O ato de planejar está presente em todos os níveis da
educação brasileira – nos sistemas de ensino federal, estadual ou municipal, em seus órgãos administrativos e na unidade escolar – para elaborar desde o projeto político-pedagógico até o plano de aula, em que a tarefa educacional se realiza na concretude da relação professor-aluno.
Podemos citar como tipos de planejamento: o global,
o estratégico, o setorial, o regional e o local. Os termos planejamento, plano e projeto são usados cotidianamente nas escolas. Para Padilha (2001), estes precisam ser explicitados, e, no nosso caso, para que as práticas de racionalização do trabalho ocorram de forma bem-sucedida, a busca de eficiência deve fazer parte da organização das atividades educativas, quaisquer que sejam o local e o nível de abrangência. O planejamento é um processo contínuo,
sistemático e coletivo de tomada de decisões
em relação a objetivos claramente definidos. Abrangência Encontramos o ato de planejar nas várias instâncias da educação escolar nacional. A seguir, veremos os diferentes tipos de planejamento, conforme Padilha (2001): Planejamento educacional/estratégico
Planejamento curricular
Planejamento escolar
Planejamento de ensino
Planejamento coletivo
Planejamento participativo
Planejamento das aulas
Planejamento educacional/estratégico Planejamento de maior abrangência, geralmente dos sistemas de ensino.
Padilha (2001) aponta que se trata, antes de tudo, [de] aplicar à
própria educação aquilo que os verdadeiros educadores se esforçam por inculcar a seus alunos, a determinação das metas específicas a atingir em prazos bem-definidos e, finalmente, o desenvolvimento dos meios mais eficazes para implantar a política escolhida. Assim concebido, o planejamento educacional significa bem mais que a elaboração de um projeto contínuo que engloba uma série de operações interdependentes (PADILHA, 2001, p. 32). Planejamento curricular Trata da dinâmica das ações internas da escola. Isso significa que cuida do desenvolvimento escolar dos alunos e de como vai ser sua vida na escola. Estabelece o tipo de relação que o aluno tem com os conteúdos escolares, colegas, professores, funcionários e com a própria escola.
Segundo Vasconcellos (1995, p. 56), “é o processo de tomada
de decisões sobre a dinâmica da ação escolar. É a previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno”. É também um instrumento que regula as ações escolares em prol dos objetivos a serem alcançados, integrando a escola e garantindo a interdependência entre todos os setores, áreas e ações. Planejamento escolar
Voltado para a coordenação da ação docente e de sua relação com
o contexto social. Para Libâneo (2001), é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades didáticas em termos da sua organização e coordenação em face dos objetivos propostos quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino. É um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social (LIBÂNEO, 2001, p. 221). O autor nos chama ainda a atenção para a ação planejada das práticas didáticas, ao mesmo tempo introduzindo o conceito de revisão como meio de refletir sobre a ação para a tomada de decisões conforme os objetivos propostos. Essa ação tem como orientadora de seu desenvolvimento a política educacional adotada. Planejamento de ensino Processo para decidir ações e interações entre educadores e alunos da escola.
Para Fusari (apudPADILHA, 2001): é o processo que
envolve a atuação concreta dos educadores no cotidiano do seu trabalho pedagógico, [...] todas as suas ações e situações, o tempo todo, [...] a permanente interação entre educadores e entre os próprios educandos (FUSARI apud PADILHA, 2001, p. 10). Planejamento coletivo
Tem como meta organizar a ação, a responsabilização
e a divisão das tarefas a serem realizadas. Esse conceito introduz a importância da organização das ações entre todos os participantes de um projeto, programa ou plano. Organizar a ação não quer dizer que todos vão fazer tudo juntos, mas sim que vão ordenar e dividir as tarefas tendo em vista o coletivo das ações. Planejamento participativo
É aquele realizado a partir da participação de todos os atores
envolvidos naquela situação.
Para Cornely (1980), constitui um processo político, num
contínuo propósito coletivo, numa deliberada e amplamente discutida construção do futuro da comunidade, na qual participe o maior número possível de membros de todas as categorias que a constituem. Significa, portanto, mais do que uma atividade técnica, um processo político vinculado á decisão da maioria, tomada pela maioria, em benefício da maioria (CORNELY, 1980, p. 27). O conceito de participação está presente em todos os momentos das ações educacionais. É o que vai dar autoridade às decisões, na medida em que representam a maioria. Daí a importância de transparência, impessoalidade, lisura, responsabilidade e compromisso dos envolvidos nas ações e tomadas de decisão. - . Planejamento das aulas
Refere-se à tomada de decisões sobre os
conteúdos das aulas, diante das ações pedagógicas propriamente ditas, envolvendo o professor e o aluno, na sala de aula, como: conteúdos, metodologias, temas, recursos didáticos e avaliação. Pode referir-se ao planejamento de uma aula ou a um plano que vai ser desenvolvido em um ano ou mais. Para isso, é importante saber que cada ação, cada conteúdo ou atividade envolve dimensões diferentes no que concerne a abrangências, especificidades, limites e possibilidades.
É próprio do ato de planejar especificar bem seu tema
de atuação, pessoas, locais que lhe dão contornos e especificidades próprias, porém todas envolvendo a importância da racionalização das ações e do caminho a perseguir, das ações a serem desenvolvidas e da reavaliação das ações para que os objetivos sejam atingidos. Sem planejamento? VÍDEO IMPORTANTE! REFLETINDO... Como um professor sem planejamento?
É possível dar uma aula sem planejamento?
ATENÇÃO!
A DIFERENÇA ENTRE MOVIMENTO
ESTRATÉGICO E AÇÃO SEM PLANEJAMENTO
CUIDADO COMO PLANEJAR!
1) SUCESSO OU NO FRACASSO DO PROJETO 2) O ÓBVIO! PLANEJAMENTO CURRICULAR De acordo com Sacristán (2000), “[...] planejar o currículo para seu desenvolvimento em práticas pedagógicas concretas não só exige ordenar seus componentes para serem aprendidos pelos alunos, mas também prever as próprias condições do ensino no contexto escolar ou fora dele. A função mais imediata que os professores devem realizar é a de planejar ou prever a prática do ensino.” Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) Elaborados por equipes de especialistas ligadas ao Ministério da Educação (MEC), têm por objetivo estabelecer uma referência curricular e apoiar a revisão e/ou a elaboração da proposta curricular dos Estados ou das escolas integrantes dos sistemas de ensino. Os PCNs são, portanto, uma proposta do MEC para a eficiência da educação escolar brasileira. São referências a todas as escolas do país para que elas garantam aos estudantes uma educação básica de qualidade. Seu objetivo é garantir que crianças e jovens tenham acesso aos conhecimentos necessários para a integração na sociedade moderna como cidadãos conscientes, responsáveis e participantes. Todavia, a escola não deve simplesmente executar o que é determinado nos PCNs, mas sim, interpretar e operacionalizar essas determinações, adaptando-as de acordo com os objetivos que quer alcançar, coerentes com a clientela e de forma que a aprendizagem seja favorecida.