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FORMAÇÃO BRIGADA MARIA DA PENHA

Secretaria da Mulher do Recife


RELAÇÕES DE GÊNERO
GÊNERO
PAPÉIS SOCIAIS ATRIBUÍDOS AS DIFERENTES CATEGORIAS DE SEXO

A identidade social da mulher, assim como a do homem, é construída através da


atribuição de distintos papéis, que a sociedade espera ver cumpridos pelas diferentes
categorias de sexo.

Exs.:
A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DE GÊNERO
 Os primeiros grupos eram matrifocais e matrilineares / desconheciam a função
reprodutiva do homem – a paternidade;

 Descoberta da função reprodutiva do homem / Criação da propriedade privada pela


produção do excedente, apropriação pelos detentores dos meios da produção;

 História dos mitos – Caminhos da humanidade

 Idade Média – Conviveram dois modelos da mulher: Maria e Eva – a santa e a


pecadora. A primeira representava a pureza, a angelitude a ser alcançada, a
segunda era a mulher que sentia e expressava seus sentimentos e pensamentos.
Neste caso, eram consideradas bruxas e queimadas na fogueira, da santa
inquisição;
 Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) – Culmina a Revolução
Francesa;

 Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã (1791) – Olympe de Gouges;

 Revolução Industrial – Sécs. XVIII e XIX / Movimento Sufragista;

 Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) – Nações Unidas.


A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DE GÊNERO
NO BRASIL

 Brasil colônia: a mulher e a sociedade indígena;


 Sociedade brasileira baseada na cultura ocidental cristã europeia: definição do
papel social da mulher e do homem;
 Mulher “de casa” X mulher da “rua”;
 A mulher negra escravizada;
 Racismo científico e o mito da democracia racial.
IDENTIDADE DE GÊNERO E ORIENTAÇÃO
SEXUAL

Identidade de Gênero Orientação Sexual

Cisgênero Heterossexual
Transgênero Homossexual
Não binário Bissexual
Travesti Assexual
Intersexual Pansexual
POLÍTICAS DISCRIMINATÓRIAS CONTRA A
MULHER
Código Civil (1916) Código Penal (1942)
Art. 219, inciso IV - O marido podia anular o Art. 215, 216 e 219 - Trazia o
casamento se fosse constatado que a esposa não
casou virgem (vigorou até 2003); conceito de "mulher honesta" para

Art. 233 - As decisões familiares ficavam todas a garantir a proteção jurídica a certos
cargo do marido, sendo ele o chefe da sociedade crimes sexuais, bem como a
conjugal;
possibilidade de um estuprador não
Art. 6 - A mulher casada era considerada incapaz e
não podia realizar os atos da vida civil sem ser condenado caso a vítima do
autorização do marido; estupro viesse a se casar após o
Inciso VII, art. 242 - A mulher não podia trabalhar
crime. Vigorou até 2005.
sem autorização do marido.
MARCO LEGAL DE ENFRENTAMENTO DA
DESIGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES

Código Eleitoral (1932) Estatuto da mulher Casada (1962)


O marido deixou de ser o chefe absoluto da
Permitiu à mulher o exercício do
sociedade conjugal. Além de poder tornar-se
voto aos 21 anos, tendo a
economicamente ativa sem necessitar da
Constituição Federal de 1934
autorização do marido, a mulher passa a ter
reduzido esta idade para 18 anos.
direito sobre os seus filhos, compartilhando do
pátrio poder e podendo requisitar a guarda em
caso de separação.
Lei do divórcio (1977) Constituição Federal (1988)
Deu aos cônjuges a oportunidade de por fim “Todos são iguais perante a lei, sem

ao casamento e construir nova família. A distinção de qualquer natureza,

mulher passou a ter a opção de usar ou não garantindo-se aos brasileiros e aos

o sobrenome do marido. Substituiu o regime estrangeiros residentes no país a

da comunhão universal de bens para o da inviolabilidade do direito à vida, à

comunhão parcial de bens, ampliou a liberdade, à igualdade, à segurança e à

equiparação dos filhos, qualquer que fosse a propriedade”. Inciso 1, “homens e

natureza da filiação, para os fins de sucessão mulheres são iguais em direitos e

hereditária. obrigações, nos termos desta


Constituição”.
AVANÇOS NAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AS
MULHERES
Conquistas Internacionais

