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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNANBUCO

AULA 04

TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

Professor: João Baptista Manuel

Cabo de Santo Agostinho - PE, Dezembro – 2020

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TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

SUMÁRIO


Introdução..............................................................................3

 Principais tratamentos termoquímicos..................................4

 Cementação...........................................................................5

 Cementação solida..................................................................7

 Cementação liquida.............................................................16

 Cementação gasosa.............................................................22
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TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

INTRODUÇÃO

 Tratamentos termoquímicos são processos que


visam à adição por difusão, de carbono, nitrogênio ou
boro na superfície do aço em temperaturas entre 500 ºC
a 1000 ºC.

 O objetivo principal é aumentar a dureza e a


resistência ao desgaste da superfície, ao mesmo tempo
em que o núcleo do material se mantém dúctil.

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TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

PRINCIPAIS TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

Figura 1. Principais tratamentos termoquímicos.


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TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

CEMENTAÇÃO

 Consiste em introduzir maior quantidade de carbono


em superfícies de aço com baixos teores desse elemento.

 É indicada para aços-carbono ou aços-ligas cujo teor


original de carbono seja inferior a 0,25%.

 A cementação aumenta esse teor até em torno de 1%,


assegurando uma superfície dura e um núcleo tenaz.

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TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

CEMENTAÇÃO

 Peças fabricadas em aço com porcentagem média ou alta


de carbono que vão sofrer operações severas de dobramento,
tendem a trincar-se.

 Todavia, se elas forem confeccionadas com aço de baixo


carbono (1010) e, depois, forem conformadas e cementadas,
bons resultados ocorrerão sem que elas corram o risco de
trincarem.

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CEMENTAÇÃO SÓLIDA

 Na cementação sólida os componentes são colocados no


interior de uma caixa metálica com tampa, na presença de
misturas carbonetantes sólidas.

 As misturas carburantes ou preparados para cementação


são compostos por: carvão vegetal e carbonatos como
substâncias ativadoras (carbonato de bário, carbonato de
cálcio, carbonato de potássio e carbonato de sódio)
temperaturas do processo entre 850 e 950ºC.

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TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

CEMENTAÇÃO SÓLIDA

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TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

CEMENTAÇÃO SÓLIDA

 As considerações favoráveis ao emprego da


cementação em caixa envolvem:

 Possibilidade de ser realizada em uma grande


variedade de fornos; é mais adequado para peças que são
resfriadas lentamente a partir da temperatura de
cementação e o processo oferece uma série de técnicas
de isolamento de componentes submetidos à cementação
seletiva.

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TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

CEMENTAÇÃO SÓLIDA

 Por outro lado a cementação sólida é menos limpa e


menos precisa que os outros processos de cementação.

 Adicionalmente, é um processo mais lento que os


processos de cementação líquida e gasosa.

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TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

CEMENTAÇÃO SÓLIDA

 Não é adequada para a realização de têmpera


diretamente da temperatura de cementação;

 Não é adequada para componentes com camadas


finas e/ou com tolerâncias estreitas exige um maior
trabalho manual para montagem e desmontagem do
aparato.

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TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

CEMENTAÇÃO SÓLIDA

 Operação: Os compostos para cementação sólida


comuns são reutilizáveis e contêm de 10 a 20% de
carbonatos de metais alcalinos e carvão vegetal moído
ou coque.

 O carbonato de bário é o catalisador principal e


responde por 70% do teor dos carbonatos.

 As temperaturas de operação estão entre 815ºC e


955ºC. Os componentes devem posicionados no interior
da caixa, de maneira eqüidistante.

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CEMENTAÇÃO SÓLIDA

 A distância recomendada entre as peças e entre elas e


as paredes da caixa deve ser de, no mínimo, 25 mm e
deverá ser preenchida pelo composto de cementação.

