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Teoria da Comunicação

Geraldina Siqueira
geosiqueira@hotmail.com
Nossas aulas

 Comunicação e Teoria da Comunicação


 Conceitos e utilização
 Processo histórico
 Realidade e ressignificação da realidade
 Objeto de Estudo da Comunicação

 Meios de Comunicação de Massa (MCM) e Indústria


Cultural
 Formação da Indústria Cultural
 O que são os MCM?
 Influência e impacto dos MCM no indivíduo (discussão)
Nossas aulas

 Teorias da Comunicação
 Modelos de Comunicação
 Teoria Hipodérmica ou Teoria da Bala
 Teoria da Abordagem Empírico-experimental ou Teoria da Persuasão
 Teoria Estrutural-Funcionalista ou Teoria dos Efeitos Limitados
 Teoria dos Usos e Gratificações
 Teoria Crítica ou Escola de Frankfurt (Indústria Cultural)
 Os Cultural Studies
 Teoria Matemática da Comunicação e suas variações.
 Teoria da Cauda Longa

 Avaliação.
Comunicação: conceitos e utilização

 a partir da etimologia:
informar, compartilhar.

 a transferência de informação
entre emissor e receptor,
sendo estes duas ou mais
pessoas. (Lasswell)
Comunicação: conceitos e utilização

 Do latim communicattio, com três


elementos:

 Raiz munis: “estar encarregado


de”
 Prefixo co : simultaneidade,
reunião
 Terminação tio: reforça a ideia
de atividade.
Comunicação: conceitos e utilização

 Vocabulário religioso do cristianismo antigo.

 Anacoretas e cenobitas

 Conventos e mosteiros: cenóbios, do grego


koenóbion,“lugar onde se vive em comum.”

 Prática de tomar a refeição da noite em comum


recebeu o nome de communicatio.

 A peculiaridade é o ato realizado em conjunto


com os demais, com a ideia de romper o pano
de fundo do isolamento.
Comunicação: conceitos e utilização

 Sentidos implicados nesse sentido


original de comunicação:

 O termo comunicação não designa


todo e qualquer tipo de relação, mas
aquela onde haja elementos que se
destacam de um fundo de
isolamento.

 A intenção de romper o isolamento.

 A ideia de uma realização em


comum.
Comunicação: conceitos e utilização

 Comunicação é um tipo de relação intencional


exercida sobre outrem.

 Comunicação refere-se ao processo de


compartilhar um mesmo objeto de consciência,
ela exprime a relação de consciência.

 Decomposição do termo: comum + ação

 O “algo em comum” refere-se a um mesmo


objeto de consciência e não a coisas materiais.
(Ex.: informações sobre o Haiti)
 A “ação” não é realizada sobre na matéria, mas
sobre outrem.
Comunicação: conceitos e utilização
 No dicionário:
 Fato de comunicar, de estabelecer uma relação
com alguém, com alguma coisa ou entre coisas.
 Transmissão de signos através de um código.
 Capacidade ou processo da troca de
pensamentos, sentimentos, ideias ou
informações através da fala, gestos, imagens,
seja de forma direta ou através de meios
técnicos.
 Ação de utilizar meios tecnológicos (Ex.:
telefone)
 A mensagem, a informação (... uma
comunicação para você)
 Comunicação de espaços, circulação, transporte
de coisas. (Hermes)
 Disciplina, saber, ciência ou grupo de ciências.
Comunicação e Sociedade

 Habilidade exclusivamente humana.

 Comunicação é um fenômeno social


“A consciência é uma rede de comunicação entre os homens.”
(NIETZSCHE)

“Comunicação é um processo de construção compartilhada.”


(PEREZ E BAIRON)

“Sociedade e comunicação são uma coisa só. Não poderia existir


comunicação sem sociedade, nem sociedade sem comunicação”
(BORDENAVE).

“Sem a comunicação cada pessoa seria um mundo fechado em si


mesmo. Pela comunicação as pessoas compartilham
experiências, idéias e sentimentos. Ao se relacionarem como
seres interdependentes, influenciam-se mutuamente e, juntas,
modificam a realidade onde estão inseridas.” (BORDENAVE)
Processo histórico

 Abordagem do fenômeno comunicacional em relação ao


desenvolvimento de tecnologias (comunicação já existia antes).

