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MESTRADO EM TECNOLOGIA EDUCATIVA UNIDADE CURRICULAR : METODOLOGIAS DA

INVESTIGAÇÃO EM EDUCAÇÃO

ENTREVISTA

Trabalho realizado por:

Anabela Carneiro, pg10514


Irina Freitas, pg10557
Lurdes Cardoso, pg10515
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INVESTIGAÇÃO EM EDUCAÇÃO

Apresentação

Antes Durante Depois

Contextualização Planear a entrevista Análise dos dados

Vantagens da
Conceito Guião da entrevista
entrevista
Procedimentos Limitações da
A entrevista
durante a entrevista entrevista
Formação e controlo
Tipos de entrevista Conclusão
dos entrevistadores
Tipos de
Elementos não Referências
entrevista/Objectivos
verbais da entrevista bibliográficas
do estudo
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O Conceito…

“A entrevista é uma conversa com um objectivo”


(Bingham e Moore, 1924)

“A entrevista é um encontro interpessoal que se desenrola


num contexto e numa situação social determinados,
implicando a presença de um profissional e de um leigo.”
(Ghiglione e Matalon, 1997:64)

“A entrevista é um método de recolha de informações que


consiste em conversas orais, individuais ou de grupos, com
várias pessoas seleccionadas cuidadosamente, cujo grau de
pertinência, validade e fiabilidade é analisado na perspectiva
dos objectivos da recolha de informações.”
(Ketele, 1999: 18)
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Como inquirir?

Diferentes respostas

Maior ou menor liberdade deixada à


pessoa inquirida

Técnicas utilizadas Temas a abordar

Termos utilizados

Entrevista – Técnicas menos directivas;

Questionário – Questões formuladas antecipadamente.


Na prática, recorre-se a métodos mistos
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Entrevista…

Individual

Telefónica

Grupo – economiza tempo e mostra percepções diferentes

Social – teoricamente informal e descontraída em que uma pessoa


ou um grupo avalia e forma uma opinião acerca de um ou mais
indivíduos

de Painel – uma pessoa é entrevistada por várias pessoas em


conjunto

através das TIC


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Tipos de Entrevista

 Não Estruturada (livre)

Conhecer a perspectiva dos participantes


sobre um determinado tema.

 Semi-Estruturada

Importa a obtenção de dados comparáveis de


diferentes participantes.

 Estruturada

Não é muito utilizada em estudos qualitativos.


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Entrevista Não Estruturada

O entrevistador propõe um tema

Desenvolve-se no fluir de uma conversa

As questões emergem do contexto imediato

Guião – documento escrito com o objectivo e as linhas orientadoras

O entrevistador promove, encoraja e orienta a participação do sujeito

Tomada de consciência dos entrevistados


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Entrevista Não Estruturada - Aspectos positivos

Boa percepção das diferenças individuais e mudanças do


entrevistado

As questões podem ser individualizadas para melhor comunicação

Entrevista Não Estruturada - Aspectos menos positivos

Requer muito tempo para obter informação sistemática

Depende das capacidades e treino do entrevistador


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Entrevista Semi-Estruturada

Guião previamente preparado com linhas orientadoras da entrevista

Diversos participantes respondem às mesmas questões

Não exige uma ordem rígida nas questões

Adapta-se a entrevista ao entrevistado

Elevado grau de flexibilidade na exploração das questões


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Entrevista Semi-Estruturada - Aspectos positivos

O tempo disponível é optimizado

Os dados vão sendo tratados sistematicamente

Aconselhada para entrevistas a grupos

Permite seleccionar temáticas para aprofundamento

Permite introduzir novas questões

Entrevista Semi-Estruturada - Aspectos menos positivos

Exige uma boa preparação por parte do entrevistador


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Entrevista Estruturada

Quando é importante minimizar a variação entre as questões

colocadas ao entrevistado

Questões fechadas para obter dados sobre a amostra

Informação recolhida de tipo uniforme

Questões colocadas tal como foram previamente escritas

As categorias de resposta estão previamente definidas

A avaliação das respostas durante a entrevista é reduzida


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Entrevista Estruturada - Aspectos positivos

Facilita a análise de dados

Permite a replicação do estudo

Entrevista Estruturada - Aspectos menos positivos

Flexibilidade e espontaneidade reduzidas

Reduz ou anula a possibilidade de aprofundar questões que não


foram antecipadamente pensadas

Circunstâncias e elementos pessoais não são tomados em


consideração
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Tipo de Entrevista / Objectivo do Estudo

Entrevista
Estudo Não Semi-
Estruturada
Estruturada Estruturada

Controlo
X

Verificação
X X

Aprofundamento
X X

Exploração
X
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Planear a Entrevista

Seleccionar os participantes

Especificar as variáveis que queremos estudar

Elaborar as questões, com base nessas variáveis, considerando

sempre diferentes formatos

Seleccionar os entrevistadores

• com experiência

• sem experiência – realizar formação


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Guião da entrevista

É um instrumento utilizado para recolher informações na

forma de texto, que serve de base à realização de uma

entrevista propriamente dita.


