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Aplicação da

Supercondutividade nos
Aceleradores
Aluno: Elsa B. Pimenta
Professor: Tarcísio Passos Ribeiro de Campos

Departamento de Engenharia Nuclear


Universidade Federal de Minas Gerais
30 de Fevereiro, 2017
Introdução
A aquisição de um feixe de partículas mais energético carece de um
campo magnético e elétrico maior. A supercondutividade oferece
campos magnéticos e gradientes de campo superiores, com menos
dissipação de energia, tornando-se assim, a chave para o avanço
tecnológico e para o progresso de potenciais aplicações que podem
motivar novas pesquisas científicas.
 
Efeito Meissner
• Aplicando-se um campo magnétco
• Reduzindo a temperatura
• Os supercondutores expelem o campo magnético no seu interior
Tipos de supercondutores
• Supercondutor Tipo I
• Supercondutor Tipo II

A supercondutividade é limitado pela superfície determinado pelo campo


magnético crítico (Hc), temperatura crítica (Tc) e densidade de corrente
crítica (Jc).

Fig 2. A supercondutividade só está presente quando a temperatura, a força do campo magnético e a


corrente permanecem dentro da superfície crítica
Supercondutor Tipo I
Quando um campo magnético é aplicado, as correntes se formam na
superfície para compensar o campo externo e repelem o campo
magnético, formando um diamagneto, fenômeno chamado de efeito
Meissner. O estado supercondutor pode ser anulado por um aumento
de temperatura (acima da temperatura crítica) ou acima do campo
magnético crítico, que então penetra no material e suprime o efeito
Meissner. Portanto os materiais de Tipo I permanecem no estado
supercondutor apenas para campos magnéticos aplicados
relativamente fracos. Este é o caso do chumbo e do mercúrio, por
exemplo.
Supercondutor Tipo II
• Quando um campo magnético fraco é aplicado, eles reagem como
supercondutores de tipo I e expelem completamente o campo
magnético. Mas quando o campo magnético é mais forte, além
das correntes de superfície responsáveis ​pelo efeito Meissner,
outras correntes na forma de vórtices se desenvolvem permitindo
que um fluxo magnético passe por eles e, assim,
consequentemente, possibilita a passagem de campos magnéticos
superiores.
• Por isso que o supercondutor do tipo II é considerado um estado
misto pois apresenta um comportamento supercondutor (efeito
Meissner) e condutor nas áreas dos vórtices. Este é o caso da liga
NbSn e dos cupratos, por exemplo. Os supercondutores de tipo II
tornaram possível a utilização de supercondutividade em campos
magnéticos elevados, levando ao desenvolvimento, de magnetos
para aceleradores de partículas
Supercondutor Tipo I e II
Teoria BCS
• O elétron se move através do condutor e atrai cargas positivas da
rede
• Local de deformação da rede causa outro elétron, com spin
oposto,e se move em direção a densidade de cargas positivas
• Os dois elétrons formam o par de Cooper
• Distorção é o fônon emitido pelo primeiro elétron e capturado
pelo segundo.

Fig 1. Formação de Par de Cooper


Supercondutor Tipo II

Fig 3. Campo magnético do supercondutor tipo I em função da temperatura


Supercondutor HTS
M. K. Wu et al. descobriram que o óxido de cobre YBa2Cu3O7
(YBCO) é supercondutor com uma temperatura crítica de 92 K. YBCO
foi o primeiro supercondutor encontrado a ter uma temperatura
crítica acima do ponto de ebulição de nitrogênio em 77 K. A
estrutura geral dos supercondutores cerâmicos HTS consistem em
camadas de óxido de cobre espaçadas. Os supercondutores HTS
oferecem benefícios econômicos consideráveis ​porque o campo
externo geralmente está bem abaixo de 0,5 T, o que permite uma
temperatura de operação muito inferior à temperatura crítica do
material HTS, o que leva a reduzir a carga criogênica e o custo
operacional.
Supercondutor HTS

Fig 5. A superfície crítica do YBaCuO (YBCO) com relação as outras superfícies de outros condutores
Supercondutor HTS

Fig 6. Outros supercondutores HTS com temperatura crítica acima do ponto de ebulição de nitrogênio em
77 K
Supercondutividade na Cavidade RF
• As perdas de RF na cavidade são quantificadas pelo fator de
qualidade Q
• Para cavidades normais de Nb, a resistividade r = 10-8 Ω m em
T≈10 K e a resistência de superfície Rs = 7mΩ , temos Q ≈105 a
1,3 GHz. No entanto, as cavidades supercondutoras de Nb
geralmente possuem Rs ~ 20 nΩ e Q≈1010 a 2 K. Logo em
cavidades supercondutoras, Q é tipicamente cinco ordens de
grandeza maior do que cavidades de cobre.
Aplicação Supercondutividade na Cavidade
RF
Na otimização da cavidade supercondura, a freqüência de
ressonância, os modos e as restrições mecânicas na cavidade devem
ser considerados para projetar uma cavidade supercondutora de alta
eficiência. Masuzawa (2017) apresentou a blindagem magnética
como uma tecnologia chave para cavidades supercondutoras de RF.
Verificaram que uma única espessura de um material de maior
permeabilidade proporcionava uma melhor blindagem do que uma
dupla espessura de um material de menor permeabilidade.
Supercondutividade nos Cabos
transmitir uma grande quantidade de energia elétrica com uma
densidade de corrente efetiva de mais de 100 A / mm2 enquanto os
cabos tradicionais de cobre ou alumínio devido à dificuldade de
remover o aquecimento de Joule principalmente em altas tensões,
transmitem uma densidade de corrente da ordem de 5 A / mm2.
Assim os cabos supercondutores permitem uma alta capacidade de
transmissão de energia com tamanho mais compacto do que os
cabos convencionais, o que reduz consideravelmente o custo de
construção. O design do sistema de cabos HTS usam fitas ou fios
feitos de materiais supercondutores
Supercondutividade nos Magnetos

• Operam com altas densidades de corrente;


• São supercondutores tipo II ou HTS;
• Presentes nos sincrotrons de hadron de alta energia e sincrotrons
compactos de elétrons;
Supercondutividade nos Magnetos
O grupo de Iwata (2012) reportou de forma geral um gantry
supercondutor para terapia com carbono do National Institute of
Radiological Sciences (NIRS). Este gantry foi construído com
magnetos supercondutores com função combinada com a óptica do
feixe otimizado permitindo a redução do tamanho, peso da
estrutura do gantry com um grande tamanho de varredura no
isocentro.

Figura 8. Imagem do gantry supercondutor instalado em NIRS (à esquerda) e a imagem da sala de


tratamento para a rotação (à direita
Supercondutividade nos Magnetos
Sanfilippo (2016) apresentou um projeto baseado em magnetos de
função combinada supercondutores Nb3Sn (dipolo, quadrupolo,
sextupole). Os magnetos funcionam a 4,2 K, refrigerados por
criocoolers. Usando a geometria race track, os campos de pico no
condutor estão mostrando um valor máximo de 7,6 T.
Supercondutividade nos Magnetos

Fig 9. Distribuição de campo nos magnetos Q1&2, SDC1 e 2 e SCQ na corrente de operação
Conclusão
A aplicação da supercondutividade nos aceleradores permitiu o
avanço tecnológico dos aceleradores possibilitando o acesso a
campos mais fortes e a redução da perda de energia em cavidades
de RF e nos magnetos, que, como consequência, propiciou a
construção de aceleradores mais potentes e mais compactos com
um desembolso menor.
Obrigada

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