 Conferências da Mulher: México (1975), Copenhague (1980) e Nairobi (1985)


 Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher –
CEDAW (1979)
 Convenção de Belém do Pará – Convenção para prevenir, Punir e Erradicar a Violência
contra as Mulheres (1994): Instrumento elaborado pela OEA – Organização dos Estados
Americanos voltado para abordar a violência de gênero.
Conquistas Nacionais
 Criação do SOS Mulher – São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Ela foi o embrião das
delegacias especializadas.
 Surgimento das primeiras delegacias especializadas, dos Conselhos Estaduais e o conselho
Nacional dos Direitos da Mulher - CNDM (1980)
 Aprovação da Constituição Federal – Igualdade de direitos entre homens e Mulheres (1988)
 Surgimento das ONGs e das redes de mulheres / O Assédio Sexual passa a ser considerado
crime, no código penal (1990)
 Notificação Compulsória em caso de Violência contra as mulheres (lei 10.778) /
 Implantação da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres – SNPM (2003)
 Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, em Brasília. Forneceu subsídios para o
Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (2004) /
AVANÇOS NAS LEIS FEDERAIS
• Maria da Penha – Lei 11.340/06
Cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher
dispondo da criação de Juizados de Violência Doméstica e Familiar bem como medidas
de assistência e proteção em situação da mesma violência.
• Lei do Feminicídio – Lei 13. 104/15
Qualificado no Código Penal no art. 121 como crime de homicídio e no art. 1° da Lei
no 8.072 como crime hediondo.
• Cirurgia Plástica Reparadora - Lei n° 13.239/15
Dispõe sobre a oferta e a realização, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, diante
de sequelas de lesões causadas por atos de violência contra a mulher.
• Importunação Sexual – Lei n° 13.718 – Art. 215-A
Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a
própria lascívia ou a de terceiro
DATAS IMPORTANTES PARA AS MULHERES
 29/01 - Dia Nacional da Visibilidade Trans
 01/02 – Dia da ratificação pelo Brasil da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas
de Discriminação contra a Mulher (CEDAW, ONU)
 24/02– Dia da conquista do voto feminino no Brasil
 8/03 – Dia Internacional da Mulher
 21/03– Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial
 27/04 – Dia Nacional da Empregada Doméstica
 30/04 – Dia Nacional da Mulher
 17/05 – Dia Internacional contra a Homofobia
 18/05 – Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e
Adolescentes
 28/05 – Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e Dia Nacional de Redução da Morte
Materna
 30/05 – Dia de Luta pela Maior Participação Política das Trabalhadoras Rurais
 21/06 – Dia de Luta por uma Educação não-sexista e sem discriminação
 25/07 – Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha
 23/09 – Dia Internacional contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças
 10/10 – Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher
 15/10– Dia Mundial da Mulher Rural
 25/10 – Dia Internacional contra a Exploração da Mulher
 20/11– Dia Nacional da Consciência Negra e Início da Campanha 16 dias de Ativismo pelo Fim da
Violência contra as Mulheres, no Brasil
 25/11– Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher
 10/12– Dia Internacional dos Direitos Humanos e Encerramento da Campanha dos Dezesseis Dias de
Ativismo
PREFEITURA DA CIDADE DO RECIFE
Av. Martin Luther King, 925 – Cais do Apolo

EQUIPE:
Eva Neves
evavneves@gmail.com
Jany Rosaria Nascimento
jany_barros@Hotmail.com
Rayane Oliveira
Rayane.oliveira@recife.pe.gov.br
VIOLÊNCIA CONTRA A
MULHER
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Violência contra a mulher é qualquer ação ou conduta, baseada no


gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou
psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado
(Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência
Contra a Mulher, adotada pela OEA, em 1994)
Fonte: http://www.tjse.jus.br/portaldamulher/definicao-de-violencia-contra-a-mulher
QUEM AGRIDE E QUEM É AGREDIDA (O)?

