Você está na página 1de 48

Capítulo 6 – Molas Helicoidais

Introdução
Molas são componentes utilizados em sistemas mecânicos em geral, objetivando exercer
forças, proporcionar flexibilidade ou, ainda, armazenar e/ou absorver energia.

A princípio, qualquer componente mecânico, metálico ou não, pode ser considerado como
uma mola, visto que em última análise, todos os componentes mecânicos apresentam
alguma elasticidade ou respondem elasticamente, pelo menos em um pequeno intervalo de
solicitação.

Uma viga estrutural, porém, sofre deflexão sob dado carregamento, no entanto, não é
considerada como mola, pois sua função é permanecer rígida. Evidentemente que essa
resposta elástica depende da secção transversal do elemento, do material considerado e do
tipo de solicitação existente.

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Introdução
As molas helicoidais podem ser classificadas em três grandes grupos: as molas de
compressão, as molas de tração e as molas de torção. Mesmo considerando apenas esses
três tipos de mola, existe uma variedade muito grande para o formato das molas (molas
cilíndricas com passo constante e passo variável, molas cônicas, bicônicas (forma de barril),
molas de tração com gancho completo e com gancho estendido, molas de torção com
diversos tipos de extremidade, etc). Entretanto, na região linear de funcionamento as molas
de compressão e de tração apresentam a conhecida relação entre o deslocamento “Δ” e a
força aplicada “F”, na forma:

F  K
sendo que “K” indica a constante da mola.
Para as molas de torção uma equação semelhante é escrita para relacionar o momento
torcedor “M” com o deslocamento angular da mola “θ”, na forma:

M  K t
Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Molas helicoidais de compressão

“d” = diâmetro do fio;


“D” = diâmetro médio das espiras;
“p” = passo da mola.

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Molas helicoidais de compressão
Quando a carga externa “F” é deslocada para o centro da espira em análise existem duas
componentes de cisalhamento no fio: o cisalhamento transversal e o cisalhamento em
torção. Quando somadas as tensões cisalhantes destes esforços resulta em:

4 F 16T 8 FD  d 
 2 3  3 
 1
d d d  2 D 
“(D/d)” = índice da mola, sendo representada pela letra “C”, resultando em:
8FD  C  8FD
 3 
 1  K s
d  2  d 3
“Ks” = fator de correção da tensão cisalhante (ou simplesmente fator de cisalhamento)
C 
K s    1
2 
Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Molas helicoidais de compressão
Considerando ainda os efeitos da curvatura e da inclinação do arame, alguns autores
apresentaram resultados no contexto desta correção, na forma:

 4C  1 0.615  8 FD 8FD
     KW
 4C  4 C  d 3
d 3

 4C  2  8FD 8FD
    KB
 4C  3  d d
3 3

“KW” = fator de Wahl;


“KB” = fator de Bergstrasser.

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Molas helicoidais de compressão
Para o intervalo (4  C  12), comum e recomendado nos projetos de molas, ocorre uma
diferença muito pequena entre esses dois coeficientes de correção, de tal forma que
qualquer uma destas equações pode ser utilizada nos cálculos da tensão cisalhante máxima
no fio.

Observar, ainda, que ponto de maior solicitação do fio da mola ocorre na parte interna da
espira.

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais

Molas helicoidais de compressão – constante de rigidez

A relação entre o deslocamento do ponto de aplicação da força “F” pode ser obtida
utilizando o Teorema de Castigliano. Novamente, desconsiderando a curvatura e a
inclinação do fio tem-se:
Lmola
U  T T  V V 

F
 
0
 GJ F  GA F  dLmola
 

“G” = módulo de cisalhamento;


“J” = momento polar de inércia;
“V” = força cortante,
“b” = fator de forma de correção da energia devido ao cisalhamento transversal; e
“Lmola” = comprimento da mola.

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais

Molas helicoidais de compressão – constante de rigidez

O comprimento de uma espira pode, ainda, ser estimado com uso da seguinte expressão:

Lespira  (D) 2  p 2  D 1  ( p / D) 2

ou, ainda: p  D  Lespira  D

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais

Molas helicoidais de compressão – constante de rigidez

Após as devidas substituições:

Lmola  FD D F   FD D F 
  2GJ 2  GA 1 dLmola   2GJ 2  GA  Lmola
0

Como, ainda, na extremidade da mola algumas espiras (ou parcelas) não se movimentam
porque estão em contato com a parte fixa, tem-se a presença das chamadas espiras
“inativas”, resultando assim em:

 FD D F 
   DN a
 2GJ 2 GA 

“Na” = número de espiras inativas

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais

Molas helicoidais de compressão – constante de rigidez

Reescrevendo a equação do deslocamento na forma:

3
8 FD N a   
 4 1  2C 2 
Gd
“b” para secções circulares vale (1,11) e a parcela (2b/C2) que é oriunda do cisalhamento
transversal é muito menor do que a unidade para valores de “C” elevados. Assumindo-se
finalmente esta hipótese tem-se:

8 D Na 3 Gd 4 Gd
 F K 
Gd 4 8 D Na 8C 3 Na
3

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais

Molas helicoidais de compressão – espiras inativas

O número de espiras inativas (ou espiras de extremidade) é determinado em função do tipo


de corte e da geometria da superfície de contato da mola. De maneira geral pode-se
considerar apenas os quatro tipos de extremidades, conforme figura a seguir:

plana plana e esmerilhada esquadrada esquadrada e esmerilhada


Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais

Molas helicoidais de compressão – espiras inativas

A denominação para a condição de extremidade plana é válida para situações aonde a


última espira é uma continuidade da hélice da mola, enquanto que a extremidade
esquadrada (ou fechada) ocorre quando a última espira é deformada formando ângulo de
hélice de zero grau.

Para aplicações de maior responsabilidade é recomendado que as extremidades sejam


esquadradas e esmerilhadas.
Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais

Molas helicoidais de compressão – comprimento sólido

O comprimento sólido da mola corresponde a altura da mesma quando todas as suas


espiras estão em contato direto. Seu valor pode ser definido de acordo com as equações
disponíveis na Tabela 6.1.

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Molas helicoidais de compressão – comprimento sólido
Durante a fase de projeto, entretanto, deve-se prever uma folga entre o deslocamento
máximo e o comprimento sólido da mola, pois quando as espiras estiverem todas em
contato direto haverá mudança na rigidez da mola, conforme ilustrado pelas figura a seguir:

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Molas helicoidais de compressão – comprimento sólido

A folga entre o deslocamento máximo e o comprimento sólido pode ser escrita como sendo
uma parcela do deslocamento máximo, xDmax, sendo que alguns autores recomendam
utilizar x  0,15 para o projeto de molas de compressão.

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais

Molas helicoidais de compressão – o problema


da flambagem

Assim como as colunas, as molas em compressão


também estão sujeitas ao fenômeno da
flambagem. Na figura ao lado são mostradas as
curvas de instabilidade (flambagem) para molas
com as duas extremidades apoiadas em
superfícies planas e para molas com uma das
extremidades com apoio simples e a outra
apoiada em superfície plana. A estabilidade
absoluta ocorre quando o deslocamento das
molas não ultrapassar os valores mínimos destas
curvas.

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais

Molas helicoidais de compressão – o problema da flambagem

Matematicamente, segundo Shigley e Mische (2001):

1/ 2
D  2( E  G ) 
L0 
  2G  E 
“a” = constante dependente das condições de apoio das extremidades da mola, conforme
valores definidos a partir da Tabela 6.2

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais

Molas helicoidais de compressão – o problema da flambagem

Para os aços o valor do coeficiente de Poisson é aproximadamente igual a n = 0,3 e a razão


entre “G” e “E” é igual a G = E/2(1+n). Logo, o comprimento crítico da mola pode ser dado
por:
2.63 D
L0 

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Aços mais comuns para molas
Alguns dos aços destinados à fabricação de molas (normalmente denominados de aços
mola), possuem alta resistência à tração, alta tensão de escoamento, baixa histerese e alta
resistência à fadiga para as situações de carregamentos dinâmicos.

Alguns destes aços estão mostrados na Tabela 6.3 e para estes materiais a tensão máxima
na tração é dependente do diâmetro do fio, podendo ser calculada utilizando uma função
exponencial e empírica da forma:

 ut  A / d m

“A” e “m” = constantes e variam com o tipo do aço, conforme valores definidos na Tabela
6.4 .

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Aços mais comuns para molas

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Aços mais comuns para molas

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Aços mais comuns para molas
O valor da tensão cisalhamento máxima, “tut”, utilizado neste texto foi obtido com base em
experimentos de diversos pesquisadores e é dado por:

 ut  0,67 ut  0,67 A/d m

Observar, porém, que este valor não é compatível com a teoria da máxima tensão
cisalhante (0,50 tut) e nem com o valor da teoria da máxima energia de distorção do
material (0,577 tut).

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Aços mais comuns para molas

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Tensões admissíveis para carregamentos estáticos

A tensão de escoamento para os aços mola mostrados nas tabelas anteriores não é bem
definida. Quando necessário pode-se estimar este valor utilizando sesc  0,75 s rup. Para os
projetos de molas com carregamentos estáticos recomenda-se o uso das tensões mostradas
na Tabela 6.6.

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
O limite de fadiga para a torção em molas
Além do valor de “trup” ou “tesc” a outra informação necessária para a construção dos
diagramas de fadiga é o limite de fadiga para carregamento de torção, “S se”.

