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SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE

HOSPITAL REGIONAL DE CEILÂNDIA


PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM
GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

Estatística Aplicada à
Saúde

Residente: Dr. Lúcio Ribeiro


Orientador: Dr. Walter Amaral

Brasília, Fevereiro de 2011


Estatística Aplicada à Saúde

• Importância do estudo:

“Por serem mais precisos do que as


palavras, os números são particularmente mais
adequados para transmitir as conclusões
científicas.” (PAGANO e GAUVRE, 2004 )
Estatística Aplicada à Saúde

No entanto tal como se pode mentir com


palavras, pode-se fazer o mesmo com números.

  “Existem 3 tipos de mentiras: mentiras,


mentiras condenáveis e estatísticas.”
(Primeiro Ministro Britânico Benjamin Dissaeli)
Estatística Aplicada à Saúde

“É fácil mentir com a estatística, mas é mais


fácil mentir sem ela.”
Estatística Aplicada à Saúde

• O estudo da estatística explora:

– o planejamento e a coleta;

– a organização;

– a análise e a interpretação dos dados.


Estatística Aplicada à Saúde

• Seus conceitos podem ser aplicados aos


diversos campos que incluem:
– Economia
– Psicologia
– Agricultura

• Quando o foco está nas ciências Biológicas e da


Saúde:
– Bioestatística
Estatística Aplicada à Saúde

complicação matemática

instrumento extremamente útil na


organização e na interpretação de dados.
Estatística Aplicada à Saúde

• No planejamento, ela auxilia:


– Na escolha das situações experimentais;
– Na determinação da quantidade de indivíduos a
serem examinados.
– Na análise dos dados indica técnicas para
• Resumir
• Apresentar as informações
• Comparar as situações experimentais.
Estatística Aplicada à Saúde

De um modo geral, não existe certeza


sobre a correção das conclusões científicas;

No entanto, os métodos estatísticos


permitem determinar a margem de erro
associada às conclusões, com base no
conhecimento da variabilidade observada nos
resultados.
Estatística Aplicada à Saúde

• Para o desenvolvimento de uma pesquisa científica


com qualidade é necessário:

– um bom planejamento;
– obtenção dos dados com precisão;
– correta exploração dos resultados.
Estatística Aplicada à Saúde

• Epidemiologia
Ciência da saúde coletiva que estuda a relação de
causa-efeito, ou causa-doença.
Estatística Aplicada à Saúde

Tipos de estudos epidemiológicos 


a. Estudo Observacional
– Descritivo
• Relatos de casos (case-series)
• Estudos ecológicos
– Analítico
• Coorte (Risco de desenvolver a patologia)
• Caso- Controle ( Dç já instalada)
• Transversal
b. Ensaio Clínico /Experimental (Clinical trials)
– Randomizado
– Cego/duplo cego/ não cego
– Quase-experimental
Estatística Aplicada à Saúde

Classificação dos Estudos Epidemiológicos


Estatística Aplicada à Saúde

Classificação dos Estudos Epidemiológicos


Estatística Aplicada à Saúde

Classificação dos Estudos Epidemiológicos


Estatística Aplicada à Saúde

A. Estudos Observacionais
– São estudos realizados pelo observador
(pesquisador) onde este apenas observa, de
modo passivo, a ocorrência dos eventos
sobre os sujeitos da pesquisa.
• Descritivo, quando observador apenas descreve
os eventos ocorridos
• Analítico, quando o observador testa hipóteses ou
estabelece associações correlações ou
inferências.
Estatística Aplicada à Saúde

• Estudo Observacional
– Descritivo
• Relatos de casos (case-series)
• Estudos ecológicos
– Tranversal
– Longitudinal
• Quando são Feitos?
– Forma de estabelecer Fator de Risco para determinadas
patologias
• Fumar causa CA.? Chupar o dedo causa maloclusão?
– Estudar os efeitos de políticas de saúde.
Estatística Aplicada à Saúde

• E. Observacional – Descritivo:
1. Relatos de casos (case-series)
• Descrição de um fenômeno ou de
características encontradas em um grupo de
pacientes.
• Não utiliza grupo controle
• Pode gerar hipóteses a serem
subseqüentemente investigadas através de
estudos longitudinais ou transversais
Estatística Aplicada à Saúde

– Descritivo: Relatos de casos (case-series)


