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DIA DAS MULHERES

As mulheres estiveram confinadas dentro do lar por milênios, sendo encarregadas


pelos trabalhos domésticos, e funções de esposa e mãe. Soma-se a isto os fatores
culturais e morais daquela época, e em que em muitos países perduram até os dias
atuais. Estes fatores impediam e ainda impedem que elas abrissem mão do serviço
doméstico para trabalhar fora de casa.

As mulheres eram tratadas como mero objeto de procriação e considerada como


propriedade dos homens, aos quais devia obediência e subordinação.
DIA INTERNACIONAL DA MULHER
A mulher esteve em um estado de dormência durante várias gerações, aceitando essa
espécie de dependência e subordinação. A sua luta, inicialmente, foi esparsa,
começando por pequenas revoltas a fim de expressar sua opinião sobre a situação e
luta por seus direitos. Mas na sociedade atual, a mulher moderna possui plena
consciência do seu potencial e seus direitos e passa a demonstrar grande interesse
pela valorização e melhoria de seus direitos como cidadã, mãe e trabalhadora.
Apesar de os direitos das mulheres nas relações trabalhistas ter sofrido uma grande
evolução nas últimas décadas, ainda sofre inúmeras restrições e ocasiões em que deve
se evoluir, como a desigualdade salarial entre homens e mulheres que trabalham no
mesmo ramo, a quantidade reduzida de mulheres que ocupam os cargos mais altos
das empresas se comparado ao dos homens, a diferença gritante entre as mulheres
que se candidatam a algum cargo do Poder Legislativo e Judiciário.
DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Segundo o sociólogo francês Bernard Charlot (2009), os liceus femininos só foram
criados em 1880 e sob forte resistência – o medo de que, escapando da influência
da Igreja, as meninas poderiam ser mais subversivas.
Atualmente, as questões de inclusão ainda ecoam em dezenas de países
especialmente em nações islâmicas ou nos que a religião impõe barreiras para
que elas possam ser escolarizadas.
Um exemplo da influência da religião nas relações entre os gêneros são os costumes e fundamentos do
islamismo. Várias tradições sociais e psicológicas influenciam diretamente a condição da mulher na
sociedade. O Islamismo é uma religião monoteísta que nasceu na Península Arábica no século VII, e que
se baseia nos preceitos religiosos do profeta Maomé e no Alcorão, a escritura sagrada tida como base do
Islã. Algumas das regras que as mulheres muçulmanas devem obedecer nos países mulçumanos são:

