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SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE

HOSPITAL REGIONAL DE CEILÂNDIA


PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM
GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

Amnioscopia, Biópsia de Vilo Corial,


Amniocentese e Cordocentese:
Técnica de coleta e Indicações

Residente: Dr. Lúcio Ribeiro Silva


Orientadora: Dra. Cláudia Galvão

Brasília, Dezembro de 2010


Amnioscopia
• É um método endoscópico proposto por Saling a
partir de 1961, e tem como objetivo a observação da
câmara amniótica.
– pode ser realizado no final do período de gestação ou
início do parto.
– Muitos médicos realizam este teste no começo da
dilatação.
– Para realização do exame, faz se necessária uma dilatação
cervical mínima de 1,2 cm, que é o diâmetro do tubo de
menor calibre.
Amnioscopia

Indicações:
• Gravidez de alto risco a partir 36s.
• o propósito confirmado de avaliar maturação fetal
• óbito fetal
• sofrimento fetal crônico
• Avaliando:
– o aspecto do líquido amniótico,
– sua coloração,
– a presença de partículas em suspensão,
– a transparência do fluido
– e aleatoriamente a epiderme da apresentação
• Não muito utilizado nos dias de hoje, já que contamos com um
arsenal propedêutico avançado.
Amnioscopia

Contraindicações:
• Antes de 36s.
• Diagnóstico de placenta previa total o
parcial
• Presença de bartolinitis ou abscesso vulvar.
Amnioscopia

Técnica:
• Preparação da paciente
– Informar a paciente (técnica e sua colaboração)
• Identificação da paciente.
• O posicionamento adequado: posição ginecológica.
• Material necessário:
– Amnioscópio.
– swabs estéreis ou compressas
– Cateter de sucção.
– Campos estéreis.
– Luvas estéreis
•  A lavagem das mãos.
•  Colocação de luvas estéreis
Amnioscopia

Técnica: Etapas
• Realizar observando as técnicas assépticas, sem anestesia e de
forma ambulatorial
• Identificação ecográfica da inserção placentária
• Desinfecção perineal com anti-séptico incolor
• Toque:
– identificar o colo uterino, avaliar a perviedade para escolha do
amnioscópio adequado
• Introduzir o amnioscópio com mandril, guiado pelo dedo indicador
• Introduzir o amnioscópio até entrar em contato com as membranas
e o tampão mucoso
• Retirar o mandril e conectar a fonte de luz.
Amnioscopia

Técnica: Etapas
• Limpar o pólo inferior das membranas (tampão
mucoso) Usar Swab ou sonda de aspiração
• Avaliar as características do líquido amniótico.
– Claro com grumos, esverdeado meconial, sanguinolento.
• Suspender o procedimento se:
– Orifício cervical totalmente fechado e posterior
– Tampão mucoso muito aderido
– Apresentação encaixada com impedimento de entrar em
contato com as membranas
Amnioscopia
Biópsia de Vilo Corial, Amniocentese e Cordocentese

• O estudo genético, particularmente o cariótipo fetal,


tem sido o exame mais utilizado para diagnóstico de
anomalias congênitas comuns.
• Os principais métodos para obtenção do material
fetal para a obtenção do cariótipo fetal  são:
– Biopsia de vilo corial
– Amniocentese
– E Cordocentese
Biópsia de Vilo Corial, Amniocentese e Cordocentese

• Antes de qualquer procedimento invasivo pré-natal


uma avaliação ultrasonográfica é mandatória.
– Número de fetos,
– Posicionamento e viabilidade,
– Localização placentária e funicular;
– Quantidade de líquido amniótico
• Avaliar a presença de malformações uterinas ou fetais
que possam interferir com a realização do
procedimento, ou mesmo contra-indicá-lo.
Biópsia de Vilo Corial, Amniocentese e Cordocentese
• A escolha da agulha depende das características do
abdome materno
– Agulhas mais longas em presença de obesidade
– volume do líquido amniótico agulhas mais longas se
polihidrâmnio
– localização da inserção placentária do cordão (agulhas mais
longas se inserção posterior)
– quantidade de material a ser retirado (agulhas mais grossas
se volume maior).
– Na maioria das vezes são utilizadas agulhas Gauge número
20 a 22 (espessura), de comprimento médio 8,9 cm.
– Agulhas mais longas estão relacionadas com maiores
dificuldades técnicas, e agulhas mais grossas com maior
risco de perda fetal.
Biópsia de Vilo Corial, Amniocentese e Cordocentese

Indicações:
• Gestação anterior
– anomalia cromossômica ou defeito do tubo neural ou alteração na
alfafetoproteína
• Idade maior que 35ª.
• Um dos pais com translocação cromossomial ( rico de 25-100%)
• Mãe portadora de anomalia recessiva ligada ao X (50% nos fetos
masculinos)
• Pais com defeitos metabólicos recessivos
• Sd. Down ou outra alteração cromossomial em parente próximo
• Alteração à ecografia
• Gestação com risco de serias doenças genéticas:
– fibrose cística, Dç de Tay-Sachs ou fenda labial ou palatina
Biópsia de Vilo Corial, Amniocentese e Cordocentese

Contra-indicações
• Relativas
– Hemorragias vaginais
– Miomas
– Estenose cervical
– Isoimunização materna
– Distúrbios de coagulação
• Absolutas
– Duvidas quanto a higidez do concepto
– Doença inflamatória pélvica
Biópsia de Vilo Corial

