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Financiada:
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
X
Instituição Financeira:
XXXXXXXXXXXX
Cédula de Crédito Bancário nº XXXXXXXXXXX

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Financiada: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Inst. Financeira: XXXXXXXXXXXXXXX


Assunto: ENCADEAMENTO DE OPERAÇÕES DE
CRÉDITO
Contrato/CCB nº XXXXXXXXXXXX

PARECER TÉCNICO FINANCEIRO

1. OBJETIVO:

O presente trabalho tem por objeto apresentar elementos técnicos


visando ELUCIDAR os aspectos matemático-financeiros na operação firmada
no formato CCB-CONFISSÃO DE DÍVIDA – DEVEDOR SOLIDÁRIO –
GIROCOMP - DS - PRÉ - PARCELAS IGUAIS/FLEX. Referida negociação foi
pactuada através de encargos pré-fixados, com incorporação de 13(TREZE)
operações anteriores em forma de renovação, e consequente evolução
XXXXXXXX
crescente do saldo devedor, firmada pela empresa financiada
XXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXX XXXXXX XXXXXXX XX
XXXX com a instituição financeira ITAU UNIBANCO S/A, no entanto, está
clara “SUCESSÃO
a NEGOCIAL DAS OPERAÇÕES DE
CRÉDITO”.
Referidos valores são relativos a juros incidentes sobre empréstimo
por liberação de contratos de créditos cujas liquidações foram efetuadas de
forma antecipada através da formalização de derradeiro CONTRATO DE
EMPRÉSTIMO, com a concomitante aplicação de juros sobre juros
caracterizando também a figura do “Encadeamento de Contratos com
Anatocismo”.

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Na remuneração do capital emprestado, foram identificados a


aplicação de “juros capitalizados mensalmente com a ausência de PACTO
EXPRESSO E CLARO NA MAIORIA DS OPERAÇÕES, POIS ESTÃO
DESTACADAS A PRESENÇA DE CLÁUSULAS AMBÍGUAS, CONTRADITÓRIAS e
CONFUSAS”, elementos que serão apresentados ao longo do presente parecer.

A empresa financiada alega que ao assinar o


contrato com características de CONFISSÃO DE DÍVIDAS, não
compreendeu e não foi alertado sobre a prejudicial forma de
cálculos na Tabela Price com relação ao pagamento de juros e
amortização integradas, tornando CONFUSO o
entendimento, e por consequência considera obscura a
situação creditícia.

Convém aqui apontar o conteúdo do artigo nº 423 do Código Civil:

Art. 423. Quando houver no contrato de adesão


cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar
a interpretação mais favorável ao aderente.

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2. ANÁLISE TÉCNICA DA EVOLUÇÃO DA


DÍVIDA:

A sequência de operações encadeadas impostas pela instituição


financeira, vem fazendo com que a financiada, sujeita à escravidão financeira,
enfrente situação de desvantagem exagerada e sofra as consequências da
onerosidade excessiva, situação que demonstrou estar aquela instituição,
ferindo o Código de Defesa do Consumidor e o Código Civil, respectivamente.
Estão claros nos demonstrativos financeiros, a liberação de
13(TREZE) operações anteriores, onde encontram-se embutidos novas
renegociações na forma de débito incorporado, tendo nas referidas operações,
sido efetuados diversos pagamentos de encargos remuneratórios juntamente
com amortização de capital, redundando em liquidação antecipada dos referidos
contratos e transformação em um novo contrato, desta feita em modelo de
“CONFISSÃO, CONSOLIDAÇÃO E RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDAS”.

 VEJAMOS E VAMOS ENTENDER A


CONSTRUÇÃO/EVOLUÇÃO DA DÍVIDA A PARTIR DOS
CONTRATOS INICIAIS E SUAS SEQUENCIAIS
INCORPORAÇÕES:

Cédula de Crédito nº 884354990183:

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Cédula de Crédito nº 884521484946:

Cédula de Crédito nº 884968313756:

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Verifica-se que nos contratos anteriores,


responsáveis pela origem da dívida, não existem
PACTOS EXPRESSOS DE CAPITALIZAÇÃO DE
JUROS MENSAIS.

Importante destacar o conteúdo da Súmula 286 do STJ:

286 – A Renegociação de contrato bancário ou a confissão da dívida


não impede a possibilidade de discussão sobre eventuais ilegalidades
dos contratos anteriores.

3. OMISSÃO DA FORMA DE CAPITALIZAÇÃO


DE JUROS NA CCB

Dentre os aspectos de discussão de contratos financeiros pactuados,


existe um ponto bastante polêmico que é a incidência da capitalização dos
juros.
OCORRE QUE NA CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO
FORNECIDA À EMPRESA FINANCIADA, TAL INFORMAÇÃO ESTÁ OMISSA.
Vejamos abaixo:

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Transcrevemos abaixo a Decisão que transformou em Recurso


Repetitivo a matéria que trata da necessidade de pacto expresso para que
seja possível a aplicação da Capitalização de juros mensais:

Jurisprudência:
RECURSO ESPECIAL Nº 1.388.972 - SC (2013/0176026-2)
MINISTRO MARCO BUZZI (Relator)

Nessa medida, para a formação do precedente em recurso repetitivo,


afirma-se a seguinte tese:
“A cobrança de juros capitalizados nos
contratos de mútuo é permitida quando
houver expressa pactuação”.

4. DO CONTRATO DE ADESÃO:

4.1. Interpretação do contrato de adesão sob a ótica financeira:

Um dos pontos importantes da presente análise pericial, trata-se


do estudo do contrato sob a ótica financeira, seus aspectos formais
e seu desenvolvimento de cálculos ao longo do tempo.

É sabido que nos contratos de adesão apenas uma das partes,


a de maior poder intelectual e econômico, dita as regras, cabendo ao
aderente anuir ou não aos seus termos.

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Para os contratos em geral, o legislador não impôs regras de


interpretação. Pelo nosso entendimento, a mesma coisa não pode ser dita
em relação aos contratos de adesão e para aqueles envolvendo relação
de consumo.

Em face disso, o legislador pátrio, cônscio da necessidade de


proteger o contratante menos favorecido na relação contratual,
estabeleceu para essas espécies de contratos regras de interpretação
mais específicas e de caráter obrigatório.

É o que se colhe das disposições insertas no


artigo nº 423 do Código Civil:

Art. 423. Quando houver no contrato de adesão


cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a
interpretação mais favorável ao aderente.

E no Artigo nº 47 do Código de Defesa do


Consumidor:

Art. nº 47 - As cláusulas contratuais serão interpretadas


de maneira mais favorável ao consumidor.

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4.2. Interpretação do contrato de adesão nos demais aspectos


formais:

Na definição de Cláudia Lima Marques (Contratos no Código de


Defesa do Consumidor, Ed. Revista dos Tribunais, p. 31), entende-se por
Contrato de Adesão:
“É aquele cujas cláusulas são pré-estabelecidas
unilateralmente pelo parceiro contratual
economicamente mais forte (fornecedor), ne varietur,
isto é, sem que o outro parceiro (consumidor) possa
discutir ou modificar substancialmente o conteúdo do
contraio escrito”.

