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A juventude, a inclusão digital e as políticas

públicas dirigidas a esses segmentos para a


construção de cidades saudáveis
José Fernando Camacho

Hospitalidade e Qualidade de Vida


Profª Renata Fleury
Ruandder Bispo da Silva
Pós Graduação em Gestão dos Serviços de Hospitalidade

Agosto
2019
Objetivos
• Discutir sobre as políticas públicas dirigidas
para a juventude no desenvolvimento de
novas tecnologias de informação e
comunicação (TICs) que permitam o
desenvolvimento de Cidades Saudáveis.
Conceitos
• Juventude: momento particular da vida em
que se busque a construção de identidade, de
desenvolvimento da criatividade, da
individualidade e sociabilidade exteriores à
vida familiar (PISTORI, 2012).
• Geração: grupo de pessoas nascidas em
determinado período e caracterizado por uma
cultura.
Caracterização das gerações
• Geração “babies boomers”
– Nascidos entre 1946 e 1960
– Surgimento dos movimentos feminista, estudantil,
pela paz, ecologia, cultura e liberdade, direitos
civis, das mulheres e homossexuais (1960)
– Cultura de liberdade
– Postura contestatória
– Período de ascensão econômica gerou
profissionais otimistas e gananciosos
Caracterização das gerações
• Geração X
– Nascidos entre 1961 e 1980
– Juventude competitiva (Veloso, Dutra e Nakata, 2008)
– Nos países ricos: filhos únicos e/ou de pais
divorciados, pais que trabalham fora
– Máquina de datilografar
– Cursos técnicos e superiores
– Linguagem informática, uso de computadores e
adaptação à Era da Informação
– Surgimento da internet e maior acesso à informação
Caracterização das gerações
• Geração Y
– Nascidos entre 1982 e 1993
– Concebida no mundo informacional
– Internet, criatividade, comunicação
– Acessibilidade e portabilidade da informação
– Influenciadas pelo sucesso profissional da Geração X,
passam a envolver-se em diferentes atividades extra-
escola
– Juventude que “faz várias coisas ao mesmo tempo”
– Maior facilidade de lidar com novas tecnologias
Geração Y
• A convivência com o ambiente virtual cria uma
nova maneira de pensar (Santos et al, 2011)
– Considerável volume de informações
– Pensamento difuso e generalista
– Dificuldade de produzir uma visão sistêmica
• Geração mais preparada para o mercado de
trabalho
• Convivência com as TICs
• Inserida na cibercultura
Geração Y e os Sistemas de Educação
• Apesar da convivência com as TICs, a
tecnologia não revoluciona o modelo de
escola e de formação profissional
• Surgimento da escola à distância, das salas
informatizadas e constatação dos melhores
resultados das crianças que usam programas
online nos processos de formação
Geração X e Y
• X: Formação escolar tradicional e
profissionalização na era informacional
• Y: Educadas na era informacional
• Aplica-se com maior exatidão entre os jovens de
países ricos...

