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O HOMEM COMO SER SOCIAL

 Podes imaginar-te sozinho no  Ou seja, ao contrário dos


mundo, sem necessidade dos deuses, que são omnipotentes,
outros para conviveres,
aprenderes, divertires-te ou,
e de algumas espécies
simplesmente sobreviver? animais, que vivem de forma
 Para todos nós, esta ideia é solitária, a espécie humana
aterradora. necessita intrinsecamente dos
 Aristóteles, filósofo grego do séc. seus pares.
IV a.c, afirmou que:
“O ser humano isolado ou é um
deus ou um animal, mas não é,
verdadeiramente, um ser
humano.”

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O HOMEM COMO SER SOCIAL
 A atestar a impossibilidade de o homem viver isolado, temos
o exemplo das crianças selvagens.
 Há inúmeros casos destas crianças, encontradas ao longo da
história, a sobreviver misteriosamente na floresta. Apesar dos
cuidados a que foram submetidas, nunca se comportaram
como seres humanos, em virtude de terem inicialmente vivido
afastadas do convívio social. Sempre que se tentou proceder a
uma reeducação de crianças deste tipo apenas se conseguiram
resultados parciais e nunca uma adaptação correcta e ajustada
ao convívio humano. Se, desde o nascimento, estas crianças se
mantivessem integradas no meio social ter-se-iam orientado
por modelos humanos, de modo a adquirirem comportamentos
próprios da espécie humana.

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O HOMEM COMO SER SOCIAL
Noção de socialização

 O homem só adquire verdadeiramente as características de


ser humano quando a sua vida decorre no seio de um grupo
social.

 O processo pelo qual os indivíduos aprendem as atitudes,


crenças e comportamentos apropriados à sua cultura
designa-se por SOCIALIZAÇÃO.

 A SOCIALIZAÇÃO é o processo de aprendizagem dos


modelos transmitidos pela geração anterior e que tendem a
ser reproduzidos.

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Tipos de socialização: Socialização primária e secundária
 Durante a infância e a adolescência, por influência privilegiada da
família e da escola, decorre o processo de SOCIALIZAÇÃO
PRIMÁRIA, cujo objectivo é a aquisição de um conjunto de
hábitos necessários para uma adaptação a situações diversas da
vida quotidiana. Neles se incluem hábitos de higiene, alimentação,
cumprimento de instruções, uso da linguagem, cortesia, respeito.
 A SOCIALIZAÇÃO SECUNDÁRIA é o processo que, a partir
da idade adulta, se prolonga pela vida fora sempre que a pessoa
tem de se adaptar a situações novas que impliquem alterações
significativas na sua condição social. Exemplos de
SOCIALIZAÇÃO secundária são a mudança de estado civil, o
nascimento de filhos, a entrada no mundo do trabalho, pagamento
de impostos, ser preso, ficar desempregado, passar à reforma, ser
eleito deputado, ... .
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RELAÇÕES INTERPESSOAIS
 Os Estamos sempre inseridos num
psicólogos usam a
palavra AFILIAÇÃO contexto social que, em grande
para se referirem ao desejo parte, nos determina.
ou motivação que termos
para estar com outras
pessoas, de criar
afinidades com um
número indeterminado de
pessoas.

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BENEFÍCIOS DAS RELAÇÕES SOCIAIS (interindividuais ou
intergrupais):

 Vinculação: é o sentimento de segurança/conforto psicológico


proporcionado pelas relações de intimidade. As crianças constroem relações
de vinculação com os pais, os adultos com os amigos íntimos, namorados,
cônjuges.
 Integração social: sentimento de partilhar interesses com outras pessoas, o
que permite relações de companhia e sentimento de pertença a uma
comunidade.
 Reconhecimento social: resulta do facto de os outros nos estimarem e
considerarem competentes.
 Solidariedade. Sentimento de podermos contar com a ajuda dos outros em
situações de emergência.
 Orientação: fornecida por amigos, médicos, professores e outras pessoas a
quem solicitamos conselhos e informações.

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RELAÇÕES
INTERPESSOAIS:
RELAÇÕES
ATRACÇÃO INTERGRUPAIS
AMIZADE
CONFLITO
AMOR
COOPERAÇÃO
AGRESSÃO

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RELAÇÕES
INTERPESSOAIS:

A ATRACÇÃO

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Introdução
A atracção entre os seres humanos, a simpatia e o amor
pelos outros deram lugar, desde tempos remotos, a inúmeras
considerações destinadas a explicá-los.

