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Ana Carla, Camila,

Daniela, Hosana,
Marineide
Se o parto normal é o desfecho natural de uma gravidez, por
que fugir dele antes mesmo de saber se uma cesárea é de fato
indicada para o seu caso? “O ideal é que o bebê escolha o dia
em que quer nascer”, diz o obstetra Luiz Fernando Leite, das
maternidades Santa Joana e Pro Matre, em São Paulo. É claro
que, na hora do parto, às vezes surgem complicações. Aí,
sejamos justos, a cesariana pode até salvar a vida da mãe e do
filho. “Mas, quando a cirurgia é agendada com muita
antecedência, corre-se o risco de a criança nascer prematura,
mais magra e com os músculos ainda não completamente
desenvolvidos”, adverte o obstetra.
a criança nascer prematura, mais magra e com os músculos
ainda não completamente desenvolvidos”, adverte o obstetra.
Quando passa pelo canal da vagina, o tórax do bebê é
comprimido, assim como o resto do seu corpo. “Isso garante
que o líquido amniótico de dentro dos seus pulmões seja
expelido pela boca, facilitando o primeiro suspiro da criança
na hora em que nasce”, explica Rosangela Garbers,
neonatalogista do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba.
Sem falar que as contrações uterinas estressam o bebê – e
isso está longe de ser ruim. O hormônio cortisol produzido
pelo organismo infantil deixa os pulmões preparados para
trabalhar a todo vapor. A cesárea, por sua vez, aumenta o
risco de ocorrer o que os especialistas chamam de
desconforto respiratório. Esse problema pode levar a quadros
de insuficiência respiratória e até favorecer a pneumonia.
“Durante o trabalho de parto, o organismo da
mulher libera os hormônios ocitocina e prolactina,
que facilitam a apojadura”, afirma Mariano Sales
Junior, da maternidade Hilda Brandão, da Santa
Casa de Belo Horizonte. No caso da cesárea eletiva,
a mulher pode ser submetida à cirurgia sem o
menor indício de que o bebê está pronto para
nascer. Daí, o organismo talvez secrete as
substâncias que deflagram a produção do leite com
certo atraso — de dois a cinco dias depois do
nascimento do bebê. Resumo da ópera: a criança
terá de esperar para ser amamentada pela mãe.
Por mais ultrapassada que seja, a imagem de uma mãe
urrando na hora do parto não sai da cabeça de muitas
mulheres. Segundo Washington Rios, coordenador da
maternidade de alto risco do Hospital das Clínicas da
Universidade Federal de Goiás, não há o que temer. “A
analgesia é perfeitamente capaz de controlar a dor”, afirma.
Isso porque há mais de dez anos os médicos recorrem a uma
estratégia que combina a anestesia raquidiana, a mesma
usada na cesárea, e a peridural. “A paciente não sofre, mas
também não perde totalmente a sensibilidade na região
pélvica”, explica a anestesista Wanda Carneiro, diretora clínica
do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo. Dessa
forma, ela consegue sentir as contrações e até ajudar a
impulsionar a criança para fora.
48 horas após o parto normal, a nova mamãe pode ir
para casa com o seu bebê. A recuperação só é mais
demorada se for realizada a episiotomia, que consiste em
um corte lateral na região do períneo, área situada entre
a vagina e o ânus. Quando isso acontece, a cicatrização
geralmente leva uma semana. O procedimento, no
entanto, é indicado apenas nos casos em que há risco de
lacerações na mãe, para facilitar a saída do bebê. Feita
sem o consentimento da mulher, a episiotomia é
considerada um tipo de violência obstétrica. Já quem vai
de cesariana recebe alta normalmente entre 60 e 72
horas após o parto e pode levar de 30 a 40 dias para se
livrar das dores.
Como em qualquer cirurgia, a cesárea envolve
riscos de infecção e até de morte da criança. “Cerca
de 12% dos bebês que nascem de cesariana vão
para a UTI”, revela Renato Kalil, obstetra do Hospital
e Maternidade São Luiz, em São Paulo. No parto
normal, esse número cai para 3%. “A sensação da
cesariana é semelhante à de qualquer outra cirurgia
no abdômen. É, enfim, como extrair uma porção do
intestino ou operar o estômago”, compara Kalil. E,
convenhamos, o clima de uma sala cirúrgica não é
dos mais agradáveis: as máscaras dos médicos, a
sedação, a dificuldade para se mexer...
Referência Bibliográfica
• http://mdemulher.abril.com.br/saude/bebe/6
-razoes-para-tentar-o-parto-normal

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