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O papel da borracha na

fabricação de pneus.

Fabiana O. Palheta
São polímeros que na temperatura ambiente
podem deformar-se no mínimo duas vezes o seu
comprimento inicial, retornando ao comprimento
original rapidamente depois de retirado o
esforço. Para apresentar estas características, os
elastômeros normalmente possuem cadeias
flexíveis amarradas uma às outras, com uma
baixa densidade de ligação cruzada. Isso define
as seguintes propriedades básicas:
Como principal exemplo, tem-
se a BV (borracha vulcanizada),
 a) aceitar grandes deformações (> 200%), termo genérico utilizado para
mantendo boa resistência mecânica e módulo qualquer elastômero ou
de elasticidade quando deformado, mistura de elastômeros após a
 b) recuperar rapidamente a deformação, após formação de ligações cruzadas
retirado o esforço, (vulcanização). Tais
 c) ter recuperação total da deformação. características podem ser
apreciadas na principal
aplicação da borracha
vulcanizada, qual seja: o pneu
Um pneu é uma estrutura complexa
constituída por diferentes tipos de
materiais. O pneu foi inventado em
1845 pelo cidadão escocês R.W.
Thompson.O pneu é o único elo entre
o veículo e o solo, sendo assim, é
através dele que o torque do motor
do veículo consegue chegar ao solo,
exercendo uma força de tração com
sentido oposto ao veículo permitindo
aceleração e frenagem. Ele também
é responsável por mudança de
direção, estabilidade e junto à
suspensão do veículo, absorve
vibrações e impactos (WERLANG e
SILVEIRA, 2013)
Em 2010, o Pneu foi o produto de borracha mais produzido na Indústria de
Borracha. Em 2010 o sector Fabricação de Pneus e Câmaras-de-Ar (Tyre
Sector) consumiu 57,1% de toda a borracha consumida a nível mundial.
Consumiu 70,0% de toda a borracha natural consumida a nível mundial e
47,1% de toda a borracha sintética consumida a nível mundial
Fonte:JATMA – The Japan Automotive Tyre Manufacturers Association

No Brasil, 70% da borracha natural são consumidos pelas indústrias de


pneumáticos. E, segundo Deliberato (2010, nº 7, p. 12), do total de pneus
fabricados pelas indústrias brasileiras 50% são consumidos no mercado
interno, na substituição de pneus usados, 25% são utilizados na montagem
de veículos automotores e 25% são exportados.
Constituído por três tipos de materiais:
borracha, têxtil e metal .
Composição do pneu – Matéria-prima:

 Borracha natural
 Borracha sintética
 Aço
 Negro de fumo
 Óxido de zinco e ácido esteárico
 Enxofre (agente vulcanizador)
 Antidegradantes
 Aceleradores e retardadores
 Auxiliares de processo
 Mistura

c
 Extrusão
 Lonas

 Construção

 Vulcanização
Ombro (Shoulder)
O ombro é a zona do pneu que
corresponde à transição do piso para
a parede lateral. Desempenha um papel
muito importante na vida de um pneu e
constitui, por este motivo, uma zona muito
crítica. Nesta zona, onde se localiza a
terminação das cintas, exercem-se
solicitações muito severas e complexas,
traduzidas em efeitos de fadiga por flexão e
aquecimento. Esta zona do pneu, com a
parede lateral, influi também, de forma
relevante, na resistência ao rolamento.

Parede Lateral (Sidewall)


A parede lateral é a parte do pneu situada entre o
ombro e a zona que deve ser coberta pelo rebordo da
jante. Tem várias funções:
 Suportar a carga do veículo;
Piso (Tread)  Produzir as forças laterais que permitam ao veículo
O piso é a zona do pneu que mudar a sua direcção com segurança;
está em contato com o solo e  Assegurar uma condução confortável, mantendo
baixos níveis de vibrações e de ruído;
que permite transmitir as  Apresentar uma baixa resistência ao rolamento, de
forças de traçãoes forma a permitir obter baixos consumos de
de travagem. combustível.
Suportar a carga que o veículo lhe Absorver os impactos e as
transmite. irregularidades do solo

