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Mecânica dos Materiais

TA-431
FEA/Unicamp

Parte I - Sólidos Deformáveis


Cap. 1 – TENSÃO
Prof. Celso Costa Lopes
2º semestre de 2009
[utilizadas figuras dos editores – vide bibliografia]
Visão Geral
A análise e projeto de estruturas, assim como
o conhecimento das propriedades mecânicas
dos materiais e corpos, exige a análise das
tensões às quais o corpo está submetido e às
deformações decorrentes das mesmas

As tensões internas são decorrentes das forças


externas às quais o corpo está submetido.

As deformações surgem devido ao limite


que o material e o corpo apresentam às
tensões internas.
Conceitos Fundamentais
• Tipos de Tensão
– Normal
• tração Força ≠ Tensão
• compressão
– Cisalhamento (cortante)

• Limites do corpo
– Tensão última do material (Tensão Máxima Admissível)
– Carga Admissível (para corpos e estruturas)
– Fator de Segurança
– Fadiga (influencia do tempo e dos eventos passados)

• Para análise de tensões
F 0
 Diagrama de Corpo Livre Equilíbrio 
M  0
Cargas Internas Resultantes de Forças
Externas – Método das Seções

• Um corpo mantido
em equilíbrio por
forças externas pode
ser analisado em
duas partes.
• Um corte é feito em
uma seção
transversal ao eixo
longitudinal
(vertical).
• Desenhando o diagrama
de corpo livre para uma
das partes, já que essa
parte também está em
equilíbrio, pode-se
verificar a existência
forças internas, as quais
são efeitos das forças
externas que atuam na
parte superior
• Embora não se saiba
exatamente essa
distribuição, as forças
internas e, claro, as
forças externa que
atuam na parte superior,
podem ser substituídas
por uma força resultante
(FR) e um momento
(MRO) em relação a um
ponto específico.
• Fazendo-se a
decomposição da força
resultante (FR) e do
momento (MRO) no
eixo normal
(perpendicular) e no
eixo paralelo à seção
transversal,
encontramos quatro
tipos diferentes de
cargas, resultantes dos
esforços externos.
O ponto O é
o centróide
da área
secionada
As quatro cargas internas resultantes
• Força Normal – perpendicular à área.
– causa a tração ou a compressão
• Força de Cisalhamento – no plano da área.
– causa o deslizamento
• Momento de Torção (Torque) – ao longo do
eixo normal
– torce uma parte do corpo em relação à outra
• Momento Fletor – ao longo do eixo localizado
no plano da área
– flete o corpo
Em duas dimensões

Não há Momento
de Torção !!
Exemplos do Método das Seções
para determinação das cargas
internas
Hibbeler 2004 - Exemplo 1.1 –

• Determinar a resultante das cargas internas em C


Colocar as Reações do Apoios

• Apoio A (único) 


MA

Ax

Ay
Colocar todas as forças externas
• Resultante da carga externa distribuída
– calcular carga total
Carga Total  270(N/m).9(m)/2  1215(N)

– encontrar o centróide  h = 1/3 = 3 m

270 N/m

h
9m
Diagrama de Corpo Livre

1.215 N

 
MA Ay

Ax
3m
Resolver as Equações de Equilíbrio
• ∑Fx= 0
-Ax = 0 => Ax = 0

• ∑Fy= 0
Ay - 1215 = 0 => Ay = 1215 N

• ∑MA= 0
MA + (-1215 N . 3 m) = 0 => MA = 3645 N.m
E no ponto C ??

Método da Seção...
Segmento CB

• Isolar o segmento, com as cargas externas correspondentes


Colocar a Carga distribuída e concentrada
• Fazer a proporção da carga distribuída
W (N/m) / 6 (m) = 270 (N/m) / 9 (m) => W = 180 N/m
• Determinar o centróide

180

1/3 2/3

6m
Colocar as Reações do Apoios

• Apoio C (único)


MC

Cx

Cy
Colocar todas as forças externas
• Resultante da carga externa distribuída
– calcular carga total
Carga Total  180(N/m).6(m)/2  540(N)

– encontrar o centróide  h = 1/3 = 2 m

180 N/m

h
6m
Diagrama de Corpo Livre
540 N

 
MC Cy

Cx
2m
Resolver as Equações de Equilíbrio
• ∑Fx= 0
-Cx = 0 => Cx = 0

• ∑Fy= 0 O quer dizer


este sinal?
Cy - 540 = 0 => Cy = 540 N

• ∑MC= 0
-MC + (-540 N . 2 m) = 0 => MC = -1080 N.m
Respostas: As cargas na seção C

540 N

C B
1080 N
Segmento AC
• Isolar o segmento, com as cargas externas correspondentes
Colocar a Carga distribuída
• Fazer a proporção da carga distribuída
retângulo  w = constante = 180 N/m
triângulo  no ponto A w=270 N/m => cateto menor = 90 N/m

90 N/m

180 N/m

A C

3m
Colocar as Cargas Concentradas
• Determinar as cargas
retângulo  W = (180 N/m) . (3 m) = 540 N
triângulo  W = (90 N/m) . (3 m) / 2 = 135 N
• Determinar os centróides

90 N/m 135 N

180 N/m 540 N

A C
1,5 m
1m 2m
3m
Colocar as Reações do Apoios e
obter o Diagrama de Corpo Livre
• Apoio A
• Apoio C

