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Noções preliminares

Recurso. Conceito. Impugnação da decisão


judicial: tipos. Princípios recursais. Dos recursos
cabíveis. Dos prazos recursais. Do recurso
adesivo. Do duplo grau ou reexame necessário
A revisão do ato judicial

Recurso, ação autônoma de impugnação e medidas


administrativas

• Tipos de ação autônoma: rescisória(art. 966, CPC), mandado


de segurança(art. 5º ,LXIX e LXX, CF) ação revisional (art. 505,
CPC), reclamação (art. 102,I,l,CF; art. 988, CPC); pedido de
suspensão de liminar ou de sentença .
• Medidas administrativas: correição parcial, agravo no
precatório
Conceito

Meio interno de impugnação do ato judicial no curso


do processo

“Remédio voluntário idôneo a ensejar, dentro do


mesmo processo, a reforma, a invalidação, o
esclarecimento ou a integração de decisão judicial
que se impugna” (J. C. Barbosa Moreira)

Re-correr, correr de novo em busca da revisão do ato


judicial
Tipos recursais
os agravos, servindo à revisão das decisões
interlocutórias,
a apelação, instrumentalizando o ataque à sentença, e o
correlato recurso ordinário, que impugna o acórdão
denegatório de mandado de segurança,
os embargos, como espécies anfíbias, de recurso dentro do recurso, ou de
recurso para o mesmo órgão julgador

os recursos extraordinários - extraordinário e especial.


(Pontes de Miranda e Janguiê Diniz)

Recurso total e recurso parcial

Recursos de fundamentação livre e de fundamentação vinculada


Principios
• Duplo grau de jurisdição. Origens. Direito
romano (apelatio). Direito francês. Posição na
Constituição Federal, Art. 5°,LV - aos
litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes.
Posição no CPC, sistema recursal, arts. 994 e
segs.
• Não agravação do recorrente (non reformation
in pejus)
• Principio dispositivo
• Aproveitamento da forma (pas de nulité sans
grief)
• Oralidade
• Livre convencimento do juiz
• Forma escrita dos recursos
• Colegialidade
Normas fundamentais no CPC
• Art. 1o O processo civil será ordenado,
disciplinado e interpretado conforme os
valores e as normas fundamentais
estabelecidos na Constituição da República
Federativa do Brasil, observando-se as
disposições deste Código.
• Art. 2o O processo começa por iniciativa da
parte e se desenvolve por impulso oficial,
salvo as exceções previstas em lei.
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
§ 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
§ 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos
deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do
Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito,
incluída a atividade satisfativa.
Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo
com a boa-fé.
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em
tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
• Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de
direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à
aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo
contraditório.
• Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às
exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa
humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a
publicidade e a eficiência.
• Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja
previamente ouvida.
• Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
• I - à tutela provisória de urgência;
• II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
• III - à decisão prevista no art. 701.
• Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
• Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob
pena de nulidade.
• Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus
advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.
• Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir
sentença ou acórdão. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
• § 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em
cartório e na rede mundial de computadores.
• § 2o Estão excluídos da regra do caput:
• I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido;
• II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos;
• III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas;
• IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932;
• V - o julgamento de embargos de declaração;
• VI - o julgamento de agravo interno;
• VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
• VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
• IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.
• § 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências
legais.
• § 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado pela parte não altera a
ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento
em diligência.
• § 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se
encontrava na lista.
• § 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3o, o processo que:
• I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de
Outros principios
Reserva de plenário
Art. 97, CF - Somente pelo voto da maioria absoluta de
seus membros ou dos membros do respectivo órgão
especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder
Público

