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O Homem, o Estado e a Guerra –

Kenneth Waltz
Reinaldo Alencar Domingues

Mestrando em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB).


Introdução:
Quais são as causas da Guerra?
• Seria a guerra como os desastres naturais,
ocorrendo independente de nossa vontade e de
nossas ações?
• Ou seria consequência de nossas ideias e
decisões? E se assim for, por que a guerra
persiste apesar de tanto esforço pela paz?

• “Há uma aparente desproporção entre esforço e


produto, entre desejo e resultado” p.3
• “Há maneiras de reduzir a incidência da guerra,
de aumentar as chances da paz? Podemos ter
paz mais frequentemente no futuro do que no
passado?”

• Explicar como a paz pode ser alcançada requer


compreender as causas da guerra.
O Indivíduo
• “A raiz de todo o mal é o homem, sendo portanto
ele a raiz do mal específico que é a guerra” p.6

• Filósofos:
• Santo Agostinho, Lutero, Malthus, Jonathan
Swift, Dean Inge e Niebuhr.
• “Exatamanete o mesmo princípio que influencia
um valentão a quebrar a vidraça da mundana
que o dispensou incita naturalmente um grande
príncipe a reunir exércitos podersos e sonhar
apenas com cercos, batalhas e vitórias” Swift

• O Homem é naturalmente bom ou naturalmente


mal?
O Estado
• Estrutura e Agência - “O homem faz a sociedade
à sua imagem ou a sua sociedade que o faz?” p.7

• “O Homem nasce e em sua condição natural


permanece nem bom nem mau. É a sociedade
que constitui a força de degradação da vida dos
homens, mas ela é também o agente
moralizador” (Inspirado pelo pensamento de
Rousseau)
• Se o Homem determina a sociedade, por que não
encontramos todos os traços da sociedade no
Homem? Por que a vontade dos homens não
reflete a realidade social?

• Como pode a sociedade determinar o Homem se


ela é constituída por homens? Se a sociedade
determina o Homem, como a mudança é
possível?
O Sistema de Estados
• Da mesma maneira que os indivíduos convivem
em sociedade, o Estados também estão inseridos
em um contexto mais amplos de relações com
outros Estados.

• As mesmas perguntas se aplicam: o que importa


mais, o caráter do Estado ou o sistema
internacional?
• “Nenhum homem pode de início de comportar
com decência sem a garantia de que os outros
não poderão destruí-lo” p.10 (Inspirado em
Rousseau)

• “Embora alguns acreditem que a paz vai resultar


do aprimoramento dos Estados, outros
asseveram que a natureza de um Estado
depende de sua relação com os outros” p.11
Diagnósticos e Prescrições:
• Condições:
• 1) Uma prescrição baseada numa análise
deficiente não tem possibilidade de produzir os
resultados desejados.
• 2) Uma prescrição será inaceitável se não tiver
relação lógica com a análise.
• “A possível inter-relação das causas torna ainda
mais difícil o problema de avaliar o mérito das
várias prescrições” p.20
Capítulo 1: a primeira imagem
• Enfatiza a natureza e o comportamento humano
como causas centrais da Guerra. Outros fatores
são secundários à explicação.

• Se a origem da guerra está dentro do Homem,


para que haja paz é necessário esclarecer os
homens pela razão ou lutar contra sua natureza.
Educação como remédio para guerra?

• “Se metade do poder que enche o mundo de


terror, se metade das despesas da caserna e das
cortes, servisse para livrar a mente humana do
erro, não seriam necessário arsenais e fortes”
• Henry Wadsworth
Pessimismo e Otimismo
• O pessimista acredita que a realidade é
imperfeita por natureza. As relações sociais são
inclinadas para o conflito.

• O otimista enfatiza a harmonia natural e a


complementeriedade dos interesses humanos. O
conflito é fruto da falta de esclarecimento.
Espinosa
• “Os homens são governados não pelos preceitos
da razão pura, mas por suas paixões.
Governados pela paixão, são levados ao conflito.
Em vez de ajudar uns aos outros, seu
comportamento é destruir uns aos outros. Cada
homem procura ser o primeiro entre os homens
e se orgulha mais do mal que fez ao outro do que
do bem que ele fez a si mesmo” p.32
Agostinho
• “Ao interpretar de maneira precisa o verdadeiro
interesse de cada um, a razão levaria todos a
viverem harmoniosamente em sociedade, sem
necessidade de uma autoridade política que os
controlasse e dirigisse” p.31
• Dicotomias:
• Razão x Paixão
• Harmonia x Conflito
• Complementaridade x Contraposição

• Em comum:
• Crença de que a guerra poderia ser eliminada se
a os homens pudessem ser transformados.
Avaliação crítica de Waltz:
• Estupros, assassinatos e roubos, atestam a
maldade humana?

• O que dizer dos atos de caridade, amor e


autosacrifício?
• “Dizer, portanto, que certas coisas acontecem
porque os homens são estúpidos ou maus é uma
hipótese aceita ou rejeitada de acordo com o
estado de espírito de cada autor. Trata-se de
uma asserção que as evidências não podem
provar nem refutar, porque o que fazemos com
as evidências depende da teoria que
sustentamos” p.37
• “A natureza humana é tão complexa que justifica
quase todas as suposições e preconceitos com os
quais se iniciam uma investigação científica ou
um contato humano corriqueiro” p.40
• Niebuhr
Conclusões:
• “A maldade do homem, ou seu comportamento
impróprio, leva à guerra; a bondade individual,
se pudesse ser universalizada, significaria paz:
eis o enunciado conciso da primeira imagem.
Para os pessimistas, a paz é a um só tempo uma
meta e um sonho utópico, mas outros levaram a
sério o pressuposto de que é possível uma
reforma dos indivíduos suficiente para trazer ao
mundo uma paz duradoura” p.50
Segundo Waltz:
• Há uma ênfase exageirada na natureza humana
como causa explicativa da Guerra.
• A natureza humana é imutável. Para modificar o
comportamento humano, seria necessário
mudar as instituições sociopolíticas.
• Logo, o problema deixa de ser a natureza
humana e passa a ser a forma como as
sociedades se organizam (Estado).
Perguntas:

• Qual é a essência da natureza humana?


• O indivíduo determina a sociedade ou a
sociedade molda o indivíduo?

• Otimismo e Pessimismo filosófico


Segunda Imagem

• A guerra deriva dos problemas no Estado ou do


Estado?
• O Estado é o Reino da Razão ou da Força?
• Um mal necessário ou não-necessário?
• Mudar o Estado ou superá-lo?

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