Estatística Aplicada à Saúde

• E. Observacional – Descritivo:
2. Estudos ecológicos
• Usam dados sobre populações inteiras ou grupos de
pessoas para comparar as freqüências da doença entre
diferentes grupos durante o mesmo período de tempo
ou na mesma população em diferentes pontos no tempo
• A unidade de análise é constituída de grupos de
indivíduos
• Estudo de grupos, de agregados, de conglomerados,
estatísticos ou comunitários
• Podem ser transversais ou longitudinais
Estatística Aplicada à Saúde

• E. Observacional – Descritivo:
- Estudos ecológicos
Estatística Aplicada à Saúde

• E. Observacional – Descritivo:
- Estudos ecológicos
Estatística Aplicada à Saúde

TIPOS DE ESTUDOS
• Estudo Observacional – Analítico:
• Longitudinal
1. Coorte (Risco de desenvolver a
patologia)
2. Caso- Controle ( Doença já instalada)
• Transversal

Doença
Exposição
Estatística Aplicada à Saúde

Classificação de acordo com o eixo temporal

Analítico:
• Transversal - A amostra é estudada num tempo
pontual, bem determinado, não se acompanha a
amostra por um período de tempo,
conseqüentemente não tem as mesmas
dificuldades do estudo longitudinal, mas também
se perde informação valiosa quanto à variação
individual.
Estatística Aplicada à Saúde

Classificação de acordo com o eixo temporal


Analítico:
• Longitudinal - A mesma amostra é estudada
durante um período de tempo. Os testes devem
ser repetidos de períodos em períodos. Permite
estudos mais precisos dos indivíduos, porque o
pesquisador reúne dados das mesmas pessoas
em níveis diferentes.
Estatística Aplicada à Saúde

Classificação de acordo com o eixo temporal


Longitudinal:
• Estudo Prospectivo (Coorte)
– São os estudos que se iniciam no presente e acompanham
os sujeitos do estudo durante um determinado período de
tempo. O evento inicia-se no presente e se estende para
um tempo futuro.
• Estudo Retrospectivo (Caso controle)
– São os estudos que examinam dados e amostras coletados
no passado. Por exemplo, o exame de prontuários de
pacientes portadores de câncer buscando associar o
surgimento da doença com a presença de fatores de risco.
Estatística Aplicada à Saúde

E. Observacional : Analítico – Coorte - Cohort


• Estudo longitudinal prospectivo
• Identificação de indivíduos expostos e não expostos a um fator
de risco
• Acompanhamento dos indivíduos ao longo do tempo,
determinando os indivíduos que desenvolveram ou não a doença
• O que irá acontecer?
• Ideais para estudar o curso da doença, estimar possíveis causas
e identificar fatores de risco
• Melhor controle nos registros
• Desvantagens: maior tempo para execução, maior custo, bem
como perda de pacientes.
Estatística Aplicada à Saúde
E. Observacional : Analítico – Coorte - Cohort

Variável Preditora -----------------→Variável Desfecho


– Modelo 1: Pacientes que utilizam a biomassa como fonte de energia, e sua associação com o surgimento de problemas cardiorrespiratórios quando comparados com pacientes que não utilizam. (poluição do ar interior x enfisema, infarto, AVC)

– Modelo 2: Seleção de pacientes do AA e o desenvolvimento de lesões de mancha branca pré-cancerígenas na cavidade bucal. (consumo de álcool x leucoplasia)
Pereira & Bittar, 2008
Estatística Aplicada à Saúde

E. Observacional : Analítico –Coorte - Cohort


Estatística Aplicada à Saúde

E. Observacional : Analítico –Coorte - Cohort


Estatística Aplicada à Saúde

E. Observacional : Analítico – Caso- Controle


– Longitudinal retrospectivo
– Em geral se compara dois grupos expostos a um
determinado fator, o primeiro de indivíduos com
determinada doença, e o segundo de indivíduos sem
aquela doença.
Estatística Aplicada à Saúde

E. Observacional : Analítico – Caso- Controle

Variável de Desfecho-----------------→Variável
Preditora
– Modelo 1: Pacientes que estão com problemas
cardiorrespiratórios, serão avaliados se utilizam ou não a
biomassa como fonte de energia, quando comparados com
pacientes que não utilizam. (enfisema, infarto, AVC x
poluição do ar interior)
Estatística Aplicada à Saúde

E. Observacional : Analítico – Caso- Controle


Estatística Aplicada à Saúde

Estudo Observacional : Analítico – Caso- Controle


Estatística Aplicada à Saúde

Estudo Observacional : Analítico – Transversal

• “Causa” e “Efeito” são detectados simultaneamente.


