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ASPECTOS

CLÍNCOS DA
INFECÇÃO PELO
HIV

JOSÉ HUMBERTO CAETANO MARINS

MEMBRO DA COMISSÃO MUNICIPAL DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR


(COMCIH) DA VIGEP DA SMS DE UBERLÂNDIA
MÉDICO DO SERVIÇO DE ISTs/HIV/AIDS E HEPATITES VIRAIS (SAE “HERBERT DE
SOUZA”) DA SMS DE UBERLÂNDIA,
MÉDICO DO SERVIÇO DE INFECTOLOGIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

26/04/15
ORIGEM E EVOLUÇÃO
VIRAL
Origem do HIV

SIVcpz SIVsm

HIV-1 HIV-2

M N O
Keele et al. Science, 2006
• Década de 70: identificada uma IST entre homossexuais

• 1982: CDC reconheceu uma epidemia definida como


“Síndrome de Imunodeficiência Adquirida” – AIDS

• Duplicação dos casos a cada 6 meses

• 1983: Luc Montagnier(Pasteur) –LAV (Vírus Associado a


Linfadenopatia)

• 1984: Robert Gallo(CDC) – HTLVIII

• Teste para detecção de AC

• 1986: denominação oficial de HIV – Vírus da


Imunodeficiência Humana

• Identificado o HIV-2
O que facilita ou dificulta a infecção?

• Correceptores CCR5/CXCR4

• Alterações na mucosa genital (ISTS, def.


de estrógeno, circuncisão)

• Carga viral e coinfecções

Pilcher et al, The Journal of Clinical Investigation. 2004; 113(7); 937-45


TRANSMISSÃO DO HIV
• TRANSMISSÃO SEXUAL

• TRANSMISSÃO PARENTERAL
– Inoculação de sangue e derivados

• TRANSMISSÃO VERTICAL
– Da mãe infectada para o concepto

• OUTRAS FORMAS
• Assim pega:

- sexo vaginal sem camisinha


- sexo anal sem camisinha
- sexo oral sem camisinha
- uso da mesma seringa ou agulha por mais de
uma pessoa
- transfusão de sangue contaminado
- mãe infectada pode passar o HIV para o filho
durante a gravidez, o parto e a amamentação
- Instrumentos que furam ou cortam, não
esterilizados
• Assim não pega

- sexo, desde que se use corretamente a camisinha

- masturbação a dois
- beijo no rosto ou na boca
- suor e lágrima
- picada de inseto
- aperto de mão ou abraço
- talheres / copos
- assento de ônibus
- piscina, banheiros, pelo ar
- doação de sangue
- sabonete / toalha / lençóis
Dados da Aids no mundo

• Número total de casos: 36,9 milhões

• Número de casos novos: 2 milhões

• Número de óbitos: 1,2 milhões


0,4% da pop brasileira
Brasília, maio de 2015
Principais fluxogramas de
diagnósticos

• 2 Testes rápidos sanguíneos sequenciais de


laboratórios diferentes.

• Sorologia (ELISA) + Carga viral

• 1 teste rápido oral + 1 teste rápido oral


Evolução
HISTÓRIA NATURAL DA
INFECÇÃO PELO HIV
Transmissão viral (2-3 semanas)→Síndrome

retroviral aguda (2-3 semanas)→Recuperação e

soroconversão→ Infecção latente (8

anos)→Aids (1,3 anos)→ Morte


FASE AGUDA
• Síndrome retroviral aguda

• Doença leve e autolimitada em 50 a 90%

• Viremia ocorre em 4 a 11 dias

• Os sintomas aparecem em média de duas


a seis semanas
Principais sintomas observados na fase aguda
Sintomas Frequência
Febre 80%
Mal-estar 68%
Perda de apetite 54%
Artralgias 54%
Rash cutâneo 51%
Mialgias 49%
Febre e rash 46%
Perda de peso(>2,5kg) 46%
Faringite 44%
Ulcerações mucocutâneas 37%
(Adaptado de Hecht FM et al.AIDS 2002; 16:1119-29 e HIV Medicine 2003 –
UNAIDS).
Outros sintomas:

Diarréia
Linfadenopatias
Náuseas e vômitos
Cefaléia
Meningite asséptica
Fadiga
Sudorese noturna
Eritema macular difusa
Infecções fúngicas frequêntes/persistente
INFECÇÃO “LATENTE” OU ASSINTOMÁTICA

• Pouca ou quase nenhuma evidência de


doença
• Depleção de linfócitos CD4
• Duração em média de oito a dez anos
• Pode ocorrer linfadenopatia generalizada,
fadiga, febre baixa, diarréia intermitente,
dermatite seborréica e herpes zoster
INFECÇÃO SINTOMÁTICA

• Tardia – imunodeficiência grave com


manifestação de doenças oportunistas

Aids
Como definir Aids (doença)

• CD4 < 200 cels/μl

• Manifestação de doenças de imunodepressão


grave.
APRESENTAÇÃO
CLÍNICA
ABORDAGEM INICIAL DO ADULTO
INFECTADO PELO HIV
• Consultas iniciais (estabelecer uma sólida
relação médico-paciente)
• História e exame físico iniciais
• Trabalhar a prevenção
• Avaliação laboratorial inicial
-HMG; CD4 e Carga viral;F Hepática e renal;U1; EPF;
Citopatológico de colo de útero;PPD; HBSAg e Anti-HBc; anti-HCV;
VDRL; HTLV; Chagas; Toxoplasmose; CMV; glicemia e perfil
lipídico; RX de tórax
• Imunizações
TRATAMENTO

• Terapia Antiretroviral

• Prevenção e tratamento das doenças


oportunistas

• Uso de Imunobiológicos
TRATAMENTO

• A distribuição universal dos ARVs foi iniciada em 1991


com o AZT

• Em 13/11/96(Lei 9.313) garantiu a obrigatoriedade de


aquisição de novas drogas

• Milhares de óbitos evitados


OBJETIVO DA TARV
• Reduzir morbidade e mortalidade associada ao
HIV

• Preservar e quando possível restaurar o sistema


imunológico

• Aumentar o tempo de vida

• Melhorar a qualidade de vida


EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL-PEP
VIOLÊNCIA SEXUAL (PEP)
PEP SEXUAL
SITUAÇÕES ESPECIAIS NO
TRATAMENTO
• INFECÇÃO AGUDA

• COINFECÇÃO HIV/TB

• COINFECÇÃO HIV/HBV/HCV

• EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL

• VIOLÊNCIA SEXUAL

• EXPOSIÇÃO SEXUAL

• GESTAÇÃO
TRATAMENTO: EFEITOS
ADVERSOS E INTERAÇÕES

• INTERAÇÕES:

– CHÁS CASEIROS:
• Erva de São João
• Cápsulas de alho
• Echinacea
• Ginseng
• Gincko-Biloba
• Camomila, hortelã, boldo, mate e confrei
USO DE IMUNOBIOLÓGICOS

• INDICAÇÕES
– CD4>200
– PRINCIPAMENTE IMUNOBIOLÓGICOS COM
PATÓGENOS INATIVADOS OU
PARTÍCULADOS

• CONTRAINDICAÇÕES
O JEITO ERRADO DE USAR A CAMISINHA
PREVENÇÃO
• MÉTODOS JÁ COMPROVADOS

REDUÇÃO DA CARGA VIRAL

Sexo seguro (uso de preservativo)

Transmissão perinatal: AZT, cesariana

Profilaxia pós-exposição para profissionais de saúde

Distribuição de agulhas e seringas estéreis a UDIV


PREVENÇÃO
• REDUÇÃO DE RISCO

 Pacientes com vida sexual ativa


Uso de preservativos ou abstinência sexual
Pesquisa e tratamento de ISTs (úlceras, corrimentos
e verrugas genitais)
Informar o parceiro

 Usuários de drogas injetáveis


Reabilitação
Programas de distribuição de seringas e agulhas
Informar o parceiro
CENTRO DE TESTAGEM E
ACONSELHAMENTO - CTA

AMBULATÓRIO “HERBERT DE
SOUZA”

RUA AVELINO JORGE DO NASCIMENTO, 15


BAIRRO ROOSEVELT – 3215-2444
Obrigado
jhcm@hotmail.com

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