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HISTÓRIA DO SISTEMA

EDUCACIONAL BRASILEIRO

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A construção dos sistemas nascionais de
educacão
Os sistemas de ensino expressam um conjunto de
mudanças sociais, políticas e econômicas ocorridas na
modernidade:
Da sociedade feudal à sociedade capitalista.
Na modernidade a educação passa do ensino
individual ministrado no espaço doméstico para o
ensino coletivo ministrado em espaços públicos;

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As mundanças sociais e culturais trouxeram consigo a
necessidade de difundir a instrução a todos os
membros da sociedade, o que foi traduzido na bandeira
da escola pública, gratuita, universal, laica e
obrigatória;
Coube ao Estado o dever de organizar,
manter e mesmo de impor a educação a toda a
população.

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A partir século XIX temos a consolidação dos
Estados nacionais o que se fez acompanhar da
implantação dos sistemas nacionais de ensino
nos diferentes países.
Os países que implantaram seus sistemas nacionais
de ensino equacionaram o problema do analfabetismo
na passagem do século XIX para o XX – europa,
américa do norte e países da américa latina como
Argentina, Chile e Uruguai;

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O Brasil, contudo, foi retardando essa
iniciativa e, com isso, foi acumulando um
déficit no campo educacional. O Brasil já
ingressou no século XXI e continua
protelando a dupla meta sempre proclamada
de universalizar o ensino fundamental e
eliminar o analfabetismo.

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Conceito de sistema

“Sistema” é a unidade de vários elementos e recursos


intencionalmente reunidos de modo a formar um conjunto
coerente e operante.

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Processo de constituição do sistema
educacional brasileiro

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Período jesuítico: 1549 - 1759
- A Companhia de Jesus: Missão, difundir a fé
católica;
Objetivos: conversão dos indígenas, por meio da
catequese e instrução;
- As escolas jesuítas eram regulamentadas por um
documento, escrito por Inácio de Loiola, o Ratio
Studiorum;
- A obra educacional desenvolvida pelos jesuítas era
mantida pela coroa;

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Reforma Pombalina: de 1759 a 1808
Expulsão do jesuítas – 1759
Motivos:
Enriquecimento dos Jesuítas no Brasil;
Formação do chamado “Império Temporal Cristão”;
Educação Cristã para a Companhia e não para os
interesses do país;

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A reforma de Pombal
Objetivo: criar uma escola útil aos fins do Estado;
Novidade: educação laica;
Retrocesso: o sistema jesuítico foi demolido e
nada que pudesse chegar próximo dele foi criado
para dar continuidade ao trabalho educativo;
Para o Brasil, a expulsão dos jesuítas significou: a
destruição do único sistema de ensino existente
no país. Para Fernando de Azevedo, foi “a primeira
grande e desastrosa reforma de ensino no Brasil”.

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Da organização do ensino

Aulas régias: autônomas e isoladas, com professor


único e uma não se articulava com as outras;
Resulta do reforma: as aulas régias pouco alterou
a realidade educacional no Brasil, tampouco se
constituiu numa oferta de educação popular, ficando
restrita às elites locais;

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Financiamento da educação
Em 1772, é instituído o "subsídio literário”;
A dificuldade de cobrança desse tributo na colônia não
permitiu a adequada manutenção do ensino;
Alguns avanços: a educação passou a ser laica, bem
como uma questão de Estado.

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Período Joanino: 1808-1821
- A partir de 1808, com a vinda da coroa para o Brasil –
a colônia virou metrópole - houve a valorização do
ensino técnico;
- D. João VI abriu Academias Militares, Escolas de
Direito e Medicina;
- Preocupação: formar os dirigentes do país;
- Foco no ensino superior;
- Escolas de primeiras letras esquecida.

