Tema EBD 15-03

Escola Bíblica Dominical.
Lição 05: A Igreja no Brasil

Leitura temática.
“E dizendo: O está cumprido, o reino
de Deus está próximo. Arrependei-
vos, e crede no evangelho.” (Marcos
1:15).

Verdade prática.
O quadro religioso brasileiro
é de competição pluralista entre
religiosidades as mais diversas.
Leitura bíblica em classe.

Mateus 28: 19-20
Síntese textual.
Nunca houve tanta liberdade religiosa no Brasil como agora. Nunca
antes as religiões foram tão livres para se estabelecer, competir entre si e
se propagar como nos dias de hoje. Depois da separação entre o Estado
Brasileiro e a Igreja Católica – em Inglês esse processo Político-Cultural de
Laicização ou secularização do Estado se chama, disestabilishment (abolir,
cancelar). O Brasil vê hoje os efeitos dinamizadores que a liberdade de
expressão religiosa tem trazido para o campo das religiosidades quando
elas se põem em livre concorrência (GAARDE, 2000, p.283).
Introdução.
O Brasil é um país eminentemente cristão, desde as suas origens.
Sabemos que em sua prática religiosa, é um país que tem
predominantemente um plurarismo religioso, onde se concentra
muitas formas de religião com suas múltiplas religiosidades.
É frequente a criação de novas igrejas e até mesmo de novas
religiões. Isso, certamente acontece, devido a liberdade de expressão,
e, consequentemente de culto. Nesta lição, analisaremos este
fenômeno tão dinâmico e sempre crescente na nação brasileira.
Explanação.
I. A Igreja no Brasil.
Segundo a história, o Brasil foi “descoberto” em 22 de abril de 1500, e
colonizado pelos portugueses. No que tange à religião, foi catequizado pelos
jesuítas, que foram padres missionários.
O Brasil foi um país oficialmente católico por cerca de 400 anos. Mesmo
após sua independência em 7 de setembro de 1822, ainda se manteve a
Igreja Católica oficialmente unida ao novo Estado-Nação.
Décadas antes do “descobrimento”, o papado já havia concedido à
Coroa portuguesa o direito de padroado sobre as igrejas instaladas
nas terras conquistadas por Portugal, tal conquista impunha
conversão compulsória de novos povos e populações. A
evangelização ia junto com a denominação colonial.
O catolicismo só deixou de ser a religião oficial do Estado
brasileiro no final do século XIX, quando a monarquia foi substituída
pelo regime republicano, o qual abriu mão sem mais da religião
oficial. A República Velha desferiu um golpe mortal no regime do
padroado, ao separar juridicamente a Igreja Católica do Estado
Nacional. Este foi, desde então, declarado laico. Isto é,
religiosamente neutro, religiosamente isento, religiosamente, abstrato
(GAARDE, 200, p.282).
II. A inserção do protestantismo no Brasil.
Ao contrário da tradição católica, o protestantismo que surgiu da
Reforma do século XVI foi muito mais longe na verdade de
tendências e instituições que gerou, e desde cedo revelou-se
incapaz de conserva-se unido. Por esta razão, é muito mais
adequado falar em “protestantismos” (luterano, calvinista,
metodistas, etc.) que em “protestantismo brasileiro”. E quando se
trata de falar no que chamamos aqui “protestantismo brasileiro”, a
complexidade ainda é maior.
II. A inserção do protestantismo no Brasil.
Depois de duas tentativas fracassadas, protestantes franceses se
estabeleceram no Rio de Janeiro entre 1555 e 1560 e protestantes
holandeses se estabeleceram no nordeste finalmente inseriu-se no
Brasil no começo do século XIX (MENDONÇA, 1990, p.11-12).
Em 1699, Cotton Mather afirmava que o catolicismo implantara na
América Latina um cristianismo deformado, tese repetida muitas
vezes no futuro por outros autores, até mesmo latino-americanos,
como o brasileiro Eduardo Carlos Pereira (IBIDEM, p.31).
Na verdade, após toda essa história, vem o pentecostalismo nas
primeiras décadas do século XIX. A primeira Igreja Pentecostal do
