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Comunicação para

mobilização social
Relações Públicas no Terceiro Setor
Aula 06 | Turma: 3º semestre | 18.03.2020
Prof. Marcus Vinicius Bomfim
marcus.bomfim@fecap.br
Definição para mobilização social

Mobilização social é uma reunião de sujeitos que


definem objetivos e compartilham sentimentos,
conhecimentos e responsabilidades para a
transformação de uma dada realidade, movidos
por um acordo em relação a determinada causa de
interesse público.

(BRAGA; HENRIQUES; MAFRA, 2004, p.36).


Relação entre mobilização
social e comunicação
Para que a mobilização seja útil a uma sociedade, ela tem
que ser orientada para a construção de um projeto de
futuro. Eles reconhecem a mobilização social como um ato
de comunicação, pois envolve o compartilhamento de
discursos, visões e informações. Por isso os processos de
mobilização social podem ser compreendidos como
processos comunicativos.

(HENRIQUES, 2010, p.3)


Demandas sociais para a
mobilização
 Projetos de ação voluntária;

 Organizações da sociedade civil do chamado Terceiro Setor;

 Militância partidária;

 Organizações populares e comunitárias;

 Trabalhos cooperativos, sociais;

 Fóruns de participação institucionalizada em temas públicos, como


conselhos, comitês etc.;
 Projetos de ação social, incluindo os de responsabilidade social nos quais
empresas buscam atuar junto aos públicos denominados “comunidades”.
Qual a visão de futuro possível
para o Movimento dos Atingidos
por Barragens?

Como fazer quem não vive essa


realidade participar desse
processo de transformação?
Qual a visão de futuro possível
que o Greenpeace quer para o
mundo?

Como fazer quem não acredita


na relevância do impacto das
mudanças climáticas fazer parte
dessa transformação?
Fatores-chave para a ocorrência
de mobilização social
1. Processo dinâmico - há a comunicação entre os atores sociais
envolvidos com o propósito de transformar realidades ou lutar
contra adversidades;

2. Compartilhamento - ocorre ou emerge entre os atores sociais


um sentimento ou propósito de compartilhar conhecimentos,
definir responsabilidades e competências, e não apenas
sentimentos de incômodo, indignação, revolta, etc.

3. Projeção social - o grupo busca posicionar sua causa perante a


sociedade buscando sua visibilidade e legitimidade, querendo
também ampliar sua base social, com novas adesões.
(...) devemos estar atentos ao modo como se formam as causas
sociais, ou seja, como um determinado problema, que pode
estar restrito à percepção individual ou afetar apenas uma
pessoa ou grupo restrito de pessoas, de modo particular,
torna-se algo de interesse coletivo e público. A este processo
chamamos de coletivização. É fundamental, para isso,
compreendermos como é formado o interesse público.

(HENRIQUES, 2010, p.5)


Coletivização, grupalização e
interesse público
o processo de coletivização não se completa sem um processo de
grupalização - formação de grupos dispostos a defender a causa,
iniciar a mobilização, gerar e manter as condições para que o
processo coletivo realmente ocorra.

Uma vez formado um grupo capaz de se identificar com a situação-


problema e de abraçar a causa, é da própria lógica do processo de
mobilização a demanda por ampliação da participação e do
engajamento, conquistando a adesão de outros públicos, pessoas e
grupos com os quais seja possível compartilhar sentimentos,
conhecimentos e responsabilidades.

(HENRIQUES, 2010, p.10)


Condições para coletivização
• A causa deve ser vista como um problema concreto.

Concretude • As pessoas devem se sentir afetadas, mesmo


indiretamente.

• Convencer as pessoas sobre o caráter público da causa.

Caráter Público • Ser objeto de políticas públicas e de cooperação para


obter soluções.
Visibilidade
• Gerar argumentos que incitem compartilhamento e Pública
Viabilidade luta pela solução ofertada.
• Convencer as pessoas que a mudança pode ser
alcançada.

• Inserir a causa em um conjunto de valores mais amplo

Sentido amplo e rico de sentidos para muitos grupos.


