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Instituto Superior Politécnico Alvorecer da Juventude

Departamento de Ciências de Saúde


Licenciatura em Análises Clínicas e Saúde Pública

INDICADORES DE MÁNUTRIÇÃO EM CRIANÇAS DOS 0-5 ANOS DE


IDADE ATENDIDAS NO CENTRO MÉDICO JÚLIA E CUNHA, NO IIº
SEMESTRE DE 2019

Teresa Lucrécia R. Panzo


Orientador: Mário Guedes (MD, MSC).

Luanda, 2020
INTRODUÇÃO
A Desnutrição é uma doença de natureza clinico-social multifactorial cujas raízes se encontram na pobreza,

(ANANIAS et al, 2018).

De acordo com Harrison (2014), trata-se de um componente frequente de enfermidades agudas e crónicas.Ela

inclui geralmente extremos de subpeso e sobrepeso.A desnutrição grave acomete todos os órgãos da criança,

tornando-se crónica e levando a óbitos, caso não seja tratada de forma precoce e adequadamente. Pode

começar precocemente na vida intrauterina (baixo peso ao nascer), e frequentemente cedo na infância, em

decorrência na interrupção precoce do aleitamento materno exclusivo e da alimentação complementar

inadequada nos primeiros 2 anos de vida, associada muitas vezes, a privação alimentar ao longo da vida e a

ocorrência de repetidos episódios de doenças infecciosas como são os casos das Doenças Diarreicas Agudas

(DDA) e as Doenças Respiratórias Agudas (DRA).


IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA
A desnutrição infantil é um problema grave de Saúde Pública em Angola,
afectando, sobretudo crianças menores de 5 anos, com ênfase para aquelas com
baixas condições socio económicas. Importa referir que, a persistência e o aumento
assustador de casos de desnutrição nas suas mais variadas formas de
apresentação clínica em crianças em angolanas é cada vez mais preocupante.
Em função destes indicadores, a presente pesquisa visa interrogar: Quais os
indicadores da desnutrição que apresentaram as crianças dos 0-5 anos de
idade atendidas no Centro Médico Júlia e Cunha no IIº semestre de 2019?
JUSTIFICATIVA
Para o ISPAJ, instituição por meio da qual a pesquisadora se propôs
efectuar a identificação e o levantamento desta problemática, com este trabalho
pretende-se sustentar o debate em torno de uma indagação que pode ser
apresentada nas mais variadas formas de abordagem, e reflexão no âmbito de
seu objecto social. Para o Centro , almeja-se que com este estudo, se proponha
sugestões metodológicas, que em função dos indicadores epidemiológicos que a
mesma trará, a adopção de medidas que visarão minimizar os desfavoráveis na
saúde destas crianças, e elevar o efeito multiplicador que visarão a redução da
elevada taxa de incidência da desnutrição nesta unidade de saúde.
OBJECTIVOS
 Geral
Avaliar os indicadores da desnutrição das crianças com a idade
compreendida entre os 0-5 anos, atendidas no Centro médico Júlia e Cunha
no IIº semestre 2019.

 Específicos
Caracterizar as crianças de acordo com o seu perfil sociodemográfico,
(idade, género, origem);
Identificar determinados indicadores da desnutrição constactados nos
livros de atendimento do centro (peso, altura e indice de massa corporal);
Caracterizar as crianças de acordo com a sua situação vacinal.
CAPÍTULO 1 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
 1.1 Conceito
A má nutrição é um estado patológico causado pela falta de ingestão ou
absorção de nutrientes. Dependendo da gravidade, a doença pode ser dividida
em primeiro, segundo, e terceiro grau, (CAPELO et al, 2010).

 1.1.3 - Epidemiologias
A prevalência da má-nutrição cronica em crianças angolanas menores de 5
anos e de 29% deu a conhecer a nutricionista de saúde alimentar FutiTati. A
especialista fez saber que no mundo 161 milhões de crianças menores de 5 anos
sofrem atrasos de crescimento, cerca de 51 milhões de crianças menores de 5
anos sofrem de emagrecimento e 17 milhões com emagrecimento grave, estes
com maior risco de morte por infeções.Na africa subsariana, uma em cada quatro
pessoas permanecem cronicamente desnutridas (estado da insegurança
alimentar no mundo, (BAPTISTA, 2009).
1.5- Causas da má- nutrição
Dentre as causas da má nutrição estão incluídas: o desmame precoce, falta
de alimento, perda de apetite, o desmame precoce esta entre as causas de
desnutrição, uma vez que o leite materno contem nutrientes essenciais que
dificilmente são encontrados em quantidades adequadas na alimentação
sólida.
 1.6 - Factores de risco
•Dificuldades socioeconômicas, má alimentação, desmame precoce, baixo
peso ao nascer, falta de aleitamento materno, alimentação complementar
inadequada, baixa estatura para idade, inatividade física, baixo consumo de
frutas e vegetais (FERRARI, 2012).
•Falta de alimento: este é comum entre o grupo de rendimentos reduzidos
assim como; aqueles que são desabrigados. Aqueles que têm que comer da
dificuldade devido aos dentes dolorosa a outras lesões dolorosas da boca.
Aqueles com absorção da disfasia ou da dificuldade são igualmente em risco da
má nutrição, (MOURA, 2017).
•Perda de apetite: As causas comuns da perda de apetite incluem os
cancros, os tumores, a doença depressiva e outras doenças.
1.7-
. Manifestações clinicas
Clinicamente a criança com o marasmo se apresenta geralmente com pele seca e
fina, cabelo fino, escasso e cair com muita facilidade. As crianças com marasmo podem
ainda apresentar-se apáticas e com astenia marcada (fraqueza). Nessas crianças, a
presença de bradicardia e hipotermia significa que a desnutrição é grave e ameaça a
vida. A atrofia das papilas filiformes da lingua é comum e as estomatites por monilia são
frequentes. O desmame precoce ou inadequado e a diarreia crónica são achados
comuns nos países em desenvolvimento. (DOMENE, 2015).
1.11.1- Diagnóstico Clinico