 Relação entre existência de sistemas comunicacionais e auge


do desenvolvimento social (estudos de Harold Adams Innis e
Marshal McLuhan)
Processo histórico

 Momentos:
 Invenção da escrita pelos sumérios (3.500 a.C.)
e pelos judeus e gregos, posteriormente.
(surgimento da linguagem / tecnologia)

 Grécia, séc. IV a.C.


 Ágora
 Literatura (Homero)
 Vigoroso e complexo conjunto de tradições
 Sofistas (“acrobatas intelectuais”, filósofos pré-
socráticos, reflexão sobre comunicação humana
com perspectiva extremamente crítica e como
prática de poder)
 Maiêutica (Sócrates)
Processo histórico

 Momentos:
 Roma, séc. I a.C. a séc. I d.C.
 Façanhas de Caio Júlio César (102 a 44 a.C.) escritas sobre o
presente por ele ou por escriba.
 Estilo de “primeira pessoa enfática” comum no discurso do Direito com
uso da primeira pessoa do plural.
 Adoção do latim como idioma único nas atividades públicas evitando
entropia.
 Instituição da acta diurna no Senado, em papiro e colada nos muros.
(ancestral da notícia jornalística)
 Criação de um sistema de Correios.
Processo histórico
 Itália, séculos XV e XVI.
 Falsa impressão na Idade Média
 Construção na biblioteca de Alexandria (Ptolomeu
Sóter), com 700 mil volumes e traduções por copistas
árabes de textos gregos e romanos para seus idiomas e
deles para o grego e o latim.
 Copistas dos mosteiros cristãos europeus realizaram
fantástica duplicação de documentos originais da cultura
greco-romana.
 Encarecimento do papiro com a tomada de
Constantinopla pelos turcos em 1453 e surgimento dos
palimpsestos (recuperação por carbono 14 e laser)
 Búlssola, pólvora e papel + surgimento do gênero
literário de viagens de aventuras por Marco Polo (Il
Milione)
 Invenção do tipo móvel (prensa) por Johannes
Gutenberg em 1440 / Desencadeamento dos
movimentos protestantes.
Processo histórico

 França: final do séc. XVIII e todo séc. XIX


 Surgimento da escola leiga, gratuita e pública (Revolução
Burguesa de 1789.)
 Enciclopédia Francesa publicada em 1780 (inspirada em
original inglês de Ephraim Chambers, idealizada e dirigida
por Jean Le Rond d´Alembert com colaboração de Voltaire,
Montesquieu, Rousseau e Jacourt, apoiada pela Mme. de
Pompadour, teve seus 17 volumes realizados por Diderot)
 Aplicações práticas da máquina a vapor na indústria de
impressão com barateamento de livros.
 Surgimento do romance policial (Vidocq) e do romance-
folhetim ou popular.
 Aparecimento de um jornal diário, vendido antecipadamente
por assinatura.
 Poson du Terrail e o seu personagem Rocambole.
 Dumas e seus ghost writers redundaram no surgimento da
Indústria Cultural apontada por Theodor Adorno e Max
Horkheimer (Dialética do Esclarecimento- 1947)
Processo histórico

 Europa e EUA: a partir da segunda década do séc. XX.


 Cinema (1895) com som (1930) e cor (1940).
 Novos ramos das ciências Humanas e desenvolvimento das ciências
físicas
 Colaborações de Félix Tournachon (Nadar), Niépce e Daguerre com
seus experimentos abriram caminho para a fotografia.
 Telégrafo de Baudot (1878).
 Radiodifusão telegráfica de Guglielmo Marconi (1896)
 Telefone sem fio de Alexander Graham Bell (1876)
 Fonógrafo de Thomas Edison (1878)
 Tubo catódico, a partir de 1929 (Inglaterra, URSS e EUA).
 Radiotransistor (1954)
 Computador eletrônico da IBM (1959)
 Sputinik (1958)
 ARPANET (1958)
Tipos de Comunicação

 Intracomunicação.
 Interpessoal
 Grupal
 Comunicação de massa ou massiva.
Funções da Comunicação

 provisão de informações
 construir consenso
 fornecimento de contatos sociais
 persuadir / convencer (prestígio)
 segurança (prevenir acontecimentos)
 estabelecimento de hábitos
 escape para o stress (diversão).
 estabelecimento de relações interpessoais
 constituir identidades
 aconselhar quanto a atitudes e ações.
Realidade e Ressignificação da Realidade

 O mito da Caverna
O Mito da Caverna

 Se a comunicação é sobre uma ideia de


algo, se nada sabemos ou sabemos
errado, como nos comunicar? Sobre o que
comunicar?