Fungibilidade
Recursos no CPC
• Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos:
• I - apelação;
• II - agravo de instrumento;
• III - agravo interno;
• IV - embargos de declaração;
• V - recurso ordinário;
• VI - recurso especial;
• VII - recurso extraordinário;
• VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário;
• IX - embargos de divergência
Efeitos do recurso
• Efeito devolutivo – via de revisão
• Efeito suspensivo – paralisação da eficácia
• Efeito expansivo – abrangência maior que o
objeto (externo, interno) ou os sujeitos
• Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição
legal ou decisão judicial em sentido diverso.
• Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por
decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco
de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a
probabilidade de provimento do recurso.
Prazos no CPC
• Art. 1003… § 5o Excetuados os embargos
de declaração, o prazo para interpor os
recursos e para responder-lhes é de 15
(quinze) dias.
• Embargos de declaração:Art. 1.023. Os
embargos serão opostos, no prazo de 5
(cinco) dias, em petição dirigida ao juiz,
com indicação do erro, obscuridade,
contradição ou omissão, e não se sujeitam
a preparo.
Contagem dos prazos
• Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que
os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a
Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.
• § 1o Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados em
audiência quando nesta for proferida a decisão.
• § 2o Aplica-se o disposto no art. 231, incisos I a VI, ao prazo de
interposição de recurso pelo réu contra decisão proferida anteriormente à
citação.
• § 3o No prazo para interposição de recurso, a petição será protocolada em
cartório ou conforme as normas de organização judiciária, ressalvado o
disposto em regra especial.
• § 4o Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo correio,
será considerada como data de interposição a data de postagem.
Termo inicial da contagem
• Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:
• I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo correio;
• II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça;
• III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão ou do chefe de
secretaria;
• IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por edital;
• V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta
se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica;
• VI - a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada da carta
aos autos de origem devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de
carta;
• VII - a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico;
• VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em carga, do cartório ou da
secretaria.
• § 1o Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo para contestar corresponderá à última das datas
a que se referem os incisos I a VI do caput.
• § 2o Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é contado individualmente.
• § 3o Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por quem, de qualquer forma, participe do
processo, sem a intermediação de representante judicial, o dia do começo do prazo para cumprimento da
determinação judicial corresponderá à data em que se der a comunicação.
• § 4o Aplica-se o disposto no inciso II do caput à citação com hora certa.
Contagem do prazo
• Art. 219. Na contagem de prazo em dias,
estabelecido por lei ou pelo juiz,
computar-se-ão somente os dias úteis.
• Parágrafo único. O disposto neste artigo
aplica-se somente aos prazos
processuais.
Suspensão do prazo
• Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias
compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive.
• § 1o Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os
juízes, os membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da
Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça exercerão suas atribuições
durante o período previsto no caput.
• § 2o Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem
sessões de julgamento.
• Art. 221. Suspende-se o curso do prazo por obstáculo criado em detrimento
da parte ou ocorrendo qualquer das hipóteses do art. 313, devendo o prazo
ser restituído por tempo igual ao que faltava para sua complementação.
• Parágrafo único. Suspendem-se os prazos durante a execução de
programa instituído pelo Poder Judiciário para promover a autocomposição,
incumbindo aos tribunais especificar, com antecedência, a duração dos
trabalhos.
Privilégio de prazo
• Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de
advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas
manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento.
• § 1o Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é
oferecida defesa por apenas um deles.
• § 2o Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.
• Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas
autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as
suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação
pessoal.
• § 1o A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
• § 2o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de
forma expressa, prazo próprio para o ente público.
• Idem para a Defensoria Pública (art. 186) e Ministério Público (art. 180)
Encerramento do prazo
• Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados
excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento.
• § 1o Os dias do começo e do vencimento do prazo serão
protraídos para o primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia
em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois
da hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação
eletrônica.
• § 2o Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil
seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça
eletrônico.
• § 3o A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir
ao da publicação.
Recurso adesivo
• Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com
observância das exigências legais.
• § 1o Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá
aderir o outro.
• § 2o O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe
aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e
julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte:
• I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no
prazo de que a parte dispõe para responder;
• II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;
• III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele
considerado inadmissível.
Reexame necessário
• Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada
pelo tribunal, a sentença:
• I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias
e fundações de direito público;
• II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.
• § 1o Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a
remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á.
• § 2o Em qualquer dos casos referidos no § 1o, o tribunal julgará a remessa necessária.
• § 3o Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na
causa for de valor certo e líquido inferior a:
• I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público;
• II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e
fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados;
• III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações
de direito público.
• § 4o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
• I - súmula de tribunal superior;
• II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos;
• III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de
competência;
• IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio
ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
Questões para pesquisa:
• 1- Poderá o tribunal pronunciar a decadência
quando tal questão não tenha sido discutida pelas
partes?Justifique.
• 2 – Terá eficácia, ensejando execução, a sentença
que condena o Município do Recife a indenizar o
autor em R$160.000,00, se não houve apelação?
Justifique.

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