‘‘... É absolutamente proibido às mulheres qualquer tipo de trabalho fora de casa, incluindo professoras,
médicas, enfermeiras, engenheiras, etc; É proibido às mulheres andar nas ruas sem a companhia de um
“nmahram” (pai, irmão ou marido); É proibido falar com vendedores homens; É proibido ser tratada
por médicos homens, mesmo que em risco de vida; É proibido o estudo em escolas, universidades ou
qualquer outra instituição educacional; É obrigatório o uso do véu completo (“burca”) que cobre a
mulher dos pés à cabeça; É permitido chicotear, bater ou agredir verbalmente as mulheres que não
usarem as roupas adequadas (“burca”) ou que desobedeçam a uma ordem talibã; É permitido chicotear
mulheres em público se não estiverem com os calcanhares cobertos...[1]’’
Na Arábia Saudita, as mulheres também se encontram em uma posição
desvantajosa socialmente. Além de o país não ser adepto á Declaração
Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, as
mulheres possuem poucos direitos políticos porque o Governo local os
restringe. Em 2009, o Fórum Econômico Mundial listou a Arábia Saudita como
um dos piores países no quesito da igualdade de gêneros.
Isso fica evidente quando as mulheres ocupam cerca de setenta por cento das
vagas nas universidades, mas que a participação delas na força de trabalho é de
cinco por cento. No país ainda prevalece o modelo patriarcal, fazendo com que
ocorra uma divisão entre os homens e as mulheres. Na Somália, a influência da
religião também faz com que o direito das mulheres seja precário. Além de o
acesso à educação ser raro, a violência doméstica é muito comum.
INSERÇÃO GRADATIVA DA MULHER
Na fase da Idade Média, período de transição da escravidão para o feudalismo, as
mulheres passaram a ser aceitas em algumas áreas do mercado de trabalho, mas
não em posições de destaque. Mesmo tendo sua mão-de-obra vista como inferior
á realizada pelos homens, á elas foi designado funções como as de fiandeira,
tecedeira de seda.
Apesar de serem trabalhos meramente artesanais, despertou-se o interesse por outras
atividades que não fossem os afazeres domésticos. Aos poucos, a mulher foi
recebendo mais oportunidades de emprego, passando a ocupar cargos na
fabricação de tecidos.
INSERÇÃO GRADATIVA DA MULHER
Na fase da Idade Média, período de transição da escravidão para o feudalismo, as
mulheres passaram a ser aceitas em algumas áreas do mercado de trabalho, mas
não em posições de destaque. Mesmo tendo sua mão-de-obra vista como inferior
á realizada pelos homens, á elas foi designado funções como as de fiandeira,
tecedeira de seda.
Apesar de serem trabalhos meramente artesanais, despertou-se o interesse por outras
atividades que não fossem os afazeres domésticos. Aos poucos, a mulher foi
recebendo mais oportunidades de emprego, passando a ocupar cargos na
fabricação de tecidos.
INSERÇÃO GRADATIVA DA MULHER
Durante o século XVIII, a sociedade então foi fortemente impactada pela Revolução.
Uma fase histórica marcada pela substituição do trabalho artesanal e pela
introdução das máquinas industriais como mão-de-obra. O período foi marcado
pela necessidade do sistema capitalista em intensificar o lucro e a consequência
disso foram as condições precárias de trabalho.
Naquele período, a mão-de-obra feminina era considerada mais barata do que a
masculina, pois sua capacidade produtiva era menor do que a realizada pelos
homens. Como o Estado não intervia nas relações de trabalho, elas passaram a ser
exploradas, não possuíam condições de trabalho segura, trabalhavam em jornadas
superiores a 15 horas sem descanso, em ambientes sem condições de higiene,
executando funções bem além de suas forças.
A Primeira Guerra Mundial fez com que as mulheres que residiam nos
locais envolvidos no combate alterassem sua forma de viver. Mais de
20 milhões de homens foram designados para representar seus países
na Guerra. Seus maridos e filhos passaram a se deslocar em massa
para a Guerra e a falta de mão-de-obra no mercado de trabalho foi
enorme. As mulheres passaram a trabalhar fora de casa inicialmente
para auxiliar no sustento de seus lares e para suprir a quantidade
enorme de homens que faltava.
‘‘... Durante a Primeira Guerra Mundial, as mulheres que viviam nos
países envolvidos no conflito, sofreram as consequências. Enquanto
os homens deslocavam-se em grande quantidade para os campos de
batalha, mulheres de classe média e alta passaram a trabalhar fora de
casa.’’
Nas regiões agrícolas, as mulheres passaram a comandar e gerenciar a produção agrícola e a criação
dos animais. E as que viviam nas zonas urbanas foram trabalhar nos comércios e algumas para os
campos de batalha para trabalhar como enfermeiras, cozinheiras, motoristas de ambulâncias e etc.
Algumas mulheres mesmo com o fim da Guerra conseguiram se tornar profissionais e adquirir a
independência financeira.

Sobre os efeitos do patriotismo no período da guerra, as operárias trabalhavam de forma exaustiva em