Na prática, o que se apresentou no momento da formação do


vínculo contratual foi um desigual poder de barganha (unequal bargaining
power), resultado da superioridade econômica e financeira da instituição
financeira.

Diante de tal informação, afirmamos que a formalização


envolvendo a financiada e a instituição financeira é eminentemente
através de contrato de adesão.

O Código de Defesa do Consumidor veda a contratação


unilateral, situação presente na questão sob análise, quando estabelece:
Artigo nº 54.
Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido
aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas
unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços,
sem que o consumidor possa discutir ou modificar
substancialmente seu conteúdo.
§ 1º A inserção de cláusula no formulário não desfigura a
natureza de adesão do contrato.
§ 2º Nos contratos de adesão admite-se cláusula
resolutória, desde que a alternativa, cabendo a escolha
ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2o do
artigo anterior.
§ 3º Os contratos de adesão escritos serão redigidos em
termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, de
modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor.
§ 4º As cláusulas que implicarem limitação de direito do
consumidor deverão ser redigidas com destaque,
permitindo sua imediata e fácil compreensão.
§ 5º (Vetado)

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5. DAS ABUSIVIDADES:
5.1 Com relação ao Contrato “CHEQUE EMPRESARIAL LIS”:

A instituição financeira estipulou para correção do saldo devedor


dos limites de crédito disponibilizados, a utilização de taxas mensais
capitalizadas mensalmente.

Pelos valores exigidos e pagos nos extratos mensais, verificou-se


a presença de cobrança exagerada e excessiva de juros.

Constatou-se também que os contratos de créditos firmados com


aquela instituição financeira omitiram nos extratos bancários as taxas
de juros exigidas nos pactos firmados, o que fere o Código de Defesa
do Consumidor. Desta forma, confirmada está a “Aplicação de juros
sobre juros” com produção da onerosidade excessiva e utilização de
taxas que crescem de forma não claras ou visível à empresa financiada.

É comum o uso de subterfúgios entre instituições financeiras com


o fito de dar falsa impressão de taxas de juros mais baixas e depois
embuti-las em outras taxas ou em cumulação de juros. Nestes casos há
flagrante violação do decreto lei 22.626/33 que em seu artigo 13 determina:

“Art. 13 - É considerado delito de usura, toda simulação ou


prática tendente a ocultar a verdadeira taxa de juros ou
fraudar os dispositivos desta lei, pra o fim de sujeitar o
devedor a maiores prestações ou encargos, além dos
estabelecidos no respectivo título ou instrumento.”

Vejamos o conteúdo da Súmula 530 do STJ:


 SÚMULA 530 DO STJ
“Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a taxa de
juros efetivamente contratada – por ausência de pactuação ou pela falta
de juntada do instrumento aos autos -, aplica-se a taxa média de
mercado, divulgada pelo Bacen, praticada nas operações da mesma
espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor.”
STJ. 2ª Seção. Aprovada em 13/05/2015.

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5.2 Com relação ao Contrato “CAIXA RESERVA”:

A instituição financeira estipulou para correção do saldo devedor


dos limites de crédito disponibilizados, a utilização de taxas mensais
capitalizadas mensalmente.

Pelos valores exigidos e pagos nos extratos mensais, verificou-se


a presença de cobrança exagerada e excessiva de juros.

Constatou-se também que os contratos de créditos firmados com


aquela instituição financeira omitiram nos extratos bancários as taxas
de juros exigidas nos pactos firmados, o que fere o Código de Defesa
do Consumidor. Desta forma, confirmada está a “Aplicação de juros
sobre juros” com produção da onerosidade excessiva e utilização de
taxas que crescem de forma não claras ou visível à empresa financiada.

É comum o uso de subterfúgios entre instituições financeiras com


o fito de dar falsa impressão de taxas de juros mais baixas e depois
embuti-las em outras taxas ou em cumulação de juros. Nestes casos há
flagrante violação do decreto lei 22.626/33 que em seu artigo 13 determina:

“Art. 13 - É considerado delito de usura, toda simulação ou


prática tendente a ocultar a verdadeira taxa de juros ou
fraudar os dispositivos desta lei, pra o fim de sujeitar o
devedor a maiores prestações ou encargos, além dos
estabelecidos no respectivo título ou instrumento.”

Vejamos novamente o conteúdo da Súmula


530 do STJ:
 SÚMULA 530 DO STJ
“Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a taxa de
juros efetivamente contratada – por ausência de pactuação ou pela falta
de juntada do instrumento aos autos -, aplica-se a taxa média de
mercado, divulgada pelo Bacen, praticada nas operações da mesma
espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor.”
STJ. 2ª Seção. Aprovada em 13/05/2015.

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6. DO LEVANTAMENTO DE DADOS:

Baseado nos ítens acima expostos, efetuamos os cálculos de acordo


com a análise contratual, nos registros de pagamentos disponibilizados nos
extratos de conta corrente, nas informações apresentadas pela empresa
financiada, elementos que em formato digital, passam a integrar o presente
parecer técnico.

7. RENOVAÇÃO SUCESSIVA DAS OPERAÇÕES


DE CRÉDITO:

É de uso corriqueiro no sistema bancário brasileiro a renovação


sucessiva das operações de crédito. Com isso, os agentes financeiros liquidam
os saldos devedores referentes aos contratos pretéritos por meio de um novo
contrato, mas camuflando ilegalidades existentes.

Ora, na confissão de divida ocorre um novo financiamento, no qual há


a “venda” de novos juros ao devedor, sem a exclusão dos anteriormente
cobrados.

Esse novo financiamento traz benefícios somente ao agente


financeiro, pois gera a capitalização de juros e o encadeamento de contratos,
razão pela a qual a divida torna-se praticamente impagável.

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8. DA SUCESSÃO NEGOCIAL DAS OPERAÇÕES


DE CRÉDITO:

DA SUCESSÃO NEGOCIAL EXISTENTE e da UTILIZAÇÃO INDEVIDA DA


“TABELA PRICE”.
“Os contratos sucessivos devem ser vistos sob a mesma ótica,
vez que, em verdade, espelham uma única contratação, divergindo apenas,
quanto ao valor contratado;”
Pelo exposto, os contratos devem ser analisados como se
fossem um só pacto. Olhando por esse prisma, devem ser afastadas todas as
ilegalidades e obscuridades encontradas em todos os pactos discutidos,
principalmente naqueles que objetivaram a renegociação e confissão de dívidas
pois a instituição financeira, usando desse instrumento, impôs condições
onerosas à empresa financiada a ponto de impedir ou dificultar ao máximo o
pagamento das prestações e quitação do saldo devedor.