Brasil foi a Congregação Cristã do Brasil, 1910, no Paraná e em São
Paulo, e em 1911, em Belém do Pará, a Assembleia de Deus
(GAARDE, 2000, p.285-288).
Daí por diante, houve grandes diversificações de denominações,
tanto nas tradicionais, quanto nas pentecostais e neopentecostais,
estas, em grandes escalas. O Senhor Jesus disse aos seus apóstolos:
“Mas recebereis a virtude do Espirito Santo, que há de vir sobre vós; e
ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e
Samaria, e até aos confins da terra” (Atos 1:8). Todo esse crescimento
faz jus aos ensinos poderosos do Senhor (Fp 1:18).
III. Crescimento das Igrejas.
O crescimento das igrejas no Brasil é fundamentalmente um
movimento leigo. Uma grande parte das mais de 200 mil igrejas
brasileiras não foi plantada com estratégia elaborada e planejamento
estratégico, nem cresceu pelas mãos habilidosas de líderes
conhecidos, professores educados nas faculdades teológicas ou
pastores conhecedores de línguas originais, hermenêutica, homilética
e outras.
III. Crescimento das Igrejas (cont.).
Ao, contrário, a abertura de milhares de congregações de “fundo de
quintal” e pontos de pregação da periferia urbana e cidades do interior
foi realizada por gente simples, em especial por pentecostais (MÚZIO,
2010 p.154). Este avanço nos faz lembrar do compromisso quando
aceitamos ao Senhor Jesus e nos entregamos e conforme temos: “E
dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo.
Arrependei-vos, e crede no evangelho” (Mc. 1:15).
Conclusão:
Temos observado que a igreja brasileira passou por mutações
drásticas no decorrer dos tempos. A pesar de todas as divergências
da igreja do Brasil, percebemos que ela foi crescendo e se
consolidando diante dos desafios e embaraços que foram surgindo.
Quando cresce integralmente, a igreja missional se torna sinal e
instrumento da vinda de Cristo, apontando para além de si mesma,
para o Reino de Deus.
O Missionário Gustaf Daniel Högberg mais
conhecido como Daniel Berg, foi um missionário
evangelista pentecostal sueco que atuou no início
do século XX na Amazônia e Nordeste brasileiro.
Era filho dos batistas Gustav Verner Högberg e
Fredrika Högberg. Aprendeu a profissão de ferreiro
fundidor, converteu-se e foi batizado nas águas em
1899. No início de 1920, visitou a Suécia e se casou
com Sara em julho. No ano seguinte o casal veio ao
Brasil e em 1927 mudou-se para São Paulo. Gustaf Daniel Högberg
Daniel Berg (1884 – 1963)
O Missionário Gunnar Vingren foi um
missionário evangelista pentecostal sueco. Atuou no
início do século XX na Amazônia e Nordeste
brasileiro. Era filho de pais batistas, que lhe
ensinaram desde cedo a trilhar nos caminhos santos,
seus pais o levavam à Escola Dominical, onde seu
pai era dirigente. Em 1897, aos 18 anos, foi batizado
nas águas na Igreja Batista em Wraka, Smaland,
Suécia. Nessa época, assumiu a direção da Escola
Gunnar Vingren (1879 – 1933)
Dominical de sua igreja, substituindo seu pai.
Imigrou aos EUA onde se formou no Seminário Teológico Sueco de
Chicago, ministrou em algumas igrejas batistas escandinavas e decidiu seguir
sua vocação missionária indo para o Brasil com Daniel Berg no final de 1910,
estabelecendo-se em Belém ajudando a fundar as Assembleia de Deus.
Movimento Pentecostal nos Estados Unidos.
O missionário sueco pioneiro na doutrina pentecostal
na Europa e pastor da Igreja Batista de Estocolmo Lewi
Petrus Pethrus (1884-1974) teve um importante papel no
Brasil por ter transmitido a Doutrina Pentecostal ao
missionário Daniel Berg e ter sido o responsável pelo
envio do missionário Samuel Nyströn ao Brasil em 1916.
Ele participou como convidado de Gunnar Vingren da
primeira reunião da CGADB (Convenção Geral das
Assembleias de Deus no Brasil) em 1930 na cidade de Lewi Petrus Pethrus
Natal (RN). (1884-1974).

