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DEMIN/EM/UFOP

Estabilidade de Escavações
Subterrâneas – MIN 225
Prof José Margarida da Silva

Impactos Ambientais decorrentes da


redistribuição de tensões em
escavações de lavra subterrânea

Subsidência

2009
Sumário
• Introdução
• Tipos de impacto
• Tipos de subsidência
• Fases de subsidência contínua
• Subsidência Residual
• Mitigação do Impacto
• Estudos de Caso
• Bibliografia
Introdução
A execução de escavações para a extração de minério é
uma alteração no meio ambiente.
A lavra subterrânea geralmente tem um menor impacto
que a lavra a céu aberto, mas as aberturas subterrâneas
podem:

• comprometer a qualidade do maciço rochoso, os


recursos hídricos;

• levar a fenômenos como a subsidência de terrenos e os


golpes de terreno (“rockbursts”), entre outros impactos.
Introdução
Com a tendência crescente da produção de bens
minerais através da lavra subterrânea, aumenta
a importância a ser dada ao impacto ambiental
produzido pela mesma.
Existem diversas medidas de projeto que podem
limitar estes efeitos.
E, sendo a mineração uma atividade essencial
para a nossa própria sobrevivência, é preciso
continuamente procurar harmonizá-la com a
segurança.
Impactos ambientais
Impactos ambientais da lavra
subterrânea:

• impactos no depósito mineral e rochas


encaixantes,
• impactos nas escavações no subsolo,
• impactos na superfície do terreno.
• impactos lavra subterrânea-drenagem
ácida, subsidência, rock bursts.
Drenagem Ácida
Lavra de materiais sulfetados - pode
ocasionar formação de águas ácidas,
pela oxidação dos sulfetos; estas
águas devem ser tratadas e
neutralizadas (aumento do pH),
antes de serem lançadas ao meio
ambiente.
Uma das formas de mitigação:
produção de ácido sulfúrico.
Subsidência
• Subsidência: conjunto de movimentos
descendentes do maciço rochoso, dependente do
tempo, em direção ao centro de uma abertura
subterrânea;

• deve-se principalmente à tendência das rochas de


preencherem os vazios criados pelas aberturas,
principalmente após o seu colapso.

• É um problema potencial que, não controlado,


pode levar a um dano superficial de grande
escala.
Subsidência contínua
Subsidência descontínua
Subsidência
• Para que ocorra subsidência na superfície, é
necessário que determinadas dimensões
críticas das aberturas subterrâneas sejam
ultrapassadas;
• A região afetada pode ser esquematicamente
relacionada a um tronco de cone invertido que
se alarga do interior do maciço rochoso para a
superfície.
• A forma na superfície é geralmente uma elípse,
com eixo maior paralelo à direção do avanço da
lavra.
Subsidência contínua para camada horizontal

 = ângulo de máxima influência


Perfil de subsidência
A profundidade e a extensão da bacia de
subsidência dependem:
• da potência e do mergulho do corpo lavrado,
• da profundidade e das dimensões da
escavação,
• dos tipos de suporte empregados,
• da velocidade de avanço das frentes de lavra,
• do tempo,
• do condicionamento geológico presente no
maciço rochoso.
Subsidência máxima
e Largura crítica
Peng (1992) relaciona a subsidência máxima (S), a potência
do corpo (m), o fator de subsidência (a) e o ângulo da
direção da abertura com a horizontal ():

S = a m cos 

Se cos  = 0 -------------S = a m

Largura crítica:

wc = 1,4 h

h é a profundidade de trabalho.
Fases de subsidência
• Crítica

• Sub-crítica

• Supercrítica
Mina de Germunde, Portugal
Mina de Kiruna
(Suécia)
Subsidência (aluimento)
Fato essencial: qualquer ponto na superfície
pode continuar a subsidir por um tempo
ao longo da extração dentro de uma área
crítica abaixo deste ponto.
Além da “subsidência ativa”, pode haver
uma subsidência algo dependente do
tempo, devido a fenômenos como a
consolidação ou o comportamento visco-
elástico dos estratos, que continuam a
existir depois de o ponto não estar tão
distante da zona de influência da face
escavada (“subsidência residual”).
Há de se prever então um monitoramento
dessa situação.
Detecção e Mitigação
• Técnicas de detecção do fenômeno: da
instalação de marcos topográficos à
utilização de extensômetros, tiltímetros,
inclinômetros ou sensoriamento remoto.
• O custo de medidas preventivas é
usualmente menor que aquele para
reparar danos quando não são tomadas
as devidas precauções.
MEDIDAS PARA LIMITAR
EFEITOS DE SUBSIDÊNCIA
Extração Parcial

São deixados pilares laterais substanciais entre os painéis.