Assim, não pode a instituição financeira ofertar um pacto inicial de


financiamento para conquistar a cliente e depois, usando do seu conhecimento
e aproveitando-se dessa confiança obtida, induzir o mesmo a assinar um pacto
de confissão de dívida totalmente discrepante dos primeiros e com condições
difíceis de adimplir.

Como já explicitado anteriormente, a instituição financeira, no início


da concessão do crédito à financiada, ofertava sempre um pacto de ABERTURA
DE CRÉDITO, onde não era previsto nenhuma cobrança de juros capitalizados
em qualquer periodicidade, sendo que, posteriormente, o banco ofertava à
financiada um novo contrato com o objetivo de “renegociar” as dívidas
anteriores, sem dar a menor alternativa a esta, visto ser um claro contrato de
adesão.

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Ora, como é sabido, o Egrégio Superior Tribunal de Justiça sumulou


entendimento no sentido de que a sucessão negocial (renegociação ou novação
de dívidas em contrato bancário) não impede que sejam abrangidos pela
revisão os contratos originários (Súmula n° 286), pela possibilidade de revisão
de toda a contratualidade havida entre os contratantes.

Nessa óptica, a jurisprudência nacional caminha no sentido de que,


em casos desse jaez, todo o conjunto de contratos assinados entre o banco e a
financiada deve ser analisado como se fosse um só pacto além do que, existe
facilidade em observar as ilegalidades apontadas, pois as cláusulas e os abusos
são similares em todos os pactos, bem como, suas cláusulas também são
idênticas, sendo salutar lembrar que a interpretação das cláusulas contratuais
deve ser feita sempre de forma favorável ao consumidor.

Assim, ao final dessa clara sucessão negocial, a instituição financeira


transformou contratos iniciais de abertura de crédito, com condições mais
benéficas para a financiada, no final em um contrato de confissão de dívidas,
que inegavelmente é muito pior para referida financiada. É notório, ao contrário
dos contratos anteriores, que o derradeiro contrato estabeleça a capitalização
mensal de juros, tudo isso em flagrante ONEROSIDADE EXCESSIVA.

Obviamente que uma vez identificada e reconhecida a ilegalidade da


cláusula que prevê a capitalização mensal dos juros, esses não poderão ser
cobrados.

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9. DA METODOLOGIA DE CÁLCULOS
ADOTADA NO PRESENTE ESTUDO
TÉCNICO:

PLANILHA FINANCEIRA 1

1) Efetuamos o cálculo através da aplicação de juros remuneratórios de acordo


com a Tabela Taxa Média de Juros (BACEN Tab. 20725) divulgada pelo
Banco Central do Brasil no site www.bcb.gov.br, disponibilizada ao final do
presente parecer;
2) A Súmula 530 do STJ estabelece que "Nos contratos bancários, na
impossibilidade de comprovar a taxa de juros efetivamente contratada - por
ausência de pactuação ou pela falta de juntada do instrumento aos autos -,
aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen, praticada nas
operações da mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa
para o devedor";
3) A diferença R$ 72.656,81 refere-se exatamente a juros cobrados a maior no
período;
4) Observe-se que a diferença entre o saldo em conta corrente exigido pelo
banco e o valor a ser ressarcido pela cliente corresponde exatamente a esta
diferença;
5) O Banco ao longo dos meses descarregou um alto volume de juros nos
saldos apresentados na conta corrente;
6) Cálculo efetuado até a data-base: 22/01/2020, equivalente a data em que o
referido Contrato foi liquidado antecipadamente a partir da liberação de
nova Cédula de Crédito Bancário nº 884968313756, firmada em
16/01/2020;
7) Tal mecanismo acima referenciado caracteriza a figura do ''Encadeamento
de operações de crédito'' contrário às normas do Banco Central do Brasil;
8) O saldo devedor da Financiada R$ 36.065,93 apurado nesta planilha foi
transferido para a composição do novo cálculo com características de
Confissão e Renegociação de Dívida, presente na planilha financeira 7.

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PLANILHA FINANCEIRA 2

1) Efetuamos o cálculo através da aplicação de juros remuneratórios de


acordo com a Tabela Taxa Média de Juros (BACEN Tab. 20725)
divulgada pelo Banco Central do Brasil no site www.bcb.gov.br,
disponibilizada ao final do presente parecer;
2) A Súmula 530 do STJ estabelece que "Nos contratos bancários, na
impossibilidade de comprovar a taxa de juros efetivamente contratada -
por ausência de pactuação ou pela falta de juntada do instrumento aos
autos -, aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen,
praticada nas operações da mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for
mais vantajosa para o devedor";
3) A diferença R$ 25.167,87 refere-se exatamente a juros cobrados a maior
no período;
4) Observe-se que a diferença entre o saldo em conta corrente exigido pelo
banco e o valor a ser ressarcido pela cliente corresponde exatamente a
esta diferença;
5) O Banco ao longo dos meses descarregou um alto volume de juros nos
saldos apresentados na conta corrente;
6) Cálculo efetuado até a data-base: 22/01/2020, equivalente a data em
que o referido Contrato foi liquidado antecipadamente a partir da
liberação de nova Cédula de Crédito Bancário nº 884968313756,
firmada em 16/01/2020;
7) Tal mecanismo acima referenciado caracteriza a figura do
''Encadeamento de operações de crédito'' contrário às normas do Banco
Central do Brasil;
8) O saldo devedor da Financiada R$ 58.832,13 apurado nesta planilha foi
transferido para a composição do novo cálculo com características de
Confissão e Renegociação de Dívida, presente na planilha financeira 7.

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PLANILHA FINANCEIRA 3

1) No presente cálculo, foram mantidos o encargo remuneratório


pactuado: taxa de juros de 1,50% ao mês;
2) Aplicamos o Sistema de Saldos Médios - Método Hamburguês, de juros
simples, a título de sistema de amortização, em substituição ao pactuado
Sistema Francês de Amortização - Tabela Price, de juros compostos;
3) A capitalização dos juros remuneratórios foi feita de forma ANUAL em
respeito ao artigo nº 591 do Código Civil / 2002;
4) Afastamos os encargos moratórios em virtude de entendimentos dos
Ministros do STJ de que "a cobrança de encargos ilegais por parte da
Instituição Financeira descaracteriza a mora do devedor, não se
admitindo a cobrança das respectivas penalidades";
5) Desta forma, desconsideramos na presente planilha a aplicação de
encargos moratórios ou multa;
6) Os valores relativos a pagamentos de prestações tiveram como base as
informações constantes nos extratos de conta corrente fornecidos pela
Instituição Financeira;
7) Destaque-se que a empresa financiada, no período analisado, efetuou
pagamentos no montante de R$ 260.730,84;
8) Cálculo efetuado até a data-base: 16/01/2020, equivalente a data em
que a referida Cédula foi liquidada antecipadamente a partir da
liberação de nova Cédula de Crédito Bancário nº 884968313756,
firmada em 16/01/2020;
9) Tal mecanismo acima referenciado caracteriza a figura do
''Encadeamento de operações de crédito'' contrário às normas do Banco
Central do Brasil;
10) O saldo devedor da Financiada R$ 95.443,42 apurado nesta
planilha foi transferido para a composição do novo cálculo com
características de Confissão e Renegociação de Dívida, presente na
planilha financeira 7.

