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Trabalho e Energia

O problema fundamental da dinâmica de uma


partícula é saber como a partícula se move, se
conhecermos a força que actua sobre ela (como varia
a sua posição com o tempo).
Para isso temos que conhecer a força resultante
que actua sobre a partícula, a massa da partícula e
determinarmos com ajuda da 2ª lei de Newton a
aceleração da partícula.
F
a
m
Se a força F for constante a sua aceleração também
será constante e a sua velocidade e a posição será:
1 2
v  v o  at e x  x o  v o t  at
2
O processo se complica se a força F que actua na
partícula não for constante. A aceleração poderá
ser obtida ainda com a mesma lei, mas para a
velocidade e o deslocamento já não podemos
aplicar as formulas acima dadas.

Estes casos são resolvidos com ajuda do processo


matemático de integração.

As forças gravitacionais entre dois corpos e a


forca elástica são exemplos de forças variáveis.
Consideremos uma partícula sobre a qual actua uma
força F. No caso mais simples a força F seja constante e
o movimento tenha lugar na direcção e sentido de
acção da força.

  
F
 
  x

 
Nesta situação define-se trabalho mecânico realizado
pela força sobre a partícula como o produto da
intensidade da força F e a distância x percorrida pelo
corpo.
  W  Fx
Porém a força constante podia não actuar sobre a partícula na
direcção e sentido do movimento da partícula.
 
  
F
 
  
x
   
  Fx  F . cos 
 
Neste caso define-se o trabalho realizado pela força da
partícula como sendo o produto da componente da força
ao longo da direcção e sentido do movimento e a distância
x percorrida pela partícula.
 
W  F . cos  .x
 
Quando diversas forças aplicadas à um corpo realizam
sobre ele um trabalho, o trabalho total é a soma dos
trabalhos efectuados separadamente pelas forças:
  W  F .x  F .x  F .x  ...  F .x
t 1x 2x 3x nx

Wt   F1x  F2 x  F3 x  ...  Fnx .x


n
Wt   Fix .x  R.x
i 1

O trabalho é uma grandeza escalar, contudo as duas  


grandezas envolvidas na definição da grandeza F e r
são grandezas vectoriais.
Isto significa que W é produto escalar de dois vectores
   
W  F r
W  F  r  F  r  cos F ; r 
   
 
Representação gráfica do trabalho de uma força constante
em função da posição.
 
  F  x
 
 
  W  F  x
 
  x1 x2
x
 
 
O trabalho é igual à área tracejada que fica por baixo da
curva.
Trabalho de uma força variável
 
Muitas forças variam porém com a distância.
Por exemplo, a força necessária para deformar
uma mola, é proporcional à distensão ou
compressão da mola.
b.h x.Fel 1
W  A    k .x.x
  2 2 2
1 1
  W  k . x 2
ou W  k .x 2
2 2
Um caso geral: consideremos uma força que varia sua intensidade
aumento ou diminuindo em função do deslocamento x.
 
 
 
 
 

 Se dividirmos o deslocamento total Δx em pequenos


deslocamentos Δxi, para cada um destes pequenos
deslocamentos a respectiva força terá realizado um trabalho
dado por: n x
Wi  Fi .xi o trabalho total será: W12   Fi .xi
i  x1
Para uma melhor exactidão dividimos o
deslocamento em inúmeros pequenos
deslocamentos elementares dx de modo que
o trabalho seja elementar dW.

Para um deslocamento elementar: dW  F .dx


O trabalho total será:
2 x2

 dW   F .dx
1 x1
x2

W12   F .dx ... Trabalho de uma força variável


x1
Exemplo da força elástica

Fel   k .x
... Força elástica
A força externa é: Fext  k .x
O trabalho
x
realizado
x
por
x
esta força ao esticar a mola é:
W12  k  x 2  x1    x 2  x12 
1 2 1 2 k 2
2 2 2

W12   Fext .dx   k .x.dx  k  x.dx ;


x1 x1 x1 2 2  2

Seja x1 = 0 e x2 = x então
k 2
W12  x ... Trabalho realizado sobre a mola elástica
2
k
W12   x2 ... Trabalho da força elástica
2
Trabalho em duas ou três dimensões
 
A força que actua sobre uma partícula pode variar em
módulo, direcção e sentido, fazendo com que esta se mova
ao longo de uma curva.
  b
 
De a para b o trabalho será dado por: Wab   F .dr
a
b

Então Wab   F . cos  .dr


a

Analiticamente:
       
F  Fx i  Fy j e dr  dxi  dyj
    i.i  j. j  1
Então: F .dr  Fx .dx  Fy dy
i. j  j.i  0
Conceito de Energia Mecânica
Teorema de variação da Energia cinética
 
A energia é definida qualitativamente como a
capacidade de um corpo realizar trabalho.
 
Quando por exemplo um indivíduo empurra um
carrinho de mão realiza um trabalho que se
manifesta em forma de energia de movimento.
 