O diagnóstico da má nutrição é feito em clínica examinando o paciente. Além do BMI

ou o índice de massa corporal (o peso nos quilogramas sobre a altura nos medidores

esquadrou - o peso/altura (em m) 2) e circunferência meados do braço.Aqueles com

um BMI que menos de 18,5 precisam de ver seus fornecedores de serviços de saúde

param a avaliação da má nutrição. Crianças com atraso de crescimento ou

necessidade stunting ser avaliado também para sinais da má nutrição, (OMS, 2012).

A avaliação do crescimento é a medida que melhor define a saúde e o estado

nutricional das crianças, tendo em conta que os distúrbios na saúde e na nutrição

afectam o crescimento infantil (Pandolfi et al., 2011).


1.14 - Tratamento

A dieta deve possibilitar a reposição, manutenção e reservam adequadas de


nutrientes no organismo. Deve ser elaborada acompanhada por um nutricionista ou
metrólogo. A educação alimentar é muito importante em todas as etapas da vida.
Como a desnutrição e bastante comum na infância, torna- se essencial e urgente que
as pessoas que fazem parte do processo de edução/formação das crianças (famílias,
professores) tenham acesso a informações sobre o correto aproveitamento dos
alimentos e a alimentação saudável. Só então as crianças poderão ser bem
orientadas e cuidadas, (DOMENE, 2015).
 1.13- Prevenção

A prevenção e o controle da desnutrição dependem de medidas mais amplas e


eficientes de combate a pobreza e a fome e políticas de inclusão social. No entanto, é
responsabilidade dos profissionais de saúde o atendimento a criança com
desnutrição de acordo com o actual conhecimento cientifico disponível e a actuação
efectiva, tanto para salvar as vidas dessas crianças, como para promover a sua
recuperação e evitar recaídas. Portanto, o sucesso obtido no tratamento da criança
hospitalizada deve ter sua continuidade assegurada por meios de medidas
adequadas no ambulatório, na comunidade e no domicílio, (SMELTZER et al, (2006).
CAPÍTULO II– ANÁLISE METODOLÓGICA
 Tipo de estudo: Realizou-se uma pesquisa descritiva, observacional,
prospectiva, de abordagem qualitativa e quantitativa, com amostragem
aleatória e de observação participante.

 Local de estudo: A pesquisa foi realizada no Centro médico Júlia e


Cunha, localizado no distrito urbano do Benfica, município de Talatona, na
província de Luanda.

 2.3-Período de pesquisa: A pesquisa foi realizada no periodo compreendido entre


Novembro de 2019 a Janeiro de 2020, um periodo de 90 dias.

 2.5 - População e amostra em estudo: O universo de estudo foi constituído pela


totalidade de utentes atendidos no centro médico no período proposto no plano
deamostragem, ou seja, 35 pacientes, porém após de se aplicar os pressupostos
constantes nos critérios de exclusão, foi obtida uma amostra de 25 pacientes,
2.6.1- Critérios de inclusão: Foram incluídos nesta pesquisa, os utentes que
apresentaram os seguintes requisitos:
• Pacientes de ambos os sexos e com a idade compreendida entre os 18 aos
45 anos de idade;
• Estar presente no centro médico, nos dias de aplicação dos instrumentos de
recolha de dados;
• Aceitar em participar no estudo de forma voluntária.
2.6.2 – Critérios de exclusão: Foram excluídos desta pesquisa todos os
pacientes que não reuniram os requisitos constantes nos critérios de inclusão.
2.7 – Variáveis em estudo
a) – Independentes: Idade, género, nível de escolaridade e Proveniência
b)- Dependentes: Número de parceiros sexuais, conhecimentos dos riscos de
exposição ao HIV.
CAPÍTULO III – APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Tabela 1 – Distribuição dos sujeitos segundo o Género