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PLANILHA FINANCEIRA 4

1) No presente cálculo, foram mantidos o encargo remuneratório


pactuado: taxa de juros de 1,54% ao mês;
2) Aplicamos o Sistema de Saldos Médios - Método Hamburguês, de juros
simples, a título de sistema de amortização, em substituição ao pactuado
Sistema Francês de Amortização - Tabela Price, de juros compostos;
3) A capitalização dos juros remuneratórios foi feita de forma ANUAL em
respeito ao artigo nº 591 do Código Civil / 2002;
4) Afastamos os encargos moratórios em virtude de entendimentos dos
Ministros do STJ de que "a cobrança de encargos ilegais por parte da
Instituição Financeira descaracteriza a mora do devedor, não se
admitindo a cobrança das respectivas penalidades";
5) Desta forma, desconsideramos na presente planilha a aplicação de
encargos moratórios ou multa;
6) Os valores relativos a pagamentos de prestações tiveram como base as
informações constantes nos extratos de conta corrente fornecidos pela
Instituição Financeira;
7) Destaque-se que a empresa financiada, no período analisado, efetuou
pagamentos no montante de R$ 262.768,21;
8) Cálculo efetuado até a data-base: 16/01/2020, equivalente a data em
que a referida Cédula foi liquidada antecipadamente a partir da
liberação de nova Cédula de Crédito Bancário nº 884968313756,
firmada em 16/01/2020;
9) Tal mecanismo acima referenciado caracteriza a figura do
''Encadeamento de operações de crédito'' contrário às normas do Banco
Central do Brasil;
10) O saldo devedor da Financiada R$ 96.993,10 apurado nesta
planilha foi transferido para a composição do novo cálculo com
características de Confissão e Renegociação de Dívida, presente na
planilha financeira 7.

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PLANILHA FINANCEIRA 5

1) No presente cálculo, foram mantidos o encargo remuneratório


pactuado: taxa de juros de 1,71% ao mês;
2) Aplicamos o Sistema de Saldos Médios - Método Hamburguês, de juros
simples, a título de sistema de amortização, em substituição ao pactuado
Sistema Francês de Amortização - Tabela Price, de juros compostos;
3) A capitalização dos juros remuneratórios foi feita de forma ANUAL em
respeito ao artigo nº 591 do Código Civil / 2002;
4) Afastamos os encargos moratórios em virtude de entendimentos dos
Ministros do STJ de que "a cobrança de encargos ilegais por parte da
Instituição Financeira descaracteriza a mora do devedor, não se
admitindo a cobrança das respectivas penalidades";
5) Desta forma, desconsideramos na presente planilha a aplicação de
encargos moratórios ou multa;
6) Os valores relativos a pagamentos de prestações tiveram como base as
informações constantes nos extratos de conta corrente fornecidos pela
Instituição Financeira;
7) Destaque-se que a empresa financiada, no período analisado, efetuou
pagamentos no montante de R$ 83.991,01;
8) Cálculo efetuado até a data-base: 16/01/2020, equivalente a data em
que a referida Cédula foi liquidada antecipadamente a partir da
liberação de nova Cédula de Crédito Bancário nº 884968313756,
firmada em 16/01/2020;
9) Tal mecanismo acima referenciado caracteriza a figura do
''Encadeamento de operações de crédito'' contrário às normas do Banco
Central do Brasil;
10) O saldo devedor da Financiada R$ 98.855,30 apurado nesta
planilha foi transferido para a composição do novo cálculo com
características de Confissão e Renegociação de Dívida, presente na
planilha financeira 7.

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PLANILHA FINANCEIRA 6

1) No presente cálculo, foram mantidos o encargo remuneratório


pactuado: taxa de juros de 2,02% ao mês;
2) Aplicamos o Sistema de Saldos Médios - Método Hamburguês, de juros
simples, a título de sistema de amortização, em substituição ao pactuado
Sistema Francês de Amortização - Tabela Price, de juros compostos;
3) A capitalização dos juros remuneratórios foi feita de forma ANUAL em
respeito ao artigo nº 591 do Código Civil / 2002;
4) Afastamos os encargos moratórios em virtude de entendimentos dos
Ministros do STJ de que "a cobrança de encargos ilegais por parte da
Instituição Financeira descaracteriza a mora do devedor, não se
admitindo a cobrança das respectivas penalidades";
5) Desta forma, desconsideramos na presente planilha a aplicação de
encargos moratórios ou multa;
6) Os valores relativos a pagamentos de prestações tiveram como base as
informações constantes nos extratos de conta corrente fornecidos pela
Instituição Financeira;
7) Destaque-se que a empresa financiada, no período analisado, efetuou
pagamentos no montante de R$ 66.861,68;
8) Cálculo efetuado até a data-base: 16/01/2020, equivalente a data em
que a referida Cédula foi liquidada antecipadamente a partir da
liberação de nova Cédula de Crédito Bancário nº 884968313756,
firmada em 16/01/2020;
9) Tal mecanismo acima referenciado caracteriza a figura do
''Encadeamento de operações de crédito'' contrário às normas do Banco
Central do Brasil;
10) O saldo devedor da Financiada R$ 60.628,86 apurado nesta
planilha foi transferido para a composição do novo cálculo com
características de Confissão e Renegociação de Dívida, presente na
planilha financeira 7.

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PLANILHA FINANCEIRA 7

1) Efetuamos o presente cálculo através da manutenção da taxa pactuada


equivalente a 2,50% ao mês;

2) Aplicamos o Sistema de Saldos Médios - Método Hamburguês, de juros


simples, a título de sistema de amortização, em substituição ao pactuado
Sistema Francês de Amortização - Tabela Price, de juros compostos;

3) Efetuamos a aplicação de juros remuneratórios na forma "Simples";

4) Afastamos os encargos moratórios em virtude de entendimentos dos


Ministros do STJ de que "a cobrança de encargos ilegais por parte da
Instituição Financeira descaracteriza a mora do devedor, não se
admitindo a cobrança das respectivas penalidades";

5) Desta forma, desconsideramos na presente planilha a aplicação de


encargos moratórios ou multa;

6) Os valores relativos a pagamentos de prestações tiveram como base as


informações constantes nos extratos de conta corrente fornecidos pela
Instituição Financeira;

7) Destaque-se que a empresa financiada, no período analisado, efetuou


pagamentos no montante de R$ 3.126,05;

8) O presente contrato serviu para liquidar saldos devedores de outros


contratos, caracterizando a figura do "Encadeamento de operações de
crédito", contrário às normas do Banco Central do Brasil;

