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CRÉDITO PRIVADO

Prof. Arthur Moraes


Introdução à Renda Fixa
Renda Fixa

• Investir em Renda Fixa é o mesmo que emprestar dinheiro para alguém, como
banco, empresa (Títulos Privados) ou para o governo (Títulos Públicos) e em
contrapartida você (investidor) recebe uma remuneração.

• Para o emissor do ativo, é uma forma de captar recursos e financiar projetos ou


negócios.

• Na prática, na grande maioria das vezes, aplicações de Renda Fixa atraem pela
previsibilidade e representa aquele investimento em que as condições de
rentabilidade são determinadas já no momento da aplicação. Também há aplicações
que são pós fixadas, ou seja, dependem do indexador a que estiver atrelada.

• Investir em Renda Fixa não garante exatamente que você estará livre de oscilações
na rentabilidade.

Profs. Roberto Indech


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Renda Fixa - Indexadores

Servem de base para “nortear” a correção das aplicações


• Selic (taxa básica de juros)
• CDI (taxa de juros interbancária)
• IPCA (índice de preços)
• IGP-M (taxa de inflação)

Profs. Roberto Indech


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Renda Fixa - Indexadores

Meta SELIC a.a.


30.00
25.00
20.00
15.00
10.00
5.00
0.00
00 00 01 02 03 03 04 05 06 07 09 10 11 12 14 15 16 17
/20 /20 /20 /20 /20 /20 /20 /20 /20 /20 /20 /20 /20 /20 /20 /20 /20 /20
19 20 18 22 19 17 20 17 30 /5 11 /9 31 28 26 6/3 /31 2/6
1/ 9/ 7/ 5/ 2/ 12/ 10/ 8/ 8/ 12 3/ 6 8/ 11/ 2/ 8 1

Profs. Roberto Indech


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Renda Fixa – Títulos Pós-Fixados

• Sua remuneração depende do desempenho futuro de um índice (por exemplo, 100%


da Selic ou 90% do CDI)
• Não apresentam volatilidade
• Seu dinheiro “cresce” dia a dia
• São especialmente indicados para investidores conservadores
 Exemplos: Tesouro Selic, CDB, LCI/LCA, LC, Tesouro IPCA*

Profs. Roberto Indech


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Renda Fixa – Títulos Prefixados

• A remuneração do investidor já é conhecida na data da aplicação


• *Possuem volatilidade: o papel se desvaloriza no mercado se os juros subirem, e
vice-versa.
• São especialmente indicados para momentos em que o juro está alto e deve (pode)
começar a recuar
 Exemplo: Tesouro Prefixado que paga 15% ao ano ou CDB que rende 12% ao
ano no momento em que a Selic está com perspectiva de números inferiores a
este “atual”.

Profs. Roberto Indech


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Renda Fixa – Títulos Indexados à
Inflação

• O investidor recebe uma taxa predeterminada de juros reais (acima da inflação)


• O ativo vai pagar, por exemplo, IPCA + 7% ao ano ou IGP-M + 8% ao ano
• Possuem volatilidade: o papel se desvaloriza no mercado se os juros subirem, e vice-
versa
• *São especialmente indicados para se proteger em períodos de inflação alta

 Exemplo: Tesouro IPCA, CDBs, LCI/LCA.

Profs. Roberto Indech


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Renda Fixa – Ganho Real

• A taxa (ganho) real é aquela que exclui o efeito da inflação no período. Dependendo
dos casos, a taxa real pode assumir valores negativos.

• Podemos afirmar que a taxa real corresponde à taxa efetiva corrigida pelo índice
inflacionário do período.
Retorno Retorno Ganho Real
Data anual anual "Conta de *Ganho Real
CDI (%) IPCA (%) Padaria"

2007 11,82% 4,46% 7,36% 7,04%


2008 12,38% 5,91% 6,47% 6,11%
2009 9,88% 4,31% 5,56% 5,33%
2010 9,75% 5,91% 3,84% 3,63%
2011 11,60% 6,50% 5,09% 4,78%
2012 8,40% 5,84% 2,56% 2,42%
2013 8,06% 5,91% 2,15% 2,03%
2014 10,81% 6,41% 4,41% 4,14%
2015 13,24% 10,67% 2,57% 2,32%
2016 14,00% 6,29% 7,71% 7,25%
2017 9,93% 2,95% 6,98% 6,78%
*Ganho real (Juros reais) = (1 + juros nominais) / (1 + inflação) - 1
Profs. Roberto Indech
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Renda Fixa – Riscos