 Se estamos presos, como nos relacionar


com o nosso vizinho e, consequentemente,
como com ele nos comunicar?

 Se o homem se nega ao conhecimento,


mesmo quando alguém se dispõe a
transmiti-lo, como conceber possibilidade
de Comunicação?
Objeto de Estudo da Comunicação

 Objeto de estudo da Comunicação não é


definido de maneira suficiente.
 Interdisciplinariedade: literatura,
linguística, sociologia, ciências políticas,
psicologia, filosofia.
 Objeto em questão diz respeito apenas
aos restritos à condição humana e
mediatizados por dispositivos técnicos.
 Processo comunicativo como estratégia
racional de inserção do indivíduo na
sociedade.
 Temática dos meios de comunicação é
suficientemente abrangente para servir
de fio condutor.
Da sociedade Moderna à sociedade de
Massa
 Transformações sociais e econômicas nos
EUA e Europa (séc.XIX)

 Estudos sociológicos dessas transformações:


Max Weber, Karl Max, Alex Tocquevile,
Gustave Le Bom e Ferninand Tönnies.

 Sociedade moderna: sociedade da cidade /


Sociedade Antiga : sociedade rural.

 Urbanização e industrialização –
massificação.e surgimento das organizações
de massa. (sindicatos, clubes, partidos, etc.)
Da sociedade Moderna à sociedade de
Massa
 Novos modos de produzir riqueza
numa sociedade industrializada,
com a grande escala à disposição.

 Terrenos analisados na transição


da sociedade antiga para a
sociedade de massa: divisão do
trabalho, industrialização e
urbanização.

 Émile Durkheim: especialização do


trabalho redundou no
enfraquecimento da consciência
coletiva.
Da sociedade Moderna à sociedade de
Massa
 Declínio dos grupos primários,
burocratização crescente, igualdade e
insegurança.

 Homem-massa imerso numa cultura que o


influencia e é fomentada por ele.

 Gustave Le Bon: multidão é feminina,


impulsiva, móvel, influenciada por
mentalidade mágica, é influenciável,
seduzida por sentimentos simples e
exagerados, tem moral degradada, é
intolerante e autoritária. Absorção do
indivíduo.
Da sociedade Moderna à sociedade de
Massa
 Ortega y Gasset: homem-massa está em
vários extratos sociais, é abrutalhado, violento
e promotor do esgarçamento social.

 Massa é formada por indivíduos atomizados,


reclusos em seus espaços privados

 Meios de comunicação surgem como força


para refazer ligação do indivíduo com a
sociedade
“Não é um exagero dizer-se que o futuro da sociedade moderna,
bem como da estabilidade de sua vida interior, dependem em
grande parte da manutenção de um equilíbrio entre a força das
técnicas de comunicação e a capacidade de reação do
indivíduo.”
Papa Pio XII, em 17 de fevereiro de 1950.
Meios de Comunicação de Massa (MCM)
& Indústria Cultural
 Mc Luhan: homem imerso em complexa rede de
comunicação na era da eletrônica, da
cibernética, da automação.

 Tecnologias como extensões do corpo e da


inteligência do homem. (Mito de Narciso)

 Rede de comunicação afeta profundamente a


visão e a experiência de mundo, de si mesmo e
dos outros (Ex.: padrões de beleza.)

 “Eletricamente contraído, o globo já não é mais


que uma vila.”
Meios de Comunicação de Massa (MCM)
& Indústria Cultural
 “O meio é a mensagem.” :
 O conteúdo de qualquer veículo é sempre outro meio ou veículo
(Conteúdo da escrita é a fala; a palavra escrita é o conteúdo da
imprensa e a palavra impressa é o conteúdo do telégrafo.)

 “A mensagem de qualquer meio ou tecnologia é a mudança de


escala, cadência ou padrão que esse meio ou tecnologia introduz nas
coisas humanas.”
Meios quentes e Meios Frios

 Meios quentes:
 prolonga um dos sentidos em alta
definição (estado de alta saturação de
dados)
 permite menos participação do receptor.
 Ex.: rádio e cinema.

