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Aula 1

Conceitos iniciais de
Dimensionamento

UC_015 – Saneamento Básico


Prof. GABRIEL CASTRO

13/11/2020
Contatos
Professor Gabriel Castro

E-MAIL:
gabriel.rezende@prof.una.br

Telefone:
31 9 9776-9970

@projethaonline

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Visita Técnica
28/11 (sábado) 08:00h às 12:00h

ETE – Rio do Peixe Frederico Neves


Sandro Costa

ETA - Pureza [ a maior do município ]

www.bit.ly/visitatecnicauna

Visita Técnica – 28/11 | ETE e ETA 3


Encontro UC_Dual
23/11 (segunda) – 20:00 – 21:00

Desafio
Dimensionamento
Sistemas de
1 Abastecimento
de Água
• Sistemas de abastecimento de água. • Resíduos Sólidos: classificação, tratamento e
• Escoamento em condutos forçados e livres destinação final.
• Redes coletoras de esgotos sanitários. • Legislação pertinentes.
• Drenagem de águas pluviais urbanas. • Sistemas convencionais e alternativos.
Evolução Histórica

1500 a.c. –
tubulação em Creta

4 d.c. –
tubulação em Ephesus

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Evolução Histórica

300 d.c. –
Aquedutos romanos

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Evolução Histórica
• 1561 – 1° sistema de abastecimento de água no Brasil.
• 1723 – Construção do primeiro aqueduto.
• 1750 – Aqueduto Carioca, com 13 km.
• 1810 – 20 chafarizes públicos.
• 1860 – Distribuição de 8 milhões de litros por dia.
• 1876 – 1º sistema de abastecimento de água encanada. 9
Saneamento no Brasil

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Sistema de
Abastecimento de
Água
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Definição
Sistema de abastecimento de água para consumo
humano é a instalação composta por conjunto de obras
civis, materiais e equipamentos, destinados à produção e
à distribuição canalizada de água potável para
populações, sob a responsabilidade do poder público,
mesmo que administrada em regime de concessão ou
permissão.

Quando a densidade demográfica em uma comunidade


aumenta, a solução mais econômica e definitiva é a
implantação de um sistema público de abastecimento
de água.

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Componentes do Sistema

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Componentes do Sistema

14
Componentes do Sistema

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Indicadores de Custo

P = População (habitante)
Elementos:
Captação: retirar água da fonte de suprimento
Adução: transporte de água bruta ou tratada;
Tratamento: purificação da água;
Reservação: acumulação de água;
Rede: distribuição de água nos centros de consumo. 16
NORMAS PARA PROJETOS DE
SISTEMAS DE
ABASTECIMENTO
• NBR 12211 (1992) – Estudo de Concepção de Sistemas Públicos de Abastecimento de Água.

• NBR 12213 (1992) – Projeto de Captação de Água de Superfície para Abastecimento Público.

• NBR 12214 (1992) – Projeto de Sistemas de Bombeamento de Água para Abastecimento Público.

• NBR 12215 (1991) – Projeto de Adutoras de Água para Abastecimento Público.

• NBR 12216 (1992) – Projeto de Estação de Tratamento de Água para Abastecimento Público.

• NBR 12217 (1994) – Projeto de Reservatório de Distribuição de Água para Abastecimento Público.

•NBR 12218 (1994) – Projeto de Rede de Distribuição de Água para Abastecimento Público.
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Concepção

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Concepção

É o conjunto de estudos e conclusões as referentes ao


estabelecimento de todas diretrizes, parâmetros e
definições necessárias e suficientes para a caracterização
completa do sistema a projetar.
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Concepção
1. Dados e características do local

2. Determinação do período de alcance do projeto

3. Determinação da demanda de água

4. Determinação das vazões de projeto

5. Estudo de alternativas técnicas

6. Estudo econômico

7. Concepção física do sistema

8. Estudos e licenciamento ambiental


Período de projeto:
• Época até a qual o sistema poderá
funcionar satisfatoriamente, sem
sobrecarga nas instalações ou
deficiências na distribuição;

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Período de projeto
Fatores determinantes

•Vida útil das instalações (média: 20 anos)


•Disponibilidade de recursos financeiros
•Custo do dinheiro
•Prazo de amortização
•Disponibilidade de água
•Dificuldade / Facilidade de ampliação
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Previsão de população:
• Processo Aritmético;
• Processo Geométrico;
• Taxa Percentual Constante;
• Taxa Decrescente.