• Risco de crédito: o emissor do título não consegue honrar o compromisso que


assumiu com os investidores e dá calote
• Risco de mercado ou de oscilação de taxa de juros: títulos prefixados e
indexados à inflação perdem valor quando os juros sobem
• Risco de liquidez: muitos títulos não permitem resgate a qualquer momento ou
então obrigam o investidor a aceitar um deságio para o resgate
• Risco operacional: por exemplo, você pede para que o banco ou a corretora
compre um ativo com seu dinheiro, mas ele compra outro

Profs. Roberto Indech


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Renda Fixa – FGC

• O FGC é uma entidade privada, sem fins lucrativos, responsável pelo socorro a
correntistas, poupadores e investidores em caso de falência da instituição financeira.

• O FGC foi criado pelos próprios bancos para proteger os correntistas. Todos os
bancos direcionam um pequeno percentual de seus depósitos para o FGC. Esse
dinheiro é usado como um seguro.

• Investimentos em Renda Fixa como CDB, LCI, LCA, Letras de Câmbio e LH contam
com esta proteção do FGC.

Profs. Roberto Indech


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Renda Fixa – FGC

Pela nova regra, determinada em dezembro de 2017:


• A LIMITAÇÃO DA GARANTIA É ATÉ R$1 MILHÃO.
• O teto para o investidor vale para cada período de 4 anos, por CPF ou CNPJ. Após 4
anos, esse teto é restabelecido.
• A contagem do período de 4 anos se inicia na data da liquidação ou intervenção em
instituição financeira onde o investidor detenha valor garantido pelo FGC.
• Permanece inalterado o limite de R$250 mil por CPF ou CNPJ e conglomerado
financeiro.
• Aos investimentos contratados ou repactuados até 21 de dezembro de 2017 não se
aplica o teto de R$ 1 milhão a cada período de 4 anos.

Profs. Roberto Indech


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Renda Fixa – FGC

Profs. Roberto Indech


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Securitização
SECURITIZAÇÃO

Securitizar = Transformar em Securities

Conversão de ativos de pouca liquidez em valores mobiliários líquidos (Kothari, 1999)

Início na década de 70 nos EUA com recebíveis imobiliários

Conceito amplamente difundido atualmente – praticamente tudo pode ser securitizado

Profs. Roberto Indech


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SECURITIZAÇÃO

Por meio da securitização qualquer empresa, de qualquer


porte ou constituição jurídica pode levantar recursos cedendo
recebíveis no mercado de capitais

Profs. Roberto Indech


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SECURITIZAÇÃO

Instrumentos financeiros que são veículos de securitização

CRI – Securitiza recebíveis com lastro imobiliário


CRA – Securitiza recebíveis com lastro no agronegócio
FIDC – Securitiza qualquer tipo de recebível

Ampliando o conceito:
FII – Securitiza imóveis
FIP – Securitiza empresas e companhias não listadas em Bolsa

Profs. Roberto Indech


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SECURITIZAÇÃO - CONCEITO

DEVEDOR

$$ 36 Parcelas

CREDOR

Profs. Roberto Indech


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SECURITIZAÇÃO - CONCEITO

DEVEDOR
SECURITIZADORA
a r c el as
$$ 36 P
to
c on
CREDOR des
c om
s ta
À vi TÍTULOS TÍTULOS TÍTULOS

INVESTIDORES

Profs. Roberto Indech


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SECURITIZAÇÃO - CONCEITO

DEVEDOR
$$ 36 Parce SECURITIZADORA
las

CREDOR
TÍTULOS TÍTULOS TÍTULOS

Investidor deve identificar quem


é o devedor para poder avaliar o INVESTIDORES
risco de crédito

Profs. Roberto Indech


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CDB
CDB

Título privado emitido por bancos, com o objetivo de captar recursos para financiar
atividades como, por exemplo, de crédito.

Há três tipos de CDBs

• Prefixados: possuem a remuneração atrelada a um percentual do CDI e por isso é


possível estimar o valor que será resgatado no seu vencimento;
• Pós-fixados: acompanham a variação no período de aplicação da taxa de juros do
país (Selic) e costumam ser os mais comuns entre os investidores;
• E os que remuneram a uma taxa prefixada somada a algum índice de inflação como
IPCA ou IGP-M.