 Meios frios:
 pouco é fornecido e lacunas são
preenchidas pelo receptor.
 permite maior participação do receptor.
 Ex.: fala, telefone, televisão.

 Eles têm efeitos diferentes sobre os


usuários.
Formação da Indústria Cultural

 Adorno e Horkheimer:
 Toda cultura de massas é idêntica
sob o poder de um monopólio.

 Padronização e produção em
série.

 Produção de bens padronizados


para a satisfação de necessidades
iguais.

 “Desde o começo do filme já se


sabe como ele termina.”
Formação da Indústria Cultural

 Produtos mecanicamente diferenciados acabam sendo a mesma


coisa. (Ex.: automóveis)

 Tendência de uniformização dos meios técnicos (Ex.: TV e


internet)

 Classificar MCM como negócios: Ideologia para “legitimar o lixo


que propositalmente produzem.”

 Cinema, rádio, música, artes plásticas.


Formação da Indústria Cultural

 “O mundo inteiro é forçado a passar pelo


filtro da indústria cultural.”

 Posições firmes da IC: procedimentos com


as necessidades dos consumidores
(produção, direção, disciplinamento, etc.)

 Controle sobre consumidores é mediado


pela diversão.

 Atrofia da imaginação e da
espontaneidade do consumidor cultural.

 Proibição da atividade intelectual do


espectador.
O que são os MCM?

 Bordenave sobre os MCM:


 “Ciência e tecnologia aplicadas à transmissão de
sinais e, portanto, de signos.”

 integram vastos sistemas de relevância artística,


cultural, comercial e política.

 parte do patrimônio artístico do homem: auto-


expressão e produção de valores estéticos.

 parte do patrimônio tecnológico: modernidade


presenciou desenvolvimento acelerado de
mecanismos transmissores.
O que são os MCM?
 MCM fazem mediação entre a realidade e as pessoas.

 Entregam uma construção da realidade própria e não a


realidade em si, permitindo o receptor alargar o seu mapa
do mundo ou oferecendo um mapa tendencioso.

 MCM
 selecionam alguns fatos (ilusão referencial)

 decodificam à sua maneira

 combinam esses fatos entre si

 os estruturam e recodificam

 difundem fatos carregados de ideologias, estilos e

intenções que lhes foram atribuídas.


Objetivos gerais da tecnologia dos MCM

 Multiplicar número de pessoas que podem ser atingidas pela


mensagem. (Rádio+ satélite)
 Aumentar o número de mensagens diferentes que podem ser
difundidas de uma só vez. (canais de micro-ondas)
 Aumentar a velocidade de difusão da mensagem. (instantaneidade)
 Incrementar a fidelidade da transmissão.
 Tornar possível a recepção através de vários órgãos sensoriais.
 Permitir realimentação e diálogo.
 Possibilitar retenção de mensagens para divulgação oportuna.
(memória de computadores, livros, gravadores)
Classificação dos MCM

 Wilbur Schramn e o uso na


educação:
 Primeira geração: mapas, gráficos,
escritos, modelos, quadro negro,
dramatizações.

 Segunda geração: livros impressos,


manuais e provas.

 Terceira geração: fotografias,


cinema, rádio, TV.

 Quarta geração: laboratórios, salas


de idiomas, computadores.
Classificação dos MCM

 Edgar Dale:
proximidade
concreta
com
experiência
dos alunos
(Cone de
Dale)
Classificação dos MCM

 Miguel Moragas Spa:


 considera os níveis em que o sistema comunicacional opera
(interpessoal, local, nacional e transacional)

 Considera número de pessoas que operam e que são alcançadas


pela mensagem.
Classificação dos MCM

Micromeios Mesomeios Macromeios Megameios


Nível primário e Intermediário/ cobertura Difusão
interpessoal cobertura nacional ou transacional
local estatal
Abrangência/ 150 a 3,5 mil 15 mil a 50 mil 30 mil a Vários
pessoas vários milhões
milhões
Investimento US$11,00 US$16,00 US$50 a Vários
por pessoa US$500 mil milhões de
(invest.inicial) US$ de
e US$1,00 invest. Inicial
e US$0,50
Exemplos Tel./fotocopia Livros, TV a Jornais, Grandes
dora cabo, álbuns cadeias de redes
rádio e TV internacionais
Influência e impacto dos MCM no indivíduo

 Jornais
Teoria da Comunicação – Escolas/Modelos

 Teoria Hipodérmica ou Teoria Bala


 Teoria da Abordagem Empírico-experimental
ou Teoria da Persuasão
 Teoria Estrutural-Funcionalista ou Teoria dos
Efeitos Limitados
 Teoria dos Usos e Gratificações
 Teoria Crítica ou Escola de Frankfurt (Indústria
Cultural)
 Os Cultural Studies
 Teoria Matemática da Comunicação e suas
variações.
 Teoria da Cauda Longa
Teoria Hipodérmica- Histórico

 EUA, década de 20

 Advento dos MCM e da sociedade de


consumo.