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9) O valor inicial desta planilha foi identificado a partir da composição dos


resultados apurados nas planilhas abaixo especificadas:
SALDO
PLANILHA Nº TIPO NÚMERO
RECALCULADO
PLANILHA
CHEQUE Agência: 6223 C/C:
FINANCEIRA -R$ 36.065,93
ESPECIAL - LIS 18106-3
1
PLANILHA
Agência: 6223 C/C:
FINANCEIRA CAIXA RESERVA -R$ 58.832,13
64497-9
2
PLANILHA
FINANCEIRA GIROPRÉ VISA 1250129523 -R$ 95.443,42
3
PLANILHA
GIROPRÉ
FINANCEIRA 1250130455 -R$ 96.993,10
MASTERCARD
4
PLANILHA
FINANCEIRA GIROPRÉ VISA 1324808045 -R$ 98.855,30
5
PLANILHA
GIROPRÉ
FINANCEIRA 1362082842 -R$ 60.628,86
MASTERCARD
6
Saldo inicial
-R$ 446.818,75
Planilha 7

10) Cálculo efetuado até a data-base: 08/04/2020, equivalente a data


em que a referida Cédula foi liquidada antecipadamente a partir da
liberação de nova CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO - CONFISSÃO DE
DÍVIDA, Nº 884521484946, firmada em 08/04/2020;

11) Tal mecanismo acima referenciado caracteriza a figura do


''Encadeamento de operações de crédito'' contrário às normas do Banco
Central do Brasil;

12) O saldo devedor da Financiada R$ 470.283,07 apurado nesta


planilha foi transferido para a composição do novo cálculo com
características de Confissão e Renegociação de Dívida, presente na
planilha financeira 8.

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PLANILHA FINANCEIRA 8

1) Efetuamos o presente cálculo através da manutenção da taxa pactuada


equivalente a 2,00% ao mês;

2) Aplicamos o Sistema de Saldos Médios - Método Hamburguês, de juros


simples, a título de sistema de amortização, em substituição ao pactuado
Sistema Francês de Amortização - Tabela Price, de juros compostos;

3) Efetuamos a aplicação de juros remuneratórios na forma "Simples";

4) Afastamos os encargos moratórios em virtude de entendimentos dos


Ministros do STJ de que "a cobrança de encargos ilegais por parte da
Instituição Financeira descaracteriza a mora do devedor, não se
admitindo a cobrança das respectivas penalidades";

5) Desta forma, desconsideramos na presente planilha a aplicação de


encargos moratórios ou multa;

6) Os valores relativos a pagamentos de prestações tiveram como base as


informações constantes nos extratos de conta corrente fornecidos pela
Instituição Financeira;

7) Destaque-se que a empresa financiada, no período analisado, efetuou


pagamentos no montante de R$ 23.189,84;

8) O presente contrato serviu para liquidar saldos devedores de outros


contratos, caracterizando a figura do "Encadeamento de operações de
crédito", contrário às normas do Banco Central do Brasil;

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9) O valor inicial desta planilha foi identificado a partir da composição do


resultado apurado na planilha abaixo especificada:
SALDO
PLANILHA Nº TIPO NÚMERO
RECALCULADO
PLANILHA CÉDULA DE CRÉDITO
884968313756 -R$ 470.283,07
FINANCEIRA 7 BANCÁRIO - REFIN
Saldo inicial
Planilha -R$ 470.283,07
8

10) Cálculo efetuado até a data-base: 14/08/2020, equivalente a data


em que a referida Cédula foi liquidada antecipadamente a partir da
liberação de nova CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO - CONFISSÃO DE
DÍVIDA, Nº 884354990183, firmada em 14/08/2020;

11) Tal mecanismo acima referenciado caracteriza a figura do


''Encadeamento de operações de crédito'' contrário às normas do Banco
Central do Brasil;

12) O saldo devedor da Financiada R$ 481.174,68 apurado nesta


planilha foi transferido para a composição do novo cálculo com
características de Confissão e Renegociação de Dívida, presente na
planilha financeira 8.

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PLANILHA FINANCEIRA 9

1) Efetuamos o presente cálculo através da manutenção da taxa pactuada


equivalente a 2,00% ao mês;

2) Aplicamos o Sistema de Saldos Médios - Método Hamburguês, de juros


simples, a título de sistema de amortização, em substituição ao pactuado
Sistema Francês de Amortização - Tabela Price, de juros compostos;

3) Efetuamos a aplicação de juros remuneratórios na forma "Simples";

4) Afastamos os encargos moratórios em virtude de entendimentos dos


Ministros do STJ de que "a cobrança de encargos ilegais por parte da
Instituição Financeira descaracteriza a mora do devedor, não se
admitindo a cobrança das respectivas penalidades";

5) Desta forma, desconsideramos na presente planilha a aplicação de


encargos moratórios ou multa;

6) Os valores relativos a pagamentos de prestações tiveram como base as


informações constantes nos extratos de conta corrente fornecidos pela
Instituição Financeira;

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7) Destaque-se que a empresa financiada, no período analisado, efetuou


pagamentos no montante de R$ 5.942,68;

8) O presente contrato serviu para liquidar saldos devedores de outros


contratos, caracterizando a figura do "Encadeamento de operações de
crédito", contrário às normas do Banco Central do Brasil;

9) O valor inicial desta planilha foi identificado a partir da composição do


resultado apurado na planilha abaixo especificada:

SALDO
PLANILHA Nº TIPO NÚMERO
RECALCULADO
PLANILHA CÉDULA DE CRÉDITO
FINANCEIRA BANCÁRIO - 884521484946 -R$ 481.174,68
8 CONFISSÃO
Saldo inicial
-R$ 481.174,68
Planilha 9

10) Cálculo efetuado até a data-base: 30/04/2021;

11) O saldo devedor da Financiada R$ 545.695,11 na data-base do


cálculo foi dividido pelas 60 prestações em aberto;

12) Identificamos uma prestação no valor de R$ 9.094,92 na data-base


do cálculo.

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PLANILHA FINANCEIRA “A” – CONTRATO LIQUIDADO

1) No presente cálculo, foram mantidos o encargo remuneratório


pactuado: taxa de juros de 1,527% ao mês;
2) Aplicamos o Sistema de Saldos Médios - Método Hamburguês, de juros
simples, a título de sistema de amortização, em substituição ao pactuado
Sistema Francês de Amortização - Tabela Price, de juros compostos;
3) A capitalização dos juros remuneratórios foi feita de forma ANUAL em
respeito ao artigo nº 591 do Código Civil / 2002;
4) Afastamos os encargos moratórios em virtude de entendimentos dos
Ministros do STJ de que "a cobrança de encargos ilegais por parte da
Instituição Financeira descaracteriza a mora do devedor, não se
admitindo a cobrança das respectivas penalidades";
5) Desta forma, desconsideramos na presente planilha a aplicação de
encargos moratórios ou multa;
6) Os valores relativos a pagamentos de prestações tiveram como base as
informações constantes nos extratos de conta corrente fornecidos pela
Instituição Financeira;
7) Destaque-se que a empresa financiada, no período analisado, efetuou
pagamentos no montante de R$ 108.525,95;
8) Cálculo efetuado até a data-base: 23/05/2017, momento em que o
contrato foi liquidado antecipadamente.