Profs. Roberto Indech


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CDB

 Principais Características:

• Contam com o “seguro” do Fundo Garantidor de Crédito (FGC)


• Geralmente têm a rentabilidade atrelada a um percentual do CDI, mas também
podem ser prefixadas
• Costumam figurar entre os títulos de renda fixa de baixo risco mais rentáveis do
mercado
• Há os CDBs com liquidez diária, mas os mais rentáveis possuem carência
• Em geral, não há custos para essa aplicação financeira

Profs. Roberto Indech


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CDB

Comparativo - CDB
35.00%
30.00% 31.55%
28.01% R$10 mil
25.00%
Rentabilidade (%)

20.00% 24.56%
15.00% - R$13.155
10.00% - R$12.801
5.00%
0.00% - R$12.456

100%cdi 90%cdi 80%Cdi

Profs. Roberto Indech


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CDB

CDB 110% vs Poupança vs FGTS


16.00%

14.00%

12.00%

10.00%

8.00%

6.00%

4.00%

2.00%

0.00%
2012 2013 2014 2015 2016
FGTS 110% CDI Poupança

Profs. Roberto Indech


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CDB

CDB 110% vs Poupança vs FGTS


R$ 9,000.00
R$ 8,808.65

R$ 8,000.00

R$ 7,107.29
R$ 7,000.00

R$ 6,091.12
R$ 6,000.00

R$ 5,000.00
31-dez-12 31-dez-13 31-dez-14 31-dez-15 31-dez-16
FGTS 110% CDI Poupança

Profs. Roberto Indech


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CDB

Exemplos CDB

Profs. Roberto Indech


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CDB

CDB 120% vs TD Selic vs Poupança

Profs. Roberto Indech


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CDB

 Tributação (IR e IOF)

Profs. Roberto Indech


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CDB

 Recomendação

• É coberto pelo FGC


• Indicado para investidores que desejam diversificação, priorizam segurança e
possivelmente liquidez diária

Profs. Roberto Indech


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LCI e LCA
LCI e LCA

• As LCIs (Letra de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letra de Crédito do Agronegócio)


são títulos de renda fixa, emitidos por instituições financeiras, com objetivo de
financiar o setor imobiliário e agrícola, respectivamente.

• Do ponto de vista do investidor, não faz diferença escolher uma LCA ou uma LCI.
Opte pelo papel que oferecer a melhor taxa dentro das características que você
procura

• Os ativos podem ter rentabilidade pré ou pós fixada.

• Possuem garantia do FGC, caracterizando um investimento de baixo risco.

Profs. Roberto Indech


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LCI e LCA

• Há a isenção de Imposto de Renda para Pessoa Física, o que “garante”


rentabilidade superior à da maioria das aplicações em renda fixa

• A liquidez é reduzida, portanto a indicação é para que o resgate seja feito apenas na
data do vencimento. Caso antecipado, é cobrado uma “multa” pela saída antecipada.

• Em geral, as aplicações mínimas partem de R$5 mil.

Profs. Roberto Indech


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LCI e LCA

• Em geral, possuem prazo mínimo de 3 meses e máximo de 3 anos.

• Geralmente têm a rentabilidade atrelada a um percentual do CDI, mas também


podem ser prefixadas ou atreladas a um índice de inflação.

• Costumam figurar entre os títulos de renda fixa de baixo risco mais rentáveis do
mercado

• Em muitas instituições financeiras, o custo para aplicações é zero.

Profs. Roberto Indech


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LCI e LCA

Quanto
Quanto rende Quanto
rende a
Emissor Ativo Vencimento Taxa Mínimo ao ano com o rende a
mais que a
CDI a 8,0%? poupança?
poupança?

Banco A LCI 1 ano 93% do CDI R$ 10.000,00 7,35%* 5,56% 32,2%

Banco B LCI 2 anos 96% do CDI R$ 10.000,00 7,58%* 5,56% 36,3%

Banco C LCA 3 anos 98% do CDI R$ 10.000,00 7,74%* 5,56% 39,2%

Profs. Roberto Indech


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LCI e LCA

LCI/LCA x CDB
35.00%

30.00%
29.77% ISENÇÃO DE IR
25.00%
24.95%
20.00%
Axis Title

15.00%

10.00%

5.00%

0.00%

LCI 95% CDB 100% - IR

Profs. Roberto Indech


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LCI e LCA

CDB 100% vs Poupança vs TD Selic vs LCI/LCA

Profs. Roberto Indech


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LCI e LCA

CDB 100% vs Poupança vs TD Selic vs LCI/LCA (93% CDI)