 Surgimento de estados totalitários.

 Heranças teóricas (Séc. XIX)


 Sociologia: Teoria da sociedade de massa.
 Psicologia: Teoria psicológica da ação.
 Teorias caracterizam-se por observarem
com desencantamento o caos social
decorrente do progresso.
Teoria Hipodérmica ou Teoria da Bala
 Abordagem geral dos MCM.

 Deixa do lado a diversidade e a especificidade das


mídias.

 Não leva em consideração os diferentes impactos da


mídia na percepção e nas formas de cognição humanas.

 Emissor proativo é que toma iniciativa.

 Efeitos recaem sobre receptor.

 Foco: quais os efeitos dos MCM numa sociedade de


massa?
Teoria Hipodérmica- Premissas

 Audiência recebe mensagens de forma homogênea

 Os efeitos das mensagens são instantâneos e inevitáveis.

 As mensagens dos MCM atuam como estímulos à


determinados comportamentos; provocam impulsos e emoções.

 Manipulação do indivíduo pelos MCM pela atomização e


individualização.
Mass Comunication Research

 1927, livro de Harold D. Lasswell: Propaganda


techniques in the Word War.

 Cunhou o termo “agulha hipodérmica”= efeito ou


impacto direto e indiferenciado sobre indivíduo
atomizados.

 Meios de comunicação como instrumentos


essenciais para a “gestão das opiniões”.

 Propaganda é mais econômica que a violência, a


corrupção e outras técnicas de governo.
Mass Comunication Research

 Comunicação pode se usada para o bem e para o mal.

 Pós-guerra (1914-1918)

 Escola de Chicago (medidas quantitativas mais aptas para


atender gestores da mídia)

 Propaganda rima com democracia e único meio de estimular


adesão das massas.
Teoria Estrutural-funcionalista
ou Teoria dos Efeitos Limitados

 MCM em relação direta com o


público.

 MCM: conjunto de sistemas


sociais inseridos numa macro-
estrutura.

 MCM como fator de integração


social e um reflexo da
sociedade.

 Estuda os efeitos dos MCM


perante seu público .
Teoria Estrutural-funcionalista
ou Teoria dos Efeitos Limitados

 Abandona, pela primeira vez, a noção da


intencionalidade dos processos
comunicativos.

 Desaparece foco nos efeitos que o emissor


causa no receptor.

 Aparece interesse do receptor em estudar a


si, como incluso no processo comunicativo.

 Surge a importância relacionadas às


consequências observáveis devido à
simples presença dos MCM.
Modelos de Comunicação - Lasswell

 O modelo comunicativo proposto em 1948

 Evolução da Teoria Hipodérmica: Teoria


Estrutural-funcionalista ou Teoria dos Efeitos
Limitados

 Responde às seguintes questões:


 QUEM (EMISSOR)

 DIZ O QUÊ (MENSAGEM)


 ATRAVÉS DE QUE CANAL (MEIO)
 COM QUE EFEITO?
(EFEITOS/RESPOSTA)
Modelos de Comunicação - Lasswell

 Premissas para descrição do processo de comunicação de


massa:

 emissor ativo produz o estímulo e massa passiva reage ao estímulo.

 comunicação é intencional e objetiva um efeito determinado


anteriormente (manipulação).

 comunicador e destinatário isolado e independentes das relações


sociais, situacionais e culturais.

 relações informais são irrelevantes e sem influência nas campanhas


publicitárias.
Modelos de Comunicação - Lasswell

 Comunicação cumpre três funções sociais:


 Vigilância do meio (ameaças ao sistema de valores de uma
comunidade)
 Relações entre componentes de uma realidade, gerando resposta ao
meio.
 Transmissão da herança social.
Modelo de Lasswell
Teoria da Abordagem Empírico-experimental
ou Teoria da Persuasão

 Revisão da Teoria Hipodérmica por volta


dos anos 40.