Qualquer mulher pode ser vítima de violência doméstica/familiar e sexista.

Os homens não são naturalmente violentos. Aprendem a ser. A associação entre


masculinidade, guerra, força e poder é uma construção sócio-cultural.
• agressividade excessiva;
• medo de ser fraco;
• medo de ser feminino/gay;
• obsessividade com poder e dinheiro;
• busca por ser percebido como altamente sexual (machão pegador);
• fechamento emocional (evitar vulnerabilidade).

Da mesma forma, a paz, a emoção e a vocação para cuidar não são qualidades
naturais da mulher. Também são aprendidas!
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

A Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) cria mecanismos para enfrentar e


combater a violência doméstica e familiar contra a mulher, dentro e fora
do lar.
Todo homem que se tornar um agressor infringe a lei e viola os direitos
humanos das mulheres. Nesse sentido, é preciso fazer o registro de
ocorrência para que a autoridade policial realize os procedimentos
necessários tanto para a proteção da vítima quanto para a investigação dos
fatos.
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA
• Ameaças
• Constrangimento
• Humilhação
• Manipulação
• Vigilância constante
• Insultos
• Chantagem
• Exploração
• Limitação do direito de ir e vir
• Ridicularização
• Distorcer e omitir fatos para deixar a
mulher em dúvida sobre a sua
memória ou sanidade
VIOLÊNCIA FÍSICA

•Espancamento
•Atirar objetos
•Sacudir, arrastar
•Tortura
•Ferimentos causados por queimaduras
Estrangulamento ou sufocamento
•Lesões com objetos cortantes ou
perfurantes
VIOLÊNCIA SEXUAL

• Estupro
• Obrigar a mulher a fazer atos sexuais
que causam desconforto ou repulsa
• Impedir o uso de métodos
contraceptivos ou forçar a mulher a
abortar
• Forçar matrimônio, gravidez ou
prostituição por meio de coação,
chantagem, suborno ou manipulação
VIOLÊNCIA PATRIMONIAL

• Controlar o dinheiro
• Deixar de pagar pensão alimentícia
• Destruição de documentos pessoais
• Furto, extorsão ou dano
• Estelionato
• Privar de bens, valores ou recursos
econômicos
• Causar danos propositais a objetos
da mulher
VIOLÊNCIA MORAL

• Acusar a mulher de traição


• Emitir juízos morais sobre a conduta
• Fazer críticas mentirosas
• Expor a vida íntima
• Rebaixar a mulher por meio de
xingamentos que incidem sobre a sua
índole
• Desvalorizar a vítima pelo seu modo de se
vestir
CICLO DA VIOLÊNCIA
Aqui ocorre a explosão do
agressor, levando ao ato
violento. A tensão
Nesse primeiro momento, acumulada na Fase 1 se
o agressor mostra-se tenso materializa em violência
e irritado por coisas verbal, física, psicológica,
insignificantes, chegando a moral ou patrimonial.
ter acessos de raiva. Ele
também humilha a vítima,
faz ameaças e destrói Esta fase se caracteriza pelo
objetos. arrependimento do agressor,
que se torna amável para
conseguir a reconciliação. A
mulher se sente confusa e
pressionada a manter o seu
relacionamento diante da
sociedade, sobretudo quando o
casal tem filhos.
POR QUE AS MULHERES PERMANECEM TANTO TEMPO
NUMA RELAÇÃO VIOLENTA?
1. O MAIOR DE TODOS OS RISCOS É JUSTAMENTE ROMPER A RELAÇÃO

