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DIREITO AMBIENTAL

LICENCIAMENTO
AMBIENTAL

Prof.° Edigardo Neto


DIREITO AMBIENTAL
1. Introdução:
É um dos mais importantes instrumentos de gestão do meio ambiente,
possuidor de natureza técnica, uma vez que analisa os impactos que um
empreendimento poderá causar em determinado território, utilizando-se, para
tanto, parâmetros definidos pelas várias ciências (equipe multidisciplinar) que
dão suporte técnico ao direito ambiental.

2. Características do Licenciamento Ambiental:


• Analisar a natureza dos efeitos do empreendimento (poluidor, degradador);
• Analisar as questões relativas ao uso dos recursos naturais, artificiais e culturais;
• Analisar as medidas compensatórias e degradadoras.
Obs. Tem por finalidade observar o caso concreto de cada empreendimento, assim
como suas consequências.
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3. Princípios norteadores do Licenciamento Ambiental:
• Princípio da Precaução/Prevenção;
• Princípio do Desenvolvimento Econômico;
• Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular.

4. Noções e Fundamentos do Licenciamento Ambiental (Base Legal):


• Lei n.º 9.638/81 (diretrizes administrativas que justificam o LA) / CONAMA, R.
237/97 (regula o LA).
4.1 Motivação
Decorrente do poder de polícia ambiental que tem por objetivo controlar e
restringir a atividade humana. Tem por função assegurar ao máximo que a
atividade econômica possa realizar-se com todos os benefícios que proporciona o
desenvolviento econômico e social, sem prejudicar a capacidade do meio
ambiente.
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Art. 1º - Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições:
I - Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental
competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais , consideradas efetiva
ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar
degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas
técnicas aplicáveis ao caso.

II - Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente,


estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser
obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e
operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas
efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar
degradação ambiental.
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III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais
relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou
empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais
como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental
preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área
degradada e análise preliminar de risco.

IV – Impacto Ambiental Regional: é todo e qualquer impacto ambiental que afete


diretamente (área de influência direta do projeto), no todo ou em parte, o território de dois
ou mais Estados
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5. Procedimento Administrativo
5.1 Objetivo:

A recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, com a finalidade de


assegurar condições ao desenvolvimento socioeconômico, à segurança nacional e
à proteção da dignidade da vida humana.

5.2 Finalidade:

• Compatibilizar o desenvolvimento econômico e social com a preservação da


qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
• Estabelecer critérios e padrões de qualidade ambiental e normas relativas ao
uso e manejo de recursos ambientais.
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5.3 Atos administrativos que sucedem a elaboração da licença ambiental

• Definição pelo órgão competente, com a participação do empreendedor, dos


documentos, projetos e estudos ambientais necessários ao início do processo de
licenciamento correspondente à licença requerida;
• Requerimento de licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos
documentos, projetos e estudos ambientais pertinenetes, dando-se a devida
publicidade;
• Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, dos
documentos, projetos e estudos ambentais apresentados e a realização de
vistorias técnicas, quando necessário;
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• Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental


competente, integrante do SISNAMA, uma única vez, em decorrência da análise
dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, quando couber,
podendo haver a reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos e
complementações não tenham sido satisfatórios;
• Audiência pública, quando couber, de acordo com o regulamento pertinente;
• Solicitação de esclarecimentos e complementação pelo órgão ambiental
competente, decorrentes de audiências públicas;
• Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico;
• Deferimento, ou indeferimento, do pedido de licença, dando-se a devida
publicidade.
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6. Tipos de Licença Ambiental.

a) Licença Prévia (LP): fase preliminar do planejamento da atividade,


contendo requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização,
instalação e operação, observados os planos municipais, estaduais ou
federais de uso do solo.
Existe um projeto e um local pretendido para a sua implantação.
Durante essa fase a localização do projeto é aprovada, após a verificaçãoda
compatibilidade do empreendimento ou atividade com o zoneamento, o
plano diretor e os planos e programas governamentais.
O prazo de validade da licença prévia é o estabelecido no projeto, não
podendo ser superior a 5 (cinco) anos.
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6. Tipos de Licença Ambiental.