turnos iguais ou superiores á 12 horas, em todos os dias da semana. Nas fábricas, passaram a ser
designadas também para trabalhar na produção de armamentos e munições, embalagens, ferramentas.
As indústrias dos países daquele período estavam voltadas a suprir às necessidades da guerra.
No fim do século XIX, a Europa passou a ter um fortalecimento de alguns movimentos
feministas. As mulheres almejavam maior participação jurídica, política e maior espaço no
mercado de trabalho, já que recebiam bem menos que os homens e realizavam os mesmo
serviço. As mulheres finalmente tinham rompido a barreira da inércia e passaram a requerer
maior igualdade com os homens.
“Antes de começar a guerra já existia uma mobilização de feministas na Europa e na América
defendendo o direito ao voto – eram as sufragistas. Com a guerra, as mulheres ganham
maior presença no cenário cultural e econômico”, disserta o professor de História Raphael
Amaral. “No entanto, ainda havia muitas restrições culturais ao papel da mulher e só ocorrem
mudanças significativas após a Segunda Mundial, na segunda metade do século 20”
NO BRASIL
‘‘... Na indústria têxtil, encontravam-se 569 mulheres, o que
equivalia a 67,62% da mão de obra feminina empregada
nesses estabelecimentos fabris. Nas confecções, havia
aproximadamente 137 mulheres. Já em 1901, um dos
primeiros levantamentos sobre a situação da indústria no
estado de São Paulo constata que as mulheres
representavam cerca de 49,95% do operariado têxtil,
enquanto que as crianças respondiam por 22,79%. Em
outras palavras 72,74% dos trabalhadores têxteis eram
mulheres e crianças... ’’[13]
As mulheres começaram a ser vistas como a melhor fonte de
trabalho, pois trabalhavam durante uma jornada de trabalho
com mais de 12 horas por dia e recebiam muito pouco pelo
trabalho que realizavam.
DIREITOS SOCIAIS – DIREITO AO TRABALHO
As consequências da Revolução Industrial foram fundamentais para o início do ramo do Direito
do Trabalho. Segundo Maurício Godinho Delgado (2008):
‘‘... O direito do trabalho é, pois produto cultural do século XIX e das transformações
econômico-sociais e políticas ali vivenciadas. Transformações, todas, que colocam a relação
de trabalho subordinado como núcleo motor do processo produtivo característico daquela
sociedade. Em fins, do século XVIII e durante o curso do século XIX é que se maturam, na
Europa e Estados Unidos, todas as condições fundamentais de formação do trabalho livre,
mais subordinados e de concentração proletária, que propiciaram a emergência do Direito do
Trabalho...’’[7]
Quando a Primeira Guerra Mundial se findou, surgiu o que se denomina de Constitucionalismo
social, que objetivava uma maior defesa de questões sociais nas Constituições dos países. O
Direito do Trabalho enfim passou a ser visto como uma questão de interesse social a ser
tratado pelo Estado Político.
Em 1948 foi idealizada a Declaração Universal de Direitos Humanos com a ajuda de várias
pessoas, de vários países do mundo e que apresentou um rol de direitos humanos
básicos.
‘‘... Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos,
independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer
outra condição. Os direitos humanos incluem o direito à vida e à liberdade, à liberdade
de opinião e de expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre e muitos outros.
Todos merecem estes direitos, sem discriminação...’’[10]
Algumas das características mais importantes dos direitos humanos são:
‘‘... Os direitos humanos são fundados sobre o respeito pela dignidade e o valor de cada
pessoa; Os direitos humanos são universais, o que quer dizer que são aplicados de
forma igual e sem discriminação a todas as pessoas; Os direitos humanos são
inalienáveis, e ninguém pode ser privado de seus direitos humanos; eles podem ser
limitados em situações específicas. Por exemplo, o direito à liberdade pode ser
restringido se uma pessoa é considerada culpada de um crime diante de um tribunal e
com o devido processo legal; Os direitos humanos são indivisíveis, inter-relacionados e
interdependentes, já que é insuficiente respeitar alguns direitos humanos e outros
não. Na prática, a violação de um direito vai afetar o respeito por muitos outros...’’[11]
MOVIMENTO FEMINISTA
Foi nesse contexto histórico que movimentos feministas
começaram a surgir, tendo como principais objetivos a luta
pelo reconhecimento dos direitos sociais, trabalhistas e
culturais, o direito das mulheres sobre a gestação, proteção
à concepção e contracepção, entre outros.
O feminismo passou a ter cunho reivindicatório baseando-se
nas conquistas da Revolução Francesa, que tinha como
principais ideais a igualdade, liberdade e fraternidade,
portanto as feministas acreditavam que isso deveriam se
estender ás mulheres como cidadãs.
Os movimentos feministas tinham como principal ideal a
igualdade de direitos entre homens e mulheres, isto é,
garantir a participação equânime à dos homens.
Na década de 1960, a publicação do livro O Segundo Sexo, de