Profs. Roberto Indech


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LCI e LCA

Características

Profs. Roberto Indech


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CRI e CRA
CRI e CRA

• O CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e CRA (Certificado de Recebíveis


Agrícolas) são títulos de renda fixa, emitidos por instituições securitizadoras, com
objetivo de financiar o setor imobiliário e agrícola, respectivamente. Termo
“securitizar” vem de “securities” e significa transformar um crédito ou uma promessa
de pagamento em um ativo negociado no mercado de capitais

• Existem vários meios de remuneração nesse investimento. O mais comum é atrelado


à inflação (IPCA) somado ao pagamento de uma taxa prefixada, vinculada ao DI ou
apenas prefixada.

• Em geral, o pagamento de juros é feito de maneira periódica (semestral ou anual)


com pagamento do principal (investimento inicial) mais o último cupom de juros na
data de vencimento.

Profs. Roberto Indech


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CRI e CRA

• Não possuem a garantia do FGC.


É recomendado que o investidor avalie a razão da emissão dos ativos para conhecer os
riscos da aplicação.

• Há a isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas.


• Em geral, há a previsão do fluxo de caixa das remunerações e amortizações do ativo
aos investidores
• Regime fiduciário garante segregação do risco do emissor, ou seja, caso a
securitizadora tenha dificuldades financeiras, o fluxo de pagamento para os
investidores não será afetado, uma vez que os recebíveis estão segregados do
patrimônio da companhia emissora.
• É um produto de diversificação para um investidor com objetivo de médio/longo prazo
e agressivo.

Profs. Roberto Indech


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CRI e CRA

Desvantagens:

• Não possui garantia do FGC;


• Liquidez reduzida. A recomendação para o resgate apenas na data de vencimento do
ativo.

Profs. Roberto Indech


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CRI e CRA

Prospecto de um CRI:
• Securitizadora ou Emissora : RB Capital Cia de Securitização
• Coordenador Líder: Banco Itaú BBA S.A.
• Valor total da emissão: R$550 milhões, na Data de Emissão dos
CRI, sendo que o valor total de emissão dos CRI DI, dos CRI
IPCA Curta e dos CRI IPCA Longa será definido no Procedimento
de Bookbuilding.
• Cedente dos Créditos Imobiliários: BR Properties
• Valor Nominal Unitário dos CRI: O Valor Nominal Unitário dos CRI
é de R$1.000,00, na Data de Emissão dos CRI.
• Data de Emissão dos CRI: 28 de março de 2017;
• A data de vencimento dos CRI DI será 17 de março de 2021. A
data de vencimento dos CRI IPCA Curta será 19 de março de
2024 e a data de vencimento dos CRI IPCA Longa será 19 de
março de 2030;
• Remuneração dos CRI’s: O percentual máximo de (I) 0,90% para
os CRI DI; (II) 1,20 para os CRI IPCA curto; (III) 1,75% para os
CRI IPCA longo;
• Valor do Imóvel: R$1.098.900.000,00 (um bilhão, noventa e oito
milhões e novecentos mil reais)

Profs. Roberto Indech


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CRI e CRA

Exemplos:

Profs. Roberto Indech


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CRI e CRA

Exemplos:

Profs. Roberto Indech


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Debêntures
Debêntures

Principais Características

• São títulos de dívida, em geral de médio e longo prazos, que confere a seu detentor
um direito de crédito contra a companhia emissora, que pode ser de capital aberto ou
fechado.

• Quem investe em debêntures se torna credor dessas companhias.

• Todas as características desse investimento, como prazo, remuneração etc., são


definidas na escritura de emissão e podem ser ou não conversíveis em ações da
própria cia emissora.

• Emissão primária e secundária

Profs. Roberto Indech


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Debêntures

Principais Características

• O valor inicial varia de uma oferta para outra.


a) Aplicação mínima: a partir de R$ 1.000. No entanto, pode ser de R$ 100 mil, R$
300 mil ou até mais.
b) Definido na data de emissão, o valor nominal das debêntures é atualizado ao
longo da existência do título, chamado PU (Preço Unitário).