2. PROCURAR AJUDA É VISTO COMO VERGONHA E GERA MUITO MEDO

3. SEMPRE RESTA A ESPERANÇA DE QUE O MARIDO MUDE O COMPORTAMENTO

4. A VÍTIMA, MUITAS VEZES, ESTÁ ISOLADA DA SUA REDE DE APOIO

5. A SOCIEDADE AINDA ESTÁ DESPREPARADA PARA LIDAR COM ESSE TIPO DE VIOLÊNCIA

6. CONCRETAMENTE, HÁ MUITOS OBSTÁCULOS QUE IMPEDEM O ROMPIMENTO

7. ALGUMAS MULHERES DEPENDEM ECONOMICAMENTE DE SEUS PARCEIROS VIOLENTOS

8. DEIXAR UMA RELAÇÃO VIOLENTA É UM PROCESSO: CADA UM(A) TEM O SEU TEMPO
MITOS SOBRE AVIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

• "É fácil identificar o tipo de mulher que apanha."


• "A violência doméstica não ocorre com frequência."
• "Para acabar com a violência, basta proteger as vítimas e punir os agressores."
• "Se a situação fosse tão grave, as vítimas abandonariam logo os agressores."
• "Em briga de marido e mulher não se mete a colher./Roupa suja se lava em casa."
• "Os agressores não sabem controlar suas emoções."
• "A violência doméstica vem de problemas com o álcool, drogas ou doenças mentais."
• "A Lei Maria da Penha é inconstitucional."
• "A Lei Maria da Penha só foi feita para as mulheres se vingarem dos homens."
NORMAS TÉCNICAS DE ATENDIMENTO ÀS MULHERES
EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA

AT E N D I M E N TO
HUMANIZADO

SIGILO E S C U TA AT I VA
ATENDIMENTO A MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA
• Estabelecer uma relação de confiança com a vítima.
• Não julgar a pessoa que você está atendendo. Todos nós temos limites. O julgamento é o
maior obstáculo à comunicação.
• Não infantilizar a vítima.
• Ouça com respeito e atenção
• CUIDADO com as informações incorretas.
• Nunca faça falsas promessas.
• Respeite as limitações da vítima.
• Tente, de várias formas, passar para a vítima que você pode compreender o que ela está
vivendo.
PREFEITURA DA CIDADE DO RECIFE
Av. Martin Luther King, 925 – Cais do Apolo

EQUIPE:
Eva Neves
evavneves@gmail.com
Jany Rosaria Nascimento
jany_barros@Hotmail.com
Rayane Oliveira
Rayane.oliveira@recife.pe.gov.br
FORMAÇÃO BRIGADA
MARIA DA PENHA
BRIGADA MARIA da PENHA do RECIFE

 Lei de Criação da Brigada Maria da Penha do Recife


 O que a BMP faz?
 Instrumentais Utilizados pela BMP Recife
 Organização Administrativa
 Organização interna
 Divisão das áreas
 Classificação de risco
BRIGADA MARIA da PENHA do RECIFE

 O que a BMP deveria fazer?


 Brigada Maria da Penha ou Patrulha Maria da Penha?
 O que são medidas protetivas de urgência, também conhecidas como MPU?
 Estudo de caso
PREFEITURA DA CIDADE DO RECIFE
Av. Martin Luther King, 925 – Cais do Apolo

EQUIPE BRIGADA MARIA DA PENHA:


André Neto
axlnetto@hotmail.com
Janaina Costa
janainasantoscosta@gmail.com
Gisele Araújo EQUIPE DE FORMAÇÃO:
Gisele_gy@msn.com Eva Neves
Siméia Silva evavneves@gmail.com
simeia1231@hotmail.com
Rayane Oliveira
Rayane.oliveira@recife.pe.gov.br

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