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PLANILHA FINANCEIRA “B” – CONTRATO LIQUIDADO

1) No presente cálculo, foram mantidos o encargo remuneratório


pactuado: taxa de juros de 2,200% ao mês;

2) Aplicamos o Sistema de Saldos Médios - Método Hamburguês, de juros


simples, a título de sistema de amortização, em substituição ao pactuado
Sistema Francês de Amortização - Tabela Price, de juros compostos;

3) A capitalização dos juros remuneratórios foi feita de forma ANUAL em


respeito ao artigo nº 591 do Código Civil / 2002;

4) Afastamos os encargos moratórios em virtude de entendimentos dos


Ministros do STJ de que "a cobrança de encargos ilegais por parte da
Instituição Financeira descaracteriza a mora do devedor, não se
admitindo a cobrança das respectivas penalidades";

5) Desta forma, desconsideramos na presente planilha a aplicação de


encargos moratórios ou multa;

6) Os valores relativos a pagamentos de prestações tiveram como base as


informações constantes nos extratos de conta corrente fornecidos pela
Instituição Financeira;

7) Destaque-se que a empresa financiada, no período analisado, efetuou


pagamentos no montante de R$ 71.882,38;

8) Cálculo efetuado até a data-base: 23/05/2017, momento em que o


contrato foi liquidado antecipadamente.

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Página 28

PLANILHA FINANCEIRA “C” – CONTRATO LIQUIDADO

1) No presente cálculo, foram mantidos o encargo remuneratório


pactuado: taxa de juros de 2,20% ao mês;

2) Aplicamos o Sistema de Saldos Médios - Método Hamburguês, de juros


simples, a título de sistema de amortização, em substituição ao pactuado
Sistema Francês de Amortização - Tabela Price, de juros compostos;

3) A capitalização dos juros remuneratórios foi feita de forma ANUAL em


respeito ao artigo nº 591 do Código Civil / 2002;

4) Afastamos os encargos moratórios em virtude de entendimentos dos


Ministros do STJ de que "a cobrança de encargos ilegais por parte da
Instituição Financeira descaracteriza a mora do devedor, não se
admitindo a cobrança das respectivas penalidades";

5) Desta forma, desconsideramos na presente planilha a aplicação de


encargos moratórios ou multa;

6) Os valores relativos a pagamentos de prestações tiveram como base as


informações constantes nos extratos de conta corrente fornecidos pela
Instituição Financeira;

7) Destaque-se que a empresa financiada, no período analisado, efetuou


pagamentos no montante de R$ 186.443,07;

8) Cálculo efetuado até a data-base: 27/12/2017, momento em que o


contrato foi liquidado antecipadamente.

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PLANILHA FINANCEIRA “D” – CONTRATO LIQUIDADO

1) No presente cálculo, foram mantidos o encargo remuneratório


pactuado: taxa de juros de 1,79% ao mês;

2) Aplicamos o Sistema de Saldos Médios - Método Hamburguês, de juros


simples, a título de sistema de amortização, em substituição ao pactuado
Sistema Francês de Amortização - Tabela Price, de juros compostos;

3) A capitalização dos juros remuneratórios foi feita de forma ANUAL em


respeito ao artigo nº 591 do Código Civil / 2002;

4) Afastamos os encargos moratórios em virtude de entendimentos dos


Ministros do STJ de que "a cobrança de encargos ilegais por parte da
Instituição Financeira descaracteriza a mora do devedor, não se
admitindo a cobrança das respectivas penalidades";

5) Desta forma, desconsideramos na presente planilha a aplicação de


encargos moratórios ou multa;

6) Os valores relativos a pagamentos de prestações tiveram como base as


informações constantes nos extratos de conta corrente fornecidos pela
Instituição Financeira;

7) Destaque-se que a empresa financiada, no período analisado, efetuou


pagamentos no montante de R$ 109.962,85;

8) Cálculo efetuado até a data-base: 27/12/2017, momento em que o


contrato foi liquidado antecipadamente.

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PLANILHA FINANCEIRA “E” – CONTRATO LIQUIDADO

1) No presente cálculo, foram mantidos o encargo remuneratório


pactuado: taxa de juros de 1,79% ao mês;

2) Aplicamos o Sistema de Saldos Médios - Método Hamburguês, de juros


simples, a título de sistema de amortização, em substituição ao pactuado
Sistema Francês de Amortização - Tabela Price, de juros compostos;

3) A capitalização dos juros remuneratórios foi feita de forma ANUAL em


respeito ao artigo nº 591 do Código Civil / 2002;

4) Afastamos os encargos moratórios em virtude de entendimentos dos


Ministros do STJ de que "a cobrança de encargos ilegais por parte da
Instituição Financeira descaracteriza a mora do devedor, não se
admitindo a cobrança das respectivas penalidades";

5) Desta forma, desconsideramos na presente planilha a aplicação de


encargos moratórios ou multa;

6) Os valores relativos a pagamentos de prestações tiveram como base as


informações constantes nos extratos de conta corrente fornecidos pela
Instituição Financeira;

7) Destaque-se que a empresa financiada, no período analisado, efetuou


pagamentos no montante de R$ 135.892,80;

8) Cálculo efetuado até a data-base: 27/12/2017, momento em que o


contrato foi liquidado antecipadamente.

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10. DEMONSTRATIVO DETALHADO DO


DÉBITO:

a) Quanto ao LIS - PLANILHA FINANCEIRA 1


Saldo Devedor na data da liquidação antecipada em 22/01/2020.......( - ) R$ 36.065,93

b) Quanto ao Caixa Reserva - PLANILHA FINANCEIRA 2


Saldo Devedor na data da liquidação antecipada em 22/01/2020.......( - ) R$ 58.832,13

c) EMPRÉSTIMO nº 1250129523 - PLANILHA FINANCEIRA 3


Saldo Devedor na data da liquidação antecipada em 16/01/2020.......( - ) R$ 95.443,42

d) EMPRÉSTIMO nº 1250130455 - PLANILHA FINANCEIRA 4


Saldo Devedor na data da liquidação antecipada em 16/01/2020.......( - ) R$ 96.993,10

e) EMPRÉSTIMO nº 1324808045 - PLANILHA FINANCEIRA 5


Saldo Devedor na data da liquidação antecipada em 16/01/2020.........( - ) R$ 98.855,30

f) EMPRÉSTIMO nº 1362082842 - PLANILHA FINANCEIRA 6


Saldo Devedor na data da liquidação antecipada em 16/01/2020......( - ) R$ 60.628,86

g) CONF.DE DÍVIDAS Nº 884968313756-PLANILHA FINANCEIRA 7


Saldo Devedor na data da liquidação antecipada em 08/04/2020.......( - ) R$ 470.283,07

h) CONF.DE DÍVIDAS Nº 884521484946-PLANILHA FINANCEIRA 8


Saldo Devedor na data da liquidação antecipada em 14/08/2020.......( - ) R$ 481.174,68

i) CONF.DE DÍVIDAS Nº 884354990183-PLANILHA FINANCEIRA 9


Saldo Devedor em 30/04/2021......................................................( - ) R$ 545.695,11