Género Frequência %

Feminino 17 68

Masculino 8 32

Total 25 100

Fonte: Livro de registo do Centro Médico Júlia e Cunha


Tabela 2 – Distribuição dos sujeitos segundo a idade

Faixa etária Frequência %

Menor de 20 anos 6 36

20 -24 5 20

25-29 3 9

30-34 4 18

35-39 2 4

40-44 2 4

≥ 45 anos 3 9

Total 25 100

Fonte: Livro de registo do Centro Médico Júlia e Cunha


Tabela 3 – Caracterização da amostra segundo a proveniência

Proveniencia Frequência %

Honga 4 16

Partido 7 28

Dona Xepa 12 48

Outras localidades 2 8

Total 25 100

Fonte: Livro de registo do Centro Médico Júlia e Cunha


Tabela 4 – Caracterização dos pacientes de acordo com a escolaridade

Escolaridade Frequência %

I º Ciclo 6 24

IIº Ciclo 13 52

Ensino Superior 4 16

Pós-graduação 2 8

Total 25 100

Fonte: Livro de registo do Centro Médico Júlia e Cunha


Tabela 5 – Distribuição do número de parceiros sexuais

Nº de parceiros Frequência %

Não tem 3 12

Possui apenas um 17 68

Possui mais de um 5 20
parceiro

Total 25 100

Fonte: Livro de registo do Centro Médico Júlia e Cunha


Tabela 6 – Conhecimento dos sujeitos sobre os riscos de exposição ao VIH

Conhecimentos sobre Frequência %


exposição

Desconhecem 7 28

Conhecem 13 52

Nunca ouviu falar 5 20

Total 25 100

Fonte: Livro de registo do Centro Médico Júlia e Cunha


Tabela 7 – Tipos de riscos à exposição ao HIV

Tipos de exposição Frequência %

Contacto sexual 8 32

Parenteral 3 12

Vertical 4 16

Ocupacional 5 20

Transfusão com o sangue 5 20


contaminado

Total 25 100

Fonte: Livro de registo do Centro Médico Júlia e Cunha


CONCLUSÃO

A situação da exposição pelo vírus da imunodeficiência humana


constitui uma preocupação quer de autoridades sanitárias, assim como
aos pesquisadores ligados a saúde. A presente pesquisa visou avaliar
o grau de conhecimentos sobre os riscos de exposição ao HIV aos
pacientes com a idade compreendida entre os 18 aos 45 anos, que se
pode concluir:

Maior participação de utentes do género feminino em detrimento do


masculino o que pode estar associado a factores sociodemográficos;

Relativamente a faixa etária, o estudo constactou haver maior


participação de sujeitos com menos de 20 anos, uma idade média de 33,8 anos;
No que diz respeito à escolaridade, o estudo revelou a existência uma maior parcela
de pacientes com a frequência do IIº ciclo o que por si só pode facilitar uma maior
fluidez na qualidade das respostas aos questionários de colecta de informação.
A maior parte dos entrevistados reside na Dona Xepa, o que pode estar relacionado
com localização geográfica da unidade de saúde que se constituiu campo de estudo.
No que concerne a avaliação de conhecimentos sobre os riscos de exposição ao virus
HIV, a maior parte dos entrevistados referiram conhecerem os riscos de exposição e
que é o contacto sexual a forma mais predominante de exposição.
SUGESTÕES

Em função dos resultados constactados na presente pesquisa, e dada a importância


de que a mesma se reveste se sugere:

Que se realize outros estudos similares utilizando outras amostras com


características iguais as estudadas com o intuito de se avaliar a tendência do
problema.

Que haja maior divulgação de estudos onde se avalia o grau de conhecimentos de


determinado seguimento, no âmbito das doenças sexualmente transmissíveis e
outras enfermidades tropicais negligenciada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRE, CN (2012). Manifestações bucais em pacientes com HIV/SIDA
internados em uma unidade terciária de saúde do Amazonas. Dissertação do
Mestrado do programa de Pós-graduação em doenças tropicais e infecciosas.
Universidade do Estado de Amazonas, Brasil.

ANGOLA, (2016). Tratamento anti-retroviral e infecções oportunistas do


adulto, adolescente grávida e criança. Guião de Bolso, Luanda

BASTOS, et al(2010). Guia de tratamento anti-retroviral e infecções


oportunistas no adulto, adolescente e grávida. Comité nacional de tratamento
anti-retroviral. Direcção nacional de assistência médica.

BIPAI, (2010).Currículo do HIV/SIDA para o profissional de saúde. Houston,


Texas, EUA, 4ª edição. Acessado aos 23 de Maio de 2019.

BRASIL (2019). Doenças de condições crónicas e infecções


sexualmentetransmissiveis. Boletim Epidemiológico do HIV/AIDS.
Muito Obrigado!

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