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Teoria das Restrições e Efeitos Just-in-Time

Claudinei Meira

Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção do campus de Sorocaba


Universidade Federal de São Carlos
Disciplina: EPS 206 – GESTÃO DE CUSTOS 2014/1
Profa.Dra. Nara Rossetti
Efeitos
O que é JUST-IN-TIME?
O sistema Just in Time, doravante denominado JIT, foi desenvolvido no início da
década de 50 na Toyota Motors Company, no Japão, como um método para
aumentar a produtividade, apesar dos recursos limitados (MOURA e BANZATO,
1994).

Em japonês, as palavras para just in time significam “no momento certo”,


“oportuno”.

Dear (1991), buscar o JIT significa, repensar e mudar a maneira de fazer as


coisas, eliminando as folgas de prazo e material para que os
problemas de produção comecem a aparecer de forma a se tomar alguma
atitude corretiva, e descobrir com os erros novas iniciativas que tragam
resultados positivos para o setor que dele faz uso.
O que é JUST-IN-TIME?
Ballou (2006, p.345), JIT consiste em “uma filosofia de planejamento em que
todo o canal de suprimentos é sincronizado para reagir às necessidades das
operações dos clientes”.

Just in Time (JIT) é uma metodologia que objetiva melhoria continua (kaizen) a produtividade
global através da minimização dos desperdícios. O JIT visa uma produção eficaz em termos de
custos, qualidade,flexibilidade, confiabilidade e velocidade.
SISTEMA PUXADO DE PRODUÇÃO:
Para um melhor entendimento, o sistema de produção puxada consiste em uma
forma de conduzir o processo produtivo de tal forma que cada operação requisita,
da operação anterior, os componentes e materiais para sua implementação
somente no instante e quantidade que são necessários (Dias, 2007).
SISTEMA PUXADO D PRODUÇÃO:
OBJETIVOS JUST-IN-TIME:
O JIT COMO FILOSOFIA DE MANUFATURA OBJETIVA A ELIMINAÇÃO DOS
DESPERDÍCIOS:

1. Perdas por superprodução – ESTOQUE – CAPITAL EMPATADO

2. Perda por espera – FILAS – PERDA DE CAPACIDADE

3. Perda por transporte – PROBLEMAS DE LAYOUT

4. Perda por processamento – PRODUTOS MUITO COMPLEXOS

5. Perda por estoque

6. Perda por movimentação – ECONOMIA DE MOVIMENTOS

7. Perda por produtos defeituosos – PRODUTOS DE 2° QUALIDADE ,REFUGOS OU


RETRABALHO
MELHOR ENTENDIMENTO JUST-IN-TIME:

Segundo Sayer (1986), em uma analogia JIT clássica, a produção é vista


como um curso de água, o nível é visto como o estoque e, no fundo do curso
de água, estão as pedras, que são os problemas ou defeitos, como excesso
de refugo, layout inadequado, longos tempos de preparação, entre outros.
Quando o nível de água está alto, vale dizer que os estoques estão altos, isto
encobre todas as pedras e, aparentemente está tudo bem no processo
produtivo.
Quando, porém, baixamos o nível de água, os problemas ficam à vista.
MELHOR ENTENDIMENTO JUST-IN-TIME:
JIT – Redução de Estoques e Fluxo de 1 Peça (one-piece-flow)
10 MANDAMENTOS DO JUST-IN-TIME:
Segundo Martins e Laugeni (2006), os dez mandamentos do JIT são:

1. Jogue fora velhos e ultrapassados métodos de produção;


2. Pense em formas de fazê-lo funcionar – não porque ele não irá funcionar;
3. Trabalhe com as condições existentes – não procure desculpas;
4. Não espere a perfeição – 50% está muito bom no começo;
5. Corrija imediatamente os erros;
6. Não gaste muito dinheiro em melhorias;
7. A sabedoria nasce das dificuldades;
8. Pergunte “por quê?” pelo menos cinco vezes até encontrar a verdadeira causa;
9. É melhor a sabedoria de dez pessoas do que o conhecimento de uma;
10. As melhorias são ilimitadas.
KAIZEN

Kaizen é um todo processo integrado de TQC – Total Quality Control de


aprimoramento contínuo, que é a essência da Administração Japonesa. É tão
importante fazer bem feito (eficiência) quanto obter o resultado certo (eficácia).
(Osho )
Ferramentas JIT
Ferramentas JIT – KANBAN
O sistema Kanban tem por objetivo principal ajustar à manufatura às
necessidades de demanda, produzindo na quantidade certa e no momento certo
(Bertaglia, 2003).