Permitir as mudanças de direção e de


Transmitir ao solo as forças de tração e as manter com o máximo de precisão,
de travagem; em qualquer tipo de pavimento e de
condições climáticas ;

Ser durável, possibilitar baixos


consumos de combustível e
proporcionar uma condução confortável,
com um baixo nível de ruído, durante o
rolamento, quer dentro do veículo quer
no ambiente exterior.
O aperfeiçoamento das composições das borrachas
permitiu também melhorar aspectos tão importantes
como:

 Tração em piso seco (composto do piso);


 Tração em piso húmido e com neve (composto do piso);
 Resistência ao rasgo (borrachas da parede lateral e do
talão);
 Resistência à fadiga (compostos da parede lateral e de
uma parte do talão);
 Aquecimento interno (compostos do piso e da parede
lateral);
 Resistência ao rolamento (compostos do piso e da
parede lateral);
 Coeficiente de atrito entre a borracha do piso e o
pavimento (composto do piso);
 Nível de ruído (todos os compostos de borracha).
Os tipos de elastómeros mais utilizados no fabrico destes
compostos de borracha são:
 borracha natural (NR),
 poli-isopreno (IR),
 estireno butadieno (SBR),
 polibutadieno (BR),
 policloropreno (CR),
 etileno-propileno dieno (EPDM) e
 Poliisobutileno isopreno halogenado (CIIR ou BIIR).
 Borracha sintética (SBR), surgiu na
Alemanha no ano de 1930, com a
necessidade de uma matéria prima
mais barata e acessível, a borracha
natural foi sintetizada e assim foi
produzido um elastômero SBR (Styrene
Butadiene Rubber), mais conhecida
como borracha sintética. A borracha
sintética tem maior resistência a
abrasão, altas temperaturas e ao
envelhecimento do que a borracha
natural, mas em baixas temperaturas
tem menor flexibilidade e elasticidade.
Em temperaturas muito elevadas ela
endurece possibilitando trincas, já a
borracha natural amolece tendo mais
flexibilidade (GOMES, 2008; MISAWA,
2011).
 Os tipos e métodos de ensaio de pneus
têm acompanhado, como não podia
deixar de ser, os avanços tecnológicos da
sua produção, tendo em vista uma
melhoria contínua de qualidade, traduzida
nos variados aspectos do seu
 * desempenho (conforto, baixo nível de
ruído, baixa resistência ao rolamento, boa
resistência ao desgaste, boa resposta nas
mudanças de direcção, na aceleração e na
travagem) e
 da segurança de condução proporcionada
(boa aderência ao piso em quaisquer
condições de condução – piso seco,
molhado, com areia, com lama, com neve
ou com gelo –, resistência à fadiga, a
impactos e perfurações, resistência a
cortes e resistência ao envelhecimento
originado principalmente pelo calor, pelo
oxigénio e pelo ozono.
O Ensaio de Materiais e
Componentes inclui as fases
seguintes:

 Ensaio de Matérias-Primas;
 Ensaio de Compostos de Borracha;
 Ensaio dos Materiais de Reforço;
 Ensaio de Materiais Calandrados ou
Extrudidos;
 Ensaios e Controlos na Operação de
Construção.
Borracha não vulcanizada:
 para determinação do grau de
dispersão
 do composto da sua viscosidade
 das suas características Ensaio de Compostos
reométricas e, de Borracha;
 quando aplicável, da sua
adesividade em verde (green tack)
a materiais têxteis, aço e fibra de
vidro
 Determinação de Plasticidade e
Viscosidade
 Plastómetros de Compressão
 Plastómetros Rotativos
Borracha vulcanizada

Tensão de Rotura e Alongamento na


Rotura
Resistência ao Rasgo
Dureza
Resiliência
Deformações Permanentes em
Compressão
Deformação Permanente em Tração
Resistência à Fadiga por Flexão

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