Você está na página 1de 13

A ética é um sistema de

regras absolutas

O valor moral de uma ação


decorre da intenção com que
é praticada

As regras morais devem ser


respeitadas
independentemente das
consequências (boas ou
más)
A ética de Kant As regras morais são leis que
a razão estabelece e valem
para todos os seres racionais
A ética é um sistema de regras
absolutas

• A obrigação de dizer a verdade, por exemplo, não


varia conforme as circunstâncias, devendo nuns
casos ser respeitada mas podendo não o ser noutros.

• As obrigações morais são absolutas porque não estão


sujeitas a quaisquer exceções, mesmo que respeitá-
las tenha consequências negativas para todos.
O valor moral das ações depende
das intenções

• A mesma ação pode ser praticada com diferentes intenções.

• Ajudo alguém porque espero ser recompensado ou porque sinto


ter o dever de o fazer.

• No primeiro caso, a minha ação é motivada pelo interesse


pessoal e não tem valor moral. No segundo, a minha ação tem
valor moral.

• Uma ação tem valor moral se for motivada apenas pelo


sentimento do dever.

• Para determinar o valor moral de uma ação é necessário


conhecer a intenção com que foi praticada.
O valor moral das ações não depende
das consequências

• Certas ações mesmo que tenham boas consequências


não devem ser praticadas.

• A morte da população de Hiroxima teve a


consequência de evitar um número ainda maior de
baixas se a guerra tivesse continuado.

• Matar pessoas inocentes é sempre moralmente errado,


sejam quais forem as consequências.
A moral baseia-se na razão, e não na
religião ou nos sentimentos

• As obrigações morais não são impostas de fora, por Deus


ou pelos bons sentimentos; são leis que a razão define para
si própria.

• Agir em obediência a regras morais só é possível sem pôr


em causa a nossa liberdade se formos nós, como seres
racionais, a ditar as normas de comportamento a que
estamos sujeitos.

• A lei moral pode ser conhecida com base apenas na razão:


a moral é a priori e inerente a todos os seres racionais por
serem racionais.
Imperativos (ou obrigações)
hipotéticos

• Uma obrigação é hipotética quando existe apenas em certas


condições.

• Tenho a obrigação de estudar para os exames de acesso ao


curso de Medicina apenas na condição de querer ser
médico.

• Esta obrigação apenas existe em função de eu ter um certo


desejo.

• Se abandonar o desejo de ser médico, a obrigação também


desaparece.
Serão os imperativos morais
hipotéticos?

• Se a moral consistisse em seguir regras hipotéticas, só teríamos a


obrigação de, por exemplo, ajudar quem precisa em certas
condições, mas não em todas.

• A obrigação de ajudar dependeria, por exemplo, de termos um certo


sentimento (compaixão), e só existiria enquanto esse sentimento se
mantivesse.

• Mas nós temos o dever de ajudar em todas as circunstâncias,


quaisquer que sejam os nossos sentimentos. A obrigação de ajudar
não desaparece porque deixámos de sentir compaixão. Ela mantém-
se inalterada.

• Kant conclui que a obrigação de ajudar (como todas as obrigações


morais, não são hipotéticas (sujeitas a condições de tipo emocional
ou outras).
Imperativos morais e motivos
sentimentais

• As obrigações morais não são hipotéticas; só têm valor moral as


ações praticadas por dever.

• Ao ajudar outra pessoa apenas por compaixão estamos a seguir a


máxima “Ajuda o próximo se sentires compaixão”.

• Se esta condição deixasse de se verificar, a obrigação de ajudar


desapareceria.

• Como a obrigação de ajudar se mantém mesmo se nenhum


sentimento nos inclinar a fazê-lo, esta obrigação não é hipotética
mas absoluta.

• Uma ação praticada por compaixão não tem valor moral porque a
sua máxima seria apenas hipotética, enquanto as máximas
morais são absolutas.
Moral e universalizabilidade

• A moral inclui várias obrigações particulares: dizer a


verdade, cumprir com a palavra dada, não matar pessoas
inocentes, etc.

• Agir de acordo com estas regras é agir segundo máximas


universalizáveis, isto é, máximas que todos podem seguir.

• Mentir, matar pessoas inocentes, etc., não é permissível


pois estas ações não podem ser transformadas em regras
universais.

• Se todos mentissem acabava a confiança e mentir perdia


toda a eficácia.
Obrigações particulares e a lei
moral

Uma ação é moralmente permissível quando pode ser


universalizada. Obrigações morais particulares como não mentir ou
não roubar, têm em comum o facto de serem universalizáveis.

Esta característica comum reflete a nossa obrigação moral básica:


agir segundo máximas que todos possam seguir.

Esta obrigação moral básica é o fundamento de todas as


obrigações morais particulares.

Trata-se, segundo Kant, do IMPERATIVO CATEGÓRICO (ou lei moral).


O imperativo categórico (1)

Age apenas segundo intenções


que possas ao mesmo tempo querer que se tornem
regras universais.

O imperativo categórico diz-nos apenas que característica deve ter a


máxima (ou a intenção) em nome da qual praticamos uma ação para que
essa ação seja moralmente permissível: ser universalizável.

Este princípio é completamente geral e, por isso, aplica-se a todas as


ações, podendo ser usado para determinar a permissibilidade de cada
uma.
O imperativo categórico (2)

Age de modo a nunca usares as pessoas apenas como


um meio mas sempre como um fim em si.

Que quer isto dizer?

Basicamente o seguinte. É proibido usar as pessoas unicamente como


instrumentos para satisfazer as nossas necessidades e interesses; é
nosso dever respeitá-las enquanto seres racionais e autónomos.
O imperativo categórico (2)

Age de modo a nunca usares as pessoas apenas como


um meio mas sempre como um fim em si.

Kant pensava que os seres humanos detêm uma posição única no


conjunto da natureza.

Ao contrário dos restantes seres vivos, que apenas possuem um valor


instrumental – resultante da sua utilidade para nós – os seres humanos
são valiosos enquanto tais: têm valor intrínseco e não podem ser usados
apenas em função da utilidade que tenham para os nossos projetos.

Você também pode gostar