... enquanto que, no Brasil, a formação geracional


reflete as desigualdades do desenvolvimento
econômico e, ainda, da urbanização da sociedade.
Geração X brasileira
• Generalização do consumo em massa
• 1960 – 1970
– Crescimento da economia, integração do território
pelos sistemas de comunicação, formação de uma
geração urbana receptiva à tecnologia
• Escola pública, famílias tradicionais
• Restrito acesso à educação superior
• Rápida transição da datilografia para os
computadores
• Vivenciou um período de adaptação às novas
tecnologias e de redemocratização do país
Geração Y brasileira
• 1982 – 1993
• Semelhante à dos países ricos nos aspectos
sociais
• Popularização de tecnologias em massa, da TV
e telefone, internet e telefonia móvel
• “Nativos digitais”
• Geração protagonista da Era da Informação,
reativos e criativos
Brasil e suas gerações da Internet
• 25% dos domicílios brasileiros possuem
computadores e desses 71% possuem acesso
à internet (Uso das TICs no Brasil – 2008. Fonte: Cetic.br)
– Lares brasileiros conectados à internet
• 2008: ~ 10 mi (Cetic.br)
• 2012: ~ 72 mi (IBOPE/Net ratings)
• 2014: ~ 96 mi (PNAD 2014)
– No Brasil a Geração X (população entre 30 e 40
anos de idade) absorveu o uso das TICs na
maturidade
Brasil e suas gerações da Internet
• Geração Y e Z
– 45 mi de jovens (15 a 29 anos de idade) – 23% da
população brasileira (Censo Demográfico do IBGE, 2010)
– Desigualdade de acesso à escola, lazer, cultura,
informação e emprego
– A juventude do Brasil está em desvantagem
quando comparado aos países ricos considerando
o acesso aos serviços essenciais
Protestos no Brasil em 2013
• Maior participação da juventude em mobilizações
• Maior interesse da juventude em assuntos
relacionados à política e combate à corrupção
• Influência das redes sociais na mobilização de
pessoas
– 52% estudantes
– 43% com ensino superior completo
– 43% com menos de 24 anos (Gerações X e Y)
– 93% não se sentem representados por partido político
– 49% com renda superior a cinco salários mínimos
Juventude no Brasil
• Políticas públicas voltadas à juventude
brasileira
– Conselho Nacional da Juventude, Secretaria
Nacional da Juventude, Programa Nacional de
Inclusão de Jovens (2005)
– Aprovação da PEC da Juventude (2010)
As Políticas Públicas para a Juventude
no Brasil
• Pistori (2012) sobre a importância da
Juventude brasileira
– Magnitude dessa faixa de idade na população
– Principais sujeitos e vítimas de problemas e
violência urbana
– Instabilidades emocionais e inserção no mercado
de trabalho
– Agentes transformadores da sociedade e da
atividade econômica
Jovens no Brasil
• População entre 15 e 29 anos (Lei
11.129/2005)
• De acordo com Abramovay; Castro (2006)
considera a juventude como uma passagem
para a vida adulta a partir da construção de
autonomia profissional e emocional
• Fávero et al (2007) discute a encurtação da
juventude pela incorporação antecipada ao
mercado de trabalho
Políticas Públicas para os Jovens
• Que promovam:
– Redução da exclusão social, da violência, da
criminalidade visando melhoria das condições de
vida
– Qualificação e inserção no mercado de trabalho
– Autovalorização e promoção do jovem
– Inclusão digital como instrumento de valorização
do jovem
Políticas Públicas para os Jovens
• Abramo (1997)
– Jovens estão excluídos das prioridades das
políticas e da participação na política
– Antes uma ampla participação dos jovens nos
movimentos estudantis e organizações partidárias,
hoje vê-se um descrédito da juventude às
organizações de representação da sociedade
– Reforço do individualismo aliado à repulsa dos
jovens às formas tradicionais de política
Política Nacional para a Juventude
• 2005
– Secretaria Nacional da Juventude (SNJ)
– Conselho Nacional da Juventude (Conjuve)
– Programa Nacional de Inclusão de Jovens
(Projovem)
• Conjunto integrado de políticas que compreendem a
juventude no conceito plural
Política Nacional para a Juventude
• 2013
– Estatuto Nacional da Juventude
• Instrumento de orientação das políticas à juventude
• Autonomia, valorização e promoção do jovem, direito
dos jovens à cidadania, dentre outros.
– Sistema Nacional de Juventude
• Competências da União, dos Estados e Municípios para
proposição de políticas públicas voltadas para a
juventude.
Considerações Finais
• Notável influência das novas TICs na cultura
dos jovens em todo o mundo.
• Jovem enquanto elemento social de inovação.
• Redes sociais como plataforma política.
• Manifestações políticas com viés da
apropriação das cidades pela juventude.
• Novas TICs permitiram difusão de
conhecimentos e do pensamento crítico.
Considerações Finais
• As redes sociais geraram interação social entre
diferentes grupos de pessoas capazes de se
mobilizarem politicamente em diferentes localidades.
• Manifestações demonstraram indignação com o status
quo, com a banalização da política e da corrupção.
• As Cidades Saudáveis serão construídas a partir da
democratização de acesso às TICs, propiciando
participação política da juventude e exigindo políticas
públicas voltadas para a juventude que consiga reduzir
as desigualdades.

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