 Tentativa de esclarecer o insucesso dos


mecanismos de persuasão.

 Centrada nos indivíduos e não nas


massas.

 Causas (ações comunicativas)  Efeitos


mediados pelos Processos Psicológicos
Intervenientes.
Teoria da Abordagem Empírico-experimental
ou Teoria da Persuasão
 Audiências buscam a informação e não são passivas como
as consideradas na Teoria Hipodérmica.

 Persuasão da audiências precisa levar em consideração:


 Exposição seletiva – (concordância com o tema, reforço e
não “plantio” de novas ideias)

 Percepção seletiva – ( receptor adapta a mensagem ao seu


quadro valorativo,;possibilidade de distorção ou compreensão
oposta da mensagem em relação ao original)

 Memória seletiva – ouvintes tendem a fixar primeiro os


argumentos com os quais concordam. Quanto maior for a
exposição, maior será essa característica.
Teoria da Abordagem Empírico-experimental
e características da mensagem
 Credibilidade do comunicador

 Ordem de Argumentação – como se deve comunicar a


mensagem. O que levar em consideração:

 Efeito primacy – argumentos iniciais são os mais eficazes.


Efeito mais presente em destinatários que não possuem
conhecimentos prévios.
 Efeito recency – argumentos mais influentes são os finais.
Este efeito verifica-se quando a audiência conhece o tema.
 Integralidade da Argumentação – como realizar a
argumentação é muito importante.
 Explicação da conclusão – conclusões simples, explícitas e
atrativas.
Teoria dos Usos e Gratificações

 Mensagens não têm efeito quando não utilizadas dentro do


contexto sócio-psicológico do receptor.

 Recusa a transmissão unilateral de dados.

 Estudos sobre MCM (jornal novaiorquino em greve) específico


junto ao leitor:
 interpretar e fornecer explicações sobre os comportamentos;
 constituir um elemento central na vida quotidiana;
 ser uma fonte de descontração
 constituir prestígio social
 ser um instrumento de contacto social
 ser um ritual da vida quotidiana
Teoria dos Usos e Gratificações

 Busca identificar o tipo e grau satisfação


alcançado por um determinado meio de
comunicação.

 Estuda as necessidades humanas satisfeitas


com a utilização de um determinado MCM e
não apenas o efeito simples e direto desse
MCM sobre a audiência.

 Realça a forma como a recepção das


mensagens acontece de acordo com as
necessidades do receptor e não somente de
acordo com os desejos do emissor.
Teoria dos Usos e Gratificações- Tipos de
necessidades satisfeitas pelos MCM
 necessidades cognitivas relacionadas com a aquisição e reforço
de conhecimentos e de compreensão.
 necessidades afetivas e estéticas relacionadas com a
experiência estética.
 necessidades de integração e de consequente incremento da
estabilidade emotiva.
 Necessidades de segurança e da credibilidade social.
 necessidades de integração social.
 necessidades de evasão e de abrandamento dos conflitos e
tensões .
Teoria Matemática - Shannon e Weaver

 1949, livro Mathematical theory of


communication, de Claude Shannon e
Warren Weaver.

 Definição do conceito de comunicação


nesse modelo abrange todos os processos
onde uma mente influi sobre a outra em
todos os comportamentos humanos.

 Busca pela qualidade da mensagem


transmitida pelos equipamentos
transmissores

 Delinear modelo matemático que aponte


custo.
Teoria Matemática- Shannon e Weaver

 O conteúdo transmitido na mensagem não era de relevância


considerável para a avaliação.

 Modelo se concentra nas características técnicas do sinal e da


mensagem e na nitidez com que a transmissão era obtida.

 Problema da comunicação: “reproduzir em um ponto dado, de maneira


exata ou aproximativa, uma mensagem selecionada em outro ponto.”
Modelos de Comunicação –Shannon e Weaver

 Busca de uma maneira de transmitir o maior número de mensagens


possíveis:
 através de um canal de forma rápida
 sem gasto de energia
 sem a presença de ruídos que dificultassem esta transmissão.

 Problemas da comunicação:

 NIVEL A: problemas de ordem técnica. (Com que exatidão os sinais da


comunicação são transmitidos? )

 NIVEL B: problemas de ordem semântica. (Com que grau de nitidez os sinais da


comunicação transmitidos passam o significado desejado?)

