Você está na página 1de 30

NOÇÕES DE INSTRUMENTAL INDUSTRIAL –

MEDIÇÃO DE NÍVEL E VAZÃO


Gabriel Mendes Hirayama Machado
Hugo André Magalhães de Azevedo
Jício Saraiva Pinho
Tamires Isabela Mesquita Botelho

Prof. Me. Bruno Nazareno Prazeres de Miranda


MEDIÇÃO DE NÍVEL
• A medição de nível, embora muito simples em seus conceitos, requer na prática
artifícios e técnicas avançadas, principalmente para fins operacionais e de custos
(transferências fiscais, inventários). É uma medição amplamente utilizada nas mais
diversas aplicações industriais.
• Existe uma variedade de sistemas de medição de nível envolvendo líquidos, sólidos,
vapor, e gases; sendo que cada um possui suas vantagens e desvantagens
• Podemos ter interfaces entre líquidos e sólidos, entre liquido e gás ou vapor, mais
de um liquido, ou mesmo entre um sólido e um gás. Podem variar em complexidade
desde simples visores para leituras locais até indicação remota, registro ou controle
automático. Com o avanço tecnológico e exigências dos processos com exatidão,
variabilidade dos processos, otimização de matéria-prima, existem hoje no mercado
equipamentos com alta exatidão e performance. Veremos alguns detalhes a seguir
MEDIDORES DE NÍVEL – MEDIÇÃO DIRETA

A medição direta pode ser feita medindo-se diretamente a distância


entre o nível do produto e um referencial previamente definido. Neste tipo
de medição podemos utilizar a observação visual, como por exemplo,
réguas, gabaritos, visores de nível, boia ou flutuador, ou até mesmo
através da reflexão de ondas ultrassônicas pela superfície do produto.
MEDIDORES DE NÍVEL – MEDIÇÃO INDIRETA