Quando um trabalhador necessita de materiais (trabalho) da estação precedente


ele utiliza um cartão kanban. Nenhuma peça ou lote podem ser movimentados ou
trabalhados sem um cartão desses.
Ferramentas JIT – Troca Rápida
Ferramentas JIT - Qualidade Assegurada

Poka-yoke: Sistema de inspeção na fonte, envolve o controle de produtos


e suas características em si ou do seu processo de obtenção, de modo a
minimizar a ocorrência de erros através de ações simples. (Osho )
Ferramentas JIT - Células de Produção

O arranjo físico em células se baseia no princípio da tecnologia de grupo. Esse princípio


busca melhorar a eficiência na produção de itens muito variados, agrupando-os de
acordo com um critério escolhido, o qual pode ser por semelhança na forma, por
utilização de componentes em comum, por processamento no mesmo conjunto de
máquinas ou por outro critério à escolha (Miyake 2006).
Ferramentas JIT - Células de Produção
Ferramentas JIT - Layout

O layout de qualquer fábrica é muito diferente com o sistema JIT, já que o estoque é
mantido no chão da fábrica entre as estações de trabalho e não em almoxarifados.
É mantido em recinto aberto, de modo a facilitar seu uso nas estações seguintes,
sendo normalmente baixo e apenas o suficiente para manter o fluxo produtivo por
poucas horas. Isso leva a uma substancial redução nos espaços necessários.
Ferramentas JIT - Layout
Ferramentas JIT - MPT (TPM)
Ferramentas JIT - MPT (TPM)

A Manutenção Produtiva Total é um programa de manutenção no qual os


operadores participam ativamente na preservação das máquinas e equipamentos,
com o objetivo de garantir que o fluxo de produção seja suave e contínuo.
Ferramentas JIT - Multifunção (Matriz de Polivalência)
Ferramentas JIT - Multifunção (Matriz de Polivalência)

Conforme (Tubino apud Zagonel 2006) a polivalência ou multifuncionalidade dos


operadores se dá quando todos têm capacidade para executar as diferentes rotinas
de trabalho da célula, não sendo necessário fixá-los num ou noutro posto de
trabalho específico. Isso é obtido através de treinamento intensivo e rodízio de
tarefas dentro da célula. A polivalência facilita a produção nivelada e flexibiliza o
ritmo de produção nas células de fabrico. Sem ela, torna-se muito difícil garantir o
funcionamento completo do sistema just-in-time.
JIT – Cadeia de Valores
JIT – Cadeia de Valores

Segundo Michael Porter, a cadeia de valor “é o conjunto de atividades


realizadas por uma empresa que cria valor e aumenta a sua capacidade
competitiva”. Podem ser divididas em “atividades primárias”, como logística,
fabricação, marketing, vendas, serviços pós-venda, e em “atividades
secundarias”, como infra-estrutura da empresa, recursos humanos, tecnologia
e compras.
Referências Bibliográficas
BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/Logística
Empresarial: estratégia e planejamento da logística/cadeia de suprimentos. São Paulo:Bookman, 2006.

CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 6. ed. – Rio de Janeiro: Campos, 2000.

CHING, H. Y. Gestão de Estoques na Cadeia de Logística Integrada: Supply Chain. São Paulo: Atlas, 2001.

BERNARDI, L.A. Manual de empreendedorismo e gestão: fundamentos,estratégias e dinâmicas. São Paulo: Atlas, 2003.

BERTAGLIA, P. R. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento / Paulo Roberto Bertaglia. - São Paulo: Saraiva, 2003.

DEAR, A. Rumo ao Just-in-time. Rio de Janeiro: Masques-Saraiva, 1991.


DIAS, M.A.P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 4. ed. – 16. reimpr. – São Paulo: Atlas, 2007.

LEITE, G. O impacto da comunicação nos funcionários. Disponível em: <http://www.aapsa.com.br>. Acesso em: 15 jul. 2008.

MOREIRA, D.A. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

POZO, H. Administração de recursos materiais e patrimoniais: uma abordagem logística, 3. ed., São Paulo: Atlas, 2004.

SCHONBERGER, R.J. Técnicas industriais japonesas: nove lições ocultas sobre simplicidade. Tradução de Oswaldo Chiquetto. -
São Paulo: Pioneira, 1984.
SILVA, E. A. et al. Gestão de negócios. São Paulo: Saraiva, 2005.

ZACCARELLI, S, B. Administração Estratégica da Produção. São Paulo: Atlas, 1990

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