Em uma conferência realizada na Primeira Igreja Batista Sueca de Chicago,
Gunnar passou pela experiência do batismo com o Espírito Santo e no falar em
línguas. A partir daí, começou a pregar a doutrina pentecostal; porém, metade
da Igreja Batista de Menominee, Michigan, não o quis mais como pastor.
Nos Estados Unidos os missionários passaram a frequentar a Igreja Batista,
levando a doutrina do batismo com o Espírito Santo do falar em línguas
espirituais (línguas estranhas) no movimento pentecostal.
Avivamento da Rua Azusa.
Os ‘movimentos pentecostais’ nos EUA
e em outros países já vinham ocorrendo em
várias localidades onde eram realizadas
‘reuniões de oração’. Sendo que nos EUA
muitas destas reuniões eram conduzidas
por Charles Fox Parham cujo apogeu se
deu através de um pastor leigo e negro,
chamado William Joseph Seymour, na rua
Azusa, Los Angeles, em 1906.
A Missão de Fé Apostólica na rua Azusa é considerada o berço do
Pentecostalismo nos EUA. E cujos ocorridos na Rua Azusa envolviam pessoas de
origem humilde e imigrantes. Eles logo conquistaram uma grande multidão e
começaram a formar grupos de pessoas com ideias afins para orar por renovação
divina. No centro do distrito industrial de Los Angeles, Califórnia, havia uma
pequena igreja de tábuas na qual os metodistas uma vez fizeram os seus cultos.
Estava localizada na Rua Azusa 312, e chamava-se Missão Evangélica da Fé
Apostólica (Apostolic Faith Gospel Mission). Era liderada por um negro (que tinha
só um olho) por nome William Seymour.
O encontro.
Em 1902, Daniel Gustav Högberg, com 18 anos de idade, viaja para os
Estados Unidos à procura de trabalho. No ano seguinte, é a vez de Adolph
Gunnar Vingren segue o mesmo destino, aos 23 anos. (Ali, sem se conhecerem e
morando em cidades diferentes, são preparados por Deus para uma grande
obra”). Daniel Berg é batizado com o Espírito Santo em 1909 durante o regresso
de uma visita à Suécia. E Gunnar Vingren é batizado com o Espírito Santo em
novembro de 1909 enquanto participa de uma conferência na Primeira igreja
Batista Sueca, em Chicago.
O encontro (continuação).
Certo dia, Berg e Vingren foram visitar um membro da igreja chamado Olof
Adolf Uldin, enquanto oravam, o Espírito Santo veio poderosamente sobre o grupo
e Uldin profetizou que Daniel Berg e Gunnar Vingren seriam enviados ao “Pará”,
onde pregariam o Evangelho a um povo simples.
Faltava saber onde era o Pará pois ninguém sabia. No dia seguinte disseram ao
irmão Adolfo: “Vamos a uma biblioteca aqui na cidade para saber se existe algum
lugar na terra chamado Pará”. Descobriram que o Pará é no Norte do Brasil.
Confirmando mais uma vez que Deus nos tinha falado.
Dos Estados Unidos para o Brasil.
Em obediência à orientação recebida,
ambos viajaram para Nova York e lá
encontraram, de fato, o navio chamado
Clement, que sairia na data indicada por
Adolf: 5 de novembro de 1910. Tudo
acontecera conforme Deus tinha revelado.
Dos Estados Unidos para o Brasil (continuação).
Por falta de recursos, compraram uma passagem de terceira classe. Duas
semanas depois, com apenas 90 dólares no bolso, desembarcaram em Belém do
Pará, num dia de sábado, bem ensolarado, sem saber uma palavra em
português e sem ninguém para recebê-los no porto. Assim começou a obra das
Assembleias de Deus no Brasil.
Pregações no Brasil.
No Brasil os missionários são acolhidos por um pastor batista que oferece
alojamento no porão de sua igreja. Nas palavras de Berg (2001, p. 48):
“Iniciamos as atividades no Brasil, dirigindo cultos e pregando na Igreja Batista.
É claro que não fazíamos reservas quanto à doutrina pentecostal que havíamos
aceitado. Quando nos sentíamos dirigidos a pregar acerca dessas verdades, nós
o fazíamos com toda a franqueza”. Este mesmo empenho em pregar as
“verdades pentecostais” despertou certa resistência por parte da liderança da
igreja batista.
Pregações no Brasil (continuação).
De acordo com Vingren (2000), no dia 8 de junho de 1911, Celina
Albuquerque é batizada com o Espírito Santo; no dia seguinte, o mesmo
fenômeno é experimentado pela “irmã” Maria de Nazaré. Quatro dias depois,
13 de junho de 1911, é convocada na mesma igreja Batista uma sessão
extraordinária para exclusão dos missionários suecos e dos demais
simpatizantes da “doutrina” pentecostal. Na ocasião da convocação, o pastor
da igreja estava viajando e a reunião é conduzida por um evangelista que
estava substituindo o pastor (MESQUITA, 1940).
Fundação da Assembleia de Deus.
Em 02 de junho de 1911 orando pela madrugada as irmãs, Celina Martins de
Albuquerque e Maria Nazaré, são batizadas pelo Espírito Santo. Este fato
resulta na expulsão de 13 membros da Igreja Batista.
No dia 18 de junho de 1911 em virtude da expulsão de irmãos da Igreja
Batista, 18 outros irmãos, mais os missionários Daniel e Gunnar, fundam na
casa da irmã Celina a Missão de Fé Apostólica.
Em 11 de janeiro de 1918 os missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren
registraram oficialmente a Sociedade Evangélica Assembleia de Deus.
Segundo Templo da Assembleia de Deus
Templo da Assembleia de Deus em Belém do Pará.

Uma das primeiras formações da orquestra da Igreja de Belém Pará
O missionário sueco Nels Julius Nelson, foi
um grande homem de Deus cujo ministério foi
decisivo para a propagação da fé pentecostal
no Brasil. A partir de 1921, foram 42 anos de
trabalhos missionários ininterruptos no norte,
nordeste e sul do país. Nem os perigos das
florestas, nem as doenças tropicais, nem as
privações e perseguições puderam impedir
este gigante da fé.
Casal Nelson pelas ruas de Belém (PA)


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Templo da Assembleia de Deus em Belém do Pará.

Casal Nelson pelas ruas de Belém (PA)

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