• Podem ser pré, pós fixadas ou estar atrelada a indicadores de inflação, cabendo
exclusivamente a decisão da empresa no momento da emissão.

• Neste ativo, é comum serem realizados pagamentos periódicos, amortizações, ou


seja, podem ocorrer pagamentos semestrais de juros ao investidor, por exemplo.

• Podem ser restritas a investidores qualificados, a depender da emissão.

Profs. Roberto Indech


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Debêntures

Vantagens

• Por ser negociada no mercado secundário, o ativo possui uma liquidez razoável e
portanto há a possibilidade de resgate diário;
• As debêntures de infraestrutura possuem isenção de Imposto de Renda sobre os
ganhos para pessoas físicas.

Desvantagens

• Não possuem garantia do FGC;


• Por ser emissão de empresas, podem ter risco superior aos demais ativos de renda
fixa.

Profs. Roberto Indech


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Debêntures

Riscos

• Os riscos e as garantias estão de acordo com a emissão do ativo mas podem ser
modificados ao longo do período – Consultar nos fatores de risco do prospecto de
cada emissão.

Prazo

• A depender da emissão de cada.

Custos

• Taxa de intermediação: em geral no ato da compra.


• Em geral, não há cobrança de taxa de custódia (Debêntures Cetip)

Profs. Roberto Indech


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Debêntures Incentivadas

Principais características

• As debêntures incentivadas - Infraestrutura - são muito parecidas com as


debêntures comuns, mas contam com uma grande vantagem: a isenção de IR para
pessoas físicas
• Por lei, podem ser emitidas para financiar obras de logística, transporte, mobilidade
urbana, energia, telecomunicações e saneamento
• Quase sempre pagam uma taxa real (IPCA + juros). Raramente é TR + juros
• Aplicação mínima, em geral, a partir de R$ 1.000

• Assim como o investidor precisa encontrar a taxa líquida de remuneração de um


CDB para compará-lo a uma LCI, por exemplo, o investidor também precisa
descontar o IR de uma debênture comum ou de Tesouro IPCA para compará-los a
uma debênture incentivada

Profs. Roberto Indech


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Debêntures Incentivadas

Riscos

• Risco de crédito: se a empresa quebrar, você perderá parte de seu capital


a) Avalie o rating e a capacidade de pagamento da empresa;
b) Verifique as garantias reais das debêntures caso a empresa não pague sua
dívida;
c) Debêntures de prazos mais curtos oferecem menos risco;
d) Diversifique sua carteira de debêntures
• Risco de mercado: se o juro real subir, o título perde valor, e vice-versa.
• Não contam com o “seguro” do FGC. Logo, só são interessantes se pagarem um
prêmio sobre investimentos com proteção do FGC.

Profs. Roberto Indech


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Debêntures Incentivadas

Exemplos

Emissor Ativo Vencimento Ticker Taxa Rating Agência

Concessionária Auto Debênture


15/12/2024 CART12 IPCA + 8,75% A1 Moody's
Raposo Tavares S.A. normal

Odebrecht Transport Deb.


15/10/2025 ODTR11 IPCA + 9,12% A+ Fitch
Participações Incentivada

Concessionária Deb.
Rodovias do Tietê Incentivada 15/06/2028 RDTV11 IPCA + 7,92% Aa2 Moody´s
S.A.

Profs. Roberto Indech


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Debêntures Incentivadas

Exemplos

Profs. Roberto Indech


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Debêntures Incentivadas

Como negociar

• Emissão primária: é o processo de colocação, junto ao público, de um certo


número de títulos e valores mobiliários para venda. Envolve desde o levantamento
das intenções do mercado em relação aos valores mobiliários ofertados até a efetiva
colocação junto ao público, incluindo a divulgação de informações, entre outras
etapas.

• Mercado Secundário: há a negociação dos ativos no mercado após a emissão.