b) Licença de Instalação (LI): Autorizando o início da implantação


(instalação do empreendimanto ou atividade), de acordo com as
especificações constantes do Projeto Executivo aprovado.
Obs.: A Lei n.º 8.666/93 estabelece definições que, embora destinem-se
aos fins daquela lei, constituem um parâmetro de carácter jurídico-
ambiental.
O projeto deve conter nível de precisão adequado ao seu potencial,
munido de estudos técnicos que assegurem viabilidade ao impacto
ambiental.
O prazo da licença de instalação é o definido no cronograma do
projeto, não podendo ser superior a 6 (seis) anos.
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Elementos constitutivos da Licença de Instalação:

• Identificar os seus elementos constitutivos com clareza;


• Soluções técnicas globais e localizadas, de forma a minimizar a necessidade de
reformulação;
• Tipos de serviços a executar e de materiais, equipamentos e incorporações à obra;
• Informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos;
• Subsídios para montagem do plano, licitação e gestão da obra;
• Custo global do empreendimento.
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c) Licença de Operação (LO): autorizando, após as verificações necessárias, o
início da atividade licenciada e o funcionamento de seus equipamentos de controle
de poluição, de acordo com o previsto nas licenças prévias de Instalação.
O prazo de uma licença de operação é de no mínimo 4 (quatro) anos e de no
máximo 10 (dez) anos.

7. Vinculação e discricionariedade da licença ambiental:


“Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as
condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser
obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar,
ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos
ambientais consideradas efetivas ou parcialmente poluidoras ou aquelas que, sob
qualquer forma, possam causar degradação ambiental.” Art. 1.º, II, CONAMA n.º
237/97
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7.1 Licença Ambiental segundo o Direito Administrativo

“É o ato administrativo vinculado e definitivo, pelo qual o Poder Público, verificando que o
interessado atendeu a todas as exigências legais, faculta-lhe o desempenho de atividades
ou a realização de fatos materiais antes vedados ao particular, como, por exemplo, o
exercício de uma profissão”.
Hely Lopes Meirelles. Direito administrativo brasileiro. 32. ed. p. 187.

7.2 Natureza Jurídica da Licença:

Trata-se de um direito subjetivo do interessado, razão pela qual a adm. não pode negá-la
quando o requerente satisfaz todos os requisitos legais para a sua obtenção.

Obs. Sua invalidação só pode ocorrer por ilegalidade na expedição do alvará, por
descumprimento do titular na execução da atividade ou por interesse público.
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8. A licença ambiental e o direito adquirido:

A licença ambiental gera efeitos dentro daquilo que compreende a sua atividade específica.
Em caso de poluição, poderá o Estado revogar a licença, dado o interesse público, pois a
licença não gerará direito adquirido a poluição.

9. Renovação da Licença:

Cabe ao empreendedor solicitar a renovação da licença ambiental, que deve ser requerida
com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade,
que foi fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até a
manifestação definitiva do órgão ambiental competente – Art. 14, § 4º, da LC nº. 140/11.
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10. Fiscalização dos Empreendimentos e Atividades Licenciadas ou Autorizadas:

O art. 17 da LC nº. 140/11 trouxe novidades para o exercício do poder de polícia


ambiental em obras e atividades licenciadas ou autorizadas. A principal delas é que o
órgão competente para o licenciamento ou autorização será o responsável pela
fiscalização, com a lavratura do auto de infração e a instauração do processo
administrativo ambiental.
Contudo, não impede o exercício pelos entes federativos da atribuição comum de
fiscalização da conformidade de empreendimentos e atividades efetiva ou potencialmente
poluidoras de recursos naturais, prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por
órgão que detenha a atribuição de licenciar.

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