem ser
adquiridos por
usucapião.
EMENTA : RECURSO ESPECIAL.
USUCAPIAO. FAIXA DE FRONTEIRA.
POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE REGISTRO
ACERCA DA PROPRIEDADE DO IMÓVEL.
INEXISTÊNCIA DE PRESUNÇAO EM FAVOR
DO ESTADO DE QUE A TERRA É PÚBLICA.
1. O terreno localizado em faixa de
fronteira, por si só, não é considerado de
domínio público, consoante
entendimento pacífico da Corte Superior.
2. Não havendo registro de propriedade
do imóvel, inexiste, em favor do Estado,
presunção iuris tantum de que sejam
terras devolutas, cabendo a este provar a
titularidade pública do bem. Caso
contrário, o terreno pode ser usucapido.
3. Recurso especial não conhecido. (STJ,
REsp 674558/RS, Min. Rel. LUIS FELIPE
SALOMAO - QUARTA TURMA)
EMENTA : CIVIL E PROCESSUAL CIVIL -
RECURSO ESPECIAL - AÇAO DE
USUCAPIAO - FAIXA DE FRONTEIRA -
TERRAS DEVOLUTAS - REQUISITO
PRESCINDÍVEL - CARACTERIZAÇAO -
REEXAME DE PROVAS - SÚMULA 7/STJ -
IMPOSSIBILIDADE.
1. - O aresto combatido está todo
lastreado no exame da prova, Conforme
bem ressaltou o Acórdão, o fato de estar
localizado em zona de fronteira, por si só,
não o caracteriza como terra devoluta.
Por consequência lógica, não aplicou ao
caso as normas infraconstitucionais
invocadas no recurso ora em exame, uma
vez que não restou caracterizada a
condição de terra devoluta, tal como
definido e disciplinado nos referidos
diplomas legais. Assim sendo, para se
infirmar tal conclusão necessariamente
se teria que reexaminar o conjunto
probatório, o que é inviável (Súmula 07
do STJ).
2. - A simples circunstância da área
objeto de litígio estar localizada na faixa
de fronteira, por si só, não a torna
devoluta, nem autoriza inclusão entre os
bens de domínio da União. Súmula 83.

3. - Recurso Especial improvido. (STJ,


REsp 736742 / SC, TERCEIRA TURMA,
DJe 23/11/2009)
Legitimação de posse: é o
instituto pelo qual o poder
público, reconhecendo a
posse legítima do
interessado e o
cumprimento das
exigências legais (área
máxima de 100 He;
moradia permanente;
exploração do cultivo da
terra; não proprietário
rural), transfere a ele a
propriedade de área
integrante do patrimônio
público.
Legitimação de posse: Esse
instituto tem caráter
eminentemente social e
objetiva atender às pessoas
que exercem atividade
agrícola em terras públicas a
título de moradia e trabalho.

O estatuto da terra traz


regulamentação da questão
na esfera federal.

Trata-se de uma transferência


de domínio voluntária, ou
seja, distinta da usucapião,
vedada quanto aos bens
públicos.
3) impenhorabilidade

Bens públicos não estão


sujeitos à penhora, em razão
de fato de que os bens
públicos devem estar
disponíveis para que o Estado
desenvolva suas atividades, o
que não se coaduna com a
entrega para a penhora.
3) impenhorabilidade

O art. 100 da CF, que


estabelece o regime de
precatório para satisfação
de débitos do poder público
decorrentes de decisão
judicial.
4) Não-Onerabilidade

Onerar um bem significa


deixa-lo em garantia para
o credor no caso de
inadimplemento da
obrigação.
4) Não-Onerabilidade

São espécies de direitos reais de garantia


sobre coisa alheia:
1. o penhor (qualquer objeto que
garante o direito imaterial, não
palpável),
2. anticrese (entrega de um bem imóvel
ao credor, para que os frutos deste
bem compensem a dívida),
3. e hipoteca (sujeição de bens imóveis
para garantir o pagamento de uma
dívida, sem transferir ao credor a
posse desses mesmos bens).
4) Não-Onerabilidade

Os bens públicos não podem ser


gravados com esse tipo de
garantia em favor de terceiro,
sob pena de nulidade absoluta
da garantia.
Loteamento fechado
x
Condomínio fechado
Loteamento Fechado Condomínio Fechado
Legislação Lei nº 6.766/79 Lei 4.591/64
Públicas, há um contrato Privadas, os moradores
Vias de administrativo de são os proprietários dos
circulação Concessão do Município lotes e das vias de acesso
para a Associação de e circulação.
Moradores relativo às vias
de acesso e circulação.
Frações Não há Cada proprietário é dono
ideais de uma fração ideal de
sobre todo o empreendimento,
áreas incluindo as áreas
comuns comuns, inclusive a malha
viária interna.
Loteamento Fechado Condomínio Fechado
É preciso haver um A conservação das áreas
Rateio dos Regulamento, registrado na comuns é de responsabilidade
custos matrícula e nas escrituras de do condomínio, que promove
comuns compra e venda, assim o um rateio das despesas entre
adquirente estará obrigado a os condôminos através de
contribuir com as despesas de Assembleias Gerais,
manutenção do espaço comum aprovando um plano
(despesas propter rem). orçamentário para definir
uma taxa condominial
mensal.
A Portaria não pode impedir a A Portaria pode impedir a
Restrição de entrada de terceiros, mesmo entrada de terceiros pois suas
entrada que haja Concessão de Direito áreas internas são privativas e
Real de Uso, pois as áreas de responsabilidade direta de
internas são públicas. seus condôminos
Este material expositivo foi elaborado com base em
compilação de diversas fontes de pesquisa: doutrina,
jurisprudência, legislação, artigos da internet, mídia em geral
(vídeos, jornais, revistas etc).
Assim, por meio de tais fontes, houve a formatação das
informações, inclusive com inserções pessoais neste
material, para possibilitar a sistematização otimizada do
conhecimento e estudo pelos alunos.
Não há pretensão do desenvolvimento de trabalho autoral,
sendo que todas as fontes bibliográficas estão devidamente
fichadas para consulta de qualquer interessado.

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