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Etapas para a elaboração do guião da entrevista:

Descrição do perfil do entrevistado (nível etário, escolaridade,


etc);
Selecção da população e da amostra de indivíduos a entrevistar;
Definição do propósito da entrevista (tema, objectivos);
Estabelecer o meio de comunicação (oral, escrito, telefone,
email,…), o espaço (sala, jardim, …) e o momento (manhã,
duração, …);
Discriminação dos itens ou características para o guião;
Elaboração do guião, com boa apresentação gráfica ;
Validação da entrevista pela análise e crítica de personalidades
relevantes.
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Discriminação dos itens ou características do guião

Elaborar perguntas de acordo com o tema, objectivos da entrevista,


expectativas do entrevistador e de possíveis leitores/ouvintes.

Formular perguntas abertas (O que pensa de …?) e fechadas (Gosta


de …?);

Adequar as perguntas ao entrevistado, utilizando vocabulário claro,


acessível e rigoroso;

Procurar alternativas para eventuais fugas ao tema;

Estabelecer o número de perguntas e proceder à sua ordenação, no


âmbito de cada dimensão;
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Produção do guião com boa apresentação gráfica

Cabeçalho com identificação (instituição, proponentes, título, data);

Apresentação sucinta da entrevista, incluindo os objectivos;

Estruturar as perguntas e utilizar espaçamento adequado;

Tipo de letra legível, parágrafo justificado, margens de página com


2 cm e, eventualmente, imagens à direita do texto;
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O guião pode ainda conter

Notas que auxiliam ao decorrer da entrevista (tempo previsível de


resposta, palavras-chave de resposta, questões para aprofundamento
do tipo “pode dizer-me mais acerca deste assunto?”)
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Procedimentos durante a entrevista

Explicação da entrevista;
Criação de um ambiente agradável para a realização da
entrevista;
Favorecimento das respostas pertencentes ao entrevistado;
Registo de tudo o que entrevistado diz;
Gestão do tempo de conversação;
Término da entrevista num ambiente de cordialidade para
que o entrevistador possa voltar, se necessário, e obter
novos dados.
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Ambiente agradável para a realização da entrevista

Verificar se o espaço/local da entrevista favorece a descontracção

do entrevistado (temperatura, luz, móveis, …);

Manter uma distância audível entre o entrevistado e o entrevistador

(1 a 2 metros);

Em casos de entrevista em grupo, pode ser vantajoso subdividi-los

em pequenos grupos;

Verificar se existem condições de privacidade do entrevistado;

Permitir que o entrevistado mantenha o controle da entrevista.


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Favorecimento das respostas pertencentes ao entrevistado

Mostrar compreensão e simpatia pelo entrevistado;

Usar um tom informal;

Apresentar a questão oralmente e por escrito;

Começar com questões fáceis de responder;

Evitar influenciar as respostas pela entoação ou destaque oral das

palavras;

Apresentar uma questão de cada vez;

Entrevistador manifesta aceitação pelas opiniões do entrevistado.


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Registar tudo o que entrevistado diz

Previamente, verificar suportes de registo (papel, fita, pilhas,

captação do som, …);

Antes de iniciar a entrevista, pedir autorização ao entrevistado

para fazer a gravação;

Registar com as mesmas palavras do entrevistado, evitando

resumi-las;

Anotar, se possível, gestos e expressões do entrevistado;


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Escolha, formação e controlo dos entrevistadores

1. Escolha dos entrevistadores:

Não existe nenhum entrevistador-nato!

Existem, no entanto, três características que se revelam


positivas na actuação com diferentes pessoas:

sensibilidade para as relações humanas;


introspecção;
receptividade.
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A escolha do entrevistador deve fazer-se a partir de dois


critérios:

Competência técnica:
ser capaz de conduzir uma entrevista não directiva;
adequação entre o papel de entrevistador e o conjunto
dos comportamentos verbais e não verbais das pessoas;

Situação delimitada por um determinado estudo relativo a


uma determinada população:
os entrevistadores devem ser escolhidos em função das
características de uma determinada investigação e de
uma população de inquiridos particular.
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2. Formação dos entrevistadores:

No caso de o entrevistador não estar minimamente formado, pode-se


traçar um programa de formação e apresentação de alguns
instrumentos para esse efeito.

3. Controlo dos entrevistadores:

Não se trata apenas de assegurar que os entrevistadores façam


correctamente o seu trabalho, arranjando alguém para exercer
essa vigilância. De facto o controlo deveria ser feito em relação ao
“antes” e ao “durante” a entrevista.
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Elementos não verbais da entrevista

São todas as contribuições não faladas que são dadas pelo


entrevistado e também todas as contribuições sobrepostas ao
verbal.