Energia de movimento = Energia Cinética.
Energia Potencial
Força conservativa
 
Uma força conservativa é aquela para a qual, o
trabalho por ela efectuado sobre uma partícula
que descreve uma trajectória fechada, isto é,
retornando à posição inicial, é igual a zero.
 
Neste caso o trabalho da força conservativa do
ponto A ao ponto B pode ser considerado igual
de B para A, independentemente da trajectória.
 
 
Deste modo: WABA   F .dr  0
O trabalho W  realizado só no sentido AB pode
AB

ser obtido pela diferença entre duas


grandezas EpA e EpB calculadas nos pontos
inicial e final, e não depende da trajectória da
partícula de A para B.

A grandeza Ep é denominada energia potencial.


O trabalho mecânico de uma força conservativa é igual ao
decréscimo da energia potencial.
Energia potencial gravitacional
 
A força de gravidade é um exemplo típico de uma
força conservativa. O trabalho realizado pela
força de gravidade do ponto A para o ponto B
não depende da trajectória.
 Já vimos que:
 Ep  W  Fg.h AB  m.g .h AB

  EpB  Ep A   m.g .hAB ; Ep A  0; Ep B  m.g.h AB

Conclusão: o trabalho da força de gravidade


quando o corpo sobe é negativo.
Na descida teremos:
Ep  m.g .h ... Energia potencial gravitacional
Relação entre força e energia potencial
 
Diferenciemos a expressão W  Ep
   
F .dr   dEp
dW   dEp ;  
F .dr  F .dr cos 
 
Onde  é o ângulo entre F e dr.
 
 dEp
Então , F . cos  
dr
 
Onde F . cos  representa a componente de F na
direcção do deslocamento.
Uma vez conhecida Ep(x,y,z) pode-se determinar
a componente de F em qualquer direcção,
calculando ,  dEp , na direcção dada.
dr

Esta quantidade toma o nome de derivada


direccional da energia potencial Ep.
 
Quando um vector é tal que a sua componente
em qualquer direcção é igual à derivada
direccional de uma função naquela direcção, o
vector designa-se gradiente da função.
 
Portanto, a força conservativa F é igual ao
negativo do gradiente da energia potencial
Ep.
F   grad .Ep

Definindo as componentes do vector ao longo


dos eixos de coordenadas x,y,z estas serão
dadas respectivamente por:
dEp dEp dEp
F  F  F  
dx ; e dz ou
x y z
dy
 
Ep Ep
 
Ep
Fx   ; Fy   e F z
x y z


Onde ... é o símbolo da derivada parcial.
x
Princípio de conservação da energia
de uma partícula
 Concluímos anteriormente que para forças
conservativas:
 W  Ep , assim como W  Ec
Igualando as duas expressões teremos:
 Ep  Ec
  Ep 2  Ep1   Ec 2  Ec1

 Ep 2  Ep1  Ec 2  Ec1
Ep1  Ec1  Ep2  Ec2  const
A soma Ep  Ec representa a energia mecânica total.
Então EM  EM para forças conservativas.
T1 T2
Conclusão
Quando as forças são conservativas a energia
mecânica total se conserva/permanece
constante.
  1 2 1 2
mv1  m.g .h1  mv2  m.g .h2
  2 2
Durante o movimento do corpo cada uma das
energias pode variar independentemente,
mas a sua soma permanece constante.
Conceito de potência
Potência média e instantânea
Em física, a potência relaciona o trabalho com o tempo gasto para ser
realizado, ou seja, mede "a rapidez com que o trabalho é realizado".
Em uma máquina, o trabalho, em geral, é executado a uma taxa
constante, de modo que a máquina é caracterizada convenientemente
pela sua potência.
Define-se potência média PM para um intervalo t, durante o qual se
realizou o trabalho W, como:
W
PM 
  t

Define-se potência instantanea como sendo o limite da potencia media


quando t tende para zero
W
Pinst  lim PM  lim
t 0 t 0 t

No S.I. a unidade de trabalho é o joule (J) e a unidade de tempo é o


segundo(s), assim, a unidade de potência, no S.I., é J/s, chamado de
watt (W).
Relação entre potência e velocidade
Uma outra expressão para a potência em termos da força que realiza o
trabalho e da velocidade do objeto, pode ser obtida. Suponhamos
que, durante um intervalo de tempo t, uma força F atue sobre um
objeto, na mesma direção do movimento, produzindo um
deslocamento d. Como W = F.d, a potência média pode ser dada por:
F. x x
PM  F  PM  F . v
  t t
ou seja, a potência média também pode ser dada em função da força que
atua no objeto e da velocidade produzida.
A partir da definição de potência média, temos a expressão para a
energia gasta durante a realização de um trabalho:
 
W  PM . t
 
Se a potência for dada na unidade quilowatt (kW) e o tempo em hora
(h), uma outra unidade para energia é obtida: o quilowatt-hora (kWh).
Unidade esta muito utilizada no cotidiano, em aparelhos domésticos,
na conta da energia elétrica, etc.

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