Você está na página 1de 64

EME002

Tecnologia de fabricação I

Professor Ricardo Risso


Chaves
rrisso70@gmail.com
rrisso@unifei.edu.br
Ramal 1063

UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá


IEM – Instituto de Engenharia Mecânica
Plano de ensino: 2020
Ementa:
• Classificação dos Processos de Fabricação; (2)
• Noções de deformação Plástica dos Materiais; (8)
• Forjamento; (14)
• Laminação; (6)
Prova 1
• Trefilação; (4)
• Extrusão; (4)
• Estampagem; (18)
• Metalurgia do Pó. (4)
Prova 2
Plano de ensino: 2020
Bibliografia:

KIMINAMI, C.S.; CASTRO, W.B.; OLIVEIRA, M.F. Introdução aos


processos de fabricação de produtos metálicos. São Paulo: Blucher,
2013. 235p.
Rizzo, E.M.S. Processos de Laminação dos Aços: Uma Introdução. Ed.
ABM. 2007
DeGarmo, E.P. Materials and Processes in Manufacturing. 9th Ed. John
Wiley & Sons. 2003. 1154p.
Groover, M. P. Fundamentals of Modern Manufacturing. 3rd Ed. J. Wiley &
Sons Inc. 2007.
Kalpakjian, S; Schmid, S.R. Manufacturing Processes for Engineering
Materials. 5th Ed. Prentice Hall, Inc. 2008.
Helman, H.; Cetlin, P.R. Fundamentos da Conformação Mecânica dos
Metais. 2ª Ed. São Paulo. Artliber. 2005. 260p.
Plano de ensino: 2020
Avaliações:

P1 – 27/04/20
P2 – 24/06/20
Substitutiva: /07/20

Trabalho sobre matriz de Forjamento.

Controle de Frequência.
Reprovação por ausências
Plano de ensino: 2020

Aprovação:

Média aritmética entre duas relações de nota maior que 6;


Frequência mínima de 75 % às aulas, ou seja,
máximo de 16 faltas (horas) ou 8 dias.
Importância de estudar os
Processos de Fabricação?

• Conhecer os principais processos;

• Suas principais vantagens e desvantagens;

• Os principais parâmetros envolvidos;

• As limitações e aplicações de cada um;

SELECIONÁ-LOS DE FORMA CONSCIENTE


Classificação dos processos de
conformação

Quanto ao • Metalúrgicos: Temperatura;


agente da • Mecânicos: Tensão;
conformação • Misto.
:

Metalúrgicos: Mecânicos:
• Fundição; • Conformação Plástica (<R);
• Soldagem. • Usinagem (>R ou >R).

Misto:
• Metalurgia do Pó. R = Tensão de Ruptura
Importância dos processos mecânicos
por conformação plástica

Mais de 80% dos produtos metálicos


são submetidos a tais processos

Concilia qualidade com elevadas velocidades de


produção e baixos custos de fabricação.
Importância dos processos mecânicos
por conformação plástica

Permite a obtenção de peças no estado

sólido, com características


controladas, por meio de esforços
mecânicos em matérias primas metálicas
que mantém seu volume constante.
Classificação dos Processos de
Conformação Plástica;
Quanto à temperatura:
• trabalho a quente;
Temperatura de recristalização do material
• trabalho a frio;
ou
• a quente, acima de 0,6 TH;
Temperatura
• a frio, abaixo de 0,3 TH homóloga:
Temperatura de
• a morno, entre 0,3 e 0,6 TH fusão escala Kelvin
Processos mecânico por
Conformação Plástica:

Tipo de esforço Produto


predominante: Obtido:
Outros • Tração; • Semi-
critérios de • Compressão acabado
classificação direta; ;
: • Compressão
indireta; • Acabado
• Flexão; .
• Cisalhamento.
Processos Mecânicos por
Conformação Plástica:

• Forjamento:
• Laminação:
Volume constante
• Extrusão
velocidade de produção

custo de fabricação
• Trefilação
• Estampagem
microestrutura

PROPRIEDADES

Composição Processamento
química mecânico
CONFORMAÇÃO PLÁSTICA

PLÁSTICA = PERMANENTE

Ensaio de tração – Ensaio destrutivo de carregamento


unidirecional, no qual são levantadas algumas propriedades
mecânicas básicas, tais como, módulo de elasticidade, tensão
(limite) de escoamento, limite de resistência à tração e os
parâmetros de ductilidade: alongamento e redução de área.
(ASTM-E8M/09)
Ensaio de tração – Curva de Engenharia