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Previsão de população:
PROCESSO ARITMÉTICO
╸ Por este método, recomendado para períodos de projetos curtos (<10anos),
admite-se um incremento constante da população com o tempo. Ou seja:

╶ P = Po + r.(T - To)
╶ Onde: - P – População no ano T; - Po – População no ano To.

╸ O valor de r (coeficiente angular da reta) pode ser avaliado por:

╶ r = (P2 – P1) / (T2 – T1)

╶ Onde P2, P1 são as populações 2 e 1 correspondentes aos anos T2 e T1.


Previsão de população:
PROCESSO ARITMÉTICO
CENSO DEMOGRÁFICO CIDADE X

800000
700000
600000
População

500000
400000
300000
200000
100000
0
1900 1920 1940 1960 1980 2000 2020
Ano
Previsão de população:
PROCESSO GEOMÉTRICO
Por este método, tem-se:

╶ P = Po . q(T-To)
╶ q = (P2 / P1)(1 / (T2-T1))

╶ Onde P2, P1 – Populações correspondentes aos anos T2 e T1

╶ Neste caso o crescimento é pressuposto ilimitado


Previsão de população:
TAXA PERCENTUAL CONSTANTE E TAXA DECRESCENTE
Pelo método da Taxa Percentual Constante, tem-se:

╶ P = Po . ekp (T-To)
╶ kp = (ln(P2/P1)/(T2-T1)

Pelo método da Taxa Decrescente, tem-se:

╶ P = Po + (L-Po).(1 – ekd(T-To))
╶ P2 - P1 =(L-P1).(1 - ekd(T2-T1))

╶ L – Limite estimado de crescimento


SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
CONSUMO
╸ Tipos de consumo: ╸ Fatores que afetam o consumo:
╶ Doméstico ou domiciliar; ╶ Clima;
╶ Público; ╶ Padrão de vida da população;
╶ Comercial; ╶ Sistema de fornecimento e cobranças
╶ Industrial; (serviço medido ou não);
╶ Usos especiais; ╶ Qualidade da água fornecida;
╶ Perdas e desperdícios. ╶ Custo da água (tarifa);
╶ Pressão na rede distribuidora;
╶ Consumo comercial;
╶ Consumo industrial;
╶ Consumo público;
╶ Perdas no sistema;
╶ Existência de rede de esgotos;
╶ Outros fatores.
SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
VAZÕES DE PROJETO
Onde:
╸ Volume diário: P – população da área abastecida (n.º de habitantes);
╶ V = P. q; q – consumo per capita ( l/hab.dia);
Q – vazão média (l/s);
K2 – fator de máximo consumo horário (1,50).
╸ Vazão: K1 – fator de máximo consumo diário (1,25);
╶ Q = P. q / 86.400;

╸ Vazão do dia de maior consumo:


╶ Q = K1. Q;

╸ Vazão da hora de maior consumo:


╶ Q = K2 . Q;

╸ Vazão do dia e hora de maior consumo:


É hora de praticar!

╸ Realizar uma análise da


planilha de projeção da
população.

╸ Cada aluno uma cidade.


╸ Procurar informações na
internet e completar

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Captação

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CAPTAÇÃO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS

╸ A Captação em rios é a forma mais usual de utilização das águas de mananciais de superfície;

╸ As obras de tomada estão quase sempre associadas a instalações de bombeamento;

╸ Devem ser obtidas informações hidrológicas e de vazões máximas, médias e mínimas do recurso;

╸ Deverá ser investigado, em inspeção local, a existência possíveis focos de contaminação e, se a geologia
ou a natureza do solo na região favorece a presença de areia em suspensão na água;

╸ Devem ser realizados também os trabalhos de levantamento topográfico detalhado da área das obras, de
batimetria do e de sondagens geológicas.
CAPTAÇÃO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS
╸ Localização das tomadas:

╶ As obras de captação de um rio deverão ser


implantadas, de preferência em trechos
retilíneos do mesmo ou, quando em curva, junto
à sua curvatura externa (margem côncava), onde
as velocidades da água são maiores.