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j) EMPRÉSTIMO nº 1324808045 - PLANILHA FINANCEIRA “A”


Saldo CREDOR na data da liquidação em 23/05/2017......................( + ) R$ 10.806,11

l) EMPRÉSTIMO nº 1324808045 - PLANILHA FINANCEIRA “B”


Saldo CREDOR na data da liquidação em 23/05/2017......................( + ) R$ 5.250,77

m) EMPRÉSTIMO nº 1324808045 - PLANILHA FINANCEIRA “C”


Saldo CREDOR na data da liquidação em 27/12/2017......................( + ) R$ 17.187,10

n) EMPRÉSTIMO nº 1324808045 - PLANILHA FINANCEIRA “D”


Saldo CREDOR na data da liquidação em 27/12/2017......................( + ) R$ 6.445,60

o) EMPRÉSTIMO nº 1324808045 - PLANILHA FINANCEIRA “E”


Saldo CREDOR na data da liquidação em 27/12/2017......................( + ) R$ 7.886,74

VALOR SALDO DEVEDOR RECALCULADO DEVIDO PELA


EMPRESA FINANCIADA NA DATA- BASE: 30/04/2021

( - ) R$ 498.118,79

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11. DO AFASTAMENTO DOS ENCARGOS


MORATÓRIOS E MULTAS:

Na realização dos cálculos matemáticos e financeiros que


compõem o presente trabalho, afastamos os encargos moratórios em
virtude de entendimento dos Ministros do STJ conforme
jurisprudências abaixo relacionadas:

Jurisprudência: MINISTRA NANCY ANDRIGHI


RECURSO ESPECIAL Nº 1.061.530 - RS (2008/0119992-4)

“a) O reconhecimento da abusividade nos encargos exigidos no


período da normalidade contratual (juros remuneratórios e
capitalização) descaracteriza a mora;”

Jurisprudência: MINISTRO RAUL ARAÚJO


AgInt nos EDV nos EREsp Nº 1.268.982/ PR

“1) Constatado o caráter abusivo de encargo contratual devido


ao período da normalidade – no caso dos juros remuneratórios
– haverá descaracterização da mora”

Jurisprudência: MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO


AgInt no AREsp Nº 1.282.635/RS

“1) No presente caso, foi reconhecida a cobrança de


encargos abusivos no período da normalidade contratual, sendo
viável a descaracterização da mora”.

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12. DA PREJUDICIAL APLICAÇÃO DA TABELA


PRICE:

Os contratos que aplicam a Tabela Price embutem em suas


prestações juros sobre juros. Notadamente, a aplicação dos juros é
feita de forma efetiva, ou seja, aplicação de juros compostos.

Denominado de Sistema Francês de Amortização,


popularmente conhecido por “Tabela Price”, referido sistema trabalha
unicamente com juros compostos e prejudica sobremaneira o
consumidor.

Já existem jurisprudências do STJ demonstrando a


onerosidade excessiva na aplicação da Tabela Price.

O livro “TABELA PRICE – PARTICULARIDADES E


CONTROVÉRSIAS” de autoria de HÉLIO APOLIANO CARDOSO
esclarece alguns pontos importantes sobre a desvantagem para o
mutuário nos contratos firmados com o Sistema Francês de
Amortização, popularmente conhecido por Tabela Price.

A seguir apresentamos alguns trechos extraídos do


referido livro:

“Quanto à questão da incidência da Tabela Price aos


contratos de prestações sucessivas, os juros crescem
em progressão geométrica, sendo que, quanto maior
a quantidade de parcelas a serem pagas, maior será
a quantidade de vezes que os juros se multiplicam
por si mesmo.”

“Dessa forma, o contrato se torna, quando não


impossível de se adimplir, pelo menos abusivo em
relação ao mutuário.......”

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13. DAS FÓRMULAS APLICADAS NOS


CONTRATOS FIRMADOS COM A
APLICAÇÃO DE JUROS COMPOSTOS (Tabela
Price):

 
 i 
 
100
FÓRMULA PRESTAÇÃO: PM T  PV 
  
n
i 
 1    1 
 100   

FÓRMULA VF  FV = PV(1 + i)n

FV
PV 
 FV  (1 + i) = PV 
1  i  n
n n
FÓRMULA DO PV: FV = PV(1 + i)

1
 FV  n

FÓRMULA TAXA: FV = PV(1 + i)n  (1 + i)n = FV  PV 


i    1
 PV 

log FV  log PV
n n
FÓRMULA PRAZO: FV = PV(1 + i)  logFV = log PV + n x log(1+ i) 
log (1  i)

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14. GRÁFICO COMPARATIVO JUROS:


SIMPLES X JUROS COMPOSTOS

CONCEITO JUROS SIMPLES X JUROS COMPOSTOS

 JUROS SIMPLES OU LINEAR


É aquele em que os juros periódicos são calculados com
uma porcentagem constante do principal, ou seja, somente o capital
inicial rende juros.
 JUROS COMPOSTO OU EXPONENCIAL
É aquele em que os juros periódicos são calculados sobre o
capital inicial atualizado, incorporando-se ao capital original os juros
acumulados até o período anterior, gerando a figura dos “juros sobre
juros”.

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15. REITERADAS DECISÕES EM TODAS AS


INSTÂNCIAS AFASTANDO A TABELA PRICE
NOS CONTRATOS DE CRÉDITO:

RESUMO DA SENTENÇA nº 002.01619-9/2008


JUSTIÇA FEDERAL NO CEARÁ

“............................................

Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE, apenas em parte, o


pedido desta ação, com fulcro no artigo 269, I, do CPC, para condenar a ré
a revisar a evolução da dívida, nos termos que seguem:

a) Deverá substituir o sistema francês de amortização, pelo método


linear ponderado, de juros simples, de forma a reduzir a onerosidade do pacto;

.................................................

Após o trânsito em julgado, arquive-se e dê-se baixa na distribuição.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Fortaleza-CE, 13 de junho de 2012

JORGE LUIS GIRÃO BARRETO


Juiz Federal da 2ª Vara – Seção Judiciária do Ceará
...”

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APELAÇÃO CÍVEL Nº 399077-CE (VOTO)


TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO

TRECHOS EXTRAÍDOS DO VOTO DO RELATOR JOSÉ MARIA LUCENA:

“ ............................................

- “Venho entendendo que, a evidenciar a incidência da capitalização


de juros está a adoção do Sistema de Amortização Francês, a denominada
Tabela Price, como forma de amortização do financiamento.......................”.