Os elementos não verbais compreendem:

expressões corporais (mímica facial, o olhar, a mímica do gesto,…).

os actos, os escritos, onde se inclui o modo de vestir, os enfeites,


jóias, cabelo, o curriculum vitae do entrevistado,…
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Análise dos dados recolhidos

Verificação dos requisitos dos dados fornecidos pelo entrevistado:

Validade – comparar os dados com uma fonte externa;

Relevância – importância em relação aos objectivos;

Especificidade e clareza – referência com objectividade a


dados, datas, nomes, locais, percentagem, …

Profundidade – relacionado com sentimentos e lembranças do


entrevistado, sua intensidade e intimidade;

Extensão – amplitude da resposta.


Adaptado de Marconi & Lakatos, 2002
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Análise dos dados recolhidos

• Captar a informação relevante dos dados a quantificar;


• Recolher informação útil para descrever e compreender o fenómeno que se
estuda.
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Análise dos dados recolhidos

Validade/Fiabilidade
Triangulações: encontrar convergência noutras fontes de
informação; com diferentes investigadores ou diferentes métodos
dos utilizados por si;

Feedback (memberchecks) receber feedback dos participantes no


estudo e auscultar as suas opiniões relativamente aos resultados do
estudo;

Peer examination : Procurar a opinião de investigadores da


mesma área ou que tenham estudos semelhantes. Não só
relativamente aos resultados, como também relativamente à
validação de metodologias a utilizar durante o estudo.
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Vantagens da Entrevista

Flexibilidade

Oportunidade de aprofundar os elementos de análise recolhidos com


imagem, voz, componente escrita ou registo multimédia (rigor dos
dados “personalizáveis” e “directos”);

Oportunidade de questionar;

Adaptação a novas situações e a novos entrevistados;

Número elevado de dados diversificados;

Interpretação mais rica de pormenores e a importância dos


testemunhos (quadro de referência objectivo e corrigido ao longo da
entrevista).
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Limites e Condicionantes

Risco de intimidação dos sujeitos (problema de utilização da


técnica e competência básica do entrevistador);

Dificuldade dos dados recolhidos servirem imediatamente à análise


específica em estudo;

Restritivo quanto ao número de sujeitos;

Realidade e ilusão sobre:


espontaneidade/sinceridade/clareza/confusão, entre outros, no
depoimento do entrevistado (problema da neutralidade do
entrevistador face a reacções inesperadas do entrevistado).

Ruído comunicativo e adequação/articulação das perguntas às


respostas dadas.
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Resultados da Entrevista / Análise de conteúdos

Dois tipos:
aqueles que fazem intervir categorias pré-definidas;
aqueles que não fazem intervir categorias pré-definidas - carácter
exploratório.

Tratamento da análise de conteúdos - os dados recolhidos


reclamam, sempre, análise complementar;

Tratamento das informações e reflexões numa abordagem


sistemática, conteúdo a conteúdo - os conteúdos proferidos pelo sujeito
são formatados como dados quantitativos palpáveis;

Tratamento das informações relevantes como contributo à


argumentação do investigador - os materiais extraídos da entrevista vão
auxiliar a clareza do processo de investigação.
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Resultados da Entrevista / Análise de conteúdos

A análise de conteúdos exige conhecimento teórico e prático dos


processos de comunicação e de interacção entre individuos
(psicologia social) e capacidade para preparar/realizar entrevistas
(guião técnico).
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Conclusão

“Nos estudos qualitativos as conclusões deverão ser expressas em


forma de discurso narrativo, descritivo e não de um ponto de vista
demasiado científico; deverá dar uma perspectiva holística e ser
também o momento da descrição das experiências do investigador e
dos seus significados.
O investigador deverá ser sempre honesto na apresentação das suas
conclusões. Caso não o seja, o estudo não terá valor científico e não
atingirá nenhum dos seus objectivos.”

(Coutinho, 2007)
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Entrevista…

“O bom entrevistador deve, efectivamente, saber reunir duas

qualidades muitas vezes incompatíveis: saber observar, ou seja,

deixar a criança falar, não desviar nada, não esgotar nada e, ao

mesmo tempo, saber buscar algo de preciso, ter a cada instante

uma hipótese de trabalho, uma teoria, verdadeira ou falsa, para

controlar”.

Piaget
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Bibliografia

• Duarte, Rosália (2004). Entrevistas em pesquisas qualitativas, Educar;

Curitiba, n.24, p.213-225. Editora UFPR

• Ghiglione, Rodolphe, Matalon, Benjamin (2001). O Inquérito: Teoria e Prática,

4.ª Edição, Oeiras: Celta Editora

• Lessard-Hébert, Michelle, Goyette, Gabriel, Boutin, Gérald (2005). Investigação

qualitativa – Fundamentos e práticas, 2.ªEdição, Lisboa: Instituto Piaget

•http://www.cienciaviva.pt/rede/risco2004/entrevistas/# (acedido a 15-01-08)

• http://www.prof2000-pt/users/folhalcino/ideias/comunica/entrevista.htm

(acedido a 18-01-2008)

•http://claracoutinho.wikispaces.com/investiga

%C3%A7%C3%A3o+qualitativa+passos+fundamentais (acedido a 15-08-2008)

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