 135 N 
540 N
 Ay MC 
Ax A C
Cx


MA 1m
1,5 m
Cy
Resolver as Equações de Equilíbrio
• ∑Fx= 0
-Ax + Cx = 0
O quer dizer
Ay = 1215 N este sinal?
• ∑Fy= 0
Ay + Cy - 540 - 135 = 0 => Cy = -540 N
MA = 3645 N.m
• ∑MA= 0
MA + (-MC) + (-540N.1,5m) + (-135N.1m) + (-540N.3m) = 0

=> MC = 1080 N.m


Respostas: As cargas na seção C

540 N

A C

1080 N
Hibbeler 2004 - Exemplo 1.2 –
• Determinar a resultante das cargas internas em C.
A e B são rolamentos, exercem apenas forças
verticais sobre o eixo.
Diagrama Corpo Livre segmento AC

Ay
Diagrama Corpo Livre todo eixo
Diagrama Corpo Livre segmento AC
com a reação em A
TENSÕES
Pode esta
estrutura suportar
a carga de 30kN?

1,5 m

2m
Diagrama de corpo livre para toda estrutura
• Condições de Equilíbrio
Estático:
∑MC = 0

∑Fx = 0

1,5 m ∑Fy = 0

∑MA = 0

2m ∑MB = 0
Diagramas de corpo livre para as partes

• Por semelhança de
triângulos


 FB  0
FAB FBC 30 kN
 
4 5 3
FAB  40 kN FBC  50 kN
As cargas internas
• FAB = 40kN Compressão
• FBC = 50kN Tração
• Estas forças são
resultantes de forças
distribuídas em qualquer
seção transversal das
respectivas barras
• Por exemplo, na barra
BC
Tensão Normal

• Tensão Normal pode


ser de tração (+) ou

F compressão (- )

 • Tem sempre a
dimensão de
A Força/Área ou Pressão
3
P 50  10 N
 BC    159 MPa
A 314  10-6 m 2

• Para o aço σadm = 165MPa

• Então a barra BC suporta a carga


• Se fosse alumínio, qual o diâmetro mínimo da barra BC?

• σadm = 100MPa
3
P P 50  10 N 6 2
 al  A   500  10 m
A  al 100 10 Pa
6

2
d
A
4
 6 2 
4 500 10 m 
4A   2
d   2.52  10 m  25.2 mm
 
Aprofundando o conceito

F P
  lim  med 
A0 A A

P   med A   dF    dA
A
• A distribuição real das tensões, em uma seção, é
estaticamente indeterminada.
Carga centrada
• Distribuição uniforme de
tensão somente se:
– resultante das forças
internas passa pelo
centróide
– cargas centradas
• Para carga excêntrica:
– há um momento
resultante
– distribuição de tensão não
é uniforme nem simétrica
Tensões de Cisalhamento

F
 med 
A
Cisalhamento
Single Shear simples e duplo
Double Shear

P F
 ave   P F
A A  ave  
A 2A
Cisalhamento simples e duplo

P F
 med  
A A
P F
 med  
A 2A
Tensões de Esmagamento

P P
E  
A td
Exemplo

• Da estática do corpo livre:


FAB = 40 kN (compressão)
FBC = 50 kN (tração)
• A barra BC está
tracionada com força
de 50kN com tensão
normal média de
159MPa
• Na extremidade
achatada a tensão
normal é
6 2
A   20 mm  40 mm  25 mm   300  10 m
3
P 50 10 N
 BC ,end    6 2
 167 MPa
A 300 10 m
• As áreas das seções transversais para os
pinos em A, B, and C,
2
 25 mm  6 2
A   r2      491 10 m
 2 

• A força sobre o pino em C é igual à força


exercida pela barra BC, então a tensão de
cisalhamento é 3
P 50 10 N
 C ,med    6 2
 102 MPa
A 491 10 m

• O pino em A está em cisalhamento


duplo, com uma força igual à exercida
pela barra AB,
P 20 kN
 A,med    6 2
 40.7 MPa
A 491 10 m
• Dividindo o pino em B em seções para
determinar a seção com a maior força de
50 kN
cisalhamento,

PE  15 kN
PG  25 kN (a maior)

• Calculando a correspodente tensão média


de cisalhamento,
PG 25 kN
 B ,med    50.9 MPa
A 491  106 m 2
• Para determinar a tensão de esmagamento do ponto
A da barra AB, temos t = 30 mm e d = 25 mm,

P 40 kN
E    53.3 MPa
td  30 mm  25 mm 

• Para determinar a tensão de esmagamento do


ponto A das chapas de suporte, temos t = 25 mm e
d = 25 mm, sendo que cada chapa tem metade da
força AB = 40/2 = 20 kN

P 20 kN
E    32.0 MPa
td  25 mm  25 mm 
Bibliografia
• Beer, F.P. e Johnston Jr., E.R. Resistência dos
Materiais. 3ª ed. São Paulo: Pearson Makron
Books, 1995. (impressão 2006).
• Hibbeler, R.C. Resistência dos Materiais. 5ª ed.
São Paulo: Prentice Hall, 2004. (impressão 2008).
Anexo: Reações dos Apoios (Hibbeler, 2004, Tabela 1.1) 
Anexo: Centróides (Beer e Johnston, 1995, Apêndice F) 

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