- Assim, determino a revisão do contrato de mútuo, afastando-se o


anatocismo evidenciado com a incabível aplicação da Tabela Price.”

RECURSO ESPECIAL Nº 668.795/RS


SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

“Por fim, quanto à questão da incidência da chamada Tabela Price


aos contratos de prestações sucessivas, já firmei o meu posicionamento pela
impossibilidade, vez que no sistema em que referida Tabela é aplicada, os juros
crescem em progressão geométrica, sendo que, quanto maior a quantidade de
parcelas a serem pagas, maior será a quantidade de vezes que os juros se
multiplicam por si mesmos.”

Ministro do Superior Tribunal de Justiça JOSÉ DELGADO


Voto proferido quando do julgamento do Recurso Especial

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16. DO IMPACTO NA VIDA PESSOAL E


FAMILIAR DOS SÓCIOS DA FINANCIADA:

Após a constatação de que todas as operações firmadas com a


instituição financeira registravam a incidência da aplicação de juros
compostos e/ou onerosidade excessiva, afirmam os sócios da empresa
financiada que suas vidas enfrentam verdadeiros pesadelos. Relatam
entre outros sintomas, várias noites em claro, sobressaltos em fins-de-
semana, desarmonias familiares em virtude da instabilidade emocional,
perda e desinteresse pela continuidade do labor diário.

17. SOBRE A ONEROSIDADE EXCESSIVA:


A onerosidade excessiva ofende o principio da equivalência
contratual e gera o enriquecimento sem causa.

Na cobrança dos encargos, a Instituição Financeira não


apresentou com clareza a evolução dos valores efetivamente devidos pela
empresa financiada. A ausência de detalhamento matemático levou a
empresa devedora à desvantagem exagerada. Referida ausência de
demonstração ou esclarecimento detalhado fere o inciso IV do artigo 51 do
Código de Defesa do Consumidor.

18. DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA:


É necessário consolidar alguns entendimentos jurídicos, os
quais irão enraizar com clareza a proposição do presente trabalho.

18.1 REBUS SIC STANDIBUS – Princípio jurídico que implica


na revisão de contratos, quando houver mudança das circunstâncias que
rodeiam sua celebração, se não podia ser ela prevista e dela resultam
prejuízo considerável para uma das partes;

O fator determinante para revisão do contrato é a


impossibilidade de se prever as mudanças que ocorrem após a sua
celebração.

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19. À LUZ DO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO:

DA RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA

Artigo 478 – Nos contratos de execução continuada ou


diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente
onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de
acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor
pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar
retroagirão à data da citação.

Artigo 479 – A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se


o réu a modificar eqüitativamente as condições do contrato.

Artigo 480 – Se no contrato as obrigações couberem a


apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja
reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a
onerosidade excessiva.

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20. DA HABILITAÇÃO DO PROFISSIONAL QUE


RESPONDE TECNICAMENTE PELO
PRESENTE PARECER:

Perito Judicial AGENOR STUDART GURGEL:


 Perito Judicial Financeiro com nomeações na Justiça Federal, Justiça Trabalhista e
Justiça Estadual do Ceará;

 Graduado em Administração de Empresas há 27 anos pela Universidade Estadual do


Ceará, com Pós-graduação em Contabilidade e Controladoria e Especialização em
Cálculos e Perícias judiciais;

 Presidente da Associação de Peritos Judiciais Financeiros e Administradores


Judiciais do Estado do Ceará;

 Atua no mercado financeiro há 38 anos, tendo trabalhado durante 15 anos em


instituições financeiras;

 Diretor Acadêmico da ESP – Escola Superior de Peritos, instituição de Ensino


conveniada com OAB-CE, CRC-CE, CRA-CE e CORECON-CE;

 Professor universitário Titular da PÓS-GRADUAÇÃO da Universidade


UNICHRISTUS, lecionando as disciplinas “CÁLCULOS JUDICIAIS-CÍVEL e
PERÍCIA JUDICIAL”;

 Professor universitário da PÓS-GRADUAÇÃO da Universidade UNICE,


lecionando a disciplina “PERÍCIA FINANCEIRA”

 Professor da OAB/ESA – Escola Superior de Advocacia do Ceará;

 Professor do CRA – Conselho Regional de Administração do Estado do CE;

 Professor do CRC – Conselho Regional de Contabilidade do Estado do


Ceara;

 Professor do CORECON – Conselho Regional de Economia do Estado do CE

 Ministrou cursos para servidores da Contadoria da Justiça Federal no Ceará,


Contadoria do Tribunal de Justiça do Ceará, Contadoria do Fórum Clóvis
Beviláqua, Procon – CE, Procuradoria Regional do Trabalho, Auditores da Secretaria
da Fazenda Estadual do Ceará, Auditores da Secretaria de Finanças do Município de
Fortaleza, Banco do Brasil S/A, Banco do Nordeste do Brasil, Eletrobrás e
Assembléia Legislativa do Estado do Ceará;

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CONCLUSÃO

Sustentados pelas fundamentações técnicas


financeiras apresentadas, pela análise criteriosa e
minuciosa do pacto firmado entre as partes, concluímos
que a financiada XXXXXXX XXXXXXXXXX
XXXXXXXXXX XXXX possui uma dívida junto ao
XXXXXXX XXXXXXX equivalente a R$498.118,79
calculado até a data-base: 30/04/2021.

Desta forma, para liquidação do contrato deverá


ser exigida uma parcela nominal de R$ 8.301,98 para
as 60 prestações contratadas, que encontram-se em
aberto.

Alternativamente, EM RESPEITO AO
EQUILÍBRIO DO FRÁGIL E ABALADO FLUXO DE
CAIXA FINANCEIRO DA EMPRESA FINANCIADA E
CONSIDERANDO A REAL CAPACIDADE DE
PAGAMENTO, SUGERIMOS que a dívida seja paga em

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96 prestações mensais em valores nominais


equivalentes a R$5.188,74 (Cinco mil cento e
oitenta e oito reais e setenta e quatro centavos),
facultando-se que possíveis diferenças de encargos
sejam apurados em fase de cumprimento e liquidação
da sentença.

Nota: Para pagamento, no vencimento, os valores das prestações deverão ser calculadas com a
aplicação dos juros remuneratórios idênticos aos critérios estabelecidos no tópico 9, do presente
parecer técnico.

Fortaleza – CE, 03 de junho de 2021

STUDART & MARTINS Ltda


CNPJ 27.454.785/0001–29

___________________________________________________
Adm. AGENOR STUDART GURGEL CRA/Ce 5463
Perito Judicial Financeiro com nomeação nas esferas das
Justiças Federal e Estadual do Ceará
Presidente da Associação de Peritos Judiciais Financeiros e
Administradores Judiciais do Estado do Ceará
Professor da ESA – Escola Superior de Advocacia do Ceará
Professor da ESP – Escola Superior de Peritos Judiciais do CE

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