Este valor pode ser, porém, determinado indiretamente a partir dos dados fornecidos por
Zimmerli. Este pesquisador percebeu que quando o diâmetro de arame for inferior a 10
mm (d < 10mm) os aços molas apresentam o mesmo limite de fadiga para vida infinita,
sendo este valor independente da sua resistência à tração. À partir de testes Zimmerli
determinou ainda os valores mostrados na Tabela 6.7 para as tensões cisalhante média,
“Ssm”, e alternada, “Ssa”.

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
O limite de fadiga para a torção em molas
O jateamento com granalhas (também conhecido como shot peening) tem como objetivo
principal introduzir tensões residuais de compressão na superfície do arame visando
melhorar o seu comportamento em fadiga.

O efeito deste tratamento pode ser visto nos dados da figura a seguir. Entretanto, para as
molas com diâmetro do fio pequeno ou com passo pequeno o jateamento pode não ser
efetivo.

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
O limite de fadiga para a torção em molas
Com os dados da Tabela 6.7 e o valor da tensão cisalhante máxima é possível, por exemplo,
traçar o diagrama de Gerber, visto que o limite de fadiga para vida infinita, “Sse”, pode ser
determinado por:

S sa
S se 
1  ( S sm /  ut ) 2

Uma outra abordagem para a falha de molas é utilizando o Critério de Sines. Neste critério
são desconsideradas as tensões cisalhantes médias em decorrência de evidencias
experimentais encontradas na literatura que mostram não existir influencia da componente
média na falha por fadiga, quando não existem entalhes ou mudanças abruptas da seccão
transversal em corpos de prova.

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
O limite de fadiga para a torção em molas
A falha característica para carregamentos de fadiga em molas ocorre com inclinação de 45º,
tendo o seu início no lado interno da mola, o que corresponde à localização das maiores
tensões. Entretanto, como mostra a figura anterior, falhas inesperadas em molas helicoidais
também ocorrem na região acima de 107 ciclos, as quais estão normalmente associadas às
imperfeições ou inclusões no material abaixo da superfície (região com tensões menores,
porém com alta concentração de tensão).

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Análise e o projeto de molas de compressão

Shigley e Mischke (2001) recomendam elaborar o projeto de molas obedecendo às seguintes


regras:

4  C  12
3  N a  15
  0,15
ns  1,20

“ns” = fator de segurança em relação ao escoamento quando a mola atinge o comprimento


sólido.

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Restrições geométricas de projeto
A figura a seguir ilustra a situação de uma mola de compressão com carga externa variando
desde 0 até o valor máximo (Fmax). O projeto, nessas circunstâncias, deve ser executado
prevendo a folga entre o deslocamento máximo e o comprimento sólido, isto é:

L0   max   max  Lsólido

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Restrições geométricas de projeto
Outras restrições geométricas adicionais podem também aparecer na fase de projeto da
mola, quando por exemplo é restringido o valor do diâmetro externo (montagens em furos)
ou o valor do diâmetro interno da mola (montagem em pinos e eixos).

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
O número de espiras ativas
O número de espiras ativas é obtido à partir da expressão da rigidez da mola. Sua expressão
corresponde a:

Gd 4 Gd
Na  
8 D K 8C 3K
3

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Análise de tensões
A equação utilizada para os cálculos de tensões foi demonstrada anteriormente. Retomando
à mesma e inserindo os dados propostos para a condição de projetos estáticos tem-se:

 4C  2  8 Fmax D 8Fmax D
 max     K B   adm
 4C  3  d d
3 3

As análises e projeto das molas helicoidais de compressão para os carregamentos de fadiga


será realizada utilizando o critério de Gerber, isto é:
2
a  m 
  1
n f S se  n f  ut 
“nf” = coeficiente de segurança em fadiga;
“tm” = tensão cisalhante média; e
“ta” = tensão cisalhante alternada.
Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
O peso da mola
O peso da mola pode ser utilizado como parâmetro de projeto na redução do custo. Das
diversas soluções possíveis é sempre desejável determinar aquela com menor custo, o qual
pode ser aproximado pela relação:

 d 2 
custo    DNt     CR
 4 

“g” = peso específico do material;


“CR” = custo relativo do material, conforme Tabela 6.3.

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
A frequência natural da mola
Shigley e Mitchell (1989) mostram a dedução da expressão para cálculo da frequência natural
de molas helicoidais de compressão e o seu valor é dado por:

Kg
f1  c
Wa
sendo que c = 1/2 quando a mola estiver apoiada em duas superfícies planas e c = 1/4 quando
uma extremidade estiver livre e outra apoiada em superfície plana.