• Visão de futuro ético que satisfaça um imaginário ideal
e não imediatista.
Coletivização, grupalização e
interesse público
Senso comum Visão estratégica

Interesse público Coletivização

Coletivização Grupalização

Grupalização Interesse
Público
A mobilização ocorre quando um grupo de pessoas, uma
comunidade ou uma sociedade decide e age com um
objetivo comum, buscando, quotidianamente, resultados
decididos e desejados por todos.[...]Mobilizar é convocar
vontades para atuar na busca de um propósito comum, sob
uma interpretação e um sentido também compartilhados.

TORO e WERNECK, 2007, p.13


TORO e WERNECK, 2007
Características da comunicação
no processo de mobilização

1. Descentralização – compartilhar processos de construção das


narrativas, democratização dos processos comunicativos;

2. Diálogo – propiciar o encontros entre sujeitos interlocutores;

3. Liberdade – problematizar conhecimentos sobre a realidade


para melhor compreendê-la, explica-la e transformá-la;

4. Educativa – gerar referências para a ação e para a mudança de


atitudes e mentalidades;
Formar uma comunidade para
a mobilização
 Sentimento de pertencimento

 Sentimento de ser/estar em comunidade

 Estabelecer uma permanência (vínculos/relacionamento)

 Territorialidade  migrando para meios digitais


Participe do Fórum desta aula!
 Compartilhe com seus colegas de turma suas impressões sobre as ideias
discutidas na aula de hoje sobre mobilização social.
 Contextualizando: considerando o cenário atual gerado pela pandemia do COVID-
19, como você particularmente acredita que a sociedade civil brasileira possa se
articular e mobilizar-se em torno de quatro aspectos (ou tópicos de discussão no
Fórum): autocuidado, saúde mental, investimento no Sistema Único de Saúde (SUS)
e atenção às pessoas que formam o grupo de risco do vírus (idosos, diabéticos,
imunodeprimidos, etc.)?
 Escolha um aspecto (ou tópico) e comente a respeito. Em breve, poderemos
pensar em ações de comunicação para dar suporte!
Comunicação para
mobilização social
Relações Públicas no Terceiro Setor
Aula 06 | Turma: 3º semestre | 18.03.2020
Prof. Marcus Vinicius Bomfim
marcus.bomfim@fecap.br
Vale assistir estes programas
 Programa Globonews Painel – Uma distopia chamada Rio de Janeiro -
https://globosatplay.globo.com/globonews/v/7539656

 Projeto Vozes Urbanas - Trata-se de uma série de debates com temáticas diversas
relacionadas à justiça social e às desigualdades socioespaciais no país e pelas
populações de grandes cidades - https://www.youtube.com/watch?v=2kC-
Hbh8Mh8&list=PL3u-mo5WlsBOUAYGRhbRxvk-xPHcjNcuR&index=2&t=0s.

 Emergências Políticas nas Periferias – Síntese #1 –


https://www.youtube.com/watch?time_continue=129&v=kHtTL-c8sx8 e Síntese #2 -
https://www.youtube.com/watch?v=mUTS1IW5VEg&list=PL3u-
mo5WlsBOUAYGRhbRxvk-xPHcjNcuR&index=5&t=0s.

 Política: Modo de Fazer [Globonews] - Jovens pesquisadores viajam pela América


Latina atrás de iniciativas inovadoras. O programa traz o despertar da sociedade
para a prática política e mostra como cidadãos tornam-se agentes de mudanças -
https://globosatplay.globo.com/globonews/politica-modo-de-fazer/
Vale assistir estes programas
 Transformadores Colab: Turma 2 [doc] –
https://www.youtube.com/watch?v=G-rTRC9qdgs

 Quero na Escola - https://www.youtube.com/watch?v=9H9uwByajDQ

 Programa de Moradias de Emergência do TETO Brasil -


https://www.youtube.com/watch?v=zdecKi8NLwo

 O urbanismo pensado para as crianças [Cidades & Soluções] -


https://globosatplay.globo.com/globonews/v/7255607

 Mariana (MG), dois anos depois da tragédia -


https://globosatplay.globo.com/globonews/v/6107797

 Vida em Ocupação [EBC na Rede] -


https://www.youtube.com/watch?time_continue=13&v=_Uq159BD_ek

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