Tensão (de engenharia) = Força / Área


 = F/A

Deformação (de engenharia) = variação do comprim. / comprim. Inicial

 = (l-lo) /lo = l / lo

Ensaio de tração  usualmente controlado pela deformação


Ensaio de tração – Curva de Engenharia

Limite de escoamento  tensão a partir da qual pode ser observada


deformação plástica. Divide o comportamento do material em elástico
e plástico. (0,2% = 0,002 mm/mm)

Limite de resistência à tração  tensão obtida pela maior carga


aplicada. Em muitos materiais dúcteis, a deformação não permanece
uniforme. Em algum momento, uma região deforma-se mais,
promovendo uma redução local na área da seção transversal do cdp.
Ensaio de tração – Curva de Engenharia

Módulo de elasticidade (Young)  inclinação da curva tensão-deformação


na região elástica:

E = σ/ (Lei de Hooke)

% de Alongamento ((lf – li)/li) x 100


Ductilidade
Redução de área (%) ((Af – Ai)/Ai) x 100
Ensaio de tração – Curva de Engenharia
Curva de Engenharia

Por quê a curva tensão x deformação


decresce após a estricção?

Isso tem lógica?


Curva de Engenharia

Ensaio de tração  usualmente


controlado pela deformação:
d/dt = cte
Ensaio de tração – Curva VERDADEIRA

σv = F / A i

v = ln (li / lo) = ln (Ai / Ao)


Ensaio de tração e encruamento
Microestrutura

O ordenamento
atômico de longo
alcance inicia-se
a partir do líquido,
durante a
solidificação
Composição

Efeito da
adição de
elementos de
liga nas
propriedades
de um
material
Diagrama de Fases

Representa
graficamente
para cada
composição,
as fases
estáveis em
cada
temperatura
Diagrama de Fases

Escolha de
temperatura
do trabalho
a quente
Defeitos Cristalinos

vazios,
átomos intersticiais e
Pontuais átomos substitucionais

Cunha,
Linha (discordâncias) Hélice,
Mista.

Maclas,
Superfície Contorno de grão,
extremidades.
Defeitos Cristalinos Pontuais

vazios
Defeitos Cristalinos Pontuais

átomos intersticiais átomos substitucionais


Defeitos Cristalinos discordâncias

cunha hélice
Defeitos Cristalinos discordâncias

mista
MECANISMOS DE DEFORMAÇÃO
PLÁSTICA A FRIO

1) movimento de discordâncias e

2) maclação
EFEITO DA DENSIDADE PLANAR
DENSIDADE PLANAR

CCC
DENSIDADE PLANAR

CCC
DENSIDADE PLANAR

CFC
DENSIDADE PLANAR

CFC
Maclação
Maclação
Influência do contorno de grão na
resistência à deformação

Os contornos de grão agem como barreira à


movimentação das discordâncias.
Mecanismo de deformação plástica
– a quente

Fratura intergranular

É interessante que os componentes sujeitos a


esforços em alta temperatura sejam feitos de
material monocristalino
Trabalho a quente - vantagens

• Refinamento dos grãos – quebra da


microestrutura bruta de fusão;
• Textura;
• redução da segregação de elementos;
• Menor resistência do material à deformação;
• possibilidade de grandes reduções por passe;
• Redução de defeitos internos;
Trabalho a quente - vantagens

Textura

rosca usinada laminada


Cisalhamento ocorre Cisalhamento transgranular
paralelo ao grão cristalino
Trabalho a quente - desvantagens

• necessidade de energia - forno;

• ferramental resistente em alta temperatura;

• maior oxidação;

• menor controle dimensional;

• pior acabamento superficial;


Trabalho a frio - vantagens

• encruamento;

• melhor acabamento superficial;

• maior controle dimensional;


Trabalho a frio - desvantagens

• ferramental de maior dureza superficial;

• maior energia para a deformação;

• menores reduções por passe


Recozimento - Tratamento térmico

Três Estágios:

• Recuperação: abaixo da Temperatura Crítica (TC)

• Recristalização: Acima da TC

• Crescimento de grão: acima da TC + tempo;


Recozimento

Recuperação:

Energia fornecida causa um rearranjo das


discordâncias (poligonização), reestabelecendo
alguma ductilidade.

A resistência mecânica permanece elevada,


uma vez que a densidade de discordâncias não
é alterada.
Recozimento

Recristalização

Nucleação e crescimento de novos grãos, a


partir dos contornos de grão existentes e dos
arranjos de discordâncias formados na etapa de
recuperação.