 A profundidade de camada obtida em função do


tempo de cementação a 925ºC é apresentada na figura
seguinte. Após a cementação o resfriamento tem que ser
muito lento até 600 ºC.

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TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

CEMENTAÇÃO SÓLIDA

Efeito do tempo na
profundidade da
camada cementada a
925 ºC.

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TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

CEMENTAÇÃO SÓLIDA

Figura 2. Microestrutura obtida após


cementação. 15
TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

CEMENTAÇÃO LÍQUIDA

 As camadas cementadas pelo meio líquido são


similares às obtidas com o meio gasoso, entretanto, os
ciclos são mais curtos devido ao período de
aquecimento ser mais rápido.

 Os banhos de sal apresentam coeficientes de


transferência de calor muito elevados por
apresentarem, simultaneamente, condução, convecção
e radiação.

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TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

CEMENTAÇÃO LÍQUIDA

 O processo é mais rápido que o anterior. As peças


permanecem no banho apenas 2 ou 3 horas a uma
temperatura que varia de 500 a 580ºC. A temperatura
pode ser aumentada dependendo da camada cementada
desejada.

 A composição dos banhos é à base de cianetos e o


processo dividido em duas variantes: Banhos de baixa
temperatura – operam em temperaturas entre 845 e
900°C.

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CEMENTAÇÃO LÍQUIDA

 São mantidos com uma camada protetiva de


carbono (carvão moído) e são indicados para camadas
com profundidades entre 0,13 a 0,25 mm.

 Banhos de alta temperatura - operam em


temperaturas entre 900ºC e 955ºC. São indicados para
profundidades de camada entre 0,5 mm e 3,0 mm,
entretanto, sua principal característica é o rápido
desenvolvimento de camadas entre 1 e 2 mm.

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TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

CEMENTAÇÃO LÍQUIDA

Tabela 1. Banhos usados na cementação liquida.

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TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

CEMENTAÇÃO LÍQUIDA

 Principais características: Processo mais rápido


(camadas entre 1 e 2 mm)

 Tempos totais de ciclo mais curtos

 Facilidade de manuseio das peças (uso de ganchos, ou


cestas)

 Oferece um controle preciso da camada cementada.

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TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

CEMENTAÇÃO LÍQUIDA

 Desvantagens do processo: Requer sistema de


exaustão sobre o banho, uso de EPI e cuidados adicionais
para evitar contaminação por cianetos.

 Neutralização dos banhos via processamento


químico, após um determinado período de operação

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TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

CEMENTAÇÃO GASOSA

 É o mais importante processo de cementação


industrial.

 A aporte de carbono é fornecido pela atmosfera


gasosa do forno, que inclui hidrocarbonetos, como o
metano propano e butano ou hidrocarbonetos líquidos
vaporizados.

 A atividade de carbono é controlada de modo a


produzir camadas superficiais com teores de carbono
entre 0,8 e 1,0% de C.
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TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

CEMENTAÇÃO GASOSA

 Os componentes, suportes e grelhas são limpos a


quente em soluções alcalinas antes de serem
processados.

 Outra prática é o aquecimento ao ar até 400ºC


visando a eliminação de contaminantes orgânicos.

 As variáveis mais importantes do processo são a


temperatura, o tempo e a composição da atmosfera.

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TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

CEMENTAÇÃO GASOSA

 Outras variáveis incluem o grau de circulação da


atmosfera no interior do forno e o teor de elementos de
liga presentes no aço.

 O coeficiente de difusão do carbono na austenita


determina o tempo necessário para a obtenção de uma
determinada profundidade de camada.

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TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

CEMENTAÇÃO GASOSA

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TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

CEMENTAÇÃO GASOSA

Figura 3. Profundidades de camadas cementadas em


quatro temperaturas. 26
TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

CEMENTAÇÃO GASOSA

Figura 4. Forno de cementação gasosa tipo poço. 27


TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS

FIM DA APRESENTAÇÃO

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