Carvão, Reino Unido: pilares de largura de 30 a 100m


deixados entre painéis extraídos com razão
largura/profundidade menor que 1/3.

Dependendo da configuração da razão de extração, podem


ser alcançadas reduções da ordem de 80% na máxima
subsidência.
Medidas de minimização
Tratamento

Preenchimento com compactação de tiras ou


método hidráulico ou pneumático com sólidos,
que pode reduzir a subsidência em até 50%,
dependendo da natureza e duração do
tratamento.

Maiores reduções são obtidas pelo preenchimento


imediatamente após a lavra ou com colocação
de estruturas artificiais de sustentação.
Medidas de minimização
Extração Harmônica
Remoção em etapas do mineral de área crítica de
modo que a superfície seja rebaixada
vagarosamente e deformações horizontais
sejam minimizadas.
A extração harmônica requer que o painel seja
avançado em pelo menos duas faces mantidas
a uma distância cuidadosamente calculada.
Orientação da estrutura com respeito à direção de
avanço da face determina por quanto tempo a
proteção contra a onda superficial (longitudinal
ou transversal) é a mais importante.
MÉTODOS DE PREVISÃO DO PERFIL DE
SUBSIDÊNCIA CONTÍNUA
Métodos gráficos;
Métodos analíticos.

Existem métodos que tratam do problema inverso:

• a partir de uma subsidência máxima admissível,


calculam-se as dimensões máximas das aberturas a
serem realizadas.

Entre os métodos numéricos, o principal é o método de


elementos finitos.
Previsão de Subsidência
• Métodos Empíricos
Tabelas e ábacos permitem determinar a
subsidência prevista em cada ponto, a partir da
profundidade, largura e altura da escavação.
• National Coal Board (NCB);
• Funções de Perfil;
• Funções de Influência.

O perfil de subsidência é obtido pelo traçado de


uma curva por pontos.
Previsão de Subsidência

• Métodos Analíticos
Assimilando-se o comportamento dos
maciços rochosos a modelos físicos
simplificados (elásticos, elasto-plásticos,
visco-elásticos etc) e utilizando-se as
respectivas teorias matemáticas.
Referências
• CURI, A. “Análise e Mitigação do Impacto Ambiental devido à Subsidência em Minas Subterrâneas”.
Tese de Doutoramento. Universidade Técnica de Lisboa. Inst. Superior Técnico. Lisboa. 208 pp.
1995.
• KANJI, M. A. “Surface displacement as a consequence of excavation activities”. Proceedings fourth
Congress of International Society for Rock Mechanics. ISRM, vol.3, pp. 345-368. Montreaux, 1979.
• MELLO MENDES, F. “Geomecânica Aplicada à Exploração Subterrânea ”. Instituto Superior
Técnico. UTL. 346 pp. Lisboa, 1985.
• PENG, S. S. 1992. Mining Subsidence Engineering. AIME. Soc. Min., Met. Explor. EUA. 161 pp.
• SING, B.; SAXENA, N. C. “ Land Subsidence ”. Internacional Symposium of Land Subsidence.
Central Mining Research Station. Dhanbad (Índia), 1989.
• VOIGTH, B.; ASCE, A. M.; PARISEAU, W. “State of Predictive Art in Subsidence Engineering”.
Journal of the Soil Mechanics and Foundations Division 96. pp. 721-750. March 1970. CURI, A
Análise e Mitigação do Impacto Ambiental devido à Subsidência em Minas Subterrâneas.
Universidade Técnica de Lisboa. Instituto Superior Técnico. (Tese de Doutorado), 208 p. 1995.
• JAEGER, J. C.; COOK, N. G. W. Mining and Engineering Applications. Chapman and Hall. 3 ed., p.
505-515. 1979.
• LINKOV, A. Rockbursts and the instability of rock masses. International Journal Rock Mechanics,
Mining Sciences & Geomechanics Abstracts, v. 33, n. 7, p. 727. 1996.
• RIDEG, P.; EYNON, P. Controle de Subsidência no Dimensionamento de Minas. Seminário
Nacional sobre Mina Subterrânea, 2. Porto Alegre, 14 p. 1982.
• SILVEIRA, T. Técnicas de Sustentação em Minas Subterrâneas. UFOP, p. 1-26. 1987.
• VANDALE, A E. Subsidence - A Real or Imaginary Problem? Mining Engineering, p.86 – 88,
sep/1967.

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