Diminuição da densidade de discordâncias,


restaurando a ductilidade e diminuindo a
resistência mecânica.
Recozimento

Crescimento de grão

Com o tempo, encerra-se a nucleação,


permanecendo apenas o crescimento dos
grãos formados.

Normalmente, esta etapa não é desejada.


Influência da velocidade de
conformação

A influência da velocidade de conformação na


resistência à mudança de forma de um material é
significativa quando este é deformado a quente.
Influência da velocidade de
conformação

A frio:
A resistência à mudança de forma é função
apenas do grau de conformação sofrido
Influência da velocidade de
conformação

A quente:
A resistência à mudança de forma é função do:
• grau de conformação;
• temperatura;
• Velocidade de conformação.
Mudança de forma

ho

h1
bo b1

lo l1

h1  b1  l1
Volume: Constante: 1
h0  b0  l0
Mudança de forma

Parâmetros de Intensidade de Deformação

a) Deformação absoluta:

h  h1  h0 b  b1  b0 l  l1  l 0
a) Deformação relativa:

h1  h0 b1  b0 l1  l 0
h  b  l 
h0 b0 l0
Mudança de forma

Parâmetros de Intensidade de Deformação

c) Relação de Deformação:
h1 b1 l1
h0 b0 l0
d) Deformação logarítmica (grau de deformação):

h1 b1 l1
 h  ln b  ln l  ln
h0 b0 l0
encalque alargamento alongamento
Mudança de forma

Uma deformação nunca ocorre em uma só direção. Para


o cálculo da força necessária, apenas a maior das
deformações, φmax, é importante.
h1 b1 l1 h1 b1 l1
ln    ln  ln  ln   h   b   l  0
h0 b0 l 0 h0 b0 l0

A soma de todas as deformações logarítmicas é nula

1   2   3  0
Mudança de forma
Resistência à mudança de forma (kf)
 
A região de interesse no diagrama tensão x deformação, para
processos de conformação, é a que se encontra entre o limite de
escoamento e o limite de resistência à tração. No diagrama tensão
x deformação (VERDADEIRO), as tensões acima do limite de
escoamento são denominadas resistência à mudança de forma
(kf), e deve ser sempre superada em cada instante para se
conseguir uma deformação adicional.
Mudança de forma

Resistência à Conformação (kc), leva em consideração as


perdas/eficiência do processo de fabricação.

Rendimento da conformação (ηc)

ηc= kf /kc
Perguntas:

1) Explique a relação entre a velocidade de conformação a quente e


a resistência à conformação / mudança de forma.
2) Qual é a definição de encruamento?
3) O que acontece em termos de ordenação atômica/defeitos durante
o encruamento e quais as formas de revertê-lo?
4) Cite/explique as vantagens e desvantagens do trabalho a frio e a
quente.
5) Quais os mecanismos de deformação plástica a frio e a quente?
6) Que materiais (mono ou policristalino, tamanho de grão) são mais
apropriados para aplicações a quente e para aplicações a frio?
7) Explique a relação entre composição química, processamento
mecânico e propriedades mecânicas
8) Qual a importância do diagrama de fases?
9) O que é a textura de um material metálico trabalhado
mecanicamente?
Terminologia ABNT- 6215-11
Produto plano: de seção transversal retangular cte, com largura nominal
maior que 2x a espessura

Bloco: produto Intermediário longo, de seção transversal cte e quadrada


ou retangular com área > 40.000 mm2, e relação largura/espessura ≤ 2

Tarugo: produto intermediário, longo, laminado a quente ou obtido p/


lingotamento contínuo, de eixo longitudinal retilíneo e seção transversal
normalmente quadrada ou retangular, c/ área ≤40.000mm2, largura/espessura
≤ 2 e c/ tolerâncias dimensionais menos restritas que as da barra.

Placa: produto plano de seção retangular, c/ espessura > 80mm, obtido


por laminação de desbaste ou lingotamento contínuo.
Terminologia ABNT- 6215-11
Chapa: produto plano de aço c/ Largura > 600mm, laminado a partir de
placa, podendo ser obtido por corte de bobina
Chapa fina: chapa c/ 0,3mm ≤ espessura < 5,00mm

Chapa grossa: chapa c/ espessura > 5,00mm

Tira: Produto laminado plano c/ largura ≤ 600mm

Barra: Produto longo, retilíneo, de seção transversal maciça e constante,


com a forma de círculo, segmento circular, oval, quadrado, retângulo,
triângulo ou outros polígonos convexos

Você também pode gostar