Na medição indireta, o nível é medido indiretamente em função de


grandezas físicas a ele relacionadas, como por exemplo, pressão
(manômetros de tubo em U, níveis de borbulhador, níveis de diafragma,
células de pressão diferencial, etc.), empuxo (níveis de deslocador) e
propriedades elétricas (níveis capacitivos, detector de nível condutivo,
níveis radioativos, níveis ultrassônicos, detector de nível de lâminas
vibrantes, etc.).
MEDIDORES DE NÍVEL – ELÉTRICO
Sistema com Radar
■ O sistema de medição de nível com radar usa
ondas eletromagnéticas, tipicamente micro-ondas
na faixa de 10 GHz (banda X).
■ As emissões são de baixa potência, tipicamente
menores que 0,015 mW/cm² pois as aplicações
industriais requerem geralmente faixas menores
que 30 mW.
■ Nesta faixa de energia, não há problema de saúde,
segurança, licença ou considerações de
contaminação.
■ O sensor radar é montado no topo do vaso e é
dirigido para baixo, perpendicular à superfície do
líquido. Isto faz o sinal ser refletido da fonte para
retornar diretamente para o sensor. O tempo de
propagação do sinal refletido é medido pelo
controle do oscilador (sensor), de modo que ele
envia uma frequência linear varrida em uma
largura de faixa fixa e tempo varrido
■ Uma vantagem desta técnica é que a informação
da variável de processo está no domínio da
frequência em vez do domínio da amplitude
modulada, o que permite uma conversão mais
precisa.
MEDIDORES DE NÍVEL – ELÉTRICO
Medidor sônico e ultrassônico
■ Sistema de detecção de nível sônico
(9500 Hz) e ultrassônico operam pela
absorção da energia acústica, quando ela
se propaga da fonte para o receptor ou
pela atenuação (mudança de frequência)
de um dispositivo vibrante, oscilando em
35 a 40 kHz.
■ O transmissor de nível ultrassônico opera
gerando um pulso e medindo o tempo que
o eco leva para voltar.
■ As características do som são
determinadas pela temperatura, reflexão,
propagação e absorção.
■ Para medir o tempo de propagação do eco
de um pulso ultrassónico, é essencial que
alguma energia sônica seja refletida.
Líquidos e sólidos com partículas grandes
e duras são bons refletores. Material fofo
ou sujeira solta são ruins refletores pois
tendem a absorver o pulso sônico.
MEDIDORES DE NÍVEL – ELÉTRICO
Medidor sônico e ultrassônico
■ Transmissor de nível
■ O princípio do transmissor de nível
ultrassónico é similar ao do ecômetro
usado para medir profundidade de poço.
■ Neste projeto, uma cápsula é detonada; o
tempo necessário para o eco retornar é
convertido na indicação da profundidade.
■ O detector contínuo de nível (SONAR)
mede o tempo necessário para um pulso
ultrassónico ir para a superfície do
processo e voltar.
■ Na instalação (A), há dois elementos,
transmissor e receptor montados
separadamente. Na instalação (B) o
transmissor e receptor estão no mesmo
invólucro. Na instalação (C) o tempo de
propagação do eco é uma indicação direta
do nível. O transdutor pode ser também
montado externamente (D).
MEDIDORES DE NÍVEL – ELÉTRICO
Células de Carga como Sensor de Nível
■ Um dispositivo mecânico com um ou mais
sensores para detectar pequenas
distorções quando uma força é aplicada
sobre ele é chamado de célula de carga.
■ A ligeira flexão do dispositivo devido a
uma força na célula de carga produz uma
alteração no sinal de saída (sinal
analógico).
■ As células de carga são calibradas para
fazer medições que vão de gramas a
toneladas e devem ser instaladas na
estrutura de suporte do tanque onde se
deseja medir o nível.
■ A força na célula de carga aumenta à
medida que o nível de fluido ou material
do processo aumenta dentro do tanque.
■ Assim, a saída conhecida da célula de
carga pode ser convertida em nível,
conhecendo-se a geometria do tanque e a
gravidade específica do fluido ou
densidade do material.
MEDIDORES DE NÍVEL – ELÉTRICO
Medidores de Nível Magnético
■ Os magnéticos são semelhantes aos
dispositivos de flutuação, a comunicação
do nível da superfície do líquido ocorre
magneticamente.
■ O flutuador, neste caso, é um conjunto de
ímãs permanentes fortes, que se movem
em uma coluna auxiliar que é conectada a
uma embarcação por duas conexões de
processo.
■ O flutuador é confinado lateralmente pela
coluna, permanecendo próximo à parede
lateral da câmara. A posição do flutuador
Move-se para cima e para baixo de acordo
com o nível do fluido.
■ O sensor de nível magnético é bastante
preciso e capaz de suportar altas
pressões, altas temperaturas e fluidos
corrosivos
MEDIDORES DE NÍVEL – ELÉTRICO
Sensor de Nível por Capacitância
■ O sensor de nível por capacitância baseia-
se na diferença das constantes dielétricas
(ᶓ) dos fluidos do processo e do ar. A
constante dielétrica dos óleos varia de 1,8
a 5.
■ O princípio operacional básico baseia-se
na variação da capacitância, que é
baseada na variação do nível do líquido.
■ A mudança na capacitância é induzida por
uma haste isolada acoplada ao
transmissor e ao fluido do processo ou
por uma haste não isolada acoplada ao
transmissor e à sonda de referência ou ao
tanque.
■ Há um aumento proporcional na
capacitância à medida que o nível do
fluido sobe e preenche o espaço entre as
placas. Usando uma ponte de
capacitância, a capacitância geral é
medida, o que fornece uma medição de
nível contínua.
MEDIDORES DE NÍVEL – ELÉTRICO
Sensor de Nível Magnetostritivo
■ A magnetostrição é uma tecnologia
estabelecida que permite o registro preciso
da localização do flutuador.
■ Os transmissores magnetostritivos podem
ser usados para substituir os elos mecânicos
a fim de determinar a velocidade de uma
onda de torção usando um fio para localizar
o flutuador e relatar sua posição.
■ Neste sensor de nível, um fio de sensor é
conectado a um sensor piezocerâmico e, na
extremidade oposta de um tubo sensor, é
fixado um dispositivo de tensão. Existem
duas maneiras de posicionar o tubo sensor:
um é através de um orifício no centro do
flutuador e outro é colocado ao lado do
flutuador, fora de uma câmara flutuante não
magnética.
■ Um pulso de corrente curto é enviado pelo
transmissor através do fio do sensor de nível
para localizar o flutuador, que estabelece um
campo magnético em todo o seu
comprimento. Um circuito de temporização é
ligado ao mesmo tempo.
MEDIÇÃO DE VAZÃO

A medição de vazão é um parâmetro chave usado nas plantas para


leitura de valores, incluindo a contabilização das suas necessidades, e no
controle de processos. Dos processos de medição típicos, a vazão tende a
ser a mais difícil e, por isso, aquela na qual dispositivos incorretos tendem
a ser mais comumente selecionados. Daí a importância de se conhecer as
principais características dos fluidos a serem medidos e os instrumentos
melhor indicados a fazer esta medição, dadas as especificações da
planta.
Grandezas e características físicas dos fluidos