Profs. Roberto Indech


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Debêntures Incentivadas

Exemplos de negociação

Profs. Roberto Indech


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Debêntures Incentivadas

Onde encontrar informações completas

Profs. Roberto Indech


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Garantias das
Debêntures
DEBÊNTURES - GARANTIAS

Debêntures – títulos de renda fixa de emissão privada


Mais antiga e tradicional forma de captar recursos
Emissão somente por S/A (capital aberto ou fechado)
Prazo mínimo superior a 1 ano

Podem ser (tipo):


Simples – não conversíveis
Conversíveis em ações – da própria Cia. emissora
Permutáveis – por ações de outras empresas ou outros bens/títulos

Profs. Roberto Indech


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DEBÊNTURES - GARANTIAS

Garantias (espécie):
Quirografária: sem garantias
Subordinadas: sem garantias / preferência sobre acionistas
Garantia flutuante: privilégio geral sobre o patrimônio
(não impede a livre negociação dos ativos)
Garantia real – Hipoteca, penhor ou anticrese de imóveis
Pode haver garantias adicionais (covenants)

Profs. Roberto Indech


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CRÉDITO

PRIORIDADE DE CRÉDITOS (FALÊNCIA)


1. Dívidas trabalhistas (até 150 salários mínimos)
2. Dívidas com garantias reais (até o limite do valor do bem)
3. Dívidas tributárias (exceto multas tributárias)
4. Dívidas quirografárias (não subordinadas)
5. Multas contratuais e multas tributárias
6. Dívidas subordinadas (sócios/adm. s/ vínculo emprego)
7. Acionistas

CRÉDITOS NÃO SUJEITOS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL OU FALÊNCIA


1. Propriedade fiduciária
2. Alienação fiduciária
3. Cessão fiduciária
Covenants podem limitá-los ou proibi-los.
4. Arrendamento mercantil
5. Adiantamento de contrato de câmbio

Profs. Roberto Indech


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Fonte: material publicitário Debêntures CTEEP
Profs. Roberto Indech
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DEBÊNTURES - GARANTIAS

Covenants:
Cláusulas com obrigações de fazer ou não fazer
(covenants positivos ou negativos)

+ fornecimento de informações; apresentação ou manutenção de índices financeiros;


comprometimento em manter a atividade fim; manutenção de propriedades; manutenção
de apólices de seguros etc.

- Limitação do grau de endividamento; limitação das operações de leasing; restrição


para venda de ativos; restrição para oferta de garantias; limitação de distribuição de
dividendos etc.

Profs. Roberto Indech


e Arthur Moraes CRÉDITO PRIVADO
Covenants

Profs. Roberto Indech


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Letras de Câmbio
LETRAS DE CÂMBIO

• A LC (Letra de Câmbio), apesar de não possuir relação com o investimento em


moedas, é utilizada pela instituição financeira como forma de captação de recursos
financeiros para emprestar à pessoas física ou jurídica que firmou algum contrato
de financiamento. São geradas por instituições financeiras que trabalham, em geral,
com crédito consignado ou pessoal.

• O termo câmbio vem da forma de cobrança destes créditos que podem ser via ação
cambial.

• A rentabilidade deste tipo de investimento costuma ser mais expressiva que os


demais ativos de renda fixa.

• Geralmente têm a rentabilidade atrelada a um percentual do CDI, mas também


podem ser prefixadas ou atreladas a um índice de inflação.

Profs. Roberto Indech


e Arthur Moraes CRÉDITO PRIVADO
LETRAS DE CÂMBIO

Exemplos

Profs. Roberto Indech


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LETRAS DE CÂMBIO

Tributação

Profs. Roberto Indech


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Letras Financeiras
LETRAS FINANCEIRAS

• São títulos emitidos por instituições financeiras, que consistem em promessa de


pagamento.

• Podem ser emitidas por bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de


investimento, sociedades de crédito, financiamento e investimento, caixas
econômicas, companhias hipotecárias ou sociedades de crédito imobiliário.

• A remuneração pode ser por meio de taxas de juros prefixadas, combinadas ou não
com taxas flutuantes ou índices de preço.

• Podem ser recompradas pelas instituições financeiras emissoras em montante que


não ultrapasse 5% do total emitido.

Profs. Roberto Indech


e Arthur Moraes CRÉDITO PRIVADO
LETRAS FINANCEIRAS

• Devem ter valor nominal unitário igual ou superior a R$300 mil e o pagamento
dos rendimentos são em intervalos de, no mínimo, 180 dias.

• São negociadas em bolsa e portanto podem ser resgatáveis no mercado


secundário.

• O investimento em letras financeiras originadas de ofertas públicas realizadas com


esforços restritos, pela regras de mercado, está acessível somente a investidores
qualificados.

• Não há garantia do FGC.

Profs. Roberto Indech


e Arthur Moraes CRÉDITO PRIVADO
Poupança
POUPANÇA

• Uma das aplicações financeiras mais tradicionais do mercado.