“W a” = peso ativo da mola (peso das espiras ativas), sendo igual a:


d 2
Wa   DN a  
4

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Molas helicoidais de tração
A figura a seguir ilustra algumas molas helicoidais de tração e alguns tipos mais comuns de
extremidade. Note que praticamente não existe um padrão definido para o tipo de
extremidade e normalmente nenhum espaço entre as espiras do corpo (esta situação é
denominada de enrolamento fechado).

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Molas helicoidais de tração
As molas com enrolamento fechado são fabricadas com alguma pré-tensão com o objetivo de
controlar melhor o seu comprimento livre. A faixa de valores dessa pré-tensão pode ser
obtida a partir da seguinte expressão:

231  C 3
i  0.105C
 6,9 4   MPa
e  6,5 

“ti” deve ser avaliado sem nenhuma correção da curvatura (sem incluir “K W” ou “KB” nos
cálculos).

Como existe uma força inicial, “Fi”, então da relação entre a força externa e o deslocamento
da mola será dado por:
F  Fi  k
Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Molas helicoidais de tração
O comprimento livre das molas helicoidais de tração é medido no lado interno dos ganchos
das extremidades. Para as molas conforme figura, seu valor é dado por:

L0  2( D  d )  ( N b  1) d  (2C  1  N b )d

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Molas helicoidais de tração – o número de espiras ativas

Segundo Shigley (2001), a expressão


para o deslocamento de cada meia
espira é dada por:

FR 2 FR FR


 meia volta   
2 EAe 2 AE 2 AG

“e” = distância do centróide até o eixo neutro de flexão;


“” = fator de forma para o cisalhamento transversal.

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Molas helicoidais de tração – o número de espiras ativas

Simplificando a expressão anterior na forma: R = D/2 e R/d > 10, chega-se a:

FD 3 8FD 3 N b 8FD 3  G


  2  4
 4 
Nb  
16 EI
   d G Gd    E 
meia espiras Na
volta de corpo

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Molas helicoidais de tração – análise de tensões

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Molas helicoidais de tração – análise de tensões
Para as situações de extremidade propostas nas figuras anteriores, três são os pontos para a
análise de tensões: na extremidade da mola as tensões que atuam no ponto “A” são de
tração, no ponto “B” são tensões de torção e nas espiras do corpo da mola atuam também
tensões de torção.

a) Tensões no ponto “A” - a máxima tensão normal neste ponto é composta por uma parcela
oriunda da força normal e outra parcela da flexão, similar a uma viga curva.
Seu valor é dado por:

 16(2r1 ) 4 
 A  F K A 
 d 3 d 2 

4C12  C1  1 2r1
KA  C1 
4C1 (C1  1) d

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Molas helicoidais de tração – análise de tensões
b) Tensões no ponto “B” - a máxima tensão de torção no ponto “B” é dada por:

8 F (2r1 )
 B  KB
d 3

4C2  1 2r2
KB  C2 
4C 2  4 d

c) Tensões nas espiras do corpo da mola - as tensões de torção nas espiras do corpo da mola
são calculadas utilizando as mesmas expressões deduzidas para molas de compressão.

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Molas helicoidais de tração – tensões admissíveis
As tensões admissíveis para cargas estáticas e de fadiga de molas de tração estão mostradas
nas Tabelas 6.8 e 6.9, respectivamente.

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Molas helicoidais de tração – tensões admissíveis

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Problema resolvido – 7.1

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Problema resolvido – 7.2

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Capítulo 6 – Molas Helicoidais
Referências bibliográficas

Allen S , Hall Jr , Holowenko AR , Laughlin HG. Schaum s Outline of Theory and Problems of
Machine Design . McGraw-Hill, Inc; 1961.
Collins JA. Projeto Mecânico de Elementos de Máquinas . LTC ; 2006.
Norton, R.N., Projeto de Máquinas – Uma abordagem integrada, Artmed Editora S.A., 2th
ed., São Paulo, 2004.
OGC Molas Industriais. Revista Máquinas e Metais , novembro, 1996.
Pyttel, B., Schwerdt, D. e Berger, C. Very high cycle fatigue – Is there a fatigue limit?
International Journal of Fatigue 33, pg. 49-58, 2011.
Shigley, J.E., Mischke, C.R., McGrall-Hill, 5th ed., New York, 1989.
Shigley JE , e Mischke CR. Mechanical Engineering Design . 6 a Ed. McGraw-Hill ; 2001 .
Shigley JE , Mischke CR, e Brown TH. Standard Handbook of Machine Design . 3 Ed. NY:
McGrawHill; 2004.
Spring-Barnes Group Associated, Design Handbook , Bristol, Conn., 1987.
Zimmerli, F.P. Human Failures in Spring Applications , The Mainspring, no 17, Associated
Spring Corporation, Bristol, Conn.,1957.

Elementos de Máquinas
J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca

Você também pode gostar