Simone de Beauvoir, viria influenciar os movimentos
feministas na medida em que mostra que a hierarquização
dos sexos é uma construção social e não uma questão
biológica. A condição da mulher foi então uma ideologia que
decorre da estrutura da sociedade patriarcal, que tinha o
homem como o chefe da família e líder patriarcal, enquanto
que a mulher deveria se submeter á ele e tinha como função
os cuidados com a casa. Elas eram educadas e criadas para
serem submissas ao homem, não tendo direito de se
expressar, protestar, reivindicar, muito menos de terem
vontade própria.
DIA INTERNACIONAL DA MULHER – PORQUÊ???
Em Nova York, as greves de 1857 e 1911 foram muito importante para as
conquistas das mulheres. A primeira greve que foi a de 8 de Março de 1857
foi relacionada à paralisação das operárias das indústrias têxteis por uma
semana, causando confrontos entre elas e a polícia.
Em 25 de março de 1911, mais uma greve terminou com a morte de 146
pessoas, a maioria delas mulheres em um incêndio na fábrica Triangle
Shirtwaist Company.
‘‘Em 1911, ocorreu um episódio marcante, que ficou conhecido no imaginário
feminista como a consagração do Dia da Mulher: em 25 de março, um
incêndio teve início na Triangle Shirtwaist Company, em Nova York.
Localizada nos três últimos andares de um prédio, a fábrica tinha chão e
divisórias de madeira e muitos retalhos espalhados, formando um ambiente
propício para que as chamas se espalhassem. A maioria dos cerca de 600
trabalhadores conseguiu escapar, descendo pelas escadas ou pelo elevador.
Outros 146, porém, morreram. Entre eles, 125 mulheres, que foram
queimadas vivas ou se jogaram das janelas. Mais de 100 mil pessoas
participaram do funeral coletivo’’.
DIREITO DA MULHER
A Constituição Brasileira de 1988 é o marco jurídico de uma nova concepção da
igualdade entre homens e mulheres. É o reflexo da impressionante transformação
social que tomou corpo a partir da segunda metade do século XX e ainda não
acabou. Trata se da superação de um paradigma jurídico que legitimava
declaradamente a organização patriarcal e a conseqüente preferência do homem
ante a mulher, especialmente no locus da família. Em seu lugar, delineia-se uma
ideologia de igualdade de direitos e deveres. Desaparece a figura da chefia da
sociedade conjugal e com ela as preferências e privilégios que sustentavam
juridicamente a dominação masculina.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), são direitos das mulheres:
‘‘... Direito à vida, direito à liberdade e à segurança pessoal, direito à igualdade e a
estar livre de todas as formas de discriminação, direito à liberdade de pensamento,
direito à informação e à educação, direito à privacidade, direito à saúde e à
proteção desta, direito a construir relacionamento conjugal e a planejar a sua
família, direito a decidir ter ou não ter filhos e quando tê-los, direito aos benefícios
do progresso científico, direito à liberdade de reunião e participação política e
direito a não ser submetida a torturas e maltrato...’’
LEI MARIA DA PENHA
a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006): foi criada para coibir a violência
doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8 do art. 226 da Constituição Federal, da
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe
sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; alterando assim
o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras
providências.
A necessidade protetiva ao trabalho feminino tornou-se, inicialmente objeto de vários organismos
internacionais, que influenciaram muito a legislação trabalhista nacional, principalmente no
capítulo referente ao trabalho da mulher presente na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
GÊNERO E EDUCAÇÃO
O Informe Brasil - Gênero e Educação aponta que as
problemáticas de gênero na educação brasileira atualmente se
relacionam a seis grandes desafios, profundamente
interligados:
‘‘(...) as desigualdades persistentes entre as mulheres
brasileiras, o avanço nos indicadores de acesso e desempenho
é marcado pelas desigualdades entre mulheres de acordo com
a renda, raça e etnia e local de moradia (rural e urbano), com
destaque para a situação das mulheres negras e indígenas; a
situação de pior desempenho e de maiores obstáculos para
permanência na escola por parte dos meninos brasileiros, em
especial, dos meninos negros; a manutenção de uma educação
sexista, homofóbica/lesbofóbica/transfóbica, racista e
discriminatória no ambiente escolar; a concentração das
mulheres em cursos e carreiras ditas feminina, com menor
valorização profissional e limitado reconhecimento social; a
baixa valorização das profissionais de educação básica, que
representam quase 90% do total dos profissionais de educação,
que – em sua gigantesca maioria – recebem salários indignos e
exercem a profissão em precárias condições de trabalho; o
acesso desigual à educação infantil de qualidade.’’[22]

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