Biópsia de Vilo Corial


• consiste em retirar uma pequeníssima amostra dessas
vilosidades, para se realizar um teste genético durante a
gravidez.
• É freqüentemente usada para se estudarem os genes ou os
cromossomas do feto, para doenças genéticas especificas.
• É normalmente realizada entre a 11º e a 12º semana da
gravidez.
• pacientes com tipagem Rh negativa, é necessária fazer a
profilaxia contra a sensibilização ao fator Rh através de vacina
anti-D, pode ser ministrada até 1 semana após o procedimento
• um risco médio de 1% de induzir abortamento
Biópsia de Vilo Corial

Técnicas: Trans-abdominal ou Trans-cervical


• Insonação
– o transdutor de ultra-som se aproxima e insona o útero grávido.
– Faz-se uma primeira identificação rápida do feto e anexos
• Localização da placenta 
– Localizada a placenta, procura-se pelo lugar mais apropriado para a retirada da amostra

• Punção e coleta 
– introduz-se a agulha em direção das estruturas vilosas e traciona-se o êmbolo para
gerar pressão negativa de sucção.
– Para uma melhor amostragem de tecido, pode-se fazer a aspiração dos fragmentos e
líquidos movendo-se a seringa em um padrão de "leque"
• Final do procedimento
– O conjunto agulha-seringa é retirado e o material coletado dentro da agulha e do corpo
da seringa é depositado em um tubo de ensaio e levado para análise laboratorial
Biópsia de Vilo Corial

Vou inserir um vídeo com a técnica


Biópsia de Vilo Corial
Biópsia de Vilo Corial

Complicações:
• Sangramento vaginal
• Infecção
• Sensibilização fator Rh
• Quando realizada antes das 9s.
– Risco de redução de membros,
– hipogenesia oromandibular
– portanto contra-indicada nesse período
Amniocentese

Amniocentece
• Consiste em retirar uma amostra de líquido amniótico através de
uma agulha que é introduzida pelo abdome materno, sob
orientação ultra-sonográfica.
• Geralmente é realizado sem o uso de anestésico local.
• Cerca de 20 ml de líquido amniótico são retirados através de
seringa.
• Não há necessidade de preparo especial, sendo orientado par ter
repouso de 1 dias após o procedimento.
• resultado do cariótipo é um pouco mais demorado, cerca de 15
dias
• Melhor época para realização 14-16 semanas.
• Risco de perda fetal de 0,5%
Amniocentese

Técnica:
• Insonação
• Localização do bolsão
– procura-se por uma coleção maior de líquido amniótico (bolsão) para que
a agulha possa ser introduzida com a maior segurança possível, a fim de
não lesar o feto ou outras estruturas
• Punção e coleta
– Escolhido o sítio, e sempre sob orientação da imagem ultra-sonográfica,
introduz-se a agulha em direção do bolsão líquido. Em seguida, traciona-
se o êmbolo da seringa para aspirar o líquido amniótico
• Final do procedimento
– retira-se cuidadosamente o conjunto agulha-seringa e deposita-se o
líquido em um frasco previamente preparado para enviá-lo ao laboratório
Amniocentese

Técnica:
Amniocentese

Complicações:

• PRECOCE - IG: 12 – 14s. Infecção e abortamento.


• TARDIA - IG: >28s. Lesão fetal, trabalho de parto prematuro
e amniorexes.
• Bridas amnióticas
• Isoimunização Rh
Cordocentese

Cordocentese:
• Consiste em puncionar o vaso do cordão umbilical,
de preferência a veia umbilical, com intuito de retirar
uma amostra de sangue fetal para fins de obtenção
do cariótipo fetal em curto prazo de tempo, cerca de
3 a 5 dias.
• É possível de ser executado com segurança a partir
de 18 semanas de gestação.
• O risco de complicações na cordocentese é 2% em
mãos experientes
Cordocentese

Indicações:

• Quando existe uma certa urgência em obter o


cariótipo para fins de tomada de conduta
• Cariotipagem rápida frente ao achado de
malformações fetais na segunda metade da gestação.
• Mais freqüentemente é realizada para confirmação e
tratamento de aloisoimunização de plaquetas e
hemácias e também para avaliar hidropisia fetal não
imune.
• Estudo de DNA, dosagens bioquímicas, IgG, IgM fetais,
dg de hemoglobinopatias.
Cordocentese

Dificuldades de execução:

• Obesidade materna
• Alteração no volume do líquido amniótico
• Movimentação fetal excessiva.
Cordocentese

Contraindicações:
• Hemorragia 41% das punções
• Hematoma de cordão
• Amniorrexe prematura
• Trabalho de parto prematuro
• Trombose de vaso umbilical
• Bradicardia fetal 5%
• Infecção intracavitária
• Óbito fetal.
Cordocentese

Técnica:
• Insonação
– o transdutor de ultra-som se aproxima e insona o útero grávido.
– Faz-se uma primeira identificação rápida do feto e anexos
• Localização do cordão umbilical 
• Punção e coleta 
– introduz-se a agulha em direção da veia umbilical e traciona-se o
êmbolo para gerar pressão negativa de sucção.
• Final do procedimento
– O conjunto agulha-seringa é retirado e o material coletado
dentro da agulha e do corpo da seringa é depositado em um
tubo de ensaio e levado para análise laboratorial
Cordocentese
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Rezende J. Obstetrícia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan:


9 ed. 2000,
• Sepúlveda MAC. Condições para a admissão na casa de
parto. Disponível em http:// hospivirt.org.br./port/
sapopemba.htm;
http://www.examesprenatal.com.br/
http://www.artesmedicas.com/amniocentese.htm

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