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Período Imperial: 1822 - 1888
- Processo de Independência do Brasil;
- Dívida externa: Inglaterra;
- Em 1824 é outorgada a primeira Constituição brasileira.
- Sobre a educação, o Art. 179 da Constituição afirmava que
a "instrução primária é gratuita para todos os cidadãos”;
- Prática pedagógica: para suprir a falta de professores
institui-se o Método Lancaster, (ensino mútuo), em que
um aluno treinado (decurião) ensina um grupo de dez
alunos (decúria) sob a rígida vigilância de um inspetor.
-

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Lei de primeiras letras

O Império aprovou em 1827,


1827 a lei das escolas
de primeiras letras, cujo artigo primeiro
estabelecia: “em todas as cidades, vilas e
lugares mais populosos haverá escolas de
primeiras letras”;

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Mas essa lei permaneceu letra morta;
Um Ato Adicional à Constituição promulgado em
1834, colocou o ensino primário sob a
responsabilidade das Províncias, desobrigando o
Estado Nacional de cuidar desse nível de ensino;
Em 1835 surgiu a primeira Escola Normal do país, em
Niterói.

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Primeira República: 1889-1929
A Constituição de 1891, pouco tratou da educação, pois
cabia aos estados legislar sobre a educação primária e
secundária;
Até a década de 1930, os assuntos ligados à educação
eram tratados pelo Departamento Nacional do Ensino
ligado ao Ministério da Justiça. Somente em 1931 foi
criado o Ministério da Educação.

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Período da segunda república: 1930 - 1936
A Revolução de 30 foi o marco referencial para a
entrada do Brasil no mundo capitalista de produção.
Mudanças sociais;
A nova realidade brasileira passou a exigir uma mão-
de-obra especializada e para tal era preciso investir na
educação;

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- É a partir da década de 1930 que a educação
passa a ser tratada como questão nacional.
• Em 1932 um grupo de educadores lança à nação
o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova,
redigido por Fernando de Azevedo e assinado por
outros conceituados educadores da época.

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A educação na Constituição de 1934
A nova Constituição dispõe, pela primeira vez, de uma
capítulo especial sobre a Educação, estabelecendo
que: “a educação é direito de todos, devendo ser
ministrada pela família e pelos Poderes Públicos”.

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A Constituição de 1934 determinou que a União e os
municípios deveriam aplicar nunca menos de 10% e
os estados 20% da arrecadação de impostos “na
manutenção e desenvolvimento dos sistemas
educacionais” (art. 156);

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Tentativa de criar um sistema nacional
de educação.
A Constituição de 1934 dedicou um capítulo inteiro ao
tema, trazendo à União a responsabilidade de "traçar as
diretrizes da educação nacional" (art. 5º) e "fixar o
plano nacional de educação, compreensivo do ensino
em todos os graus e ramos, comuns e especializados e
coordenar e fiscalizar a sua execução, em todo o
território do País. " (art. 150º);

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Estado Novo: 1937-1945
- Com o Estado Novo é outorgada uma nova
Constituição (1937);
Essa Constituição, desobriga o Estado, em nível
federal, estadual e municipal, da manutenção e
expansão do ensino público;
A Constituição enfatiza o ensino pré-vocacional e
profissional – servir ao mercado;

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“As conquistas do movimento renovador, influenciando
a Constituição de 1934, foram enfraquecidas nessa
nova Constituição de 1937. Marca uma distinção entre
o trabalho intelectual, para as classes mais
favorecidas, e o trabalho manual, enfatizando o
ensino profissional para as classes mais
desfavorecidas.” (Romanelli)

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Nova República: 1946-1963
Volta a figurar a vinculação orçamentária;
Na Carta de 1946, voltou a figurar a vinculação
orcamentária que fixou em 20% a obrigação mínima
dos estados e municípios e 10% da União.
Volta a figurar na Constituição que "a educação é
direito de todos”;

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Em 1946, tivemos uma segunda lei nacional
de ensino primário;
A nova Constituição determina a
obrigatoriedade de se cumprir o ensino primário
e dá competência à União para legislar sobre as
diretrizes e bases da educação nacional.
Em 1948 foi encaminhado à Câmara Federal o
anteprojeto da LDB – aprovado em 1961

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Com a 1º LDB tivemos a chance de organizar o
sistema nacional de educação - mas essa oportunidade
foi perdida, pois a LDB fixou como sistema apenas os
estaduais.
Essa lei garantiu a educação como um direito de
todos, porém o Estado não era obrigado a ofertar a
educação básica.