• De acordo com a legislação atual, a remuneração dos depósitos de poupança é


composta de duas parcelas: (I) a remuneração básica, dada pela Taxa Referencial -
TR, e (II) a remuneração adicional, correspondente a:
a) 0,5% ao mês, enquanto a taxa Selic estiver superior a 8,5%;
b) 70% da taxa Selic ao ano, mensalizada, vigente na data de início do período de
rendimento, enquanto os juros estiverem igual ou inferior a 8,5%.

• A data de aniversário da conta de depósito de poupança é o dia do mês de sua


abertura. Considera-se a data de aniversário das contas abertas nos dias 29, 30 e
31 como o dia 1° do mês seguinte.

Profs. Roberto Indech


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POUPANÇA

Vantagens:

• Liquidez diária
• Facilidade na aplicação
• É garantido pelo FGC.

Profs. Roberto Indech


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POUPANÇA

Profs. Roberto Indech


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POUPANÇA

Risco existe em qualquer negócio. Qualquer aplicação financeira também.

Profs. Roberto Indech


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DPGE
DPGE

DPGE – Depósito a Prazo com Garantia Especial

Criado em 2009 para auxiliar captação de instituições financeiras


DPGE II (2012) conta com cobertura do FGC

Prazo entre 06 e 36 meses (não permite resgates)


Acessível a PF ou PJ
Cobertura do FGC até R$ 20 milhões (e pagamento em 3 du)

Tributação: IR renda fixa

Profs. Roberto Indech


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CCB e CCCB
CCB

CCB – Cédula de Crédito Bancário

Emitida por PF ou PJ
Instituição bancária é sempre a contraparte (na prática emissor é o banco)
Título executivo
Muito usado pelos bancos
Pode ser transferida e negociada

Fundos são grandes compradores desses títulos, especialmente fundos de pensão


e seguradoras

Profs. Roberto Indech


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CCCB

CCCB – Certificado de Cédula de Crédito Bancário

Emitida por IF emissoras de CCB


CCCB tem lastro nas CCB emitidas e custodiadas pelo emissor
Pode ser negociada no mercado nacional ou internacional, com pessoas ou
instituições integrantes do SFN ou não.

Emissor responde por origem e autenticidade das CCB


Emissor promove a cobranças das CCB.
Emissor não pode ser coobrigado
Os valores recebidos não podem ser alcançados por credores do emissor

Profs. Roberto Indech


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Letra Hipotecária
LH

Letra Hipotecária

Criada pela Lei 7.664/88


Título de crédito nominativo, endossável,
lastreado em créditos imobiliários concedidos por meio do SFH (Sistema Financeiro
de Habitação) garantidos por hipoteca.

Prazo mínimo de 6 meses / não há prazo máximo

Isenta de IR para pessoas físicas


Garantida pelo FGC

Profs. Roberto Indech


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Operações
Compromissadas
OPERAÇÕES COMPROMISSADAS

Venda de títulos de renda fixa com compromisso de recompra


Compra de títulos de renda fixa com compromisso de revenda
Permitida para títulos públicos e privados

Profs. Roberto Indech


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OPERAÇÕES COMPROMISSADAS

A recompra / revenda pode ser:

No dia do vencimento
Até o dia do vencimento
No dia seguinte (operação over)

Profs. Roberto Indech


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OPERAÇÕES COMPROMISSADAS

A maioria das operações acontece entre bancos / bancos com


banco central e vencimento em um dia (over)
Bancos podem emitir compromissadas tendo pessoa física / jurídica
(não financeira) como contraparte

Não contam com cobertura do FGC


Tributação de renda fixa (IOF + IR conforme prazo)

Podem ser uma boa alternativa para reservas de liquidez

Profs. Roberto Indech


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Nota Promissória
NOTA PROMISSÓRIA

Notas Promissórias
Código Comercial 1850/Decreto Lei 2.044 de 1908/Decreto 57.663/1966
ICVM 566/2015 – Oferta pública de NP

Pode ser emitida por empresas de qualquer forma jurídica


Normalmente visa capitalização de curto prazo como empréstimos ponte ou capital de giro

Prazo máximo 1 ano


Exceto se:
Distribuição com esforços restritos (ICVM 476)
Conte com agente fiduciário

Também chamada de nota comercial ou commercial paper

Profs. Roberto Indech


e Arthur Moraes CRÉDITO PRIVADO

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