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DIREITO CIVIL
Parte geral (módulo 2)
Nos termos dos artigos 939 e 940, Código Civil, quem cobra dívida já
paga, no todo ou em parte, responde em dobro ou pelo equivalente –
responsabilidade civil pela cobrança indevida.
Art. 940, CC: “Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em
parte, sem ressalvar as quantias recebidas, ou pedir mais do que for
devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do
que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir,
salvo se houver prescrição”
Art. 305, CC: “O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio
nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-
roga nos direitos do credor. Parágrafo único: Se antes de vencida a dívida, só
terá direito ao reembolso no vencimento”.
Ex. é o caso do amigo do devedor, que preocupado com a sua situação, sana a
dívida.
O credor não poderá recusar o pagamento, sob pena de o terceiro utilizar
os meios conducentes à exoneração do devedor, tal como ocorre com
relação ao terceiro interessado.
Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio
nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga
nos direitos do credor. Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a
dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento.
Art. 1368, CC: “O terceiro, interessa ou não que pagar a dívida, se sub-
rogará de pleno direito no crédito e na propriedade fiduciária”.
Caso o credor recuse o pagamento pelo terceiro não interessado, a ser
efetuado em nome próprio, não lhe será lícito exercitar a pretensão de
consignação para constranger o credor ao recebimento, pois não se trata
de pagamento do devedor, do terceiro interessado ou do desinteressado
que paga em nome do devedor.
Combinação entre os artigos 306 e 871, CC: caso o terceiro pague dívida
de alimentos, obterá ressarcimento em face do devedor, ainda que não
tenha por este sido ratificado. Privilegiar as finalidades do alimentário em
detrimento da formalidade da prévia interpelação. Contudo, se o devedor
tiver argumento hábil a elidir a sua obrigação de prestar (ex. a maioridade
do credor alimentar) não poderá ser constrangido ao reembolso.
“PAGAMENTO. TERCEIRO INTERESSADO. DIREITO DE
REEMBOLSO. 1- O pagamento de dívida por terceiro (CC/2020, art.
306), de modo a não ensejar o direito de reembolso, deve
preencher três condições: a) o pagamento de dívida é feita
por terceiro; b) o devedor desconhece o pagamento ou se
opõe ao pagamento; c) o devedor tinha meios para "ilidir a
ação", ou seja, a cobrança da dívida feita pelo terceiro. 2- Não
apresentando o devedor fato "sério e sua admissibilidade
provável", para se opor ao pagamento efetuado por terceiro,
torna irrelevante ter ou não conhecimento do pagamento. 3-
Incidência de correção monetária e juros de mora sobre o valor
devido como reembolso, sob pena de enriquecimento ilícito do
devedor. 4- Apelação não provida”. (TJSP, Ap. n. 990093532883, 18ª
Câmara de Direito Privado, rel. Alexandre Lazzarini, D.J>
04/05/2010).
Art. 307. “Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da
propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele
consistiu.
Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá
mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda
que o solvente não tivesse o direito de aliená-la”.
Art. 876, CC: “Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica
obrigado a restituir; obrigação que incumbe àquele que recebe dívida
condicional antes de cumprida a condição”.
*Representante do credor: tem legitimidade para o recebimento do
pagamento , oportunizando ao solvens a facilitação de sua liberação do
vínculo obrigacional.
Art. 310, CC: “Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de
quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu”.
a) somente terá eficácia liberatória caso o devedor comprove que o pagamento foi
feito de boa-fé em favor de credor putativo, como decorrência da boa-fé objetiva e
da teoria da aparência, sendo irrelevante no caso relatado verificar se houve a
anuência ou a reversão do valor em favor do credor originário (accipiens)
b) somente será válido com a aceitação de Teobaldo, uma vez que a legitimidade é
elemento de validade do negócio jurídico, e, neste caso, o pagamento não foi feito
ao credor originário (accipiens).
d) não tem validade, uma vez que o pagamento feito a terceiro estranho à relação
obrigacional não admite ratificação.
a) somente terá eficácia liberatória caso o devedor comprove que o pagamento foi
feito de boa-fé em favor de credor putativo, como decorrência da boa-fé objetiva e
da teoria da aparência, sendo irrelevante no caso relatado verificar se houve a
anuência ou a reversão do valor em favor do credor originário (accipiens)
b) somente será válido com a aceitação de Teobaldo, uma vez que a legitimidade é
elemento de validade do negócio jurídico, e, neste caso, o pagamento não foi feito ao
credor originário (accipiens).
c) é válido e eficaz, sendo absolutamente irrelevante o fato de ter sido feito a pessoa
diversa do credor, pois a cobrança em duplicidade de um débito já pago não é
admitida no ordenamento jurídico brasileiro.
d) não tem validade, uma vez que o pagamento feito a terceiro estranho à relação
obrigacional não admite ratificação.
Art. 313, CC: “O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que
lhe é devida, ainda que mais valiosa”.
O art. 313, CC deve ser interpretado à luz da boa-fé objetiva, ou seja, tal
rigidez poderá ser relativizada quando a inflexibilidade representar
exercício de abuso do direito por parte do credor (art. 187, CC).
A autonomia privada deve ser balizada pelos princípios éticos do
sistema
Art. 314, CC: “Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação
divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a
pagar, por partes, se assim não se ajustou”.
Art. 315, CC: “As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento,
em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos
subsequentes”.
A CF (art. 7º, IV) veda o reajuste com base no valor do salário mínimo.
Exceção: prestação de alimentos.
Art. 318, CC: “São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em
moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o
valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos previstos
na legislação especial”.
Art. 319, CC: “O devedor que paga tem direito a quitação regular, e
pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada”.
Este artigo atesta que o pagamento não é dever, mas direito subjetivo
do devedor ou do terceiro que paga de ver o reconhecimento pelo
credor ou de quem o recebeu, para, então, exonerar-se do débito.
I) Confissão
II) Documento
III) Testemunha
IV) Presunção
V) Perícia
Além do direito à retenção do pagamento, a recusa à quitação induz o
credor à mora (art. 394, CC), e faculta ao devedor exercer o direito de
pretensão de consignação em pagamento, por tratar-se de recusa
injustificada de receber a prestação (art. 335, I, CC).
Art. 335, CC: “A consignação tem lugar: I – se o credor não puder, ou,
sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na
devida forma”.
Ainda que se refira a contrato solene, que exija a escritura pública, como
no caso de compra e venda de imóvel com valor superior a 30 salários
mínimos, a quitação poderá ser dada por instrumento particular.
Elementos da quitação:
1) Valor
2) Identificação do débito (relação obrigacional)
3) Identificação do devedor
4) Tempo do pagamento (evitando discussões sobre mora)
5) Local do pagamento
6) Assinatura do credor ou seu representante (mecânica ou eletrônica)
Parágrafo único, art. 320, CC: “Ainda sem os requisitos estabelecidos
neste artigo, valerá a quitação, se de seus termos ou das
circunstâncias resultar haver sido paga a dívida”.
Art. 323, CC: “Sendo a quitação do capital sem reserva de juros, estes
presumem-se pagos”.