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Regime Militar – 1964-1985
O regime retirou a vinculação orçamentária;
Com o Golpe Militar, o ensino em todas as áreas da
educação brasileira passaram a ser rigidamente
vigiadas pelos comandantes das Forças Armadas;
Professores foram presos e demitidos; - Universidades
foram invadidas;
 Estudantes foram presos e feridos, nos confronto com
a polícia, e alguns foram mortos; - A União Nacional
dos Estudantes proibida de funcionar;

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Em 1971 tivemos uma 2º Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional;
Reformas na educação básica:

1º Grau com
duração de 8 anos – antigo
Primário e Ginasial.

2º Grau com duração de


três anos – antigo Colegial

Inseriu o ensino profissionalizante


obrigatório – em 1974 essa
modalidade foi revogada

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- Formação educacional de cunho profissionalizante;
- Fim da disciplina de História, Geografia, Filosofia e
Sociologia;
- Criação dos Estudos Sociais, Educação Moral e Cívica
e OSPB – Organização Social e Política do Brasil;
- Fechamento das faculdades de História.

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Período de Redemocratização 1988-2003
Volta a figurar na constituição a vinculação
orçamentária;
Determina que é competência da União fixar as
diretrizes e bases da educação nacional;
Exige a aprovação de um novo plano nacional da
educação;
Luta era por um sistema nacional de educação sob
responsabilidade da União.
No 1º projeto tinha um capítulo chamado: do sistema
nacional de educação, porém foi alterado para: da
organização da educação nacional.

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Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional

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Política de descontinuidade
A política educacional brasileira é marcada fortemente
por descontinuidades;
A marca da descontinuidade na política de educação
atual se faz presente na meta, sempre adiada, de
eliminação do analfabetismo e universalização do
ensino fundamental;
O Brasil chegou ao final do século XX sem resolver
um problema que os principais países resolveram na
virada do século XIX para o XX: a universalização do
ensino fundamental, com a conseqüente erradicação do
analfabetismo

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 Para enfrentar esse problema a Constituição de 1988 previu,
nas disposições transitórias, que o Poder Público nas suas três
instâncias (a União, os estados e os municípios) deveriam,
pelos dez anos seguintes, destinar 50% do orçamento
educacional para essa dupla finalidade. Isso não foi feito;
 Quando esse prazo estava vencendo, o governo criou o
FUNDEF com prazo de mais dez anos para essa mesma
finalidade; e a LDB, por sua vez, instituiu a década da
educação; seguiu-se a aprovação em 2001, do Plano Nacional
de Educação, que também se estenderia por dez anos. No final
de 2006, ao se esgotarem os dez anos do prazo do FUNDEF,
foi instituído o FUNDEB, com prazo de 14 anos, ou seja, até
2020.

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Agora, quando mais da metade do tempo do PNE já
passou, vem um novo Plano, o Plano de
Desenvolvimento da Educação (PDE) estabelecer um
novo prazo, desta vez de quinze anos, projetando a
solução do problema para 2.022. Nesse diapasão, já
podemos conjecturar sobre um novo Plano que será
lançado em 2022 prevendo, quem sabe, mais 20 anos
para resolver o mesmo problema.

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ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação. São Paulo:
Moderna, 1989.
BREJON, Moysés. (org.) Estrutura e funcionamento do ensino de 1o e 2o
graus: leituras. 7. ed. São Paulo: Pioneiras, 1976.

PILLETTI, Nelson. Estrutura e funcionamento do ensino de 1o grau. 22. ed.


São Paulo: Ática, 1996.
________ . História da educação no Brasil. 6. ed. São Paulo: Ática, 1996.

RIBEIRO, Maria Luísa Santos. História da educação brasileira: a organização


escolar. 13. ed. São Paulo: Autores Associados, 1993.
ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da educação no Brasil. 13. ed.
Petrópolis: Vozes, 1991.
SILVA, Francisco de Assis. História do Brasil. São Paulo: Moderna, 1992.

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