Algo fundamental para a investigação da operação e dos atributos das


várias tecnologias de medição de vazão é um conhecimento prático das
propriedades físicas usadas para descrever líquidos e gases, bem como
um entendimento básico de alguns dos fenômenos físicos associados
com o fluxo destes fluidos nas tubulações. Estas grandezas e fenômenos
somente precisam ser estudadas em um sentido prático, a fim de se
entender a operação e as limitações das diferentes tecnologias de
medição de vazão.
Grandezas e características físicas dos fluidos
• Temperatura: A fim de descrever a medição de vazão, é suficiente
conceituar temperatura como a medida do quão quente ou frio está o
fluido. No sistema SI, temperatura é expressa em graus Celsius (°C),
com 0°C e 100°C correspondendo aos pontos de congelamento e
evaporação da água, respectivamente.
• Pressão: A pressão (P) pode ser definida como a razão entre a força (F)
aplicada e a área (A) na qual ela está sendo exercida, isto é, P = F/A.
Comumente encontrasse expressa em psi (libra-força por polegada
quadrada).
• Densidade: A densidade (ρ) de um fluido em certas condições de
operação é dada pela sua massa (m) por unidade de volume (V). Logo,
ρ = m/V. No sistema SI, sua unidade de medida comum é grama por
centímetro cúbico (g/cm3)
Grandezas e características físicas dos fluidos
Expansão dos líquidos: A densidade de um liquido varia tanto em função
da pressão operacional quanto da temperatura. Já que a maioria dos
líquidos é incompressível, os efeitos da pressão são negligenciáveis e
facilmente ignorados. Os efeitos da temperatura sobre a densidade são
pequenos comparados aos gases, a não ser que a temperatura de
operação seja significativamente diferente da temperatura na qual as
medidas de densidade estão disponíveis ou quando um alto grau de
precisão é desejado. Então, esta expansão volumétrica (V), que afeta a
densidade dos líquidos, pode ser basicamente expressa por
V = V0(1+ β[Δt]), onde β é o coeficiente cúbico de expansão do líquido,
consistente com a temperatura utilizada.
Grandezas e características físicas dos fluidos

Expansão dos sólidos: Fenômeno também bastante relevante para os


casos em análise, a expansão em sólidos pode ser descrita pela mesma
equação utilizada para o caso dos líquidos, fazendo uso da relação
β = 3 x α, onde α é o coeficiente de expansão linear do sólido em questão.
Grandezas e características físicas dos fluidos
A relevância destes dois fenômenos reside no fato de que os
medidores de vazão são afetados por mudanças na área do equipamento
por onde o fluido passa. Devido ao coeficiente volumétrico de expansão,
os materiais a partir dos quais os medidores são feitos irão expandir e se
contrair em função de variações de temperatura. Logo, a área efetiva
através da qual o fluido passa pode variar com a temperatura, embora
geralmente de maneira previsível. Devido a essa previsibilidade, os
medidores podem ser ajustados a fim de corrigir a medida para a
temperatura operacional nominal, de modo a reduzir o erro; o que é
geralmente suficiente para correção da maioria das aplicações, mas
quando a temperatura operacional varia significativamente da nominal, se
requere uma compensação.
Grandezas e características físicas dos fluidos

Lei de Boyle: A densidade de um gás varia significativamente com a


pressão absoluta, e variações de mais de alguns por cento não podem ser
ignoradas. Aumentar a pressão sobre um gás em temperatura constante
causará sua compressão. Isso diminui o volume que ele ocupa e,
portanto, aumenta a sua densidade. A Lei de Boyle diz nada mais que
qualquer gás ideal ou mistura de gases ideais em temperatura constante,
tem seu volume inversamente proporcional à pressão absoluta, podendo
V P0
ser expressa na forma = .
V0 P
Grandezas e características físicas dos fluidos

Lei de Charles: Similarmente à Lei de Boyle, exprime a relação entre o


volume do gás trabalhado e um parâmetro operacional, se diferenciando
somente no fato deste parâmetro ser a temperatura, que tem ação
diretamente proporcional no volume do gás, ao invés da pressão. Logo,
afirma que para qualquer gás ideal ou mistura de gases ideais em
pressão constante, tem seu volume diretamente proporcional à
V T
temperatura absoluta, podendo ser expressa na forma = .
V0 T0
Grandezas e características físicas dos fluidos
A combinação destas duas leis produz a chamada Lei do Gás Ideal,
P x V = n x R x T, onde as constantes de proporcionalidade são o numero
de moles do gás e a constante dos gases, n e R, respectivamente. Ela
V P0 x T
também pode ser expressa na forma V = P x T , mais útil para discussões
0 0
a respeito de sua aplicabilidade, mostrando que quando variações na
pressão e temperatura são pequenas, elas agem quase que
independentemente uma da outra, e estimativas de razoável precisão
podem ser obtidas através da adição de porcentagens de desvio de
temperatura e pressão de um dado conjunto de condições.
Medidores de vazão por pressão diferencial