 NIVEL C: problemas de ordem de eficiência. Com que eficiência o significado


recebido afeta o comportamento do receptor no que diz respeito à finalidade
desejada e prevista pelo emissor?
Modelo de Shannon e Weaver
Cultural Studies

 Origem: políticas culturais por Mathew Arnold


(1822-1898) e Frank Raymond Leavis (1895-
1978)

 Teóricos opositores da cultura de massa (mau


gosto, superficialidade e declínio).

 Fundadores:
 Richard Hoggart (“The Uses of Literacy”, 1957)
 Raymond Williams (“Culture and Society”,
1958)
 Edward Thompson (“The Making of the English
Working Class”, 1963).
 Stuart Hall (mais tarde)
Cultural Studies

 Anos 50 e 60, Inglaterra.

 Center of Contemporary Cultural Studies


(CCCS) em Birmingham.

 Estudo das práticas culturais quotidianas

 Contexto: protagonismo dos media.

 Período de abandono da “Cultura” com


afirmação de variadas culturas e práticas
culturais.
Cultural Studies

 Cultura popular, cultura do


operariado e cultura de
massa como objetos de
estudo.

 Teóricos pioneiros no
estudo da cultura popular
como investigação
científica.

 Pesquisas dentro das


classes operárias sobre
hábitos e estilos de vida.
Cultural Studies

 Mediação dos media (MCM)

 Influência nas subculturas e nas novas formas de cultura popular

 Protagonistas sociais com mediação dos MCM e de novas


tecnologias.

 Característica principal: papel central dos media (MCM) nas


mudanças sociais e culturais.
Cultural Studies

 Cultura é resultado das sociedades policulturais


modernas e não somente produto dos MCM.

 Livro “The Sociology of Culture”, de Raymond


Williams: dificuldade em definir o termo “cultura”.
 Cultivo
 Cultivo do espírito
 estado mental diferenciado (pessoa culta)
 como processos do desenvolvimento cultural
(“interesses culturais”)
 meios desses processos (artes e trabalhos
intelectuais)
 “uma forma de vida” (definição antropológica)
Cultural Studies

 Cultura como algo usual e comum a


todas as pessoas, de qualquer nível
econômico.

 Rompimento da classificação da
cultura de “elite” ou “popular” e
inclusão de todas as
manifestações, expressões e
significações de valores de um povo
(não somente as artísticas).

 Estudos centrados nos nos media


(MCM) para compreensão dos
diversos fenômenos culturais.
Modelos de Comunicação – Berlo

 David K. Berlo, discípulo de Wilbur


Schcramm na Universidade de Illinois.

 Modelos teóricos sobre a natureza


psicológica da comunicação na obra
Processo da Comunicação: Uma Introdução
para a Teoria e Prática. (1960)

 A comunicação é um processo regulado,


permite ao ser humano negociar sua posição
no ambiente.

 Comunicação tem valor de interlocução,


poder, influência e controle.
Modelos de Comunicação – Berlo

 Alcances da comunicação:

 aqueles que se satisfazem por eles mesmos


 aqueles que além de transmitir uma mensagem dão à
comunicação um caráter instrumental e buscam uma resposta
concreta (mudança de atitude, consumo, voto político etc.).

 Elementos básicos da comunicação


 Fonte
 Codificador
 Mensagem
 Canal
 Decodificador
 recebedor.
Modelo de Berlo (reportagem)
Teoria Crítica ou Escola de Frankfurt

 Fundada em 1923 na Universidade de Frankfurt.

 Felix Weil, Max Horkheimer e Friedrich Pollock.

 Famílias judias da classe média alemã.

 Durante 2ª Guerra Mundial: EUA repartindo-se


por Nova Iorque e Los Angeles.

 Retorno apenas em 1950.

 Marxismo Ocidental
Teoria Crítica ou Escola de Frankfurt

 Filósofos e cientistas políticos

 Primeira geração:
 Herbert Marcuse
 Theodor Adorno
 Max Horkheimer
 Erich Fromm
 Leo Lowenthal

 Segunda geração:
 Jügen Habermas
 Albrecht Wellmer
 Otto Apel
Teoria Crítica ou Escola de Frankfurt

 Patronos intelectuais: Hegel, Marx, Weber e Freud.

