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Manuel da Fonseca

“Sempre é uma companhia”


Solidão e convivialidade
As personagens e o espaço social
As peripécias inicial e final
“Sempre é uma companhia”

• “Sempre é uma companhia” consagra um retrato


económico e sociocultural do Alentejo na primeira
metade do século XX. Por sua vez, oferece-nos retratos
humanos que atravessarão outros tempos e outros
espaços. O refúgio em comportamentos antissociais e a
desistência da vida, as relações afetivas conturbadas e a
necessidade de correr mundo em busca de um rumo são
algumas linhas de reflexão que o conto propicia.
Características do conto

• O título do conto anuncia um novo meio de comunicação


que vai mudar a vida de uma população deprimida, no
contexto da II Guerra Mundial.
• A intriga é simples e contada de forma linear.
• O espaço exterior conflui para representar os
sentimentos negativos do protagonista.
• Os homens perdem características humanas e o mundo
inanimado adquire-as.
• O conto permite uma reflexão sobre a condição humana,
que excede os limites temporais da ação.
As personagens

• António Barrasquinho, o Batola, é preguiçoso,


improdutivo, sonolento, bêbado, bate na mulher. Tem
nome e alcunha. Usa uma indumentária própria do
homem alentejano. A morte de Rata agudiza a sua
solidão.
• A mulher do Batola é expedita, dominadora e
trabalhadora. Não tem nome.
• Rata é o companheiro de Batola, mendigo e viajante, é o
mensageiro do exterior. Suicidou-se quando deixou de
poder viajar.
• Caixeiro-viajante, vendedor de aparelhos radiofónicos,
comerciante e amigo de vender.
• Homens de Alcaria: “figurinhas” metaforicamente
aparentadas com gado.
“Sempre é uma companhia”

O espaço O tempo

• Aldeia de Alcaria: “quinze • Tempo histórico: anos 40 do


casinhas desgarradas e nuas”. século XX (referência à
• Estabelecimento do casal eletricidade e à telefonia).
Barrasquinho: “a venda” é um • Passagem do tempo
local onde reina o desleixo. condensada: “há trinta anos
• “Fundos da casa”: espaço de para cá”, “todas as
habitação sombrio separado manhãzinhas”.
da venda. • Tempo sintetizado: da chegada
• Locais “longínquos” por onde do vendedor à partida do
viajava Rata: Ourique, Castro vendedor e prazo de entrega do
Marim, Beja. aparelho – um mês.
Atualidade do conto

• Isolamento e falta de convivialidade.


• Relações entre homem e mulher.
• Vícios sociais: o alcoolismo, a violência doméstica.
• As inovações tecnológicas e alterações de hábitos sociais.
Manuel da Fonseca
“Sempre é uma companhia”
Solidão e convivialidade
As personagens e o espaço social
As peripécias inicial e final

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