A investigação psicossocial considera que, embora as


pessoas em geral comecem por se sentir atraídas umas pelas
outras por factores que parecem triviais e difíceis de explicar,
depois surgem outras razões que se podem sintetizar no facto
de o comportamento de uma pessoa ser gratificante para a
outra.

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DEFINIÇÃO DE ATRACÇÃO:
A Atracção interpessoal refere-se a uma atitude positiva em
relação a outras pessoas e que nos leva a aproximar-nos e a
procurar a sua companhia.
Traduz-se no que pensamos e sentimos sobre determinada
pessoa, se ela tem características que nos agradam, a forma
como ela nos afecta e se nos sentimos felizes na sua
presença.
Naturalmente que há diferenças entre a atracção existente
entre pais e filhos, entre amantes apaixonados, entre colegas
de trabalho ou de turma, ou entre amigos inseparáveis. Mas,
em todos os exemplos citados, podemos falar de atracção.

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COMPONENTES DA
ATRACÇÃO:
Entendida como atitude, a atracção é constituída por:
1 - uma dimensão cognitiva ou intelectual – corresponde ao que
pensamos acerca de determinada pessoa, é a avaliação, juízo ou
opinião que formamos sobre a pessoa em questão.
O indivíduo A avalia positivamente o indivíduo B.

2 - uma dimensão afectiva - um conjunto de sentimentos de partilha


que experimentamos ao interagir com uma certa pessoa.

O indivíduo A experimenta na interacção com o B, um conjunto de


emoções e sentimentos positivos, tais como a sensação de bem-
estar, de conforto, admiração, quando junto do sujeito alvo.

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COMPONENTES DA
ATRACÇÃO:
3 - uma dimensão comportamental - a atracção pelo outro
traduz-se numa acção que executamos de modo a
aproximar-nos dele.

Revela-se através das acções físicas que um sujeito tem


para com o outro que pretende atrair, como por exemplo:
estar presente nos mesmos espaços geográficos que o
sujeito alvo se encontra.

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Factores de atracção interpessoal
Proximidade: o contacto frequente com as pessoas
mais próximas de nós leva a que desenvolvamos
atracção por elas. Por que será a proximidade física tão
importante? Uma resposta é que não se pode gostar de
alguém que nunca se encontrou, e as hipóteses de
encontrar esse alguém são muito maiores se ele estiver
por perto.

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Factores de atracção interpessoal
Familiaridade: as pessoas tendem a gostar do que é
mais familiar. O herói de uma comédia musical explica
a sua afeição pela heroína cantando “cresci habituado a
ver a sua face”. As fotografias de caras de estranhos
são julgadas como sendo aquelas de que mais se gosta,
quanto mais vezes tiverem sido vistas.

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Factores de atracção interpessoal

Atracção física: É uma das primeiras impressões que


recolhemos no contacto com os outros, logo, e de
acordo com o nosso padrão cultural de beleza,
sentimo-nos mais atraídos por quem é mais belo.
Além disso, e de acordo com o efeito de Halo,
pressupomos que quem é atractivo tem outras
características positivas.

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Factores de atracção interpessoal
 Semelhanças interpessoais: Sentimo-nos atraídos por
pessoas que tenham sentimentos, comportamentos,
atitudes, opiniões, interesses e valores semelhantes aos
nossos. Por exemplo, alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico
demonstram preferências por outras crianças que tenham
desempenhos semelhantes aos seus, nas aulas, no desporto
e na música; os “melhores amigos” do Liceu assemelham-
se uns aos outros na idade, etnia, ano escolar e notas das
disciplinas. Um benfiquista tende a procurar outro que
partilhe do mesmo clubismo e não um opositor ao seu
clube.

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Factores de atracção interpessoal
Complementaridade: As pessoas sentem-se
atraídas por outras que possuam características que
elas próprias não têm. São as assimetrias das
características que tornam o outro atraente, na
medida em que se complementam.
Por exemplo, uma pessoa que goste de dominar,
pode gostar de alguém que é submisso; o bom
estudante em Matemática, pode estabelecer uma
relação de amizade com alguém particularmente
bom em Português.

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Factores de atracção interpessoal
 Reciprocidade: Gostamos das pessoas que nos apreciam,
simpatizamos mais com aqueles que simpatizam connosco.

 Outros factores que têm influência na atracção


interpessoal:
  
 Admiração
 Respeito
 Aceitação
 Estima
 Gratidão

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