Medidores de pressão do tipo diferencial representam uma das


tecnologias de medição de vazão mais comumente utilizadas. Sua
versatilidade, custo, e simplicidade os tornam escolhas viáveis para várias
aplicações. Medidores por pressão diferencial podem ser aplicados na
medição de vazão de virtualmente todos os líquidos de baixa viscosidade,
bem como na maioria das aplicações com gás.
Medidores de vazão por pressão diferencial

Os elementos geradores de pressão diferencial utilizam correlações


empíricas para quantificar a relação entre a pressão diferencial produzida
e a vazão volumétrica através de uma restrição cuidadosamente
especificada na tubulação. A massa, velocidade, e volume não são
medidos diretamente, mas sim o fluxo é inferido a partir da similaridade
hidráulica com medidores de pressão que foram cuidadosamente
testados sob condições de laboratório.
Medidor do tipo placa de orifício

Um dos principais e mais utilizados medidores que se encaixam neste


grupo são os medidores de vazão do tipo placa de orifício. Essa tecnologia
representa um dos métodos mais aceitos e versáteis para medição de
vazão. Sua simplicidade é atrativa tanto pelo aspecto da manutenção
quanto pelas suas aplicações. Entretanto, a fim de atingir o desempenho
ótimo destes equipamentos, uma quantidade considerável de detalhes
deve ser tomada.
Medidor do tipo placa de orifício

Seu principio de funcionamento é bastante simples. O dispositivo se


trata basicamente de uma placa com um furo de tamanho e posição
especificados cortado nela, que pode então ser presa entre os flanges da
tubulação. O aumento que ocorre na velocidade do fluido ao passar pelo
orifício na placa, resulta em uma queda de pressão sendo formada ao
longo da mesma. Através desta variação de pressão e de fatores de
correção determinados empiricamente, a vazão é determinada.
2.3. Medidores de Vazão Eletromagnéticos
■ Um medidor de vazão magnético (ou medidor de fluxo magnético) é um medidor de
vazão volumétrica que possui peças móveis e é ideal para aplicações em águas
residuais ou em qualquer líquido sujo que seja condutor ou à base de água.

■ Condutor, movendo-se perpendicularmente ao campo magnético, induz uma tensão


elétrica sobre o condutor que é proporcional à velocidade do líquido.

■ Lei de faraday.
■ Nos estudos do transdutor eletromagnético, observou-se que a variação do fluxo
ocorre com o movimento de um condutor retilíneo dentro de um campo magnético
fixo (BEVIR, 1970).
2.3. Medidores de Vazão Eletromagnéticos

■ : “ Em todo condutor enquanto sujeito a uma variação do fluxo magnético é


estabelecida uma Força-Eletromotriz induzida”.

■ “Tensão induzida em um circuito, com (N) espiras será igual ao resultado da taxa de
variação do fluxo magnético no tempo”.
2.3.1. Aplicações

■ O medidor eletromagnético de vazão é ideal para medir a taxa de fluxo de líquidos


em uma larga variedade de aplicações, em particular, líquidos que contenham
materiais sólidos em suspensão.

■ Líquidos viscosos; Pastas; Fertilizantes; Produtos inorgânicos; Suspensões; Ácidos,


Bases; Água potável; Água suja; Lamas; Cerveja; vinho; leite; água mineral; Álcool;
garapa; suco de fruta; Queijos, etc. Sua aplicação estende-se desde saneamento
até indústrias alimentícias (DELMEE, 2003).

■ Condutividade mínima de 5μS/cm, e para desmineralizada mínima de 20μS/cm


2.3.3. Instalação do equipamento

* Nem tão pouco, em exposição direta ao sol, raios ou outras intempéries; assim como
sujeito a interferências eletromagnéticas e a vibrações mecânicas ou em atmosfera corrosiva.
3. CONCLUSÃO

■ São importante, pois permitem que indústrias e outros estabelecimentos tenham controle
de todas as fases de manipulação de fluidos, como produção, processamento e
distribuição.

■ Além do controle dos processos, estes equipamentos permitem coletar dados para
realizar estudos, controlar a qualidade dos processos, fazer balanços de distribuição entre
outras atividades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BATTIKHA, N. E. The condensed handbook of measurement and control. 3. ed. Research Triangle Park, NC: ISA-The
Instrumentation, Systems and Automation Society, 2007.

BOYES, W. (ED.). Instrumentation Reference Book. 3. ed. Boston: Butterworth-Heinemann, 2003.

LIPTAK, B. G. (ED.). Instrument Engineers’ Handbook, Volume One: Process Measurement and Analysis. 4. ed. CRC
Press, 2018.

SPITZER, D. W. Industrial flow measurement. 3. ed. Raleigh: ISA-The Instrumentation, Systems, and Automation
Society, 2005.

Você também pode gostar