• A análise dos dados permite identificar os grupos de
interesse “doentes” e “sadios” e Investigar a associação
entre exposição e doença.
• Vantagens: Fáceis, rápidos e baratos
• Inconvenientes:
Impossível detectar o que ocorreu primeiro (causa/efeito)
Desconhecimento da ação dos fatores no passado
Impossibilidade de testar hipóteses
Estatística Aplicada à Saúde

E. Observacional : Analítico – Transversal


Estatística Aplicada à Saúde

E. Observacional : Analítico – Transversal


Estatística Aplicada à Saúde

E. Observacional : Analítico – Transversal


Estatística Aplicada à Saúde

E. Observacional : Analítico – Transversal

Variável de Desfecho + Variável Preditora


– Modelo 1: Em um total de 100 pessoas, quantos
possuem problemas cardiorespiratórios e quantos
utilizam a biomassa como fonte de energia em casa.
– Modelo 2: Em 100 pessoas examinadas, quantos
fazem ingestão de álcool freqüentemente e quantos
apresentam lesões de macha branca na mucosa
oral.
Estatística Aplicada à Saúde

B. Ensaio Clínico ou Experimental (Clinical trials)


– Neste caso o observador (pesquisador) realiza
uma intervenção direta sobre os sujeitos da
pesquisa.
Estatística Aplicada à Saúde

B. Ensaio Clínico ou Experimental (Clinical


trials)
– Randomizado
– Não randomizado
– Cego, duplo cego, não cego
• Quando são Feitos?
– Quando se quer estudar os efeitos colaterais
de novos tratamentos
– Testar novas tecnologias
Estatística Aplicada à Saúde

• B. Ensaio Clínico ou Experimental (Clinical trials)


– Especialmente utilizado para determinar a eficácia
de tratamento, drogas e procedimentos
– Desvantagem o maior custo e o maior temo (anos)
– Estudo controlado, com grupo controle- podendo ser
placebo ou um tratamento já conhecido e consagrado
– Estudo não controlado- sem grupo controle
Estatística Aplicada à Saúde

B. Ensaio Clínico ou Experimental (Clinical trials)


– Randomizado
• Indivíduos são distribuídos nos grupos controle e teste
aleatoriamente
– Não randomizado
• Grupo experimental designado por conveniência
– Cego, duplo cego, não cego
• Cego – o investigador desconhece o grupo caso/controle.
• Duplo cego – o doente e o investigador não sabe quem é
caso/controle
Estatística Aplicada à Saúde

B. Ensaio Clínico ou Experimental (Clinical


trials) - Randomizado
Estatística Aplicada à Saúde

B. Ensaio Clínico ou Experimental (Clinical


trials)
Estatística Aplicada à Saúde

B. Ensaio Clínico ou Experimental (Clinical trials)


– Modelo 1: Pacientes previamente selecionados com
necessidade de restaurações em uma mesma unidade
dental, serão submetidos a 2 tipos de tratamento (dois
materiais distintos) e acompanhados ao longo do tempo.
– Modelo 2: Pacientes que apresentam leucoplasia serão
tratados com um creme a base de ß-caroteno enquanto o
outro grupo não receberá qualquer tipo de intervenção
(ético?). Os resultados serão posteriormente comparados.
– Modelo 3: Comparação entre ceo-d de filhos de
gestantes instruídas quanto a prevenção de cárie dental
previamente ao parto com gestantes que não receberam
instrução (quase-experimental).
Estatística Aplicada à Saúde

B. Ensaio Clínico ou Experimental


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Almeida Filho, Naomar; Rouquayrol Maria Zélia. Introdução à epidemiologia moderna.


BR, BA, COOPMED/ APCE/ ABRASCO. 1992
Almeida Filho, Naomar. A clínica e a epidemiologia. BR, Salvador, APCE-ABRASCO,
1992
Fletcher, R. H.; Fletcher, S.W.; Wagner, E.H. Epidemiologia clínica, bases científicas da
conduta médica. BR, Porto Alegre, Artes Médicas, 1989
Granda, E.; Breilh, J. Investigação da saúde na sociedade: guia pedagógico sobre um
novo enfoque do método epidemiológico. BR, SP, Cortez Ed, Instituto de Saúde/SP,
ABRASCO, 1989
MacMahon, B.; Pugh, T. F. Princípios y métodos de epidemiologia. México, La Prensa
Médica Mexicana, 1975
Pereira, Maurício Gomes. Epidemiologia, teoria e prática. BR, Rio de Janeiro, Guanabara
Koogan, 2005
Rouquayrol, M.Z; Almeida Filho, N. Epidemiologia e Saúde. BR, Rio de Janeiro: MEDSI,
2003.
MUITO

OBRIGADO!!!!!!

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