╶ Deve-se evitar, os bancos de areia que poderiam


obstruir as entradas de água.

╶ Na margem côncava as profundidade são


sempre maiores e poderão oferecer melhor
submersão da entrada de água.
CAPTAÇÃO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS

╸ É preciso avaliar as cotas altimétricas de todas as partes constitutivas das obras


de captação, observando-se que

╶ Deverá haver entrada permanente de água para o sistema, mesmo nas maiores estiagens;

╶ Havendo instalação de bombeamento conjugada à captação, os equipamentos, em especial


os motores, deverão ficar sempre ao abrigo das maiores enchentes previstas;

╶ A distância entre a bomba e o nível de água mínimo previsto no rio, não deverá
ultrapassar a capacidade de sucção do equipamento para as condições locais.
CAPTAÇÃO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS
╸ Partes constitutivas:
╶ Barragens ou vertedores para manutenção do nível ou para
regularização de vazão;

╶ Órgãos de tomada d'água com dispositivos para impedir a entrada de


materiais, flutuantes ou em suspensão na água;

╶ Dispositivos para controlar a entrada de água;

╶ Canais ou tubulações de interligação;


CAPTAÇÃO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS
╸ Dispositivos de proteção:

╶ Caixas de areia;
╶ Crivos;
╶ Grades manuais;
╶ Grades mecanizadas;
╶ Comportas, válvulas ou
registros e adufas
CAPTAÇÃO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS
Exemplos
CAPTAÇÃO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS
Exemplos
╸ Captação direta com tubo de tomada situado no
fundo do leito do rio
CAPTAÇÃO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS
Exemplos

╸ Captação direta com tubo de tomada no fundo do


rio e próximo à margem;
╸ Captação direta com tubo de tomada no fundo do
rio e tomada afastada da margem:
CAPTAÇÃO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS
Exemplos

╸ Captação direta com tubo de tomada apoiada no fundo e


tomada afastada da margem;
╸ Captação direta situada na margem a uma certa distância
do fundo:
CAPTAÇÃO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS
Exemplos

╸ Captação junto à margem com


sistema de grades para
remoção de materiais
flutuantes e de comportas para
operação adequada:
CAPTAÇÃO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS
Exemplos

╸ Captação completa com recalque de água bruta:


CAPTAÇÃO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS
Exemplos
╸ Captação completa com canal de derivação
CAPTAÇÃO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS

BARRAGENS E RESERVATÓRIOS
Funções:
╶ Controle de enchentes;
╶ Regularização de vazões;
╶ Regularização para navegação.
╸ Escolha do local:
╶ Considerar a existência de locais que se prestam à construção da barragem;

╶ Qualidade da água adequada, tendo em vista o grau de tratamento necessário;

╶ Distância e cota em relação à cidade;

╸ Vazões do curso de água adequadas:

╶ Vazão de demanda inferior a vazão mínima do rio - não há necessidade de obras de regularização;

╶ Vazão de demanda superior a vazão mínima e inferior a vazão média do rio - o aproveitamento deste
manancial é possível mediante reservatório de acumulação;

╶ Vazão de demanda superior a vazão média e inferior a vazão máxima do rio – há necessidade de
fontes alternativas;
CAPTAÇÃO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS

╸ Cálculo da capacidade do reservatório, depende:


╶ Vazões do curso de água;
╶ Vazões de demanda para o abastecimento;
╶ Perdas.
PRÓXIMO ENCONTRO:

DIMENSIONAMENTO DE CAPTAÇÃO
E DIMENSIONAMENTO DE ETA

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RESERVATÓRIOS DE REGULARIZAÇÃO
•são formados normalmente por represas (barragens) em
cursos d’água naturais (água bruta);

•volume útil elevado (para abastecimento de água: dezenas,


centenas de hm³ (1 hm³ = 1.000.000 m³); ou milhares de hm³
para a geração de energia);

•promovem a regularização mensal das vazões (de montante


para jusante):

Fonte: ALEM SOBRINHO & CONTRERA (2016)