 Por que Teoria Crítica?


 rejeita a civilização moderna que subsiste por uma “vida
diminuída”
 rejeita o cientismo marxista
 acha, em geral, inaceitável qualquer cientismo,
especialmente no tocante ao domínio humano.

 Definição:
 discernimento do potencial crítico das ciências
humanas.
 não dogmática e sim, dialética.
 marxistas explicando porque não houve ou não há
revolução.
Teoria Crítica ou Escola de Frankfurt

 Transferência para os EUA caracteriza um


momento decisivo na identificação de hegemonia
e autoritarismo.

 Efetivação do autoritarismo como decorrência


dos produtos da “indústria cultural”.

 Cultura de massas como produtora de


“cimento social”
 distração e satisfação de desejos
intensificando a passividade.
Teoria da Cauda Longa

 Chris Anderson, editor-chefe da revista


Wired.

 Artigo em 2004 e livro em 2006

 Mercado de massa até o mercado de


nicho

 Massa: muita venda (informação


generalizada para um grande público)

 Nicho: vendas específicas (informação


de interesse de um pequeno público)
Teoria da Cauda Longa

 Best sellers:
 Produção
 Comunicação
 Ascensão
 Derrocada

 Produtos de nicho:
 Produção
 Comunicação
 Manutenção das vendas
Teoria da Cauda Longa

 Poder dos novos meios de comunicação


(internet)
 + foco no indivíduo
 + produção menos massificada =
 mais poder aos itens de nicho.

 Utilização da teoria para obter sucesso no


comércio eletrônico e no webmarketing.

 Segmentação da comunicação e do marketing.


 Search Engine Marketing (Otimização de Sites e
Links Patrocinados)
 E-mail Marketing
 campanhas de Mídia Online
Teoria da Cauda Longa
Teoria da Cauda Longa no Jornalismo

 Surgimento e crescimento do número de blogs.

 Site Technorati: mais de 70 milhões de blogs


em 2007.

 Competição coletiva com MCM tradicionais.

 Abundância de sites “amadores”: queda


superior a 1/3 da circulação de jornais em
relação a 1980.

 MCM competem com diversidade de


informações e conteúdos do mundo on line.
Teoria da Cauda Longa no Jornalismo

 Internet
 usuários como editores com agilidade e baixíssimo custo.
 escolha dentro de universo variadíssimo de informações.
 quebra do modelo Emissor X Receptor nos MCM.

 Relação simbiótica de meios digitais com MCM com


retroalimentação. (em contrapartida à concorrência).

 Cauda Longa do tempo:


 Jornais: 24h
 Internet: 36 horas
 Notícias relevantes acessadas por muito mais tempo.
 Podem emergir novamente da cauda longa.
Exercício e Avaliação

 Exercício : opine sobre a concorrência e a relação simbiótica dos


meios de comunicação da Web em relação aos MCM tradicionais.

 AVALIAÇÃO
 a partir de no mínimo cinco das Teorias da Comunicação vistas em
sala de aula, elabore e aplique um questionário a um gestor de
empresa, preferencialmente da área de comunicação e/ou marketing.
 mínimo de cinco e máximo de 10 perguntas relacionadas à prática.
 As perguntas devem abordar várias das teorias da comunicação, sem
se concentrar em apenas uma ou duas e virem identificadas sobre
qual teoria abordam.
 Entrega até as 18h do dia 26 de fevereiro na secretaria da pós-
graduação. Entrega após o prazo não será aceita.
 As avaliações são individuais e precisam, obrigatoriamente, serem
entregues impressas.
Bibliografia

 ADORNO, Theodor W. & HORKEHEIMER., Max. Dialética do Esclarecimento. Rio


de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.

 BORDENAVE, Juan E. Diaz, Além dos Meios e Mensagens: introdução à


comunicação como processo, tecnologia, sistema e ciência. 10ª ed. Petrópolis:
Vozes, 2002.

 HOHLFELDT, Antônio. et al. Teorias da Comunicação: conceitos, escolas e


tendências. 8ª ed. Petrópolis: Vozes, 2008.

 MATTELART, Armand. História da sociedade da informação. 2ª ed. São Paulo:


Loyola, 2006.

 MATTELART, Armand & Michèle. História das Teorias da Comunicação. 12ª ed.
São Paulo: Loyola, 2009.

 MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensões do homem. São


Paulo: Cultrix, 2007.

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