Faculdade de Direito Padre Anchieta

Direito Internacional Privado

Profª. Me. Rafaela C Juliatto
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Revisão da última aula – 27/03/2020

INSTITUTOS DO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

1. Qualificação
2. Ordem Pública
3. Direito Adquirido
4. Reenvio
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COMPETÊNCIA INTERNACIONAL

 O Direito Internacional Privado tem o escopo de regular os conflitos de leis no

espaço tanto no âmbito material quanto processual.

 O Direito Internacional Privado não só indicará a norma aplicável ao conflito de

leis no espaço, bem como determinará a autoridade competente para
conhecer do litígio (nacional ou estrangeiro) nos casos em que haja uma
relação jurídica com conexão internacional.
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COMPETÊNCIA INTERNACIONAL

Competência Internacional: poder que o Poder Judiciário de um determinado

Estado possui para examinar processos judiciais nos quais haja uma relação
jurídica com conexão internacional.
Determina a possibilidade de uma ação ser proposta no Judiciário brasileiro ou
estrangeiro, ou, ainda, em ambos ao mesmo tempo.

Determinação da Competência Internacional: cabe a cada Estado, por meio da

sua lex fori, determinar a competência de seus órgãos jurisdicionais em termos
internacionais. Isso pode dar ensejo a dois tipos de conflitos de competência
internacionais: o positivo e o negativo.
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Há conflito positivo de competência internacional toda vez que os direitos

internos de dois ou mais Estados definem que seus respetivos judiciários são
competentes para julgar determinada relação jurídica com conexão internacional.

Há conflito negativo de competência internacional toda vez que os direitos

internos de dois ou mais Estados definem que seus respetivos judiciários NÃO são
competentes para julgar determinada relação jurídica com conexão internacional,
ou seja, não há juiz ou corte competente para julgar uma determinada causa.
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O Poder Judiciário brasileiro é competente para examinar, processar e julgar

litígios que envolvam tanto nacionais, como estrangeiros.

Estrangeiros podem dar início a processos judiciais e são tratados com igualdade
de condições com os nacionais (devido processo legal).

É o CPC – Código de Processo Civil que determina a Competência

Internacional dos artigos 21 ao 25.

“Título II - Dos Limites Da Jurisdição Nacional e da Cooperação Internacional

Capítulo I - Dos Limites Da Jurisdição Nacional
Art. 21, 22, 23, 24 e 25”
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Arts. 21 a 25 do CPC:
Determinam que a competência da autoridade judiciária brasileira no plano
internacional pode ser concorrente ou exclusiva.

Competência concorrente (relativa/alternativa): não se exclui a possibilidade

do processo ocorrer em foro estrangeiro, não se impede que a mesma demanda
trâmite em tribunal estrangeiro e permite que a sentença proferida seja
homologada no Brasil.

Competência exclusiva (absoluta/necessária): neste caso, a ação somente pode

ser proposta perante o Poder Judiciário brasileiro. Não há possibilidade da
sentença proferida ser homologada no Brasil, uma vez que verse sobre matéria de
competência exclusiva do Poder Judiciário Brasileiro.
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Da Competência CONCORRENTE no Brasil (CPC):

Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em

que:
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no
Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.
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Da Competência Concorrente no Brasil (CPC):

Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as

ações:
I - de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens,
recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;
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Da Competência Concorrente no Brasil (CPC):

II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou
residência no Brasil;
“A Justiça brasileira é absolutamente incompetente para processar e julgar demanda
indenizatória fundada em serviço fornecido de forma viciada por sociedade empresária
estrangeira a brasileiro que possuía domicílio no mesmo Estado estrangeiro em que situada a
fornecedora, quando o contrato de consumo houver sido celebrado e executado neste local,
ainda que o conhecimento do vício ocorra após o retorno do consumidor ao território nacional”.
(STJ. Informativo 580. Brasília, 2 a 13 de abril de 2016. Processo REsp 1.571.616-MT, Rel.
Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 5/4/16, DJe 11/04/16).

III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.

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Da Competência EXCLUSIVA no Brasil (CPC):

Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento
particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da
herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território
nacional;
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à
partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
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Da Competência EXCLUSIVA no Brasil (CPC):

Nos casos de competência exclusiva, não há uma proibição para que as partes
litiguem no estrangeiro, mesmo porque tal proibição não seria capaz de produzir
efeitos nos demais Estados.
O que temos é a não possibilidade de reconhecimento de processos ou decisões
estrangeiras que versem sobre estas matérias.
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Litispendência Internacional

Revisão de Processo Civil:

Da Litispendência no âmbito nacional: CPC – art. 337- verifica-se a litispendência
ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada.
Conceito: existência de duas ou mais ações judiciais que possuem as mesmas partes,
o mesmo pedido e a\ mesma causa de pedir e que tramitam em juízos diferentes. Ao
menos dois processos iguais em trâmite perante juízos distintos.
No Brasil, trata-se de matéria de ordem pública, ou seja, dá ensejo à extinção sem
julgamento de mérito, pode ser reconhecida de ofício ou suscitada pela parte como
preliminar.
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Litispendência Internacional:
feitos idênticos sendo processados perante órgãos jurisdicionais de Estados
diferentes.
No Brasil, a litispendência internacional NÃO ENSEJA EXTINÇÃO SEM
JULGAMENTO DE MÉRITO.

CPC - art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz
litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da
mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de
tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
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 Nada impede que tribunais estrangeiros apreciem o feito que também está em
trâmite no Brasil. O mesmo processo pode examinado, simultaneamente, pelo
Judiciário brasileiro e pela jurisdição estrangeira,
 A sentença prolatada pelo Juízo estrangeiro pode vir a gerar efeitos no Brasil, se
devidamente homologada, mesmo quando versar sobre matéria idêntica à de
uma causa pendente no Brasil.
 A homologação definitiva da sentença estrangeira prejudicará as causas
idênticas em trâmite perante o Judiciário brasileiro, nos limites já decididos pela
decisão estrangeira e vice-versa.
 A regra para a litispendência internacional refere-se aos casos de competência
concorrente. Nos casos de competência exclusiva não há possibilidade de
reconhecimento de sentença estrangeira