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SISTEMA DE CRISES

Introdução
Sistema constitucional de crises é o conjunto ordenado de
normas constitucionais que, informadas pelos princípios da
necessidade e da temporariedade, tem por objeto as
situações de crises e por finalidade a mantença ou
restabelecimento da normalidade constitucional

• A legalidade normal é substituida por uma legalidade


extraordinária em momentos de perturbação
constitucional e situação crítica de guerra externa
Defesa do Estado e instituições

Grupos de defesa do Estado e das instituições democráticas

• 1) Instrumentos (excepcionais) para manter ou restabelecer a ordem


que institui o sistema constitucional de crises
• a) estado de defesa
• b) estado de sítio (legalidade extraordinária)

• 2) Defesa do país ou sociedade:


• a) Forças armadas
• b) Segurança Pública
Características
• Características dos estados de exceção constitucional:

• a) Excepcionalidade: a decretação de estado de defesa e de sítio deve


ser em último caso
• b) Taxatividade: os pressupostos para a decretação devem ser apenas os
constitucionais
• c) Temporariedade (transitoriedade): não se perpetua no tempo
• d) Determinação geográfica: delimitação de espaço (art. 138)
• e) Sujeição a controle: separação de poderes
• f) Publicidade
• g) Regramento constitucional: qualificação especial para dar segurança
• h)Proporcionalidade: proporção necessária para restabelecer a
normalidade
Controle judicial

• Compete ao Executico, através de ato político, instituir a legalidade


excepcional (art. 84, IX)

• Compete ao legislativo controlar o ato de instituição do executivo


(art. 49, IV)

• O poder Judiciário poderá coibir abusos durante o período de


excepcionalidade (inafastabilidade da jurisdição, art. 5º, XXXV)

• Controle do judiciário sobre a decretação: discordância


Estado de Defesa

• Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho


da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado
de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais
restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social
ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou
atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.

• Rol taxativo do art. 136


Procedimento
• Titularidade: o PR mediante decreto após ouvir o conselho da
República e o Conselho de Defesa (art. 84, IX)

• Conselhos da república e da defesa: sua opinião não vincula o PR

• O decreto deverá determinar:


• a) O tempo de duração
• b) area a ser abrangida
• c) medidas coercitivas

• Tempo de duração de 30 dias, prorrogável por mais 30 dias


Regras gerais
• Medidas coercitivas:
• a) Restrições (não suspensões) dos direitos de reunião, sigilo de
correspondência, sigilo de comunicação telegráfica e telefônica e
prisão (art. 5º, LXI)
• b) Ocupação e uso de bens e serviços públicos, respondendo a União
por possíveis danos

• Prisão por crime contra o Estado: pode ser decretada pelo executor da
medida não superior a 10 dias

• Obs: a prisão deve ser comunicada ao juiz junto com o estado físico e
mental do detido.

• Vedada a incomunicabilidade
Controle do estado de defesa
• Art. 136. § 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da
República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva
justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta.
• § 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado,
extraordinariamente, no prazo de cinco dias.
• § 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu
recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa.
• § 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.

• Congresso: concomitante( art. 140), comissão composta por 5 membros;


sucessivo (art. 141)

• Judicial
Estado de Sítio
• art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e
o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização
para decretar o estado de sítio nos casos de:
• I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que
comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
• II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada
estrangeira.

• O congresso se manifestará através de decreto legislativo (art. 49, IV)


aprovado pela maioria absoluta de seus membros
• A decisão legislativa negativa vincula o PR
• No caso do inciso I, pode ser prorrogado também pelo prazo de 30
dias e no inciso II enquanto durar a guerra
Medidas coercitivas
• Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art.
137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
• I - obrigação de permanência em localidade determinada;
• II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes
comuns;
• III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das
comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa,
radiodifusão e televisão, na forma da lei;
• IV - suspensão da liberdade de reunião;
• V - busca e apreensão em domicílio;
• VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;
• VII - requisição de bens.
Estado de Guerra
• Durante o estado de guerra toda e qualquer garantia
constitucional pode ser suspensa

• Requisitos :

• a) Principio da necessidade e temporariedade (enquanto


durar a guerra)
• b) Prévia autorização do Congresso
• c) Tenham sido indicadas no decreto a sua duração,
normas necessárias a sua execução e quais garantias
ficarão suspensas

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