RESERVATÓRIOS DE DISTRIBUIÇÃO

Principais finalidades:

•Regularizar a vazão (de captação, tratamento e adução em


relação à variação horária das demandas)

• Segurança ao abastecimento

• Reserva de água para incêndio

• Regularizar pressões
RESERVATÓRIOS DE DISTRIBUIÇÃO

Vantagens:

• Aumento no rendimento dos conjuntos elevatórios

• Bombeamento de água fora do horário de pico elétrico

Desvantagens:

• Custo elevado de implantação

• Localização e impacto
CLASSIFICAÇÃO DOS
RESERVATÓRIOS

• Quanto à localização no sistema

• Quanto à localização no terreno

• Quanto à sua forma

• Quanto aos materiais de construção


RESERVATÓRIOS NO MUNICÍPIO DE
BAURU - SP
FORMAS DE RESERVATÓRIOS EM
PLANTA

Fonte: ALEM SOBRINHO & CONTRERA (2016)


RESERVATÓRIOS APOIADOS

Município de Sorocaba- SP
Município de São Gonçalo - RJ
RESERVATÓRIOS SEMI-ENTERRADOS

Município de Lins- SP
Município de Smara - Marrocos
RESERVATÓRIOS ELEVADOS

Município de Smara - Marrocos Município de Franca- SP


CAPACIDADE DOS RESERVATÓRIOS

Volume para:

• atender às variações de consumo de água

• combate a incêndios

• emergências (falta de energia, manutenção etc.)

Atende durante falhas com


paralisação do sistema
CAPACIDADE DOS RESERVATÓRIOS

Determinação do volume útil para atender as


variações de consumo de água:

• Quando se dispõe de curva de consumo

•Quando não se dispõe da curva consumo


de (elaboração de projetos)
VOLUME ÚTIL – ADUÇÃO CONTÍNUA

Fonte: ALEM SOBRINHO & CONTRERA (2016)


VOLUME ÚTIL – ADUÇÃO
INTERMITENTE

Fonte: ALEM SOBRINHO & CONTRERA (2016)


VOLUME PARA EMERGÊNCIA

•Atende durante falhas com paralisação do sistema:


captação, elevatórias, ETA etc.

• Depende da vulnerabilidade do sistema

•Pequenas populações: volume de emergência


≥ volume de incêndio

•Decisão da empresa, considerando


manutenção, sistemas alternativos, flexibilidade de
manobras etc.
Fonte: ALEM SOBRINHO & CONTRERA (2016)
VOLUMES UTILIZADOS NA
ELABORAÇÃO DE PROJETOS
•Volume total de reservação ≥ 1/3 do
volume distribuído no dia de maior consumo.

Capacidade do reservatório elevado:

• ≥ 1/30 do volume no dia de maior consumo

• Valores mais utilizados: 10 a 20% do volume total

• Restante em reservatório apoiado ou enterrado


OPERAÇÃO DE RESERVATÓRIOS
OPERAÇÃO DE RESERVATÓRIOS

Regras operacionais podem ser definidas para otimizar o


sistema buscando atender diversos objetivos:

• redução dos gastos com energia elétrica

• minimização das falhas no atendimento a demanda

• redução de perdas físicas em função das pressões na rede

•flexibilidade na operação de sistemas com múltiplos


reservatórios interligados.
É hora de praticar!
1) Dimensionar os reservatórios enterrado e elevado pertencentes a um
centro de reservação, sendo conhecido os seguintes dados:

•Zona baixa a ser atendida pelo reservatório enterrado, com uma população
de 30.000 habitantes e a zona alta a ser atendida pelo reservatório elevado
(torre) com 12.000 habitantes;

• São conhecidos:
• Consumo per capita de água: 250 l/hab.dia;
• Coeficiente do dia de maior consumo: K1 = 1,2;
• Coeficiente da hora de maior consumo: K2 = 1,5
PRÓXIMO ENCONTRO:

DIMENSIONAMENTO DE CAPTAÇÃO
E DIMENSIONAMENTO DE ETA

66
Obrigado!
Para saber mais:
╸ 31 997769970
╸ gabriel.rezende@prof.una.br

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